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CAPÍTULO V – PRÁTICA PEDAGÓGICA: 3º CICLO

A.11. Reflexão da aula: 08.04.2015

Como de costume os alunos chegaram um pouco atrasados e a professora cooperante interveio para avisar a duas alunas de que terão de realizar um trabalho para poderem finalizar o módulo que têm em atraso.

Depois da professora cooperante ter-lhes transmitido a informação e tendo em conta que estavam muito faladores, a professora estagiária optou por reproduzir de imediato o vídeo referente a um grupo de percussão corporal. Os alunos ficaram impressionados com o vídeo e durante a sua visualização demonstraram grande atenção e interesse.

Quando a professora estagiária quis prosseguir, a maioria continuou a fazer barulho, demonstrando pouco interesse pela aula. Porém, foi pedido a uma das alunas que se dirigisse ao quadro, pois esta era a única a tentar responder à questão colocada pela professora estagiária sobre no que consistia a percussão corporal. Não foi possível escrever uma definição em conjunto com a turma, tendo o aluno ainda participado e as restantes colegas continuaram à conversa. A aluna e o aluno foram

155 dizendo mais ou menos o que entendiam por percussão corporal e com a ajuda da professora estagiária escreveu-se a definição.

Tornou-se difícil prosseguir a aula, uma vez que a professora estagiária foi questionando o que entendiam por alguns conceitos, tais como pulsação, imitação e ostinato. Os alunos estavam demasiado eufóricos para dar aula e a professora estagiária acabou por dar o último conceito muito rapidamente e depois questionou sobre o que acontecia na parte introdutória da performance. Aí os alunos prestaram atenção e por questão de lógica iam dizendo as respostas certas, pois havia mais do que uma resposta certa. Desse modo, suscitou-se algum debate sobre qual seria a resposta correta, tendo ainda sido questionado sobre no que consistia a palavra cânone. A professora estagiária não chegou a dar um exemplo, tendo os alunos ficado sem saber concretamente o que era o cânone, isto porque não se calavam, chegando mesmo a falar por cima uns dos outros.

Nesta parte da aula, tendo em conta o comportamento dos alunos, a professora estagiária deveria provavelmente evitar dar definições e abordar conceitos. Com o 9º Vocacional B funciona a interação e a ação, sendo importante fazê-los participar e pôr em prática algo que os cative.

Feita esta introdução à percussão corporal, a professora estagiária projetou a tabela com a simbologia dos ritmos corporais e uma das alunas automaticamente leu- a em voz alta para toda a turma. Então a professora estagiária questionou sobre a outra tabela que ilustrava quatro pulsações e depois outra com um dos símbolos na primeira pulsação. Os alunos entenderam o que era suposto fazer e bateram palmas no tempo certo.

A turma começou a entusiasmar-se, lendo e, ao descodificar os vários símbolos, iam percutindo com o corpo o que era sugerido. Depois de verem individualmente os quatro batimentos rítmicos sugeridos, foram projetadas as quatro tabelas juntas. A professora estagiária disse que era pretendido realizar uma polirritmia e que teriam de se dividir em quatro grupos. A maioria dos alunos disse que não queria fazer, tendo uma das alunas insistido que não queria fazer e a professora estagiária disse-lhe que não o fizesse. Esta aluna tem tendência sempre em dizer que não quer realizar as atividades, mas assim que vê os colegas a fazerem, junta-se-lhes imediatamente, pois não quer sentir-se excluída.

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Contudo, a professora estagiária notou que uma das alunas estava a fazer o ritmo e muito entusiasmada. Desta forma, foi pedido à aluna que se colocasse à frente da turma e que demonstrasse que conseguia realizar e muito bem o ritmo corporal. A aluna demonstrou interesse e alegria ao realizar a atividade. Depois foi pedido ao aluno que se lhe juntasse realizando o segundo ritmo, pois o aluno tende sempre a participar. Ao pedir ao aluno, outra aluna quis logo juntar-se, e assim os três realizaram o segundo ritmo. Tentaram juntar os dois ritmos, começando a primeira aluna a percutir o primeiro e os outros dois foram tentando juntar o segundo com algumas dificuldades. A aluna que disse não querer fazer nada, levantou-se e juntou-se à primeira colega dizendo que também queria fazer. Praticaram durante algum tempo e assim que conseguiram realizar os dois ritmos ao mesmo tempo ficaram muito entusiasmados.

Desse modo, a professora estagiária, satisfeita, disse-lhes que já tinham excelente pela sua prestação, mas que para ser incrível seria realizar os quatro ritmos ao mesmo tempo. Dito isto os alunos começaram de imediato a pedir aos colegas que se juntassem, conseguindo que mais duas alunas praticassem o terceiro ritmo. Porém, não foi possível juntar os três ritmos devido ao toque da campainha.

