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Outra alternativa aos métodos de reforço já dimensionados é o encamisamento parcial da estrutura com concreto armado. As principais vantagens dessa técnica são a utilização de materiais constantemente utilizados na construção civil, o fato de não precisar de uma equipe especializada para esse tipo de atividade e o custo, que é considerado em muitos estudos (Santos, 2006; Simões, 2007; Zucchi, 2015) como o principal atrativo para sua utilização. Entretanto, a técnica possui alguns inconvenientes no que se refere a mudança geométrica da estrutura. A figura 23 exemplifica como é executado o reforço por encamisamento parcial de uma viga.

Figura 23 - Representação de reforço por encamisamento em viga.

Fonte: O autor (2021)

A figura 23 mostra como ocorre de maneira simplificada o reforço por encamisamento, em que a junção entre a viga e o reforço (talão de concreto) se dá apenas pela área de interface (Ai, representado pela linha vermelha na figura). Cabe citar que para a definição da área do talão deve ser levada em conta o cobrimento

HT

B

c

6 barras com 16mm de diametro b

nominal de concreto para o reforço, os espaçamentos verticais e horizontais, além dos diâmetros das barras das armaduras de reforço. Esta última a ser definida pela área de aço do reforço (Asf) calculada pelo procedimento detalhado no tópico 4.2.3 deste trabalho.

Após o processo de dimensionamento, obtiveram-se os resultados mostrados na tabela 30 para as vigas menores (V1, V4 e V7).

Tabela 30 – Resultados do dimensionamento das vigas menores (V1, V4 e V7) para o reforço por encamisamento parcial.

VIGA Mu (N.mm) - 106 Ms1 (N.mm) - 106 Asf (mm²) xp (mm) Seç T: V1 86,41 222,54 1.028,29 170,78 280x260 mm V4 86,41 222,27 1.028,29 170,78 280x260 mm V7 86,41 223,42 1.028,29 170,78 280x260 mm Disposição das barras de aço em camadas, diâmetros e comprimentos

de reforço

VIGA N (und) Disposição Comprimento

do reforço

V1 6   2 camadas com 3 barras 5550 mm

V4 6   2 camadas com 3 barras 5550 mm

V7 6   2 camadas com 3 barras 5550 mm

Onde:

Mu= Momento Resistente da Seção;

Ms1= Momento Solicitante Final (após o carregamento); Asf= Área de aço obtida para o reforço;

Xp= Posição da linha neutra;

Sec T = Seção transversal adotada para o talão de concreto. Fonte: O autor (2021)

Tendo dimensionado o reforço foi necessário verificar a aderência com relação à área de interface entre viga e reforço. Assim como foi feito no trabalho de SANTOS (2006), se utilizou dos conceitos abordados por alguns autores no que se refere à tensão cisalhante resistente da interface entre concreto novo e concreto antigo, a partir disso chegou-se as áreas requeridas e adotadas para interface que estão descritas na tabela 31.

Tabela 31 - Áreas requerida e adotada para interface nas vigas (V1, V4 e V7) VIGA Asef (mm²) y (MPa) R (MPa) lim (MPa) Ai req. (mm²) Ai adot. (mm²) V1 1.200,00 500 ¹ 2,59 1,29 926.640,92 1.110.000 ² 3,50 1,75 685.714,28 ³ 2,53 1,26 948.616,60 4 2,41 1,20 995.850,62 V4 1.200,00 500 ¹ 2,59 1,29 926.640,92 1.110.000 ² 3,50 1,75 685.714,28 ³ 2,53 1,26 948.616,60 4 2,41 1,20 995.850,62 V7 1.200,00 500 ¹ 2,59 1,29 926.640,92 1.110.000 ² 3,50 1,75 685.714,28 ³ 2,53 1,26 948.616,60 4 2,41 1,20 995.850,62 Onde:

Asef = Área de aço efetiva;

y = Tensão de escoamento Nominal;

R = Tensão resistente a aderência entre dois concretos distintos, calculadas a partir das teorias de 4 autores: ¹PIANCASTELLI (1997), ²CHEONG E MACALEVEY (2000), ³PIRES (2003) e 4CLÍMACO E REAGAN (2001).

lim = Tensão cisalhante limite; Ai req = Área de interface requerida; Ai adot = Área de interface adotada.

Fonte: O autor (2021)

Com a verificação quanto a área de interface, realizada para as vigas biapoiadas, pode-se inferir que não é necessária a utilização de parafusos chumbadores para conferir a correta aderência para o reforço, dessa forma, para os demais reforços por encamisamento dimensionados nesse trabalho, foram consideradas as mesmas dimensões de seção transversal para o talão, como uma maneira de simplificar o procedimento de cálculo para o dimensionamento. É importante salientar, conforme destacado no trabalho de Santos (2006) que a não utilização de chumbadores requer um adequado tratamento da interface entre os dois concretos (original e reforço), muito embora esse autor tenha, por questões de segurança, utilizado chumbadores na ligação entre concreto e reforço.

Para o dimensionamento dos reforços nas vigas V5 e V6 (continuas) a tabela 32 mostra os resultados de dimensionamento, enquanto a tabela 33 apresenta a

disposição das barras de aço em camadas, os diâmetros delas e os comprimentos de reforço.

