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da abor dagem ter r itor ial

6.1

Or denamento e desenvolvimento

O que aqui deno minamo s de “o rdenamento ” tem o sentido geral do termo já uti lizado nas Ciências Ambientais e na Geo gra

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a, mas co m algumas diferenças fun da- men tais. Vai mais além da caracterização , lo calização o u destinação da o cupação espa- cial de um territó rio . De fato trata-se do o rdenamento técnico , so cial, jurídico e po lítico de que se revestem as po líticas públicas, expressas nas mais diversas fo rmas, geralmente estimulando o u restringindo atividades, apo iando esse o u aquele seto r o u região .

Neste co ntexto , o rdenamento é o pro cesso de fo rmulação do direcio namento que se pretende dar ao co njunto de medidas derivadas das po líticas públicas, e no qual se pro jetam as co ndiçõ es que se aspiram alcançar durante, e apó s, o pro cesso de intervenção , atingindo um certo nível estável de transfo rmaçõ es veri

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cáveis.

O o rdenamento territo rial é o sentido descendente do ciclo pro po sto de articulação en tre o Estado /Go verno e a So ciedade/Instituiçõ es. É um pro cesso de diag nó stico , “escu ta” e estudo s, fo rmulação e validação , info rmação e capacitação , arti culação co m o s inter lo cu to res e implementação . Co m a integral participação do s ato res so ciais, de tal fo r ma que aperfeiço amento s po ssam, e devam, ser feito s, ajustando o s instrumento s às co ndiçõ es lo cais, tendo po r o bjetivo o pro cesso educativo , a participação so cial e o resultado eco nô mico .

Do o rdenamento , espera-se a indução de reaçõ es, que são a expressão do desenvo lvimento , co m o sentido ascendente e o pro tago nismo do s ato res lo cais envo lvido s. Essas reaçõ es pro jetam as transfo rmaçõ es pretendidas segundo um pro cesso de planejamento ascendente (So ciedade/Instituiçõ es–Estado /Go verno ).

co mpleta-se, po rtanto , quando as reaçõ es, na fo rma de resultado s e impacto s das po líticas, passam a fazer parte do pro cesso de revisão e aperfeiço amento do o rdenamento . A este ciclo , deno mina-se planejamento ascendente.

A virtude estaria em que esse pro cesso fo sse co ntínuo e favo recesse a permanen- te sinto nia entre as demandas da so ciedade e as o fertas das po líticas públicas.

Dessa fo rma, as po líticas públicas são referenciadas po r três mo mento s que co nfo rmam um pro cesso co ntínuo : (i) sua fo rmulação geral re

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ete o o rdenamento (po líticas públicas na fo rma de pro gramas nacio nais e estaduais); (ii) as reaçõ es co n

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guram o desenvo lvimento (plano s, pro jeto s, atividades, resultado s e impacto s no s territó rio s); (iii) o s resultado s e impacto s determinando o s ajustes no s pro gramas nac io nais e no s pro c esso s de desenvo lvimento do s territó rio s, po r meio da nego ciação e a co -respo nsabilidade assumida po r to do s o s ato res envo lvido s.

Po rtanto , o desenvo lvimento territo rial será a co nseqüência induzida, esti- mulada, apo iada e esperada do o rdenamento territo rial.

6.2 Ter r itór io

É um espaço físico , geo gra

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camente de

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nido , geralmente co ntínuo , co m preen- dendo cidades e campo s, caracterizado po r critério s multidimensio nais, tais co mo o ambi ente, a eco no mia, a so ciedade, a cultura, a po lítica e as instituiçõ es, e uma po pu- lação , co m grupo s so ciais relativamente distinto s, que se relacio nam in terna e externa- mente po r meio de pro cesso s especí

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co s, o nde se po de distinguir um o u mais elemen- to s que indicam identidade e co esão so cial, cultural e territo rial.

6.3 Ter r itór io “r ur al”

São o s territó rio s, co nfo rme anterio rmente, o nde o s critério s multidimensio nais que o s caracterizam, bem co mo o s elemento s mais marcantes que facilitam a co esão so cial, cultural e territo rial, apresentam, explicita o u implicitamente, a predo minância de elemento s “rurais”20. Nestes territó rio s incluem-se o s espaço s urbanizado s que

co mpreendem pequenas e médias cidades, vilas e po vo ado s.

