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A rede na visão das profissionais: trabalho artesanal que é construído pelas

5.2 ANÁLISE DOS DADOS PRODUZIDOS

5.2.1 A rede na visão das profissionais: trabalho artesanal que é construído pelas

A formação da rede é um trabalho artesanal construído com comprometimento; processo permeado por movimento. A rede se faz a partir das pessoas, em um trabalho contínuo e de relações. Ela é pensada no seu sentido metafórico em alusão à rede de tecido, composta por linhas que necessitam ser costuradas, amarradas. Assim, as profissionais

destacam a necessidade de realizarem as amarrações por meio do contato com as pessoas, profissionais, dos serviços. Consideram que, para que seja possível realizar a articulação, há necessidade de formação de vínculo e parcerias entre os serviços. Se colocam como integrantes dos nós da rede e reforçam a necessidade de amarração dos nós entre si.

É esse comprometimento. (P3/SES)

[...] Eu entendo rede como postura, claro que depois a gente até pode fazer um desenho dessa postura pra ilustrar, mas se partir do desenho e ficar no desenho aí não funciona. Então talvez a diferença, desenho se faz com caneta, postura se faz com amarrações. E aí eu me lembro do Gastão [Médico Sanitarista] quando ele fala de um certo trabalho artesanal né, propôs um movimento de, um novo processo de trabalho. Ele fala da necessidade de um trabalho artesanal, costurar é artesanato. Desenhar hoje em dia tu põe num programa de computador e sai um desenho, costura é mais. Acho que a diferença principal é isso: fluxo, no papel e costura, a linha mesmo, sabe? (P4/Hospital)

[...] Então essa trajetória que a gente vai construindo e se dando conta no nosso grupo que a gente não conhece o trabalho das pessoas e que agente precisa fazer essa aproximação e que precisa ver que muda de endereço, de telefone e que a gente, constrói pessoalmente a trajetória [...], porque isso tu vai fazendo com o tempo, essas relações profissionais [...] relações com as pessoas. [...] isso pra mim é rede, mas é uma rede de pessoas de mãos dadas, sabe? De pessoas comprometidas, e daqui a pouco tem alguém que fura, mas tem um monte de gente boa que trabalha muito bem, a gente tá fortalecido aqui dentro. [...] Isso é rede, é linha de cuidado, é trabalho assim que a gente vem se fortalecendo, e tendo essa confiança que pode vencer, avançar, que pode cuidar das pessoas. E mobilizar outras pessoas [...] se cria no contato com as pessoas e não é numa capacitação, é no contato diário, nessa intervenção que a gente faz sempre, e nessa construção que tu tá ajudando a fazer [...] é vínculo, porque tem toda uma complexidade, por exemplo, dentro do [nome do hospital], que eu conheço. E a [nome da profissional da SMS] por mais que ela se informe e se esforce, ela não vai conseguir porque é a minha realidade de trabalho. [...] E tu vai ampliando, ajudando, se a pessoa tá disposta né? (P5/ Hospital)

A rede, olha se eu tenho um grupo de acolhimento e eu escuto alguma coisa, primeira coisa eu tenho é o sentimento de compaixão pelo ser humano, eu vou me instigar, buscar alguma coisa, ai eu fico pensando, na hora eu posso não ter a resposta completa, ah mas eu tenho um colega que trabalha em tal lugar, em Porto Alegre, ta lá a portaria, o que será que ela falou lá, que eu não captei, e eu vou fazendo uma rede, a rede não está pronta a gente é quem constrói. Nós somos os nós, tudo que eu estudo diz que nós somos os nós da rede. Bom então eu tenho que amarrar o meu nó com alguém [...] porque assim, o que eu, eu ficava pensando, eu vi aquela menina lá falando sobre uma atividade com mulheres, eu vi alguém outra coisa, nós estamos sempre trabalhando com isso, mas parece que sempre falta algo. [...] Acho que [...] desmistificar essa palavra [rede], que todo mundo acha que a rede está fora. E nós somos. (P9/SMS)

