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Confissão Reconhecimento

Objeto: fatos Objeto: pedido

Natureza: ato jurídico em sentido estrito Natureza: negócio jurídico unilateral Ato de disposição de direito processual Ato de disposição de direito material Influi no convencimento do juiz Juiz profere sentença homologatória Efeito: dispensa prova do fato, gerando

presunção de veracidade do fato, bem como preclusão lógica do direito de provar o contrário.

Efeito: resolve o mérito da causa.

3 - Quais as características genéricas da tutela provisória?

Características

Sumariedade da cognição O provimento jurisdicional é resultado de análise superficial do litígio. Juízo de mera probabilidade.

Precariedade da cognição Porque conserva sua eficácia na pendencia no processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou

modificada (art. 296, CPC/2015) Inaptidão para formar coisa

julgada

Pode ser rediscutida se houver modificações posteriores no estado das coisas. Por ser fundada em cognição sumária e precária, não é apta para formar coisa julgada.

4 - Quais as hipóteses que autorizam a concessão de tutela de evidência?

Trata-se do rol previsto no art. 311, CPC. Não se esqueça: a tutela de evidência independe de perigo de dano ou de risco ao resultado do processo!

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:

I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;

II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;

1 CUNHA, Maurício Ferreira. Revisaço – direito processual civil. 3. Ed. Salvador: Ed. Juspodivm, 2017, p. 340.

III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;

IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.

5 - Qual a forma de requerimento da tutela provisória?

A tutela provisória pode ser prestada de forma antecedente – com o que será autônoma do ponto de vista processual – ou incidental. Se fundada na evidência, porém, só será prestada de forma incidental2.

Vale ressaltar que a forma incidental é aquela requerida dentro do processo em que se pede ou já se pediu a tutela definitiva. Já a antecedente é aquela que deflagra o processo em que se pretende, no futuro, pedir tutela definitiva.

6 - Disserte sobre a recorribilidade das decisões em sede de tutela provisória

Juiz singular denega, concede, modifica ou revoga tutela provisória: caberá agravo de instrumento.

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:

I - tutelas provisórias;

Juiz confirma, concede ou revoga tutela provisória na sentença: caberá apelação.

Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.

§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que:

V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;

Nos tribunais:

a) relator concede, revoga ou denega tutela provisória: caberá agravo interno.

2 MITIDIERO, Daniel. In: WAMBIER, Teresa Arruda Alvim (et al). Breves comentários ao código de processo civil. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2015, p. 726.

Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.

b) tutela provisória concedida em acórdão: caberá apenas recurso especial para discutir o preenchimento dos pressupostos da concessão da medida (entendimento do STJ).

7 - Quais são os objetivos e os pressupostos da estabilização da decisão concessiva de tutela antecipada?

Objetivos: afastar o perigo da demora com a tutela de urgência (ônus do tempo do processo); oferecer resultados efetivos e imediatos diante da inércia do réu.

Pressupostos3:

a) é preciso que o autor tenha requerido expressamente a concessão de tutela provisória satisfativa antecedente (tutela antecipada na petição inicial);

b) é preciso que o autor não tenha manifestado na petição inicial a sua intenção de dar prosseguimento ao processo após a obtenção da pretendida tutela antecipada (pressuposto negativo);

c) é preciso que haja decisão concessiva de tutela provisória satisfativa em caráter antecedente;

d) inércia do réu (ausência de impugnação) diante da decisão concessiva de tutela antecipada antecedente.

Vejamos os dispositivos do CPC sobre esse tema (que tem grande chance de ser cobrado em provas):

Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.

§ 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto.

§ 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput.

§ 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2o.

3 DIDIER JR., Fredie; OLIVEIRA, Rafael Alexandria de; BRAGA, Paula Sarno. Curso de direito processual civil, vol. 2: teoria da prova, decisão, precedente, coisa julgada e tutela provisória. 11. Ed.

Salvador: Ed. Juspodivm, 2016, p. 616-623.

§ 4o Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2o, prevento o juízo em que a tutela antecipada foi concedida.

§ 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2o deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1o.

§ 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2o deste artigo.

8 – Quais os pressupostos genéricos e específicos para a concessão de tutela provisória de urgência?

Genéricos Específicos

Probabilidade do direito (plausibilidade jurídica)

Reversibilidade da tutela provisória satisfativa: a concessão de uma tutela irreversível equivale à concessão da própria tutela definitiva, o que seria uma contradição em termos.

É possível, no caso concreto, via ponderação de interesses, relativizar esse pressuposto, concedendo tutela provisória irreversível.

Perigo da demora (a demora no oferecimento da prestação jurisdicional ocasionará um dano concreto, atual e grave, irreparável ou de difícil reparação.

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.

§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.

§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.

9 – Quais as hipóteses legais de responsabilidade objetiva por danos causados pela efetivação da tutela de urgência?

Trata-se da previsão contida no art. 302, CPC:

Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:

I - a sentença lhe for desfavorável;

II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;

III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;

IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.

Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível.

10 - Quais são os vícios de congruência da sentença?

VÍCIOS DA SENTENÇA

Citra petita É a decisão que deixa de apreciar algum pedido formulado ou fundamento de fato ou de direito alegado pela parte.

