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Um recurso é um meio que permite obter algo que se pretende, podendo ser de todo tipo. O dinheiro é um bom exemplo, pois ele e o meio para comprar um carro. O recurso pode ser o meio para comprar algo, produzir um bem, construir alguma coisa etc.

O trabalho, realizado pelas pessoas, é um dos recursos (meio) mais precioso de uma organização: os recursos humanos. É por conta dessa importância que atualmente há tantos debates acerca das mudanças no setor de recursos humanos/gestão das pessoas dentro das empresas. E, de início, são nessas próprias nomenclaturas que podem residir significados, conceitos, entendimentos e ações não adequadas sobre o próprio tema.

Ao escolher ou adotar o termo recursos humanos corre-se, na maioria das vezes, o risco de tratar as pessoas como meros recursos, como coisas, através da direção e do controle, buscando obter delas o maior rendimento possível.

Ao utilizar o termo gestão de pessoas, pode se deixar subentendido um tratamento direcionado, uma certa imposição, considerando algo ou alguém que vai ser gerido, administrado, controlado, de uma maneira apenas passiva.

Um dos melhores caminhos, sem dúvidas, é não coisificar esses conceitos e as pessoas. É não as conceituar e entendê-las de uma maneira passiva, estática, absorvidas pela inércia. É importante uma diferente conceituação. Entender diferente e o mais importante: praticar diferente.

REFLITA

Nas organizações modernas as vezes é preciso deixar termo “recursos humanos” um pouco de lado e pensando no colaborador, no talento, pensando numa gestão com pessoas. O “com” faz toda a diferença. Desde que saia da teoria e vá para a prática.

Administrar com as pessoas significa tocar a organização juntamente aos colaboradores: os parceiros internos que mais entendem dela, das suas atividades, dos seus negócios e do seu futuro. Isso requer uma nova visão das pessoas, não mais como um mero recurso organizacional, um objeto servil ou mero sujeito passivo do processo produtivo, mas fundamentalmente como um sujeito ativo e provocador de decisões, empreendedor das ações, criador da inovação e agregador de valor dentro das organizações. Mais do que isso, um agente ativo e proativo que dá vida a organização e dotado de inteligência - a maior e mais avançada e sofisticada habilidade humana (Chiavenato, 2014).

Em uma organização, é muito importante não olhar os recursos humanos apenas como indivíduos. Observar as equipes de trabalho, montá-las, treiná-las e desenvolvê-las é ponto fundamental. É muito comum no nosso cotidiano escutarmos a palavra “trabalho em equipe”.

Para a boa execução de um projeto, em todos os seus ciclos, é importante saber sobre a importância do trabalho em equipe e como ele faz a diferença para o sucesso de um projeto.

Mas afinal, o que isto realmente significa “trabalho em equipe”?

As empresas, que antes tinham um formato de trabalho individual, começaram a entender que era de extrema importância dividir as tarefas, passando a ter um formato de trabalho coletivo. Embora o trabalho coletivo gere conflitos, mobilize recursos, entre outros fatores, em determinados momentos ele é essencial para o sucesso de uma empresa.

Nas empresas, os profissionais terão, em quase todos, os casos a experiência de trabalhar de forma coletiva. O que você precisa estar atendo é que o trabalho coletivo vai muito mais além do que se trabalhar em grupo, é preciso trabalhar em equipe.

Para entender a definição de equipes vamos ver um exemplo prático. Você está em uma organização e seu superior diz: “Você fará parte de uma equipe!” Qual a primeira coisa que vem em sua cabeça? Normalmente as pessoas já associam a resposta àquilo que é o oposto dela: não trabalharei sozinho. De fato, esta resposta está correta, mas trabalhar em equipe é muito além do que simplesmente não executar uma atividade de forma individual.

A primeira coisa é que um trabalho coletivo pode ser realizado em grupo e em equipes. Você deve estar se perguntando agora se isto não significa a mesma coisa. Embora nos dois casos o modo de trabalho é coletivo, existem diferenças.