6.4

Car acter ização das micr or r egiões “r ur ais”

As micro rregiõ es rurais são aquelas que apresentam densidade demo grá

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ca

20. Am biente natural pouco m odificado e/ ou parcialm ente convertido a atividades agro-silvo-pastoris; baixa densidade dem ográfi ca população pequena; base na econom ia prim ária e seus encadeam entos secundários e terciários; hábitos culturais e tradições típicas do universo rural.

me no r do que 80 habitantes po r km² e po pulação média po r município até 50 mil habitantes21. As micro rregiõ es rurais são o rdenadas co m o critério de maio res

co ncentraçõ es do público prio ritário do MDA22. As micro rregiõ es rurais indicam,

preliminarmente, de quais re giõ es deverão se revelar o s territó rio s rurais a serem trabalhado s prio ritariamen te, uma vez que as dispo nibilidades de recurso s não permitem uma dispersão muito ampla das açõ es.

Este o rdenamento também o rienta as nego ciaçõ es entre o MDA e o s estado s (go verno s estaduais e so ciedade civil), o nde são agregado s o utro s critério s de prio riza- ção , excluindo -se aqueles eventualmente co ntraditó rio s ao s critério s empre gado s.

Outro emprego das micro rregiõ es rurais é quanto ao dimensio namento do s pro gramas so b respo nsabilidade da SDT23. A tipific aç ão atual, c o m o bjetivo s

estritamente pro gramático s, co nsiste na utilização de indicado res que po ssam catego rizar o co njunto de unidades geo grá

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cas co nsideradas. No caso de município s e micro rregiõ es geo grá

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cas, são utilizado s indicado res de densidade po pulacio nal e po pulação to tal po r unidade analisada.

A esco lha do s territó rio s rurais em cada Estado se dará apó s a co nclusão satisfató ria do pro cesso de co nsultas à so ciedade civil e ao go verno . A apro vação se dará pelo s Co nselho s Estadual e Nacio nal.

A revelaç ão definitiva de c ada territó rio so mente o c o rrerá quando a sua po pulação , po r meio do s ato res so ciais, reco nheça o s seus elemento s caracterizado res da co esão so cial e territo rial, durante, o u lo go apó s, o pro cesso de co nstrução da sua identidade e pro po sição de sua visão de futuro .

Esta visão de futuro estruturará um plano , deno minado Plano Territo rial de Desenvo lvimento Sustentável (PTDS), que servirá de o rganizado r do pro cesso de ar- ticulação e implementação de açõ es que transfo rmem o quadro atual do territó rio e realize o s o bjetivo s eleito s pela sua po pulação .

Estes seriam o s desa

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o s do Ministério de Desenvo lvimento Agrário e de suas Secretarias vinculadas, assim co mo de impo rtante parcela de o rganismo s e entidades públic as, privadas e so c iais, nac io nais e internac io nais, que assumiram a res- po nsabilidade de enfrentar, co m pro funda determinação , a desigualdade, a po breza e a falta de perspectivas em que se enco ntra cerca de 25% da po pulação brasileira.

21. A SDT adota os seguintes critérios: m unicípio – densidade dem ográfica até 80 hab/ km ² e população total até 50.000 habitantes; m icrorregião geográfi ca – densidade dem ográfi ca até 80 hab/ km ² e população m édia por m unicípio com ponente da m icrorregião de 50.000 habitantes. Sem pre que um a m icrorregião atinge índices que a categorizam com o “ rural”, nesta categoria se incluem todos os m unicípios que com põem a m icrorregião considerada.

22. Agricultores fam iliares, fam ílias assentadas pela reform a agrária, agricultores beneficiários do reordenam ento agrário, fam ílias assentadas, o que caracteriza um a m aior intensidade de dem anda social. 23. O governo encam inhou ao Congresso Nacional, no âm bito da Proposta do PPA 2004-2007, o program a que

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