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15. CAPÍTULO III REFLEXÃO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA

15.1 Reflexão final da PES

O último capítulo é destinado à reflexão final da PES, quer em contexto de vivências e práticas de ensino quer em Educação Pré-Escolar, como no 1º Ciclo do Ensino Básico.

“Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.” (Esopo) Terminada uma fase de grande experiência e muito sacrifício é essencial refletir sobre um ano tão benéfico tanto para o meu crescimento como futura professora e educadora, como para o meu crescimento como pessoa, é um misto de sentimentos e as palavras por vezes começam a escassear. Foi um ano de desafios, um ano em que achei muitas vezes achei que não ia conseguir, mas a verdade é que foi à luta e venci, eu consegui. No decorrer dos 5 anos de faculdade aprendi que quando queremos muito uma coisa temos de ir à luta até conseguir, não importa os obstáculos, o que realmente importa é os objetivos que queremos atingir. Desde muito cedo que o meu grande sonho era este, ser professora, assim sendo muitas das minhas brincadeiras de criança passavam por ser professora e “corrigir trabalhos”, os anos foram passando e felizmente tive a sorte de ter professores maravilhosos no ensino básico que fomentaram ainda mais o meu gosto, ou seja, um dia queria ser como eles, queria ter a minha turma e tratar os “meus” alunos com todo o amor, carinho e respeito que um ser humano merece.

Os momentos vivenciados na PES, foram contextos distintos, ou seja, inicialmente no 1º semestre tive a possibilidade de implementar com um grupo de crianças com idades compreendidas entre os 4 e os 6 anos de idade, em contexto pré-escolar, no 2º semestre implementei com um grupo de crianças entre os 6 e os 8 anos de idade, em contexto de 1º ciclo, numa turma do 1º ano de escolaridade. Estas duas experiências foram muito distintas, embora as idades das crianças fossem similares. Nas implementações destes 2 contextos tentei ser sempre aquilo que os meus professores foram para mim, pois queria que os alunos me relembrassem tal como eu relembro os meus professores. Destes dois contexto foi me possível retirar muitos ensinamentos, ou seja, como lidar com diferentes situações e como contornar o problema, sendo isto uma mais valia para um dia que eu tenha a minha própria turma e possa utilizar estas estratégias com os alunos, se bem que

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cada caso é um caso, e uma coisa que aconteceu agora, pode não voltar a acontecer nem parecido. O professor/educador tem de possuir um jogo de cintura muito grande, de forma a conseguir alcançar todos os alunos.

O 1º semestre foi passado numa sala de pré-escolar, numa turma muito afetuosa. Ali percebi que estava no local onde sempre quis estar, aquela era a profissão que eu queria para o meu futuro, “era com abracinhos, beijinhos e miminhos”, que eu queria ser recebida. Apesar do medo de falhar sentia que eu tinha muito a dar aquelas crianças, mas tinha muito mais a receber, ou seja, o amor e carinho delas.

Nas semanas de observação consegui compreender que a educadora cooperante tinha uma forma muito própria de trabalhar, sendo esta forma de trabalho muito benéfica para os alunos, ou seja, a educadora lecionava as diferentes temáticas com base nos interesses dos alunos, o que acabava por os motivar e envolver nas diversas atividades propostas.

Quando foi a minha vez de implementar tentei ter em atenção a forma como a educadora cooperante trabalhava, para que os alunos não sentissem uma grande discrepância. Assim sendo, tentei sempre ouvir as crianças, as suas ideias, os seus interesses e necessidades, uma vez que quando ia planificar tentava ter tudo em conta, de modo a conseguir entusiasmar o meu público alvo, ou seja, o grupo de crianças.

Para que uma implementação corra bem, é essencial planificar bem e explicar a atividade ao pormenor, isto porque na hora de implementar vai ser muito mais fácil.

“planear implica que o educador reflita sobre as suas intenções educativas e as formas de as adequar ao grupo” (Ministério da Educação, 1997, p. 26). No momento em que estamos a implementar, nem sempre conseguimos seguir a planificação na sua totalidade, isto porque, muitas das vezes surgem contratempos, as questões e necessidades dos alunos podem mudar totalmente o rumo que tinha sido anteriormente planeado, cabendo aqui ao educador ter jogo de cintura, para encaminhar a atividade da melhor forma. Deste modo o educador/professor tem de estar sempre pronto para eventuais contratempos que possam acontecer.

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É também extremamente importante que o professor/ educador tire partido da interdisciplinaridade, isto porque, não devemos ver as coisas como áreas isoladas, mas sim para as diferentes áreas, por exemplo, através de um desenho, podemos explorar a plástica, a matemática através das formas, das cores…, o português como por exemplo na criação de um texto e com base na criação desse texto podemos ainda trabalhar a dramática, cabe ao educador/ professor ser criativo. O que nem sempre é fácil de fazer, mas com a experiência cada vez se vai tornando mais fácil, enquanto educadora e professora e educadora foi sempre tentando tirar partido da interdisciplinariedade, para assim conseguir cativar melhor os alunos, como disse anteriormente, nem sempre foi fácil, mas com o decorrer do tempo e das implementações foi se tornando mais fácil.