Observe que o que difere um grupo de uma equipe são, principalmente, os objetivos em comum que os profissionais pretendem alcançar e a forma como os membros interagem coletivamente. Você deve estar atento que embora o trabalho em equipe seja muito comum nas empresas, algumas delas simplesmente desprezam essa forma de trabalho e, ainda aquelas que têm o formato de trabalho em equipe, apresentam alguma deficiência na formação de suas equipes.

E, ao formar equipes deficientes, um gestor de projetos terá ainda mais dificuldade em treiná-los e desenvolvê-los, principalmente se todos os indivíduos desta equipe malformada tiver interesses e objetivos muito distinto.

Figura 11 - O critério de seleção individual é importante na composição de equipes

Fonte: freepik

Você sabia que nem sempre formar uma boa equipe está a cargo do RH? Porém, o profissional de RH precisa estar atendo para perceber que quando uma boa equipe não é formada, isto vai exigir uma dedicação ainda maior para treinar e desenvolver esta equipe.

É fundamental que uma equipe que faça a composição de um projeto seja qualificada e capacitada. A formação da equipe tem uma estrutura vertical, isto mostra que de alguma forma as estruturas de formação de equipes obedecem a certa hierarquia como, por exemplo: diretores, supervisores e funcionários.

Formar uma boa equipe vai além de entender sua estrutura. É preciso, além de formar uma equipe, treiná-la e desenvolvê-la. O desenvolvimento de uma equipe pode ser realizado a fim

de atender dois objetivos distintos. Se a empresa que você irá trabalhar, por exemplo, está com algum problema nas relações internas entre os indivíduos de determinado setor, é provável que o gestor precise fazer com que haja um treinamento que busque um desenvolvimento intraequipes. Porém, se o problema desta empresa é entre diversos setores, o gestor precisará desenvolver os setores de forma interequipes.

Os gestores de um projeto devem saber identificar se os problemas são dentro de um determinado setor ou entre setores, ou seja, onde é necessário executar melhorias no desempenho do trabalho. Ter sensibilidade para identificar isto fará com que você desenvolva cada vez mais o trabalho de sua equipe em prol do projeto e da empresa.

Suponha que João trabalhe no departamento administrativo de uma empresa e necessite de um relatório financeiro para tomar uma decisão importante. É necessário que o departamento financeiro disponibilize este relatório. Porém, Antônio, que trabalha no departamento financeiro não quer liberar o relatório para João, pois sempre há problemas entre os dois departamentos e ele viu nesta atitude uma forma de prejudicar João e o seu departamento. Você é responsável por dois departamentos e precisar resolver imediatamente este problema. O que você faria?

Naturalmente é preciso que haja um treinamento em busca de um desenvolvimento interequipes. Resolver os problemas dentro de apenas um único setor não seria a melhor alternativa, uma vez que o problema é entre os dois departamentos. Se você respondeu interequipes, você já começa a desenvolver um entendimento positivo sobre a formação de grupos, como treinar, desenvolver e trabalhar com eles.

O desenvolvimento de uma equipe não acontece de forma desordenada. Ela é feita através de etapas que se inicia na definição da equipe e termina com a criação e definição de um plano de acompanhamento.

Quando treinamos e desenvolvemos equipes estamos naturalmente lidando com pessoas. Cada pessoa vai requerer uma atenção especial. Isto mostra que treinar e desenvolver uma equipe são pontos extremamente delicados. Uma das teorias que falam sobre as personalidades humanas virou um diagrama, que ficou conhecido como “Eneagrama de Personalidade”.

SAIBA MAIS

A fim de enriquecer seus conhecimentos e saber identificar as nove personalidades existentes, leia o artigo “Eneagrama e empreendedorismo: o uso da teoria das personalidades no mundo corporativo”. Clique aqui.

Agora que você já é capaz de entender como deve ser formada uma equipe e a importância de uma boa formação de equipes para treiná-la e desenvolvê-las, podemos prosseguir com nosso estudo. Vamos em frente?