Assim que os alunos regressaram do intervalo, pediram que se continuasse a praticar os ritmos, mas ainda faltavam as duas colegas que lhes haviam acabado de juntar. Assim que as viram chegar, apressaram-nas para aprender o ritmo. Quando aprenderam o ritmo, a professora estagiária deu-lhes a entrada para que começassem primeiro, uma vez que ainda não tinham realizado com os outros ritmos a soar ao mesmo tempo. Depois foi dada a entrada às colegas do primeiro ritmo e logo aos do segundo ritmo. Como conseguiram realizar a polirritmia e ficaram entusiasmados, pediram a mais duas colegas que se juntassem e reproduzissem o último, mas só foi possível juntar mais uma colega. Esta colega que se lhes juntou já chumbou, mas tem a obrigação de continuar a frequentar as aulas, pois só será retida oficialmente no final do ano. Daí demonstrar tédio durante toda a aula e acabar por participar só para fazer a vontade aos colegas.

Uma das alunas colocou um aparelho nos dentes recentemente e por vezes, quando tem dores, não participa na aula. Outra aluna estava com algum problema,

157 pois depois do intervalo entrou a chorar, acabando por ficar quieta no seu lugar acompanhada por uma colega que veio só assistir à aula, não fazendo parte da turma.

Vendo ser possível percutir os quatro ritmos e tendo sido realizada a polirritmia, o aluno sugeriu à professora estagiária para que desta vez todos percutissem os quatro ritmos em sequência, ao invés de fazerem uma polirritmia. A professora estagiária disse-lhe que era uma boa ideia e para lhes explicar e orientar a atividade. O aluno acaba sempre por se acanhar, mas uma das colegas ouviu e disse que podia ser ela a dinamizar a atividade. Desse modo, o aluno explicou-lhe o que pretendia e esta pediu a atenção das colegas para a atividade. Assim, a professora estagiária conseguiu que a maioria dos alunos participasse e que até uma das alunas dinamizasse por ela a atividade.

Assim que realizaram os quatro ritmos, a professora estagiária reproduziu um vídeo referente a outro grupo de percussão corporal a fim de mudar a dinâmica da aula. Durante a visualização do vídeo, os alunos foram tentando percutir alguns batimentos apresentados pelo grupo.

Retomou-se os ritmos e desta vez foram-se-lhes apresentadas bases rítmicas de géneros musicais. Primeiro treinavam o ritmo sugerido na tabela e depois era reproduzida a música para que percutissem o ritmo. Os alunos entusiasmaram-se, tendo a maioria mais uma vez participado na atividade. À medida que iam aprendendo novos ritmos começaram a ficar cansados, principalmente por estalar os dedos. Para além disso, os ritmos iam aumentando o nível de dificuldade. A professora estagiária disse-lhes que pretendia que se dividissem em dois grupos e que pensassem numa música que conhecessem e utilizassem um dos ritmos para acompanhar. Os alunos disseram que não sabiam e começaram a dispersar-se. Então a professora reproduziu mais um vídeo que tinha relativo à percussão corporal. Quando voltou a abordar o assunto, os alunos não estavam mesmo dispostos a realizar tal tarefa.

Entretanto, a professora lembrou-se de uma música que envolvia um ritmo com o copo e os alunos disseram que sabiam bem qual era a música. A música foi reproduzida e os alunos empolgaram-se quando a professora lhes disse que na próxima aula aprenderiam a percutir o ritmo com o copo. Ainda disse a uma das alunas que percebeu gostar de cantar que poderia cantar a música e faziam uma

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apresentação à escola. A campainha tocou e os alunos foram contentes para o intervalo.

No último bloco de 50 minutos, a turma foi para uma sala de informática para realizar a banda sonora. Chegaram atrasados. A professora estagiária começou a transferir os materiais para os computadores para que pudessem realizar a atividade. Entretanto, os alunos começaram a abrir o youtube e o facebook, dispersando-se completamente do conteúdo da aula. Assim que distribuiu todos os materiais pelos alunos, a professora estagiária começou a explicar-lhes o funcionamento do programa Audacity, contudo, a maioria não lhe prestou atenção e muito menos tiraram notas sobre o programa. Devido a este panorama, foi dada uma data limite de apenas mais duas aulas para acabarem o trabalho, para que na próxima aula sintam a necessidade de cumprir e realizar o trabalho.

É muito difícil fazer com que os alunos realizem alguma coisa no último bloco de 50 minutos, visto ser a última aula do dia.

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