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A cada (R)evolu¸c˜ao, o Homem cresceu como ser intelectual, social e dotado de inteligˆencia. Com a Fala deu o primeiro passo para a comunica¸c˜ao, com a Escritacriou um sistema de registo que possibilitou o transporte da informa¸c˜ao no

tempo e no espa¸co, com o Livro escritoo registo ficou estruturado e organizado,

com a Imprensa o volume de informa¸c˜ao aumentou radicalmente, e por fim com

a Internet o Homem eliminou qualquer barreira geogr´afica para a transmiss˜ao e

dissemina¸c˜ao de informa¸c˜ao, possibilitando a sua partilha global.

No entanto, o leitor poder´a ter algumas quest˜oes pertinentes em mente!

A quarta (R)evolu¸c˜ao da Informa¸c˜ao j´a terminou?

Qual ser´a a pr´oxima (R)evolu¸c˜ao da Informa¸c˜ao? Ir´a mesmo existir ou o Homem parou por aqui, j´a que conseguiu instituir a partilha global da Informa¸c˜ao? Ser´a essa partilha o objectivo final ou o Homem pretende atingir outra meta ainda n˜ao identificada?

Depois da Sociedade Industrial e da Sociedade da Informa¸c˜ao, que

paradigma de sociedade vir´a a seguir?

Que tipo de ser humano criar´a esta quarta revolu¸c˜ao?

Respondendo a algumas destas quest˜oes, Wisetel (1998) refere que “durante os ´

ultimos anos, a (r)evolu¸c˜ao da informa¸c˜ao centrou-se nos dados, preocupando-se com a sua recolha, armazenamento, transmiss˜ao, an´alise e apresenta¸c˜ao, ou seja, mais centrada no T (tecnologias) da abreviatura TI. A pr´oxima (r)evolu¸c˜ao da

informa¸c˜ao centrar-se-´a noI(informa¸c˜ao), o que possivelmente levar´a rapidamente

`a redefini¸c˜ao de tarefas de troca de informa¸c˜ao e das organiza¸c˜oes que as executam”. ´

E v´alido para todos que esta quarta (R)evolu¸c˜ao trouxe muitas mudan¸cas e permitiu grandes avan¸cos nas v´arias vertentes da sociedade. V´arios autores, como Durval

(2007), afirmam que esta ainda est´a em curso e que ainda n˜ao est´a claro o caminho a que ela nos levar´a nem o tipo de ser humano que ela produzir´a.

De seguida ´e apresentado um quadro resumo das 4 (R)evolu¸c˜oes da Informa¸c˜ao:

Tabela 2.1 – Quadro-Resumo das (R)evolu¸c˜oes da Informa¸c˜ao

Factor Vantagens Problemas

A Fala

1a

Forma de comunica¸c˜ao que o Homem encontrou e que possibilitou dar um grande passo na sua evolu¸c˜ao.

Atrav´es da Fala a informa¸c˜ao

n˜ao podia ser registada nem transportada no tempo e no espa¸co; “A propaga¸c˜ao das ondas sonoras no ar ´e vol´atil e de curto alcance”.

1a

Revolu¸c˜ao da Informa¸c˜ao:

A Escrita

Permite o registo da informa¸c˜ao atrav´es de uma sequˆencia de s´ımbolos. E poss´ıvel transportar´ a informa¸c˜ao no tempo e no espa¸co. Nascimento do mundo letrado e de um enorme impulso ao desenvolvimento do conhecimento.

A escrita, por si s´o, n˜ao

conseguiu transmitir a informa¸c˜ao a um vasto n´umero de pessoas, pois s´o existiam um ou dois exemplares de cada registo escrito.

2a

Revolu¸c˜ao da Informa¸c˜ao:

O Livro

Permitiu estruturar, organizar e armazenar o registo escrito dentro de um ´unico objecto m´ovel.

Continuaram a existir poucas c´opias do mesmo registo, pois era um processo lento e caro. Nos seus prim´ordios, era um bem exclusivo do Clero e da Nobreza. 3a Revolu¸c˜ao da Informa¸c˜ao: A Imprensa Aumentou exponencialmente o volume de informa¸c˜ao. O Livro deixou de ser exclusivo. A informa¸c˜ao atinge um grande n´umero de pessoas.

“O acesso ao enorme volume de informa¸c˜ao tornou-se invi´avel, at´e mesmo pela quantidade.”

Revolu¸c˜ao Industrial

As pessoas come¸cam a interessar-se pela informa¸c˜ao. Come¸ca a dar-se a grande evolu¸c˜ao tecnol´ogica.

4a

Revolu¸c˜ao da Informa¸c˜ao:

A Internet

Deixaram de haver barreiras geogr´aficas para a Informa¸c˜ao. A partilha global da informa¸c˜ao passou a ser poss´ıvel. Surgem novos conceitos e redefinem-se alguns j´a existentes.

