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Mapa 2 – Recorte do Município de Moita Bonita

5. O UCA NA ESCOLA ESTADUAL ENGENHEIRO ELIAS ANDRADE

5.2 Reencontro com a escola pesquisada

Como dito, a oportunidade de ter trabalhado como tutora e formadora no processo da formação continuada do Projeto UCA permitiu que se conhecesse e trabalhasse junto com alguns dos docentes da Escola Estadual Engenheiro Elias Andrade, um dos motivos que levou à escolha por esse campus de pesquisa.

Ao deixar Aracaju e seguir em direção a Moita Bonita e ao reencontro dos professores da Escola Estadual Engenheiro Elias Andrade, foi possível relembrar momentos em que este mesmo trajeto foi feito, quando fazia parte da equipe de formação continuada pela Universidade Federal de Sergipe e exercia o trabalho nesse mesmo município.

Assim, a primeira visita “in loco” na função de pesquisadora foi no mês de maio de 2013. A chegada ao local deu-se no turno da manhã, tendo agendado anteriormente a visita com a coordenadora. Esse primeiro contato seria apenas para conversar com os professores sobre o trabalho e agendar um momento para a aplicação dos questionários, de acordo com a disponibilidade de cada um. Ao chegar na escola, o primeiro contato foi com o diretor (em exercício no cargo há 2 anos) e com a coordenadora responsável pelo turno da manhã, aos quais foi apresentado o objetivo da pesquisa e solicitada sua autorização para o desenvolvimento com

os professores, ao que eles aceitaram, imediatamente (Apêndice D - Termo de Consentimento). Foi feita a apresentação aos professores (tanto os novos quanto os já conhecidos), que receberam bem a proposta, dando-lhe um acolhimento caloroso e se mostrando interessados em conhecer melhor os objetivos. Alguns contatos foram efetivados nesse momento, conheceu-se a iniciativa da equipe gestora em eleger uma professora responsável pelo Projeto UCA na escola e foi possível revisitar o espaço físico da escola, que havia passado por uma reforma.

Em julho de 2013 retornou-se à escola para a aplicação do questionário e deu-se continuidade aos momentos de observação e de contato com outra coordenadora da escola, responsável pelo turno vespertino. Nesse momento, a escola estava, além das atividades cotidianas, empenhada na organização da II Gincana Ambiental. Observou-se que havia uma sensação de interatividade em toda a escola, com uma turma na sala de vídeo, outra na sala de informática, outra na biblioteca...

Na sala dos professores havia vários cartazes informativos, entre eles um a respeito do projeto UCA, comunicando que os professores interessados em utilizar os laptops deveriam informar à coordenadora para o agendamento. Nesse momento, buscou-se compreender tal procedimento e foi informado que muitos equipamentos encontravam-se quebrados, à espera de manutenção ou troca e aqueles que funcionavam eram poucos para atender toda a escola. Por isso, foi preciso criar estratégias para evitar problemas na hora de utilizá-los, inclusive em relação ao apoio da coordenadora, que era responsável não apenas pelo agendamento, mas também pelo auxílio no andamento e desenvolvimento das práticas com os laptops, providenciando para que fossem levados à sala de aula já com as baterias carregadas e prontos para serem utilizados. Nessa situação, era evidente que os alunos não mais levavam os equipamentos para casa.

Apesar da situação festiva, foi possível aplicar os questionários com os docentes nesse período e então colher os primeiros dados.

Em março e abril de 2014, retornou-se à escola para a etapa das entrevistas e continuidade do processo de observação. Nesse período, percebeu-se, a partir de depoimentos, que os professores estavam apreensivos devido a boatos de que a Escola Estadual Engenheiro Elias Andrade poderia ser fechada, pela redução no número de alunos, um problema que já acontecera no ano anterior.

A direção comunicou que já estava agilizando os processos legais, através de um parecer para a Secretaria Estadual de Educação, justificando a situação da escola, localizada muito próximo a uma escola da rede municipal que vem atendendo tanto o ensino fundamental menor

quanto o ensino fundamental maior, que poderia ser um dos motivos da queda nas matrículas. Ressalta-se que essa escola está para completar 50 de anos de construção e 49 anos de inauguração. Em meio a essa pressão de fechamento ou não da escola, os professores encontravam-se apreensivos, mas suas atividades escolares ocorriam normalmente, inclusive em plena preparação para a “III Gincana Ambiental”, que parte do projeto intitulado “Vamos cuidar do Ambiente”, nascido na própria escola e criado por seus professores, que o desenvolvem de forma interdisciplinar, ressaltando a importância da temática ambiental.

O projeto envolve a comunidade circunvizinha, que coleta materiais recicláveis e os levam para o pátio da escola, que, depois de pesado é vendido e cuja renda é voltada para benefícios dentro da própria escola ou para realização de atividades extraescolares, como, por exemplo, ida ao cinema em Aracaju, visita ao oceanário sergipano, dentre outras atividades.

Entre as atividades apontadas na gincana que trataram da temática do Projeto UCA, destaca-se a confecção de um banner sobre o projeto desenvolvido na escola, onde constam variadas atividades desenvolvidas (dentro da temática ambiental) com a ajuda do laptop, ver Fig. 3:

Figura 3 - Banner que trata das atividades realizadas com os laptops.

Essa imagem do banner reporta ao contexto do último módulo da formação continuada, intitulado “Sistematização da Formação na Escola”, e apresenta o projeto desenvolvido na escola através do laptop. Igualmente, isso evidencia que professores e alunos utilizam as TIC disponíveis na escola, especialmente o laptop, como frisam no banner “explorarem o máximo possível das ferramentas encontradas no laptop”.

Dessa forma, o interesse pela pesquisa vai se fortalecendo, pois revisitar a escola onde foi desenvolvido o trabalho de formação permite relembrar toda a trajetória vivenciada, instigando a descobrir mais, a saber o que emergiria dos dados, quais os resultados da formação continuada e quais as contribuições que de fato emergirão.