• Nenhum resultado encontrado

RECURSOS APLICADOS (EM R$ 1.000) ANO PRESIDENTES

FGTS SBPE CAIXA OGU FAT FAR PSH TOTAL

1995 FHC 1º MANDATO 59.210 1.876.384 - - - - - 1.935.594 1996 FHC 1º MANDATO 611.484 1.462.676 2.302 196.793 - - - 2.273.255 1997 FHC 1º MANDATO 3.312.662 1.724.606 924.182 280.806 - - - 6.242.255 1998 FHC 1º MANDATO 2.682.125 2.083.623 1.847.301 204.283 - - - 6.817.332 TOTAL FHC 1º MANDATO 6.665.481 7.147.289 2.773.785 681.882 - - - 17.268.437 1999 FHC 2º MANDATO 2.114.653 1.695.568 1.635.063 103.603 - 131.732 - 5.680.618 2000 FHC 2º MANDATO 3.526.223 1.909.848 2.640.925 281.648 - 608.899 - 8.967.543 2001 FHC 2º MANDATO 2.911.733 1.870.213 1.021.542 375.512 - 427.817 - 6.606.817 2002 FHC 2º MANDATO 3.018.845 1.768.458 539.197 283.143 444.184 732.034 134.896 6.920.738 TOTAL FHC 2º MANDATO 11.571.454 7.244.087 5.836.727 1.043.905 444.164 1.900.482 134.896 28.175.716 2003 LULA 2.851.561 2.216.736 580.489 100.294 167.389 1.115.981 204.136 7.236.586 2004 LULA 2.988.073 3.000.188 972.510 573.163 257.175 864.652 330.697 8.986.459 2005 LULA 4.507.079 4.203.531 1.835.124 97.428 69.771 1.031.007 35.408 11.779.349 TOTAL LULA 10.346.713 9.420.455 3.388.123 770.885 494.336 3.011.640 570.241 28.002.394 TOTAL 28.583.648 23.811.831 11.998.635 2.496.673 938.501 4.912.122 705.137 73.446.547 PORCENTAGEM 38.9 32.4 16.3 3.4 1.3 6.7 1.0 100

4.3 VARIÁVEL II: UNIDADES HABITACIONAIS CONSTRUÍDAS

Segundo os dados da Fundação João Pinheiro, são necessárias a construção de aproximadamente seis milhões de novas moradias, para atender apenas as populações com renda de até três salários mínimos85, este é o número do déficit habitacional desse setor populacional. Essa metodologia usada para definir o déficit habitacional, também prevê que a vida média das habitações seja de 50 anos, tempo necessário para se renovar o estoque de 45 milhões de residências existentes em 2005.

Segundo os dados do IBGE, a população com renda inferior a três salários mínimos, cresce aproximadamente em um milhão e meio de pessoas por ano, apesar deste número poder variar significativamente conforme o aumento ou decréscimo do salário mínimo, pode ser tomado, de maneira ilustrativa, como base para o cálculo da demanda por novas moradias86.

Estimando-se um prazo de vinte anos para resolver o problema de fornecimento de habitações relativas apenas ao déficit habitacional existente e o conseqüente fim do mesmo, seria necessário então a execução anual de 300 mil unidades habitacionais, totalizando assim os seis milhões de moradias, mais 400 mil unidades referentes à demanda decorrente do aumento populacional e pelo menos 500 mil unidades referentes à renovação do estoque de moradias.

Desta forma seria necessária a construção de 1.200 mil novas unidades habitacionais por ano, durante os vinte anos estimados destinadas apenas às famílias com renda inferior a três salários mínimos. Deve se considerar, no entanto, que a responsabilidade do fornecimento

85 O déficit habitacional de 7,2 milhões considera todas as faixas de renda.

86 O cálculo, de fato, deve considerar variáveis mais complexas, tais como o número de indivíduos por família,

de moradias87, não é exclusiva do Governo Federal, tendo que se somar aos esforços deste, o dos Governos Estaduais e Municipais.

Tais números, ainda assim encontram-se certamente superdimensionados, considerando-se a Tabela 24 que mostra a evolução do déficit habitacional básico entre 1991 e 2000. Mesmo sabendo que alguns critérios88 componentes do déficit habitacional não estão contidos nesse cálculo, tem-se um aumento do déficit habitacional de aproximadamente 100 mil unidades habitacionais por ano.

Desta forma, talvez bastasse apenas duplicar a quantia de unidades produzidas para as famílias com renda inferior a três salários mínimos para estagnar o crescimento do déficit habitacional, tendo em vista ter sido estimada em 100 mil moradias/ano a produção no último período de governo analisado, no entanto, sem considerar ainda a própria solução do déficit habitacional.

