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Conceitos Fundamentais

2.7. Redes sociais

Redes sociais modelam em grafos a relação entre pessoas, comumente denominados como amigos ou conhecidos na rede, o que é usado para modelagem de redes sem fio [Verma, 2011]. Em geral, redes sociais são aplicações do conceito “Small World”. Característico de redes complexas, esse modelo mostra que uma pessoa conhece qualquer outra pessoa do

mundo direta ou indiretamente com poucos intermediários. As redes sociais são usualmente utilizadas para descrever qualquer grupo de pessoas que interagem por meio de mídias de comunicação on-line, existindo assim desde o início da Internet.

Em [Benevenuto, 2009] define-se uma rede social que permite a indivíduos: construir um perfil público ou semi-público em um sistema limitado; articular uma lista de outros usuários com quem possuirá uma conexão; visualizar e transmitir pela rede sua lista de conexões para outros que utilizam o sistema. Neste trabalho, o perfil é representado por certificados, que permitirão a identificação dos usuários da rede social. Há vários sistemas baseados em redes sociais disponíveis na Internet. Como exemplos, há redes sociais on- line de: profissionais (LinkedIn), amigos (MySpace, Facebook, Orkut, Google+), mensagens curtas (Twitter), diários e blogs (LiveJournal), fotos (Flickr) e vídeos (Youtube, Metacafe, entre outros).

Os usuários de uma rede social são chamados de amigos quando passam a fazer parte da rede social de outro usuário, ou seja, tornam-se amigos em suas redes sociais. Um amigo representa nesse contexto uma pessoa previamente conhecida, que compartilha informações com esse usuário. A interseção das redes sociais de cada usuário mostra os amigos que estão presentes nos grafos de amizade de dois ou mais usuários, denominados como amigos em comum desses usuários. A tendência de existir amigos em comum [Gakenheimer, 1999] motiva o interesse dos usuários pelos amigos dos amigos, ou seja, nós da rede que participam da rede social de algum amigo desse usuário.

O conceito de Small World [Gakenheimer, 1999] tornou-se conhecido após um experimento com cartas que foram encaminhadas por voluntários a pessoas conhecidas. As cartas tinham um destinatário específico em uma cidade americana e a pessoa com posse da carta deveria encaminhá-la para alguém que imaginasse estar mais próximo de entregar ao destino final. Ao encaminhar a carta, foi incluído o nome da pessoa ao fim da carta para possibilitar rastrear o caminho percorrido. Entre as cartas que chegaram ao destino, seis saltos foi o número médio necessário, resultado conhecido como princípio dos seis graus de separação, ampliado atualmente para alcançar qualquer pessoa do mundo.

Em relação às propriedades das redes sociais, um grafo é considerado Small World se tiver duas propriedades básicas: um coeficiente forte de agrupamento e um pequeno diâmetro [Benevenuto, 2009]. O coeficiente de agrupamento de um grafo é a medida que indica o quão perto um vértice e seus vizinhos estão de um clique, e o coeficiente de agrupamento de uma rede é a média do coeficiente de todos os vértices.

Um grafo regular, que tem o diâmetro proporcional ao tamanho da rede, com adição de apenas um pequeno número de conexões de longo alcance [Guidoni, 2012] é transformado em um modelo Small World, que tem um pequeno número médio de ligações entre dois vértices quaisquer e um valor alto para o coeficiente de agrupamento. Em um grafo regular, cada vértice tem o mesmo número de vizinhos e o grafo tem um alto coeficiente de agrupamento, com alto caminho médio. Em um grafo aleatório, a probabilidade de conectar qualquer par de vértices no grafo é a mesma, o grafo tem baixo coeficiente de agrupamento e baixo caminho médio. O modelo conhecido como “Small World” é apresentando como intermediário entre um grafo regular e um grafo aleatório.

As características do modelo Small World são utilizadas em [Guidoni, 2012] para criar uma rede de sensores sem fio para melhorar a comunicação de dados, já que o grafo dessa rede tende a apresentar maior agrupamento que redes aleatórias e características de alto caminho médio. Redes sem fio são grafos em que as ligações entre os nós dependem do raio de comunicação, sendo alterado em função da distância entre aqueles nós [Almiron, 2010].

Relações sociais tiveram sua investigação ampliada em redes sociais de relacionamentos entre pessoas com interesses comuns [Yu, 2008] [Chaintreau, 2007]. Tais relações sociais são base para caracterizar as propriedades da confiança social e evitar usuários falsos (ataques sybil). Redes sociais com foco na construção de relações baseadas na confiança social entre entidades são estendidas para ciência da computação pela definição de confiança como um descritor bem definido de segurança e criptografia, como uma métrica para refletir metas de segurança [Golbeck, 2006].

O crescimento das “Redes Sociais Online” segundo [Maaroufi, 2014] está incitando o desenvolvimento de um novo tipo de redes ad hoc que são “Redes Veiculares Sociais” (Vehicular Social Networks - VSNs). A inclusão de redes sociais dentro de veículos tem atraído pesquisadores para elaborar protocolos de roteamento e arquiteturas para a construção de comunidades sociais para veículos, para facilitar a interação humana entre os usuários [Chaintreau, 2006].

2.8. Conclusão

Foram apresentados neste capítulo os conceitos relativos às redes veiculares e redes tolerantes a interrupções (DTN). A mobilidade e falta de garantia da existência de

conectividade representam uma interseção nesses dois tipos de rede. Logo, propõe-se abordar neste trabalho as redes veiculares utilizando a arquitetura DTN para comunicação entre os veículos.

Também foram abordados nesta seção os conceitos relacionados ao gerenciamento de chaves, confiança e reputação, certificação e redes sociais, que estão diretamente ligados à proposta deste trabalho. A partir de uma revisão da literatura, foi possível identificar a necessidade de mecanismos para prover autenticação e confiança em redes veiculares DTN (vDTN), particularmente no que se refere à segurança dessas redes.

Capítulo 3