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1.4. Organização Escolar 38 

1.4.2. Recursos Humanos da Escola 46 

No quadro em Anexo V apresento um pequeno panorama dos funcionários da escola pesquisada.

Conforme o Regimento Escolar, estabelecido através da Portaria SME nº 197/1998 (SÃO PAULO, 1998), norteados através da Lei 11.229/92, dispõe sobre o Estatuto do Magistério Público Municipal (SÃO PAULO, 1992) e da Lei 11.434/93, dispõe sobre a organização dos Quadros dos Profissionais de Educação da Prefeitura do Município de São Paulo (SÃO PAULO, 1993), a equipe escolar estava constituída por: equipe técnica, da qual faziam parte o diretor de escola, o assistente de diretor de escola e os coordenadores pedagógicos; equipe docente, da qual faziam parte os professores em exercício na escola; e a equipe auxiliar de ação educativa, da qual faziam parte o auxiliar de direção, o secretário de escola, auxiliares técnicos de educação e os agentes escolares.

A função do diretor de escola era a de coordenação do funcionamento geral da escola e da execução das deliberações coletivas do Conselho de Escola, de acordo com as diretrizes da política educacional da Secretaria Municipal de Educação. Infelizmente, a mudança freqüente de diretor nessa escola, sempre trazia novos rumos para o dia-a-dia escolar, que não eram incorporados pela equipe. O Diretor da época estava na escola apenas dois anos e já havia pedido remoção para uma outra escola. A rotatividade de profissionais na educação é um problema enfrentado por grande parte das escolas públicas, dificultando o andamento dos projetos e da melhoria da qualidade escolar. Marin (2004) aponta a rotatividade e itinerância que causam prejuízos para a formação dos alunos da escola.

O assistente de diretor, conforme o Regimento Escolar, deve substituir o diretor em casos de faltas ou licenças, responder pela direção da escola, em horários que ele não estiver e colaborar com o Diretor no desempenho de suas atribuições específicas. No início

do segundo semestre a assistente de diretor aposentou-se, e uma parte das atividades que ela realizava foram encaminhadas principalmente para a auxiliar de direção.

O coordenador pedagógico deve integrar e articular as ações pedagógicas e didáticas desenvolvidas na escola; participar e assessorar o processo de elaboração do Plano Político Pedagógico; identificar, juntamente com a equipe escolar, casos de alunos que apresentem necessidades de atendimento diferenciado, orientando decisões que proporcionem encaminhamentos adequados; participar, juntamente com a equipe escolar e o Conselho de Escola, da proposição, definição e elaboração de propostas para o processo de formação permanente, assumindo os encaminhamentos de sua competência. A escola possuía dois coordenadores, um que participava da equipe docente do Ciclo I e o outro do Ciclo II e EJA (Educação de Jovens e Adultos).

A equipe docente deve participar do processo de elaboração do Projeto Político Pedagógico; planejar, executar, avaliar e registrar os objetivos e as atividades do processo educativo, numa perspectiva coletiva e integradora; planejar e executar estudos contínuos de recuperação e de compensação de ausências de tal forma que sejam garantidas novas oportunidades de aprendizagem e maior tempo de reflexão aos alunos; discutir com os alunos e com os pais ou responsáveis as propostas de trabalho da escola; identificar em conjunto com a coordenação pedagógica, casos de alunos que apresentassem necessidade de atendimento diferenciado (esses casos eram apresentados durante as reuniões de Conselho de Classe); e participar das reuniões de avaliação do aproveitamento escolar. A equipe dos docentes subdividia-se em duas categorias: os professores titulares de cargo, que participavam da escolha de aulas na escola em que se efetivaram, e os professores adjuntos, que participavam da escolha de aulas na Subprefeitura em que se efetivaram e que escolhiam as aulas restantes da escolha dos titulares. Os professores adjuntos poderiam substituir o professor titular em caso de faltas, contudo na escola pesquisada esses professores estavam com salas atribuídas, não existia nenhum professor adjunto para substituir um professor titular, caso ele faltasse, gerando as dispensas constantes dos alunos, algumas vezes saindo mais cedo do período de aula, outras sendo dispensados logo na entrada do período. Não havia a substituição dos professores pelo POIE pelo auxiliar de direção ou, então, pela vice-direção. A prioridade da escola era a atividade administrativa,

pois o POIE também auxiliava a administração. Algumas medidas estavam sendo tomadas para o ano de 2008, e o cargo de professor adjunto estava se extinguindo.

O Estatuto do Funcionalismo Público Municipal concede o direito a dez faltas abonadas, seis justificadas, trinta consecutivas e sessenta intercaladas injustificadas. A tendência de todos, na escola, era dar todas as faltas abonadas a que tinham direito, como também constatou Patto em sua pesquisa (PATTO, 1999). Essas faltas eram deixadas, por muitos professores, para o segundo semestre, pois diziam que estariam mais cansados; isso de fato ocorreu e os alunos foram dispensados muitas vezes.