Ultra petita É a decisão que concede mais do que o pedido.

Extra petita É a decisão que concede coisa distinta da pedida.

11 - Quais os efeitos da sentença?

EFEITOS (ou eficácia) DA SENTENÇA

Principal São os efeitos que decorrem diretamente do conteúdo da decisão e dizem respeito à situação jurídica controvertida.

Pode ser executiva, constitutiva ou declaratória.

Reflexo Trata-se de um efeito da sentença produzido sobre uma relação jurídica estranha ao processo, mas que mantém um vínculo de conexão jurídica com a relação discutida. Ex: a sentença de despejo, em contrato de locação, atinge também eventual relação de sublocação.

Anexo Efeito que decorre da lei ou do contrato (e não do conteúdo da sentença). É efeito anexado, que independe do conteúdo da decisão ou da postulação das partes, ou seja, não depende de pedido ou de comando do magistrado, a exemplo da perempção, que é um efeito anexo da terceira sentença que extingue por abandono a causa; da hipoteca judiciária (art.

495, CPC/2015).

Probatório A sentença é um documento público que, como tal, faz prova do quanto nela discriminado.

12 - Quais são os elementos da sentença?

ELEMENTOS DA SENTENÇA

Relatório É o histórico daquilo que aconteceu de relevante no processo.

É dispensando nos Juizados (art. 38, Lei 9.099/95).

Vale lembrar que se admite a elaboração de relatório per relationem, quando o juiz se reporta a um relatório realizado em outra demanda, ou na própria demanda (ex: adotar como relatório o parecer do MP).

Fundamentação Na fundamentação o juiz deve enfrentar todas as questões de fato e de direito que sejam relevantes para a solução da causa, justificando pormenorizadamente a conclusão a que chegará no dispositivo4.

A ausência de fundamentação produz uma decisão nula, segundo doutrina majoritária, dando ensejo à ação rescisória.5 A fundamentação possui grande relação com a coisa julgada, item a ser analisado no próximo relatório.

Dispositivo É a conclusão decisória da sentença, representando o comando da decisão. É do dispositivo que são gerados os efeitos práticos da decisão. Aqui o órgão jurisdicional estabelece um preceito normativo (partindo do pressuposto de que a jurisdição é uma atividade criadora).

13 - Forneça exemplos, com base no CPC/15, de decisões não-fundamentadas.

O CPC, em seu art. 489, §1º, fornece um rol exemplificativo de decisões que são consideradas não-fundamentadas:

§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:

I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;

II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;

III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;

4 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil – Volume único. 9.ed. Salvador:

Ed. Juspodivm, 2017, p. 840.

5 DIDIER JR., Fredie; OLIVEIRA, Rafael Alexandria de; BRAGA, Paula Sarno. Curso de direito processual civil, vol. 2: teoria da prova, decisão, precedente, coisa julgada e tutela provisória. 11. Ed.

Salvador: Ed. Juspodivm, 2016, p. 352-353.

IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;

V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.

14 - O que se entende por capítulo de sentença? Qual a importância prática desse conceito?

É a unidade autônoma do decisório da sentença, segundo Dinamarco6. Ou seja, é a unidade decisória autônoma contida no dispositivo de uma decisão judicial. Uma sentença pode ter capítulos processuais e capítulos de mérito.

Esse conceito é muito importante, possuindo diversas repercussões práticas, como por exemplo:

diferentes capítulos da sentença podem ter diferentes graus de eficácia; possibilidade de anular um capítulo de sentença que tenha algum vício, deixando os demais intactos; relevância na definição de recurso parcial ou total e consequente trânsito em julgado de capítulos não impugnados em recurso; possibilidade de ação rescisória contra apenas algum capítulo da sentença; possibilidade de resolução antecipada parcial de mérito (consagrada no art. 356, CPC).

15 - Quais as hipóteses em que é possível, após a publicação da sentença, a alteração do seu conteúdo?

A resposta encontra-se no art. 494, CPC:

Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la:

I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo;

II - por meio de embargos de declaração.

16 - Qual a diferença entre precedente, jurisprudência e Súmula?

Precedente: é qualquer julgamento que venha a ser utilizado como fundamento de um outro julgamento que venha a ser posteriormente proferido.

6 DINAMARCO, Cândido Rangel. Capítulos de sentença. 4. Ed. São Paulo: Ed. Malheiros, 2009, p.35.

Jurisprudência: é o resultado de um conjunto de decisões judiciais no mesmo sentido, sobre uma mesma matéria, proferidas pelos tribunais. É a repetição homogênea, estável e quantitativa de um precedente.

Súmula: é uma consolidação objetiva da jurisprudência, ou seja, é a materialização objetiva da jurisprudência. O tribunal, reconhecendo já ter formado um entendimento majoritário a respeito de uma determinada questão jurídica, tem o dever de formalizar esse entendimento por meio de um enunciado, dando notícia de forma objetiva de qual é a jurisprudência presente naquele tribunal a respeito da matéria.

Em resumo, a súmula é o enunciado normativo da ratio decidendi (norma geral) de uma jurisprudência dominante, que é a reiteração de um precedente. Temos, portanto, um caminho:

precedente – jurisprudência – súmula.

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