A rede pensada no seu sentido metafórico em alusão ao tecido é composta por linhas que necessitam ser costuradas, amarradas, na fala das profissionais. A grande contribuição teórica para se analisar a formação de redes surge na matemática. Assim constrói-se a metáfora que apresenta o significado de rede como relações formadas a partir da comunicação. Nessa área, destaca-se a teoria dos grafos que é a representação de uma rede, formada por nós e arestas (linhas que interseccionam dois vértices) que conectam os nós. A representação por meio de grafos pode ser utilizada como metáfora para vários sistemas: por exemplo, rotas de voo e seusaeroportos; um sistema de órgãose suas interações; assim como, osindivíduos e suas interações (RECUERO, 2009).

O conceito de rede indica dois elementos gráficos primários: o ponto, o indivíduo, e, a linha, os caminhos, os quais são os elementos estruturantes das redes. Com base nos conceitos da geometria, uma rede é formada por pontos e linhas. Uma linha é constituída por uma sequência de pontos, o ponto é representado espacialmente por um par de coordenadas: x, y. O espaço constitui-se de planos que são formados por uma separação de linhas adjacentes e

assim por diante (VERMELHO, BERTONCELLO, 2015).

O conceito de rede, constituída de pontos unidos por linhas, apresenta elementos primitivos da ciência que permitiu construir habilidades para perceber o real e atribuir significado. O termo rede, assim, carrega significados ambíguos, visto que indica ao mesmo tempo: aprisionar libertar. Ele permite colocar em contato pessoas localizadas em locais distintos, uma vez que a rede possibilita estabelecer relações entre dois pontos, definição que está associada a estrutura de comunicação e transporte (VERMELHO, BERTONCELLO, 2015).

Na imagem da rede como objeto, destaca-se uma continuidade de linhas que se cruzam e se entrelaçam, passando pelos nós, elas criam ligações entre eles. Essa dependência entre as linhas da rede e os nós constitui a sua própria essência. Não há rede sem linhas fortemente interconectadas. A rede se caracteriza pela absoluta dependência de todos os nós entre si (VERMELHO, BERTONCELLO, 2015).

É nesse sentido que pode se associar esses conceitos às falas produzidas pelas profissionais. Quando a representação de um grafo, por exemplo, envolve a conexão entre no mínimo dois pontos e nesses pontos, um traçado que representa ummovimento de vai e vem, pode-se associar ao movimento de “ida e vinda”, anunciada pelas participantes, que se traduz na necessidade de referência e contrarreferência para formação de rede. Essa afirmação alude à conexão entre os pontos (serviços) para que possam se articular e desenvolver um trabalho

contínuo em rede, a exemplo de um fluxograma dos serviços, onde se representa graficamente o traçado entre eles.

Assim, a construção da rede deve ser permeada pelo comprometimento e contato com as pessoas e com as instituições, ou serviços. Isso possibilita conhecer o trabalho desenvolvido em cada serviço, bem como seus processos de trabalho. Essa construção vai além do encaminhamento descompromissado ao outro serviço. Deve ser permeada pela comunicação de ambos os serviços, o que elas se referem à referência e contrarreferência.

[...] Isso também faz parte de uma rede, conhecer as pessoas, as instituições que elas trabalham, o que elas fazem, o que o meu trabalho tem a ver com o dela e se ela vai estar aberta pra receber aquilo que eu tenho pra mandar porque é ela que resolve [...] por exemplo,[...] tem uma situação assim com uma idosa, eu vou mandar lá pra Delegacia da Mulher, eu vou ter que ter um acerto com a [nome da profissional] de que casos que a saúde encontra vão ser chamados ou vão ser encaminhados pra aquela instituição. [Pois é, essa coisa a gente vai construindo] (P5/ Hospital).

