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Redes de Transportes

No documento 2010.1Monografia Marcone Assis de Oliveira (páginas 38-41)

2.2 Redes Complexas

2.2.2 Algumas redes do mundo real

2.2.2.5 Redes de Transportes

Os transportes são fundamentais no mundo globalizado e estão em evolução contínua. O objetivo dos transportes é levar algo ou alguém de um local para outro.

Os transportes são divididos em diversas modalidades dentre as quais podemos citar: • Transporte Terrestre – modalidade de transporte realizado por terra. Engloba o

transporte rodoviário e o ferroviário.

• Transporte Aquaviário – modalidade de transporte que é realizado através de rios e mares em barcos e navios, sendo usado principalmente para grandes distâncias. • Transporte Aéreo – modalidade de transporte realizada pelo ar através de aviões e

helicópteros, sendo usado principalmente para transportar passageiros ou mercadorias valiosas e que necessitem de urgência (BARAT, 2007).

Uma série de modificações na dinâmica da sociedade pode ser atribuída aos transportes como:

• Maior mobilidade das pessoas em seus deslocamentos cotidianos e em viagens; • Difundir culturas, idéias e técnicas mais rapidamente;

• Modificação do espaço urbano;

• Troca de produtos, informações e bens de forma mais rápida;

Existem alguns fatores que são considerados no transporte de produtos ou pessoas, que são a distância a ser percorrida, o tempo despendido e o custo associado, sendo que estes dois últimos relacionam-se com o primeiro. A relação entre distância e tempo mede o tempo necessário para percorrer uma determinada distância, enquanto a relação entre distância e custo mede o custo do transporte realizado para uma determinada distância (CAMPOS, CALDAS, FAE, 2001).

Transporte Rodoviário

A facilidade propiciada pelos transportes terrestres, sobretudo os transportes rodoviários, permitiu que as cidades se expandissem com o distanciamento entre áreas de trabalho e residenciais. O aumento da mobilidade facilitada graças aos transportes propiciou o desenvolvimento do comércio, da produção de bens, modificações na organização espacial e

39 na distribuição populacional com fluxos migratórios para determinadas regiões do país, a exemplo da região Sudeste.

Nos últimos anos pode-se notar a crescente modernização e o desenvolvimento atingidos no setor de transportes tanto na construção da infra-estrutura necessária como pontes, túneis e estradas, quanto nos automóveis utilizados. Esses avanços associados a outros fatores socioeconômicos e políticos brasileiros fizeram o transporte rodoviário se tornar o mais utilizado dentre todas as modalidades, sobretudo no que diz respeito aos deslocamentos municipais e intermunicipais de curta e média distância (STRAMBI e BILT, 2001).

Devido a esta grande utilização das rodovias para escoamento da produção de matérias, de bens de consumo e para circulação de pessoas, surgiram diversos estudos à respeito de formas de melhorar o direcionamento de recursos que visem implantar infra- estrutura e sistemas operacionais para o transporte (CAMPOS, CALDAS, FAE, 2001).

Dentre os trabalhos realizados com foco nos transportes podemos citar o desenvolvimento do simulador INTEGRATION, que é uma ferramenta computacional idealizada para simular o tráfego em rodovias ou outros tipos de redes viárias. Através de simulações ele permite analisar cenários sem a necessidade de atuar no plano real. Neste software cada veículo possui a modelagem individual de sua movimentação, entretanto também é possível obter uma visão macroscópica do sistema de tráfego (apud DEMARCHI e SETTI, 2001).

O simulador INTEGRATION foi utilizado para estudar características de fluxo de tráfego em rodovias de pista dupla brasileiras. Este foi recalibrado utilizando-se dados coletados em rodovias do estado de São Paulo.

Dentre algumas das variáveis e parâmetros utilizados para recalibrar o software podemos citar: • velocidade (km/h); • aceleração(m/s2); • potência do motor (kW); • peso do veículo (N); • massa do veículo (kg);

A partir da observação e análise das simulações realizadas através do INTEGRATION, foi verificado que o comportamento dos veículos era bastante condizente com o que se pode constatar na realidade, validando dessa forma o modelo (apud DEMARCHI e SETTI, 2001).

40 Uma abordagem também utilizada para análise científica das características é criação de modelos de transporte utilizando matrizes origem-destino (O-D). Em questões logísticas, por exemplo, divide-se a área em estudo em zonas de tráfego onde cada célula da matriz representa o número de viagens entre uma zona de origem (linha da matriz) e uma zona de destino (coluna da matriz) (LÓPEZ-REYES e KAWAMOTO, 2001).

Através de uma matriz origem-destino pode-se sintetizar o deslocamento espacial de passageiros e cargas em uma cidade. Esta matriz pode ser estimada de diferentes formas, como a partir de pesquisas domiciliares, entretanto o custo associado a este método permitie a utilização de outras linhas de pesquisa que utilizam métodos mais baratos (LÓPEZ-REYES e KAWAMOTO, 2001).

O método de estimação de matrizes O-D proposto por López-Reyes e Kawamoto combina uma matriz O-D de transporte público com um modelo de escolha discreta. Segundo López-Reyes e Kawamoto (2001, p. 145): “O modelo de escolha discreta parte do pressuposto de que um grupo de indivíduos com características socioeconômicas e condições de viagem similares apresenta uma distribuição de viagens similar entre os diferentes modos”.

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3 Metodologia

Para alcançar os objetivos deste trabalho, foram definidas algumas etapas, a primeira delas foi a realização do levantamento bibliográfico, através do qual pôde-se realizar o embasamento teórico necessário para se iniciar o trabalho. O estudo sobre teoria dos grafos e sobre as redes complexas, como as redes aleatórias, redes small-world e redes sem escala e suas características permitiu ter uma visão mais ampliada sobre o contexto do trabalho.

Após a fase inicial de levantamento bibliográfico e fundamentação teórica foi iniciada a fase de especificação de parâmetros para construção da rede de transporte rodoviário baiana. A fase de especificação foi seguida pela modelagem e construção da rede rodoviária a partir das conexões rodoviárias existentes.

Após construção da rede rodoviária foi iniciada a especificação de parâmetros para construção das redes epidemiológicas de Dengue. Com estas especificações em mãos foi iniciado o desenvolvimento do sistema capaz de modelar e preparar os dados epidemiológicos para construção de redes complexas que está descrito na seção 4.2.

Depois da obtenção das redes obtidas seguiu-se a análise e discussão sobre as características das mesmas.

Nesta seção são detalhados os passos adotados e abordadas as principais características do trabalho. São aqui descritos a construção da rede de transportes e a construção das redes epidemiológicas.

No documento 2010.1Monografia Marcone Assis de Oliveira (páginas 38-41)

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