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4.3   CARACTERIZAÇÃO DA GESTÃO DO DESIGN OPERACIONAL 88 

4.3.4   REFLEXÃO DA GESTÃO DO DESIGN OPERACIONAL 98 

O design operacional insere‐se no conceito da micro gestão do design, definida como a  forma  de  gerir  o  processo  de  criação  de  um  produto  no  interior  da  empresa  (desde  o  processo criativo até às etapas de produção e comercialização). 

 

O  principal  interveniente  neste  tipo  de  gestão  é  o  designer  que  é  contratado  nas  empresas  da  amostra,  essencialmente  pela  experiência  que  possui  (fig.  4.14).  Se  o  designer  for  contratado  para  os  quadros  (fig.  4.15),  recebe  normalmente  um  ordenado  fixo  e  deve  possuir  aptidões  para  conceber  produtos,  como  também  possuir  valências  noutras áreas (como gráfica e ambientes).  

 

A  contratação  do  designer  em  regime  parcial  está  mais  ligada  a  projetos  específicos  (multimédia,  gráfico,  entre  outros).  Os  dados  revelam,  no  intervalo  de  zero  a  um  ano,  uma maior tendência para a contratação de freelancers, como se observa na tabela 4.13.   

O trabalho do designer na empresa (fig. 4.20) corresponde essencialmente em idealizar  novas  linhas  /  decorações,  novos  conceitos  e,  a  visualização  dos  projetos,  é  realizada  através de maquetes ou amostras, desenhos e renderings (visualizações 2D e 3D).  

 

No  desenvolvimento  de  produtos,  as  principais  características  que  o  designer  tem  em  consideração,  são  a  estética  (fig.  4.20),  a  funcionalidade  (tab.  4.15)  e  a  facilidade  de  produção (fig. 4.18).  

 

A facilidade de produção relaciona‐se com a forma como um produto é produzido, o que  implica  que  o  designer  deve  possuir  um  conhecimento  de  toda  a  capacidade  produtiva  empresarial.  Neste  sentido,  deveria  participar  também  na  definição  de  novos  produtos  (fig. 4.18), algum elemento do departamento de produção (já que por vezes participa o  departamento  comercial  e  a  gerência).  Estes  dados  refletem  que  não  existe  nenhuma  equipa de desenvolvimento de produto formada nas empresas da amostra. 

 

O  designer  “bebe”  inspiração  para  o  desenvolvimento  de  novos  produtos  (fig.  4.18)  a  feiras, ao feedback dos clientes, a revistas e a catálogos. Após o projeto estar concebido,  ele é avaliado essencialmente por possibilidades de fabrico, estética, mercado, custos e  funções e, a decisão de produção, depende maioritariamente dos clientes e da gerência.    

O designer, regra geral (fig. 4.17), não concebe produtos só porque está inspirado, mas  sim  por  ser  solicitado  por  clientes  ou  por  ser  uma  estratégia  da  empresa  (baseado  em  estações do ano, desenvolvimentos para feiras, agendamento de reuniões com clientes,  etc.).  Neste  contexto,  são  os  clientes  os  principais  atores  das  empresas  e,  por  conseguinte, o designer deverá ter um pleno conhecimento dos clientes da empresa (dos  atuais e do passado), das peças que compram, que mercados representam, da dimensão  do volume de negócios bem como quais são os objetivos de mercado delineados.    O designer, na empresa, tem a missão de conseguir transportar a unicidade nos produtos  que concebe, proporcionando a distinção dos produtos da empresa dos da concorrência,  bem  como  a  missão  de  aumentar as  vendas  (fig.  4.19).  Para  esse  objetivo  ser  atingido,  será necessário estarem disponibilizadas mais áreas para a acção do designer. O designer 

 

deverá possuir uma visão holística da empresa, segundo a ótica da gestão do design, para  todos os campos (pesquisa, desenvolvimento conceptual, detalhe do design, produção e  comercialização)  bem  como  paralelamente  deverão  ser  desenvolvidas  ações  de  promoção de marca e de procura de clientes. 

 

As  considerações  finais  desta  reflexão  recaiem  sobre  o  conhecimento  expresso  das  empresas  da  amostra,  sobre  as  mais  valias  que  o  designer  de  produto  e  gráfico  na  empresa. Mas, as empresas estarão conscientes de como pode ser desenvido o trabalho  dos designers no seio empresarial para proporcionar esses benefícios? Um dos objetivos  do próximo capítulo é o de esclarecer a forma de intervenção do designer na empresa,  em prol dos objectivos estratégicos.                          