Então o comprometimento é de que?[...] Sim, vai construindo sim e vai... (P3/SES)

Os contatos são muito importantes. [...] porque o contato com as pessoas, essa ligação que a gente tem [...] é ter um canal dentro daquela instituição. (P8/Delegacia)

A questão do contato [...] e eu acho que isso é rede, não é tu pega e ficar questionando o serviço que mandou errado, é tu ligar pra aquele serviço e explicar: “tu sabe pra onde é que tu encaminha? O porquê tu encaminhou esse usuário? Saber o contexto do outro serviço também. Eu acho que falta muito esse olhar dos profissionais sabe? E aqui, eu acho que o GT não deixa de ser uma capacitação, a gente fica olhando aqui e observando quem são os profissionais que estão aqui, fazendo parte sabe? São poucos, se tu for ver. E e a gente acaba convidando [...] tipo, eu cheguei lá no CAPS e disse: vamos participar? “ah tu não é estagiária? Tu já faz representação do serviço”. Eu não faço representação do serviço. Então acho que falta essa corresponsabilização dos profissionais de se apropriar desses espaços, não adianta ficar só reclamando, achando que faz a rede, chega no serviço e encaminha, por exemplo, depois lá pra psiquiatria, eu não to fazendo a rede, eu não sei se esse usuário chegou lá, eu não sei se esse usuário sabe o que é esse serviço, entendeu? Então eu acho que vai muito do profissional se autodeclarar, “ah eu sou o entendedor da rede eu faço meu serviço”. Acho que não é bem assim”. (Acadêmica 1)

Tu faz uma referência e tu não tem a contra referência, dependendo assim, terminou, tá e aí? Será que deu certo o encaminhamento que eu fiz? Eu acho que acho que isso também, além de angustiar quem encaminha, quem recebe, eu acho que é importante de como rede a gente ter assim, esse feedback, essa troca contínua, pra saber, se está dando certo. Tem mais pessoas envolvidas? Tem pessoas envolvidas? Vamos correr atrás, o agente de saúde pode nos ajudar lá na unidade, pra ver o contexto familiar, o local que tem muita questão de violência, o que mais a gente como rede pode fazer? Vamos instigar quem mais pra nos ajudar? Talvez não sejamos nós, mas podemos fazer com que mais projetos venham ou mais

envolvimento do próprio gestor possa assistir pra diminuir a violência em determinado local, que tem já mapeado algumas redes dentro de Santa Maria. [...] (P7/ Hospital)

[...] Tem muitas articulações. [...] Então eu acho que o artesanato é exatamente esse, tu esquentar o nó da rede ajudando. E aí eu fico lembrando um outro termo que a PNH [Política Nacional de Humanização] fala muito que é contágio, assim, como aids pega, passando de pessoa em pessoa, esse manualzinho aqui [mostra manual/cartilha sobre os serviços], [...]. Então, ele também está contagiando [...]. Então também é um contágio de rede ter um instrumento formal, de auxílio, de contatos. (P4/Hospital)

Então o que a (P4/Hospital) está fazendo, é conversando com as pessoas [...] para estar dando o material que vai auxiliar. [...] Se o grupo tiver assim esse compromisso, é uma forma de trabalhar em rede, ter o material estar capacitando, é uma forma de capacitação. (P5/ Hospital)

Gente, ele não apareceu e foi encaminhado, ele veio de uma situação de violência, eu vou ligar pra unidade de saúde [...] eu acabo fazendo isso porque isso é tão simples, pegar o telefone e ligar [...] Tá tudo ali, dado. Tá nessa escuta sabe? Porque eu acho que a gente perde um pouco da humanidade e não pode ficar cinco minutos escutando porque eu tenho medo que vá me comprometer. Ah por favor! (P9/SMS)

A rede é formada pelas relações com as pessoas, na visão das participantes, “nós

somos os nós da rede”. Nos estudos da sociologia, existem dois tipos de redes: uma que

envolve a troca de bens e serviços, e outra que engloba a troca de informações, sendo esta um processo de comunicação entre pessoas(MITCHELL, 1969), sendo este último o significado adotado neste estudo. A rede assim é tratada por sociólogos e antropólogos como um sistema de trocas de informações, capaz de gerar padrões normativos para as condutas dos grupos e, consequentemente, padrões de identificação, em seus estudos urbanos (EPSTEIN, 1969). Consiste em um conjunto de nós que estão interconectados. Esses configuram e determinam os fluxos de informação e comunicação existentes entre essas conexões (CASTELLS, 2000).

