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Nesta terceira semana de intervenção coube-me a mim intervir pela segunda vez neste contexto. Confesso que os meus receios nessa semana eram menores, já que a primeira semana permitiu conhecer um pouco melhor o grupo de crianças e os seus ritmos de aprendizagem, fazendo com que fosse mais fácil idealizar a prática, em função das crianças.

Nesta semana, tive a oportunidade de refletir melhor sobre a avaliação, um assunto da prática em que sentia ainda algumas dificuldades. Nas últimas intervenções, andava apenas a utilizar avaliações sumativas, com algumas intervenções de referentes a avaliação formativa, já que ia tentando fazer com que as crianças pensassem melhor sobre as suas respostas, quando estas não eram as mais corretas. Assim sendo, refleti melhor sobre a minha forma de avaliar as crianças e penso que a avaliação formativa tem mais aspetos positivos sobre as aprendizagens das crianças. Isto porque “a avaliação formativa (…) dá aos professores os dados que podem usar para informar o seu ensino e melhorar a aprendizagem dos alunos enquanto esta está ainda a decorrer, ou seja, enquanto o resultado (…) pode ainda ser influenciado e alterado” (Lopes & Silva, 2012, pág. VIII). Assim sendo, segundo Lopes & Silva (2012), este método permite que os professores e alunos trabalhem de forma ativa na sua aprendizagem. Por isso, esta semana, tentei implementar duas formas de avaliação formativa, nomeadamente as Grelhas de Avaliação e os Desenhos Anotados do Aluno. No entanto, como não foi possível realizar a última atividade de terça-feira, não foi possível utilizar a última técnica de avaliação indicada, já que estava inserida nessa atividade. Sendo assim, só tive a oportunidade de aplicar a grelha de avaliação. Penso que esta técnica é importante porque “melhora o desempenho dos alunos porque torna a aprendizagem mais focada e autodirigida” (Lopes & Silva, 2012, pág. 94). Além disso, através da grelha de avaliação implementada, consegui perceber quais eram as dificuldades apresentadas, pelas crianças, na leitura. Assim sendo, a maioria das seis crianças avaliadas possuem correção na leitura, ou seja, não hesitam na leitura das palavras. No entanto, na intensidade, pude apurar que apenas uma criança leu numa intensidade um pouco mais baixa do que era adequado. No que diz respeito ao ritmo, apenas duas crianças que foram avaliadas, apresentaram o ritmo adequado para o tipo de texto que lhes foi pedido para lerem. Por fim, quanto à expressividade, a maioria das crianças que foram avaliadas apresentaram-se expressivas durante a leitura. Isto faz-

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me pensar que será importante investirmos mais na leitura, com as crianças, para se poder melhorar alguns aspetos. Para ensinar a ler, Dionísio (2005) diz-nos que devemos levar as crianças a ler variadíssimos textos, para que os alunos se envolvam com outras culturas através do tempo e do espaço. Por isso, uma estratégia que poderemos adotar para o desenvolvimento de várias competências na leitura será levar vários tipos de textos para sala de aula para os alunos lerem e analisarem.

No que diz respeito à matemática, pude observar que as crianças ficaram muito dispersas na elaboração dos exercícios do manual. Penso que este fator esteve relacionado com o facto de eu ter adotado a estratégia de fazer um exercício e corrigi-lo. Penso que deveria ter dado um determinado tempo para as crianças realizarem todos os exercícios propostos e só depois corrigir em conjunto com elas no final, tal como tinha definido anteriormente. Na prática, alterei a minha planificação nesse aspeto porque começaram a surgir muitas dúvidas e, então, pensei que esta fosse a melhor estratégia. No entanto, os alunos ficaram muito dispersos, até que me fui apercebendo que muitos dos alunos não realizavam os exercícios, ou seja, estavam apenas à espera da resolução no quadro para passar para o caderno.

Além disso, nesta semana, pude continuar a fazer o “mini projeto” da construção do livro da turma, nomeadamente a elaboração da história da mesma. Ao princípio, foi possível ver que no início apenas as crianças mais participativas davam ideias, no entanto, ao longo da criação da história, todas as crianças começaram a envolver-se e a debater ideias em conjunto, o que achei bastante positivo. Penso que este tipo de atividades é importante para as crianças desenvolverem a escrita de uma forma mais criativa. Assim sendo, daqui para a frente, pretendo promover também alguns exercícios de escrita criativa porque, segundo Santos & Serra (2007), esta permite o escritor se veja confrontado com problemas que o impedem de utilizar formas de escrita que conhece. Assim sendo, esta permite “procurar vocabulários que não utilizamos com frequência, tempos verbais que raramente utilizamos, formas de construir frases que são, por vezes, opostas às que usamos” (Santos & Serra, 2007, pág. 179). Todos estes aspetos permitem desenvolver a escrita, campo onde este grupo de crianças ainda têm algumas dificuldades.

Uma atividade que me surpreendeu esta semana foi a atividade de expressão dramática, uma vez que não estava a espera que as crianças fossem tão criativas nas histórias inventadas sobre as especialidades médicas. Penso que aquelas crianças têm muita

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criatividade e que temos de tentar explorá-la ao máximo, através de pequenas situações simbólicas, para que elas até o possam passar, mais tarde, para a construção de textos. Esta semana, tive de aprofundar os meus conhecimentos na área do estudo do meio, porque já não me recordava de todos os processos inerentes ao sistema respiratório. No entanto, penso que ainda deveria ter investido mais, principalmente na ligação desse sistema com outros, para dar respostas às crianças mais fundamentadas e completas. Assim sendo, esta foi a área onde senti mais dificuldade. Quanto à área onde senti menos dificuldade foi no português porque sentia-me à vontade na abordagem dos conteúdos. Para mim, a atividade que os alunos tiveram mais dificuldades foi na matemática porque senti que muitas crianças ainda têm alguma dificuldade na multiplicação, já que muitos não sabiam os produtos da maioria das operações. Quanto à atividade que me pareceu que os alunos tiveram menos dificuldades foi na de português de segunda-feira, porque envolvia a leitura de um texto, a sua respetiva interpretação e exploração e a resolução da ficha, sendo esta uma atividade que já estão habituados a realizar.

Concluindo, penso que esta semana consciencializei vários aspetos da prática que são essenciais para uma boa prática profissional, nomeadamente a avaliação. Além disso, as atividades de escrita criativa que temos vindo a desenvolver permitiu-me ver o quanto é importante fazermos esse tipo de atividades, para que as crianças possam desenvolver as suas competências ao nível da escrita.

Referência Bibliográficas:

Lopes, J. & Silva, H. (2013). 50 Técnicas de avaliação formativa. Lisboa: Lidel. Santos, M., Serra, E. (2010). Quero ser escritor. Alfragide: Oficina do Livro.

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