                                                                       

UA ‐ UNIVERSIDADE DE AVEIRO – TESE 

DE  DOUTORAMENTO  –  RAQUEL  JOÃO 

FIALHO  ANTUNES  –FCT  –  FUNDAÇÃO 

DA  CIÊNCIA  E  TECNOLOGIA  ‐  UA  ‐ 

UNIVERSIDADE DE AVEIRO – TESE DE 

DOUTORAMENTO  –  RAQUEL  JOÃO 

FIALHO  ANTUNES  –FCT  –  FUNDAÇÃO 

DA  CIÊNCIA  E  TECNOLOGIA  ‐  UA  ‐ 

UNIVERSIDADE DE AVEIRO – TESE DE 

DOUTORAMENTO  –  RAQUEL  JOÃO 

FIALHO  ANTUNES  –FCT  –  FUNDAÇÃO 

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FIALHO  ANTUNES  –FCT  –  FUNDAÇÃO 

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FIALHO  ANTUNES  –FCT  –  FUNDAÇÃO 

DA  CIÊNCIA  E  TECNOLOGIA  ‐  UA  ‐ 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO 5 

 

 

 

PROPOSTAS  

DE FERRAMENTAS 

ESTRATÉGICAS 

PARA A GESTÃO 

DO  DESIGN 

 

 

 

5 PROPOSTAS DE FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS PARA A GESTÃO DO DESIGN 

As  ferramentas  estratégicas  pressupõem  como  base,  a  integração  do  designer  na  empresa  (Cooper  e  Press,  Bruce  e  Bessant,  Best,  Mozota,  Erlhoff  e  Marshall,  entre  outros).  Neste  capítulo  apresentam‐se  caminhos  para  a  perspetiva  da  integração  do  designer nas várias funções e departamentos organizacionais segundo duas perspetivas:    5.1) Definição do trabalho do designer;  5.2) Estratégias de gestão do design aplicadas ao subsetor.    Neste contexto foi realizado um novo questionário sob a temática da caracterização da  gestão do design pelas empresas da amostra; o segundo questionário (vide anexo 2) foi  resultante  dos  dados  do  primeiro  questionário  (da  análise  qualitativa  por  lugares  estruturais  e  quantitativa)  e  do  estado  da  arte  (da  CUD  e  da  gestão  do  design).  As 

cheklists  apresentadas  foram  avaliadas  segundo  o  grau  de  integração  do  designer  na 

amostra.  Elas  serão  discutidas  e  analisadas  no  decorrer  do  capítulo  e  avaliado  a  sua  aplicação  nas  estratégicas  enunciadas  (produção,  mercado  e  imagem).  Sublinha‐se  novamente  que,  do  universo  das  22  empresas  ativas,  17  responderam  ao  segundo  questionário.  

 

O modelo de gestão de design nas empresas da amostra apresenta‐se como tradicional,  iniciando‐se  o  processo  produtivo  na  conceção  ou  idealização  até  à  comercialização,  passando  por  todas  as  etapas  do  processo  de  produção  (como  a  modelação,  a  conformação,  a  decoração,  a  cozedura,  a  embalagem,  entre  outras).  Neste  modelo  a  maioria  das  empresas  possuem  designers  internos  nos  seus  quadros,  ainda  que  trabalhem em parcerias com designers externos (tab. 4.13).  

 

A  evolução  natural  transforma  os  modelos  e  as  rotinas  empresariais.  Os  exemplos  internacionais revelam transformações no modelo de empresa tradicional: 

− Empresas  que  são  especializadas  na  produção  (sem  criação,  como  outrora  as  empresas nacionais o foram); 

− Empresas  criadoras  de  valor  e  de  marca  com  equipas  de  design  (incluindo  profissionais como Karim Rashid, Ron Arad, Philippe Stark, entre outros); 

− Agências  de  design,  intermediárias  no  processo  de  venda  que  subcontratam  a  sua  produção (como a ASA, Benetton, Rosenthal, etc.) 

 

Qualquer uma das estratégias aqui abordadas pode ser utilizada, individualmente ou em  grupo,  o  que  possibilita  a  aplicabilidade  em  qualquer  modelo  de  empresa  de  CUD.  Nas  estratégias enunciadas, sob o foco da intervenção do designer na empresa, a gestão do  design  é  abordada,  enquanto  alavanca  para  o  desenvolvimento  estratégico  e  desenvolvimento económico do subsetor cerâmico. 

       

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