Visto a forma com que as empresas montam suas equipes e como ela as desenvolve você precisa a partir de agora entender que nem sempre estas equipes, uma vez formadas, atuam exatamente como equipes. Em alguns momentos o trabalho coletivo é desempenhado apenas como um grupo e, em outros momentos atuando como verdadeiras equipes. É importante que você compreenda bem este assunto, pois ele é à base do entendimento de como uma equipe atua.

Antes de tratarmos especificamente sobre os métodos de treinamento precisamos entender que existe uma diferença entre treinamento e desenvolvimento. Você sabe qual a diferença entre treinamento e desenvolvimento?

O treinamento em uma organização é algo muito mais específico e significa, sinteticamente, preparar um funcionário ou um grupo de pessoas para uma determinada função. Já desenvolvimento é algo muito mais amplo, como preparar alguém para toda a vida.

SAIBA MAIS

Para saber mais sobre treinamento e desenvolvimento, interrompa neste momento a leitura deste eBook e leia este excelente artigo: “Avaliação do Sistema de Treinamento e Desenvolvimento em Empresas Paulistas de Médio e Grande Porte”, escrito por Campos, Barduchi, Marques, Ramos, Dos Santos e Becker, publicado em 2004. Clique aqui.

O gestor de um projeto deve ter claro em sua mente que, embora possa desejar desenvolver um determinado profissional ou uma determinada equipe, uma vez que já estudamos que de forma geral as empresas trabalham com grupos e equipes, ele precisa perceber que o desenvolvimento só acontecerá se houver o desejo por parte do indivíduo ou da equipe que será treinada.

Um erro muito comum dos gestores é a falsa impressão que ao treinar determinado grupo de funcionários ele provocará desenvolvimento deste grupo. Reforço, se o funcionário ou um grupo de funcionários não tiver interesse no treinamento e no desenvolvimento profissional, o desenvolvimento não acontecerá.

Entendendo a importância do treinamento e do desenvolvimento vamos estudar agora os principais métodos de treinamento.

Os principais métodos de treinamento são: treinamento no trabalho, treinamento formal interno, treinamento formal externo, treinamento à distância, integração de novos empregados, trainees e estágios. O gestor deve ter a sensibilidade de perceber qual o método de treinamento mais adequado para diferentes circunstâncias.

Se preciso treinar um grupo de funcionários e este treinamento deve se dar apenas com os funcionários da própria organização e não deve ser realizado dentro da própria empresa, deve se utilizar o método de treinamento formal interno.

Já se o treinamento for com a própria equipe de trabalho e dentro da organização, o método de treinamento mais adequado é o treinamento no trabalho.

Hoje as organizações já realizam muitos treinamentos a distância. Esta modalidade passou a incorporar os programas de treinamentos organizacionais, dada sua flexibilidade e, muitas vezes, eliminando custos de transporte (até o local do treinamento).

RESUMINDO

Não há nada mais problemático do que uma equipe desmotivada e incapaz de funcionar de forma coesa e em equipe. Portanto, a principal responsabilidade do gerente de projeto é garantir uma abordagem profissional em relação à gestão de pessoas.

Treinar e desenvolver pessoas, gerenciar a equipe de forma integral, é crucial para o bom funcionamento da empresa, dos diversos setores, para o bem-estar de cada integrante da equipe e para o alcance dos objetivos da empresa.

REFERÊNCIAS

CHIAVENATO, Idalberto. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 1999.

DARNALL Russel; PRESTON John. Project Management from Simple to Complex. University of Minnesota Libraries Publishing, 2016.

DUTRA, Joel Souza. Gestão de Pessoas. São Paulo: Atlas, 2008.

KERENER, H. Gestão de projetos: as melhores práticas. São Paulo: Bookman, 2002.

VARGAS, Ricardo Viana. Gerenciamento de projetos: estabelecendo diferenciais competitivos. 4. ed. Rio de janeiro: Brasport, 2002.

WOILER, S., MATHIAS, W.F. Projetos: planejamento, elaboração e análise. São Paulo: Atlas.

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