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Capítulo III: Desenvolvimento do Estudo

4. Conclusões e Recomendações

4.1 Reflexão/Considerações Finais

Depois de recolhermos e analisarmos todos os dados indispensáveis para a nossa investigação, chegámos a um conjunto de recomendações sobre os quais enquanto professores do 1º Ciclo do Ensino Básico devemos ponderar. Embora seja extremamente complicado para um professor sozinho realizar um estudo como aquele que é apresentado neste relatório de estágio, é fulcral que todos os professores reflitam sobre os níveis de sucesso das aprendizagens da leitura e da escrita, evitando assim que estas duas competências sejam um fator de limitação para qualquer aluno.

Contudo, temos de ter em conta que o sucesso das aprendizagens ao nível da leitura e da escrita depende de um enorme conjunto de fatores, muitos dos quais alheios ao professor.

Enquanto profissionais do ensino acreditamos que o esforço, a dedicação de cada um de nós e a capacidade de manter o espírito aberto para novas aprendizagens são fatores que podem contribuir de forma significativa para a obtenção de novas

ferramentas para incutir nos nossos alunos o gosto por aprender. Não podemos estagnar na nossa formação. O nosso processo de formação como docentes é algo que ocorre todos os dias, pela buscar de novos métodos, estratégias, por novas formas de estimular os alunos proporcionando-lhes vivências significativas na escola.

Assim sendo, apresentamos de seguida um conjunto de sugestões que na nossa opinião poderão ser úteis para o desenvolvimento das competências de leitura e escrita:

· Possibilitar às crianças momentos de partilha de experiências, emoções, sensações ou até livros que por elas foram lidos. Deste modo, estamos a promover na criança o desenvolvimento da linguagem oral;

· Promover o contacto com diversos materiais de leitura e escrita, tais como livros, revistas, computadores ou jornais. Assim, demonstramos aos alunos que a leitura e a escrita não se realizam apenas nas tradicionais folhas de papel, podem ser feitas em variados suportes;

· Desenvolver a consciência fonológica através de atividades que levem os alunos a entender os diferentes sons de cada palavra. Podemos, por exemplo, utilizar jogos nos quais os alunos tenham de juntar sílabas ou descobrir que sílaba falta em determinada palavra;

· Incutir nos alunos o gosto pela leitura. Podemos, por exemplo, criar um grupo de leitura dentro da própria turma, permitindo aos alunos partilhar livros entre si. Deste modo estamos a trabalhar outro aspeto fundamental para o desenvolvimento dos alunos, a capacidade de concentração. O gosto pela leitura autónoma pode também ser um aspeto importante no desenvolvimento da criatividade dos alunos;

· Desenvolver materiais capazes de avaliar de uma forma contínua os progressos das crianças ao nível da leitura. Temos como melhor exemplo a utilização de grelhas de avaliação da leitura;

· Conhecer na íntegra o processo de desenvolvimento das aprendizagens ao nível da leitura e da escrita;

· Promover o contacto das crianças com diversas tipologias textuais. Algumas dessas tipologias podem ser utilizadas para a partilha de experiências e sensações referidas no primeiro ponto. Temos como um bom exemplo os textos poéticos;

· Ter sempre em conta que cada caso é um caso, logo cada criança responderá de maneira específica às diferentes estratégias utilizadas pelo professor/educador;

· Utilizar materiais variados, evitando deste modo tornar uma aula monótona pela constante utilização dos mesmos materiais. As crianças têm de se sentir motivadas, sendo que a melhor forma de as motivar é levando para a sala objetos capazes de estimular a sua atenção e despertando o seu espírito crítico;

· Adotar uma postura crítica mas motivadora perante as falhas apresentadas pelos alunos. Por outras palavras, os alunos devem ter noção das suas dificuldades, mas ao mesmo tempo devem sentir que o professor/educador acredita que eles conseguem superar as mesmas;

· Organizar atividades de escrita. Por exemplo, pode ser organizada uma atividade de criação de um livro da sala, ficando cada criança responsável por escrever parte do livro;

· Dar sentido àquilo que se escreve. Os alunos devem sentir que estão a escrever para alguma finalidade específica, para alguém, não devem sentir que estão apenas a escrever algo sem nexo. A escrita deve ir mais além do que o simples ato de escrever apenas por escrever;

· Utilizar estratégias motivacionais para que as crianças escrevam de forma autónoma. O autoditado pode ser uma dessas estratégias, pois as crianças terão o texto num lado da folha e escreverão no outro lado. As crianças poderão sentir-se desafiadas para escrever corretamente, uma vez que numa primeira instância deverão ler, memorizar e só posteriormente escrever;

Tal como afirmámos no início deste relatório, a sociedade na qual vivemos encontra-se em constante alteração, em rápida evolução. Deste modo, torna-se essencial que a nossa prática letiva seja alvo de constante reflexão.

Temos a perfeita de noção de que uma educação perfeita na qual todos os alunos se encontram no patamar mais alto das suas potencialidades é um sonho utópico, contudo temos também de ter noção que há muito aspetos que podemos melhorar nas nossas escolas e nas nossas abordagens em contexto sala de aula.

Constatámos, ao longo desta investigação, que os alunos apresentaram várias falhas ao nível do plano fonológico, responsável por inúmeras falhas verificadas ao nível da leitura mas também responsável por vários erros assinalados na escrita. É fulcral adaptar as nossas práticas letivas para amparar os alunos na compreensão da singular relação grafema/fonema.

Para adaptarmos corretamente a nossa prática, deveremos ter sempre em conta o PNEP que nos ajuda a refletir sobre as metodologias aplicadas na prática na qual em muitos casos podemos não estar a adotar as melhores estratégias metodológicas.

Alarcão (1996) definia o homem atual como sendo inquieto e questionador, um homem ansioso por ser capaz de dirigir o seu destino e o do mundo, reconquistando

assim a sua liberdade. Cabe a cada um de nós saber se devemos ou não refletir, ou saber como devemos refletir. Cabe a cada um de nós saber até que ponto estamos dispostos a ir para reconquistar a liberdade e tomar conta do nosso destino.