Existem duas categorias de profissionais criados pela Lei nº 8.694, de 31 de março de 1978 (SÃO PAULO, 1978) para substituição dos professores efetivos, conhecidos como estáveis28 (servidores que tinham 5 anos contínuos de serviço público no dia da promulgação da Constituição Federal 05/10/1998) e não-estáveis29 (servidores que não tinham 5 anos contínuos de serviço público no dia da promulgação da Constituição Federal/88), que participavam da escolha de aulas nas Subprefeituras sempre após a escolha dos professores efetivos adjuntos.

As aulas excedentes eram atribuídas a professores contratados, geralmente por um período de seis meses, sujeito à renovação conforme interesse da SME; contudo devido ao último concurso esse procedimento não estava ocorrendo.

O auxiliar de direção, ainda conforme o mesmo Regimento Escolar, deve atender a comunidade escolar, informando, orientando e agilizando os encaminhamentos necessários; auxiliar na organização do funcionamento do turno no qual atua. A presença do auxiliar de período na escola era muito importante, pois era ele que batia o sinal de entrada e saída das aulas, encaminhando todos para o início e término de cada uma delas. Muitas vezes presenciei o auxiliar conversando com mães sobre o comportamento dos alunos na escola, aconselhando como proceder melhor na educação.

O auxiliar técnico de educação deve dar atendimento aos alunos, nos horários de entrada, saída, recreio e em outros períodos, em que não houver assistência do professor;

28 Conforme a Lei nº 11.434, de 12 de novembro de 1993 art. 70 inciso II (SÃO PAULO, 1993), esses Profissionais de Educação, estão inscritos de ofício nos concursos públicos a serem realizados após a promulgação da Constituição Federal/ 88, para provimento dos cargos de Professor Titular correspondentes, e estão dispensados do cumprimento do estágio probatório de 3 anos.

29 Conforme a Lei nº 11.434 de 12 de novembro de 1993 art. 73 (SÃO PAULO, 1993), esses Profissionais de Educação, estão inscritos de ofício nos concursos públicos a serem realizados após a promulgação da Constituição Federal / 88, para provimento dos cargos de Professor Titular correspondentes.

executar atividades definidas pelo diretor da escola. O auxiliar permanece na Secretaria da escola, realizando muitas vezes o trabalho burocrático.

O agente escolar auxiliava no atendimento e organização dos alunos nos horários de entrada, recreio e saída.

O inspetor de alunos permanecia nos corredores das salas auxiliando o atendimento e organização dos educandos nos horários de entrada e saída das aulas.

O agente de vigilância vigiava, inspecionava e vistoriava o prédio escolar e suas instalações, equipamentos e materiais.

O quadro do Anexo VI apresenta os diferentes tipos de jornada que o professor da prefeitura pode escolher e sua remuneração inicial.

Os professores que atuavam no Ciclo II do Ensino Fundamental, que possuíam cargo efetivo podiam optar por sua jornada de trabalho: Jornada Básica (JB), na qual o professor deveria ministrar o mínimo de 18 (dezoito) horas-aula semanais e cumprir duas horas, sendo 1 hora na Unidade Escolar e a outra livre; Jornada Especial Ampliada (JEA), na qual o professor ministrava 25 (vinte e cinco) horas-aula semanais e 5 (cinco) horas- atividade semanais, sendo três na Unidade Escolar e duas livres; e a Jornada Especial Integral (JEI), na qual o professor ministrava 25 (vinte e cinco) horas-aula e 15 (quinze) horas adicionais, sendo 11 (onze) horas-aula semanais na própria escola, onde das 11 horas aula, 8 eram em horários coletivos com o Coordenador Pedagógico e 3 horas aula eram realizadas individualmente na Unidade Escolar, as 4 horas-aula semanais restantes o professor podia cumprir em local de livre escolha.

Analisando o quadro do Anexo VI, é possível perceber que as condições salariais dos professores que trabalhavam 40 horas-aula eram melhores, sendo que esses dados eram dos professores em início de carreira, pois através das evoluções funcionais por tempo, ou por merecimento, através de cursos e títulos o salário pode duplicar.

Dos professores pesquisados, alguns participavam obrigatoriamente dos horários de projeto coletivo, ou seja, do Projeto “Reconstrução do Currículo Através das Inteligências Múltiplas”, mencionado anteriormente (PEA). A professora de Matemática, de Português, de Artes e de Inglês, assim como o POIE, reuniam-se com a coordenadora pedagógica três dias na semana após o período de aula para estudarem os objetivos do projeto e como realizá-los junto aos alunos e à escola. Nos dias em que os estudos não aconteciam, por

falta da coordenadora, os professores costumavam preparar as aulas para a semana e corrigir atividades que os alunos tinham feito.

Percebe-se que os professores tinham boas condições para o trabalho com muitas horas remuneradas para cumprir com o espectro de funções: preparo, correção, estudo.

1.5. Professores do Ensino Fundamental, que atuam no Ciclo II da EMEF “Henrique

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