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5. DISCUSSÃO DO CAMPO A LUZ DA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

6.1 Recomendações

No intuito de ativar processos de aprendizagem e desenvolvimento de competências gerenciais em consultorias de TI, recomenda-se primeiramente que as consultorias fomentem a criação de redes de relacionamentos estimuladoras de partilha/troca de experiências, soluções e conhecimentos por meio de encontros presenciais e remotos com o apoio de ferramentas de colaboração. Os profissionais de consultoria de TI já têm a prática de interagir constantemente, entretanto de uma forma desestruturada e, em muitos casos, na “informalidade”, pois algumas empresas-cliente proíbem a utilização de recursos tecnológicos considerados facilitadores para a ativação de interação entre os profissionais, mesmo entre profissionais de consultorias distintas.

Recomenda-se o incentivo à cooperação mais que à competição, estimulando mais assim o surgimento de comunidades de prática entre os gestores, que compartilhem as práticas e promovam as parcerias com foco na aprendizagem na ação.

Além da criação de uma comunidade de prática entre os gestores e suas equipes, recomenda-se a elaboração de programas de capacitação, com propostas de cursos e oficinas nos moldes on the job, voltados para o desenvolvimento do consultor de TI, considerando quatro subsistemas conforme ilustra a figura 14.

Contextual Relacionamentos Atitudes comportamentos Processos Técnicas Capacitação Consultor de TI • Trabalho em equipe • Colaboração • Comunicação • Passagem de conhecimento • Adaptação atores-situaões • Engajamento corporativo • Habilidade Comercial • Qualidade • Produtividade • Metodologias • Tecnologias • Atualização • Pró-atividade • Flexibilidade 2326 Figura 16. Subsistemas para capacitação do consultor de TI

Fonte: Elaboração nossa com base nos resultados de campo.

Cada subsistema é composto por elementos que devem ser trabalhados coletivamente a fim de atingir seus objetivos, quais sejam:

Contextual: contribuir para o entendimento de cada profissional sobre

os valores da empresa e o papel a ser desempenhado por cada um em prol do desenvolvimento da consultoria. Nesse subsistema o foco encontra-se elementos: Engajamento Corporativo e Habilidade Comercial.

Atitudes/Comportamentos: Fomentar atitudes e comportamentos do consultor que impactam no dia a dia dos projetos, como a sua atualização constante, proatividade, flexibilidade, capacidade de negociação e de trabalhar sob pressão.

Relacionamentos: Trabalhar os aspectos relacionados às distintas interações e suas consequências para a prestação do serviço do consultor de TI, preparando-o para o trabalho em equipe, para a colaboração, a comunicação, a compartilhamento de conhecimento e a adaptação ao cliente/projeto.

Processos/Técnicas: Capacitar o profissional nos processos, metodologias de trabalho e tecnologias .

Devem-se combinar os subsistemas mencionados na capacitação on the job com a aplicação de cases reais extraídos do cotidiano, que envolvam situações conflituosas e de aprendizagem vividas por gestores e equipes. Assim, acredita-se que pode-se evitar o “choque”, tanto de gestores quanto de consultores, pois os mesmos estarão mais preparados para “enfrentar” as situações do cotidiano e as distintas interações existentes nos diversos níveis do projeto. Além disso, durante o treinamento, acredita-se que será possível identificar os “potenciais” líderes e técnicos a serem trabalhados durante os projetos, evitando assim o erro de alocação de profissionais com perfis inadequados em determinadas funções.

Nesse sentido, recomenda-se que o plano de capacitação esteja alinhado ao plano de desenvolvimento dos profissionais considerando cada perfil (técnicos e não técnicos) e o contexto de atuação do consultor, ou seja, para cada função deve-se trabalhar com maior ênfase em determinadas dimensões.

Ainda relacionado à capacitação, revelou-se em todos os relatos (de gestores e membros de equipe) que a formação acadêmica fornece uma base técnica e de raciocínio lógico que ajuda, mas não prepara para o dia a dia. Essa não preparação está relacionada à construção social de interações e à intersubjetividade inerentes à profissão.

Assim, recomenda-se, especificamente para a formação do profissional de TI a oferta de aprendizagem coletiva a fim de adaptá-lo as interações sociais presentes nas práticas de trabalho, o que significa pensar fora da racionalidade técnica peculiar à formação no setor de TI. O “treinamento e desenvolvimento de equipes de TI” com foco na aprendizagem coletiva e na realidade do seu cotidiano, revelou ser constituído de interações e de práticas socialmente construídas, o que significa necessariamente lidar com a subjetividade das pessoas e entre as pessoas.

Para a formação gerencial, recomenda-se ofertar também aprendizagem experiencial que desenvolva competências intersubjetivas com as quais futuros gestores possam interagir associando suas ações com as respectivas emoções subjacentes a sua atuação. O objetivo aqui é preparar o gestor para lidar com a intersubjetividade das pessoas e questões contemporâneas, como os problemas de relacionamento com os profissionais da chamada geração Y ou digital, na qual percebe-se a necessidade de uma gestão mais flexível. Essa gestão deve ter um foco maior nas tarefas e menor ênfase em horários e regras, considerando, por exemplo, o trabalho na modalidade home office e a criação de espaços para interação social presencial e remota, como festas de confraternização e salas de jogos virtuais.

Por fim, no âmbito do projeto, visto que a interação entre os distintos atores (consultoria, equipe de TI, cliente, área usuária, concorrentes, parceiros) e o conhecimento das

pessoas são os elementos propulsores dos serviços prestados pelos consultores de TI, recomenda-se a implantação de uma equipe responsável pela gestão de mudanças que promovam a integração e a parceria entre as equipes e a gestão do conhecimento desde o início do projeto.

A equipe de gestão da mudança deve trabalhar em conjunto com o gestor e o RH a fim de fomentar o comprometimento por parte dos envolvidos, atuando em cinco pilares, quais sejam: mudança da cultura organizacional; comunicação; desenvolvimento da equipe de projeto, educação e treinamento; e gestão do conhecimento.

A seguir apresentam-se sugestões de pesquisas futuras a fim de aprofundar na temática em questão.

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