Esses números tornam bastante evidente a atuação do mercado informal da produção de moradias, principalmente no que diz respeito às populações de menor renda, fazendo com

87 Como visto na Introdução, pagina 9. 88 Ver capítulo I seção 1.2.

TABELA 24 – COMPARATIVO DO DÉFICIT HABITACIONAL BÁSICO (1), ENTRE 1991 E 2000

ESPECIFICAÇÃO IMPROVISADOS DOMICILIOS CONVIVENTES FAMÍLIAS CÓMODOS DOMICÍLIOS RÚSTICOS TOTAL Déficit Brasil 2000 246.783 3.239.441 524.900 1.879.015 5.890.139

Déficit Brasil 1991 146.535 2.738.853 390.125 1.727.845 5.003.358

Diferença 1991/2000 100.248 500.588 134.775 151.170 886.781

Fonte: Com base em: Dados Básicos: IBGE, Censo Demográfico 1991 e 2000

(1) Déficit habitacional básico se refere à soma da coabitação familiar, dos domicílios improvisados e dos rústicos. Pode haver dupla contagem entre cômodos (componente da coabitação familiar) e as estimativas de domicílios rústicos, feitas através de método indireto, possibilidade pouco provável em função do conceito desses dois componentes.

que o poder público não assuma plenamente as suas obrigações registradas na Carta Magna e dimensione os recursos a serem aplicados na solução do déficit de maneira inadequada.

O problema já seria grave caso se considerasse apenas a construção insuficiente de moradias, contudo este trabalho considera ainda duas outras sub-variáveis da variável Unidades Habitacionais Construídas:

Sub-variável 1: Inadimplência

Sub-variável 2: Inadequação dos programas habitacionais

A Tabela 25 apresenta os dados relativos à inadimplência superior a 60 dias por faixa de renda, esclarecendo de maneira bastante eloqüente, que o pagamento das prestações relativas ao financiamento da moradia pode tornar-se um problema a mais e não uma solução.

Pode-se notar que apesar de um pouco mais de 20% dos financiamentos contratados junto às famílias com renda inferior a três salários mínimos estarem em situação de inadimplência, esses contratos correspondem a quase 44% dos valores totais investidos para esse setor.

Ou seja, significa dizer que aquelas famílias com renda até três salários mínimos, com financiamentos mais altos, não estão conseguindo retirar os gastos com moradia do orçamento familiar.

Percebe-se que nas outras faixas de renda isso não ocorre com a mesma intensidade, considerando que a porcentagem de contratos inadimplentes é superior a porcentagem relativa dos valores destes.

A falta de recursos alocados para o atendimento das necessidades habitacionais das famílias de menor renda caracteriza não apenas uma possível falta de interesse do Estado, mas também a dificuldade do poder público de acessar as famílias com renda de até três salários mínimos.

Este acesso acredita-se, não possa ser realizado com recursos onerosos, tendo em vista a pouca capacidade de endividamento da clientela em questão.

Uma forma de mostrar o caráter inadequado dos programas habitacionais destinados aos setores de menor renda é a própria avaliação realizada pelo Ministério do Planejamento e Orçamento do desempenho destes com relação aos Planos Plurianuais (PPA).

Como exemplo, pode-se citar uma das críticas relativas ao programa Carta de Crédito direcionado a todas as faixas de renda é exposta na Avaliação dos Resultados e da Implementação, presente no relatório de avaliação dos programas do Plano Plurianual (PPA) de 2003/2007:

O programa deve ser direcionado, primordialmente, ao combate do grande déficit habitacional encontrado na faixa de até cinco salários mínimos, bem como proporcionar a desconcentração geográfica de suas aplicações. É impedimento para tal objetivo a ausência de fundo financeiro com recursos suficientes para subsidiar as demandas sociais, compostas por famílias sem poder de compra suficiente para exercer o direito social à moradia; as altas taxas de serviços cobradas pelo agente financeiro, que não podem ser suportadas pela população de baixa renda. Além disso, as regras atuais sobre risco de crédito inibem o financiamento habitacional e excluem as populações mais necessitadas.

TABELA 25 – INADIMPLÊNCIA SUPERIOR A 60 DIAS DE ATRASO POR FAIXA DE RENDA EM PROGRAMAS COM RECURSOS DO FGTS – EM DEZEMBRO DE 2005

CONTRATOS ATIVOS CONTRATOS INADIMPLENTES FAIXA DE RENDA