Aplicada à temática da violência contra as mulheres, a lógica do trabalho em rede tem sido considerada a melhor estratégia para o enfrentamento da problemática, uma vez que as diversas demandas das mulheres extrapolam o poder de resolutividade de um único setor. Isso requer um conjunto articulado de ações intersetoriais (MENEZES et al., 2014; GOMES et al., 2012; d’OLIVEIRA et al., 2009). No entanto, destaca-se que a produção científica voltadaà análise da rede de serviçosé relativamente escassa, contrastando com a ampliação da rede de atendimento (LETTIERE, NAKANO, 2015; GOMES et al., 2012).

A rede de atendimento às mulheres em situação de violência é composta pelo conjunto de ações e serviços de diferentes setores

,

em especial, assistência social, saúde, justiça e

segurança pública, que visam à ampliação e melhoria da qualidade do atendimento; identificação e ao encaminhamento adequado das mulheres, bem como e à integralidade e humanização do atendimento. A rede se organiza em quatro principais setores: saúde, justiça, segurança pública e assistência social, sendo composta por serviços não-especializados, ou serviços gerais e serviços especializados de atendimento (BRASIL, 2011b).

Estudo realizado com profissionais desses setores converge com os resultados apresentados nesta pesquisa e demonstra o reconhecimento sobre a necessidade de realização de um trabalho em rede intersetorial pelos profissionais. A rede pressupõe comunhão de esforços e interação. Para que um trabalho em rede seja desenvolvido destaca elementos como articulação entre os serviços envolvidos com o problema, a criação de elos mais firmes, permeados pela a comunicação. Afirma que para melhorar as ações conjuntas é preciso manter contato entre os serviços (MENEZES et al., 2014). Para tanto, destaca-se a

importância das instituições pensarem estratégias de funcionamento que permitam a

comunicação intra e intersetorial (GOMES et al., 2012).

Para viabilizar a construção de uma rede e, a articulação intersetorial a fim de se garantir a continuidade dos vínculos é imprescindível que as instituições tenham suporte adequado de recursos humanos e uma dinâmica de trabalho favorável que lhes permitam espaços de comunicação intersetorial para o delineamento e construção da rede (GOMES et al., 2012). Destaca-se a importância da gestão no processo de articulação intersetorial, a fim de viabilizar a interação entre as mais diversas instituições. O que pode se concretizar por meio de espaços de encontros com representantes de diferentes instituições, como os GTs, com a finalidade de debater estratégias para o empoderamento das mulheres e enfrentamento da violência(MENEZES et al., 2014).

Quando questionadas sobre os pontos, os serviços, que compõem a rede de atendimento às mulheres em situação de violência, as profissionais citam os serviços de assistência social: CREAS e os CRAS; a Delegacia, a escola, o hospital, as Unidades de Saúde. Referem-se a uma rede intersetorial que inclui setores como cultura, habitação, trabalho, infraestrutura, justiça, dentre outros. Demonstram entendimento que outros serviços e locais podem ser inseridos na rede, como é o caso de abrigos.

O CREAS, a educação, muitas vezes, muitas, elas chegam na escola ou também a escola pode contribuir nessa compreensão do caso. E a Delegacia. (P1/SMS)

[a rede] vai pra além da saúde vai pra habitação, pro planejamento, pra infraestrutura da cidade, saneamento [...]. (P4/Hospital)

É intersetorial [...] a cultura; entra a justiça. (P5/ Hospital)

Depende, pode ser que seja o CRAS, a gente teve um caso que passou a ser acompanhado, por dois meses, no ambulatório, e na verdade o acompanhamento aconteceu após um ano da violência ter ocorrido, ela veio encaminhada pra mim pela profissional da nutrição, e ai depois a gente inseriu, fazendo contato com a rede também num local próximo à residência, o CRAS que seguiu o acompanhamento, mas pode ser o CREAS. (P6/Hospital)

