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Reflexão crítica

No documento O sal de Aveiro: memória de tradução (páginas 80-84)

Depois de descrito e analisado todo o trabalho realizado durante este projecto, interessa agora fazer uma abordagem crítica do mesmo, tendo em consideração os seus pontos positivos, mas também os seus pontos negativos.

No geral, o balanço deste projecto é bastante positivo. Foi, para mim, uma oportunidade de desenvolver um trabalho na área da tradução, que vinha ao encontro do que foi realizado durante a Licenciatura e o Mestrado, permitindo-me, assim, pôr em prática os conhecimentos adquiridos e obter mais experiência – agora que termino o percurso académico e vou iniciar o meu percurso profissional.

Tendo em conta que se trata do Mestrado em Tradução Especializada, era importante levar a cabo um trabalho que envolvesse vocabulário técnico, visto que a tradução especializada remete, em boa parte, para isso mesmo. Assim, o tema do “sal” apresentou-se logo como uma possibilidade interessante para desenvolver um trabalho, e isto porque, tal como foi sendo dito ao longo do projecto, este é um assunto que se encontra associado a inúmeros termos muito específicos, próprios às actividades com ele relacionadas.

Depois, a oportunidade de desenvolver um trabalho que abrangesse três componentes tão importantes, como são o sal, Aveiro e a Universidade, afigurou-se logo como mais um estímulo para a realização do projecto. De facto, a possibilidade que tive de contribuir para a divulgação de informação, em vários suportes e línguas, sobre uma das imagens de marca da cidade, do concelho, do distrito de Aveiro foi muito gratificante.

A tradução foi, para mim, um momento interessante deste trabalho. Com efeito, era uma tarefa bastante empreendedora e possuía um grau de dificuldade relativo, pelo que se apresentou logo como um desafio que tinha de ultrapassar. Traduzi um documento que, embora não se referisse directamente a Aveiro e ao seu salgado, permitia alargar conhecimentos sobre a actividade salícola realizada na região aveirense: ao conhecermos detalhadamente a situação de Castro Marim e Vila Real de Santo António, podíamos, tal como foi, em parte, realizado neste trabalho, estabelecer uma comparação entre ambos os espaços e perceber as afinidades e as diferenças existentes entres os dois, relativamente à actividade de exploração do sal.

Rui Guimarães | 33486

O Sal de Aveiro – Memória de Tradução 100

Para além disso, esta tradução poderá, também, servir de ponto de partida ou de ajuda para projectos futuros relacionados com o tema, quiçá para o desenvolvimento de um trabalho profundo de análise e comparação dos dois salgados.

Gostaria, de igual modo, que este trabalho fosse considerado uma pequena contribuição para o não esquecimento desta actividade, que já teve tão grande importância no país, nomeadamente a nível económico, e que, pouco a pouco, se foi perdendo nos horizontes. Apesar disso, e felizmente, vão subsistindo alguns locais onde as tradições foram conservadas e a actividade pode, por isso, ainda ser observada. O meu bem-haja a quem criou locais como o Ecomuseu da Marinha da Troncalhada e a Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António.

Os pontos negativos são poucos e, por isso, gostaria apenas de salientar um deles: o facto de ter sido impossível deslocar-me à Reserva Natural. O meu conhecimento teve, quase, como única base o texto “Salgado de Castro Marim”, escrito por Geneviève Delbos. Apesar de se tratar de um texto que transmite, de forma clara, tudo o que existe e é feito no Sotavento Algarvio, penso que a possibilidade de observar

in loco tudo o que é descrito no texto e de falar com pessoas ligadas à Reserva Natural

me teria proporcionado outro tipo de informações e experiências, que, certamente, se transformariam numa mais-valia para o projecto. Este “diálogo” teve que ser feito à distância, via e-mail e telefone, e, infelizmente, acabou por não ser tão vantajoso como seria de esperar. Para além da demora nas respostas, estas também acabaram por ser um pouco parcas demais. O carácter impessoal do trabalho acentuou-se, a Internet tornando-se a principal fonte de informação relativa ao Salgado de Castro Marim e Vila Real de Santo António.

No entanto, e apesar do que foi dito e descrito no parágrafo anterior, considero que os objectivos do trabalho foram cumpridos, e da forma inicialmente planeada, salvo um ou outro pormenor: fez-se a tradução do texto, construiu-se a memória de tradução e estabeleceu-se uma comparação entre Castro Marim/Vila Real de Santo António e Aveiro.

Penso que a tradução poderá servir de apoio a projectos futuros, visto que proporciona a veiculação de informação na nossa língua materna, o português, sobre um assunto que tanto interessa à cidade de Aveiro e, mais particularmente, à sua Universidade. Relativamente à memória de tradução, ficou mais uma vez provado que é um apoio fundamental para o tradutor, facilitando o seu trabalho e aumentando a eficiência, a rapidez e o lucro. Foi, de facto, uma ajuda extremamente útil, na medida

em que o texto era um pouco repetitivo, sobretudo no que dizia respeito aos termos técnicos. Esta ferramenta permitia, pois, ao evitar que se traduzisse, repetidamente termos e expressões, que se alcançasse maior rapidez e consistência de trabalho.

Por último, a comparação entre Aveiro e o Sotavento Algarvio, que pode ser feita graças aos glossários por mim elaborados, permite confirmar aquilo que já foi dito ao longo do trabalho: apesar de se reportarem à mesma actividade, termos e/ou expressões diferentes são utilizados para fazer referência a instrumentos e actividades desenvolvidos na salinicultura.

Em jeito de conclusão, gostaria de dizer que este projecto exigiu dedicação, empenho e muito trabalho da minha parte e foi um trabalho que correspondeu às minhas expectativas, pelo que a satisfação é ainda maior.

No documento O sal de Aveiro: memória de tradução (páginas 80-84)