Em contexto de Pré-escolar, o educador tem uma maior liberdade para investir na área que deseja, ou até mesmo que os alunos têm uma maior dificuldade durante o tempo que assim entender, enquanto que em contexto de 1º ciclo, o professor não pode investir o tempo que deseja, isto porque à um programa que tem que ser cumprido e as avaliações dos alunos. No contexto de 1º ciclo apesar de ter contactado com uma turma de 1º ano de escolaridade, já havia a preocupação que o programa tinha de ser cumprido, as avaliações dos alunos tinham de ser feitas e no final do ano letivo os alunos tinham de saber ler, escrever e os números até 100.

Tanto em contexto de Pré-Escolar, como em 1º ciclo nem sempre foi fácil acalmar as crianças, uma vez que era turma muito barulhentas e irrequietas, o que dificultava no momento de planear uma atividade, ou seja, tinha de ser planeada uma atividade que os cativasse de modo a os conseguir manter atentos e calmos. Em contexto de 1º ciclo tentei sempre que possível levar atividades que não fossem meramente as do manual, de modo a cativar os alunos, mas nem sempre era possível, uma vez que nos era imposto que o manual fosse feito.

Uma outra preocupação era o desenvolvimento dos alunos perante a matéria lecionada, ou seja, se estavam a adquirir conhecimentos ou não, isto porque, para mim o que realmente importa não são os números de aprovações que aparecem na pauta, mas sim a qualidade que essas aprovações tem, não vamos passar só as crianças porque não é

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aconselhável as reprovar. Para mim é de extrema importância ter em atenção os cidadãos que estamos a formar, porque são eles que vão governar o país. No 1º ciclo, os pais preocupavam-se com o aproveitamento escolar dos filhos, enquanto que no Pré-escolar, ainda não se notava um preocupação notória por parte dos pais, isto também porque como Eduardo Sá nos diz, “o pré escolar não é para aprender a ler nem a escrever, mas sim para aprender a brincar”, é aqui que eles devem brincar, adquirir as regras básicas de socialização, aquilo que mais preocupava os pais.

No que diz respeito à interação da professor/ educadora com a família, foi muito mais notória em contexto de Pré-escolar, isto porque, aqui os pais iam levar os filhos à entrada da sala, enquanto no 1º ciclo isso não acontecia no meu ponto de vista é muito importante a educadora/professora ter uma boa relação com os pais/encarregados de educação, isto porque facilita a adaptação das crianças, tal como, os pais se envolvem no diversos projetos. O envolvimento dos encarregados de educação nos diferentes projetos escolares é muito importante, isto porque, os próprios filhos se vão sentir motivados em os realizar porque os pais estão lá, os pais estão a ajudar. No 1º ciclo do ensino básico, os pais deixavam os seus filhos no portão da escola e iam embora, só iam falar mesmo com a professor cooperante quando necessário ou em momentos para saberem as avaliações a nível quantitativo, como por exemplo o resultado das fichas de avaliação, no pré-escolar, havia mais por parte dos pais a preocupação de como a criança se estava a adaptar e como a criança fica depois de o pai ou a mãe ir embora. O professor/educador deve tentar cativar a presença dos pais na escola, ou seja, marcando reuniões pontualmente, ou mesmo criando atividades para os pais participarem.

Em contexto de pré-escolar tive ainda a possibilidade de participar num projeto de empreendedorismo, aqui foi visível como as ideias das crianças podem atingir resultados fantásticos, cabe ao professor encaminhar estas ideias da melhor forma e saber aproveitar cada, pormenor por mais estranho que parece. Assim aconteceu com a máquina de pequenar, quando o menino falou numa máquina de pequenar, todos ficamos a olhar para ele de modo a tentar perceber o que ele queria, depois de questionar o aluno verificamos que de facto era um projeto viável e deste modo o conseguíamos pôr em prática. Quando

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o outro menino falou no filme, foi questionado o aluno, como ele pensou que podia interligar com a máquina de pequenar e o aluno explicou.

Um outro facto que o professor/educador deve ter em atenção quando vão implementar ou fazer alguma atividade, é o facto do meio social de onde a criança é oriunda, isto porque, um aluno da cidade tem vivências muito diferentes de um aluno do campo ou até mesmo das periferias da cidade, isto porque, um aluno que seja do campo está muito mais familiarizado com a natureza, de onde vem determinados produtos, como por exemplo o leite, as batatas, etc. enquanto que alguns dos alunos da cidade já podem ser capazes de responder que o leite vem do frigórico ou do supermercado. Assim sendo o professor deve refletir muito bem sobre o seu público alvo. O mesmo acontece com o uso das novas tecnologias, o professor pode e deve tirar o maior partido destas, o professor caso não saiba utilizar deve aprender, isto porque o ensino está em constante mudança e se o professor estagnar, as aulas serão monótonas e sem qualquer interesse para os alunos. Através das novas tecnologias é possível ensinar os alunos, através das novas tecnologias é possível obter muito bons resultados a nível quantitativo. A prova disso foi o projeto desenvolvido, através de 2 jogos digitais os alunos passaram a saber o património material e imaterial de Viana do Castelo. É essencial o professor estar constantemente a inovar, é essencial levar novidades para a sala de aula.

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