Os Sistemas Inform´aticos possuem vulnerabilidades f´ısicas e l´ogicas. A informa¸c˜ao passou a poder ser atacada remotamente atrav´es da rede, logo, ´e importante garantir a: Seguran¸ca da Informa¸c˜ao e dos Sistemas que a suportam.

Se olharmos atentamente para a importˆancia que estas (R)evolu¸c˜oes da Informa¸c˜ao tiveram na evolu¸c˜ao do Homem, podemos tirar v´arias conclus˜oes relevantes para um melhor entendimento da necessidade e importˆancia deste estudo:

1. O Homem, consciente ou inconscientemente, sempre procurou, ao longo da hist´oria, enquanto ser soci´avel e comunicativo, o caminho para a Partilha

Global da Informa¸c˜ao, tentando sempre encontrar recursos que eliminassem

os obst´aculos que o impediam de atingir esse objectivo. Hoje sabemos que essa aposta foi ganha;

2. Desde o surgimento daFalaat´e `a cria¸c˜ao da Internetpudemos constatar

que cada solu¸c˜ao, poss´ıvel e vi´avel, que apareceu para resolver um problema ou para complementar uma necessidade existente no campo da informa¸c˜ao acabou por gerar novos problemas, que impulsionaram a procura por novas solu¸c˜oes, que se traduziram em novas revolu¸c˜oes, levando o Homem a aperfei¸coar-se e a evoluir. Este facto dever´a alertar-nos para os problemas patentes na actual (R)evolu¸c˜ao da Informa¸c˜ao, pois se analisarmos a hist´oria, podemos facilmente deduzir que, mais tarde ou mais cedo, o Homem poder´a descobrir algumas solu¸c˜oes eficazes para esses problemas, que, por sua vez, poder˜ao desencadear a quinta (R)evolu¸c˜ao da Informa¸c˜ao. Logo, teremos que estar conscientes que poderemos n˜ao ficar por aqui em termos de (R)evolu¸c˜oes.

3. Podemos tamb´em constatar que todos os SI implantados pelas sucessivas (R)evolu¸c˜oes, desde a Fala at´e `a Internet, ainda est˜ao presentes no

nosso quotidiano. Isto leva a concluir que cada um desses SI apenas serviu como complemento do SI anterior e nunca como seu substituto. Este facto dever´a dar-nos maior convic¸c˜ao para resolver os problemas introduzidos pela

Internet, ou se quisermos, pelas redes inform´aticas, de forma a protege-

las e a aperfei¸coa-las, pois pela an´alise hist´orica, temos indicadores de que, mesmo que surja um novo SI que impulsione uma nova (R)evolu¸c˜ao, muito possivelmente, este vir´a apenas complementar as necessidades actuais das redes inform´aticas e nunca substitu´ı-las.

4. O ponto principal, no entanto, ´e o constatar de que o Homem nunca teve a preocupa¸c˜ao doentia com a seguran¸ca da sua informa¸c˜ao ou dos sistemas

que a suportam. A Fala, a Escrita e a Imprensa raramente foram

alvo de ataques expl´ıcitos e constantes, salvo o ataque `a liberdade de

express˜ao por parte de governos ditadores que embora limitem a dissemina¸c˜ao da informa¸c˜ao, n˜ao a destroem. O Livro escrito, por sua vez, chegou a ser exclusivo da Nobreza e do Clero, sendo vedado `as restantes classes sociais, contudo a informa¸c˜ao que continha estava protegida. Exceptuando algum desastre natural, como por exemplo incˆendios e inunda¸c˜oes, ou algum prop´osito malicioso, intencional e pontual, nunca existiu uma amea¸ca clara e frequente a qualquer tipo de SI. Mesmo que existisse uma inten¸c˜ao de ataque, este teria que ser feito no local onde se encontrava a informa¸c˜ao.

Com o aparecimento da Internet, o conceito de seguran¸ca foi alterado

radicalmente, pois esta trouxe consigo a possibilidade de realizar ataques remotos e frequentes `a informa¸c˜ao, a partir de qualquer parte do mundo. Desta forma, o termo Seguran¸ca da Informa¸c˜ao passa a ter um significado mais

intenso e a fazer parte da lista das principais preocupa¸c˜oes do Homem.

Tal como afirma Borges (2002), “a informa¸c˜ao assume outros tons, n˜ao apenas texto mas sobretudo imagem, fixa ou animada, multim´edia, entre outros formatos. Esta reuni˜ao ou vertigem de formas que desaguam no ciberespa¸co implica encontrar solu¸c˜oes para novos e velhos problemas”.

O futuro ´e ainda uma inc´ognita, por´em, atrav´es da an´alise hist´orica, facilmente percebemos que esta (R)evolu¸c˜ao, ainda em curso, ser´a um processo lento e que teremos que lidar com isso naturalmente, tentando encontrar, tal como os nossos antepassados, formas de resolver o principal problema que esta (R)evolu¸c˜ao deixou em aberto: Seguran¸ca dos Sistemas e Redes inform´aticas.

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