[...] Essas uniões que a gente pode ter, não só a questão da rede dos gestores, por exemplo, que nós estamos aqui, mas de outras questões, é um abrigo [exemplo de serviço que trabalha no enfrentamento da violência] isso é o bacana. Tem várias situações a mais, que a gente às vezes desconhece [...]. Então eu acho que quando a gente souber, é importante essa inserção no grupo [GT] que a gente faz realmente a rede, não é só a questão de município, estado, não, é todos os outros que formam. (P7/ Hospital)

O reconhecimento dos serviços que compõem a rede pelas profissionais, acontece em convergência com a Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. Citam serviços como: hospitais gerais, serviços de atenção primária, ESF, delegacias, CRAS, CREAS, casas abrigo, Departamento Médico Legal, o Ligue 180 (BRASIL, 2011b). No entanto, deixam de citar serviços importantes como a Polícia Militar que no âmbito municipal, no período de produção de dados estava estruturando a Patrulha Maria da Penha (serviço responsável pela fiscalização do cumprimento de medidas protetivas pelos companheiros das mulheres em situação de violência). No âmbito da justiça, deixaram de citar o Ministério Público, as defensorias públicas e as ouvidorias da mulher e o Conselho de Direitos das Mulheres. Talvez pelo fato de este último não ser operante no município em questão (LANDERDAHL et al., 2016).

A necessidade de contato entre os serviços foi expressa claramente pelas profissionais. Percebe-se que o conhecimento das profissionais sobre os outros serviços, que não os seus, ainda é parcial. Não há fluxograma estabelecido de fato e nem trabalho coordenado em rede. O que reforçou a necessidade de reconstruir o fluxograma de atendimento, no decorrer deste estudo. O desconhecimento pode gerar o isolamento e facilitar a rota crítica da mulher, uma vez que essa pode ser encaminhada a locais onde não encontrará respostas para sua necessidade. Reforça-se que para que exista integração intersetorial o primeiro passo é a construção de um diálogo inicial entre os serviços (VIEIRA, HASSE, 2017; SCHRAIBER et al., 2012).

Conhecer os outros nós da rede. Se apropriar dos espaços. São afirmações que convergem com a carência apontada em alguns estudos: muitos profissionais ainda desconhecem o funcionamento dos serviçosque podem auxiliar as mulheres para enfrentar a violência,bem como a importância da articulação destes em rede. A dinâmica de trabalho em rede pressupõe que os profissionais conheçam os serviços, suas competências e o papel da rede(GOMES et al., 2012; VIEIRA, HASSE, 2017). O conhecimento dos serviços dá suporte para que sejam desenvolvidas ações de prevenção, notificação, registro, encaminhamento e acompanhamento às mulheres, favorecendo, dessa forma, a continuidade da assistência e o aumento da credibilidade nos serviços (MENEZES et al., 2014).

As falas estão permeadas por uma discussão complexa que se traduz no

acompanhamento dos casos como fator essencial no atendimento integral às mulheres. Para que a continuidade aconteça é preciso efetividade de todas as etapas que a compõem: reconhecimento da violência por parte dos profissionais, atendimento adequado, encaminhamento,o interesse e a busca pelo retorno das referências (MENEZES et al, 2014). Sendo assim, há necessidade de superar a porosidade entre os serviços (SCOTT, et al., 2016) e avançar para construção da rede, a partir de um trabalho permeado por amarrações.

Constata-se que as participantes estão apropriadas sobre a conceituação do trabalho em rede para o enfrentamento à violência contra as mulheres, no entanto, existem dificuldades para a concretização da articulação desse trabalho. Por outro lado também apontam alguns fatores positivos, as potencialidade para o trabalho em rede.

5.2.2 As dificuldades e as potencialidades para a composição da rede nos diferentes