Tabela 32 - Resultados do dimensionamento das vigas V5 e V6 para o reforço por encamisamento parcial. VIGA Mu (N.mm) - 106 Ms1 (N.mm) - 106 Asf (mm²) xp (mm) Seç T: V5 – P8 110,86 -278,37 1.319,57 187,09 280x260 mm V5 – P8-P4 53,17 175,99 915,63 132,62 280x260 mm V5 – P4 110,86 -329,33 1.737,42 231,62 280x260 mm V5 – P4-P1 45,55 117,39 596,18 92,27 280x260 mm V5 – P1 84,16 -190,06 873,64 132,27 280x260 mm V6 – P9 110,86 -279,13 1.319,57 187,09 280x260 mm V6 – P9-P5 53,17 175,87 915,63 132,62 280x260 mm V6 – P5 110,86 -329,10 1.737,42 231,62 280x260 mm V6 – P5-P2 45,55 116,77 596,18 92,27 280x260 mm V6 – P2 84,16 -187,22 873,64 132,27 280x260 mm Onde:

Mu= Momento Resistente da Seção;

Ms1= Momento Solicitante Final (após o carregamento); Asf= Área de aço obtida para o reforço;

Xp= Posição da linha neutra;

Sec T = Seção transversal adotada para o talão de concreto. Fonte: O autor (2021)

Tabela 33 - Disposição das barras de aço em camadas, diâmetros e comprimentos de reforço para as vigas V5 e V6 por encamisamento parcial.

(continua)

VIGA N (und) Disposição Comprimento

do reforço V5 – P8 7   1 camadas com 4 barras + 1

camada com 3 barras 1.500 mm V5 – P8-P4 5   1 camada com 3 barras + 1

camada com 2 barras 5.625 mm V5 – P4 9   3 camadas com 3 barras 2.000 mm V5 – P4-P1 5   1 camada com 3 barras + 1

camada com 2 barras 5.625 mm V5 – P1 3   1 camada com 3 barras 1.300 mm V6 – P9 7   1 camadas com 4 barras + 1

Tabela 33 - Disposição das barras de aço em camadas, diâmetros e comprimentos de reforço para as vigas V5 e V6 por encamisamento parcial.

(continuação)

V6 – P9-P5 5   1 camada com 3 barras + 1

camada com 2 barras 5.625 mm V6 – P5 9   3 camadas com 3 barras 2.000 mm V6 – P5-P2 5   1 camada com 3 barras + 1

camada com 2 barras 5.625 mm V6 – P2 3   1 camada com 3 barras 1.300 mm

Fonte: O autor (2021)

Para o cálculo do comprimento do reforço nas seções cujos momentos fletores são negativos foi necessário realizar o cálculo do comprimento de ancoragem dos reforços, que pode ser definido pela tabela 7 do tópico 4.2.3 deste trabalho. Como o comprimento de ancoragem calculado não poderia ser aplicado a viga considerando as dimensões dos pilares, existiam duas alternativas: ou diminuiria o diâmetro das barras de aço, o que diminuiria o comprimento de ancoragem, porém implicaria no consequente aumento do talão de concreto; ou acrescentaria um console como maneira de garantir o comprimento de ancoragem necessário, sendo essa última alternativa a considerada no caso em questão. Entretanto, mesmo com o comprimento de ancoragem definido, a área de talão do reforço deveria aumentar, nesse caso, foi considerado um maior comprimento desse talão, aumentando-o no sentido do meio do vão, de modo a atender as exigências para a área de interface requerida. Essa representação pode ser vista na figura 24.

Figura 24 - Representação de comprimento de ancoragem calculado e adotado para o pilar de extremidade da viga V5.

Fonte: O autor (2021) Lb calculado

L adotado para talão de reforço

Talão de concreto Reforço.

Viga original. Console utilizado para

atender ao comprimento de ancoragem.

Para a verificação da área de interface (Ai), foi considerada apenas a Tensão de aderência entre os dois concretos (R) referente aos estudos de Clímaco e Reagan (2001), visto que ela é a tensão que exige uma maior área requerida. Dessa forma, a tabela 34 mostra a verificação entre as áreas requeridas e adotadas para interface das vigas V5 e V6.

Tabela 34 - Área requerida e adotada para interface das vigas V5 e V6:

VIGA Asef (mm²)

y

(MPa) R (MPa) lim (MPa) Ai req. (mm²) Ai adot. (mm²) V5 – P8 1.400 500 2,41 1,20 580.912,9 600.000 V5 – P8-P4 1.000 500 2,41 1,20 829.875,52 1.124.000 V5 – P4 1.800 500 2,41 1,20 746.888 800.000 V5 – P4-P1 600 500 2,41 1,20 497.925,3 1.124.000 V5 – P1 1.000 500 2,41 1,20 414.937,76 520.000 V6 – P9 1.400 500 2,41 1,20 580.912,9 600.000 V6 – P9-P5 1.000 500 2,41 1,20 829.875,52 1.124.000 V6 – P5 1.800 500 2,41 1,20 746.888 800.000 V6 – P5-P2 600 500 2,41 1,20 497.925,3 1.124.000 V6 – P2 1.000 500 2,41 1,20 414.937,76 520.000 Onde:

Asef = Área de aço efetiva;

y = Tensão de escoamento Nominal;

R = Tensão resistente a aderência entre dois concretos distintos;

lim = Tensão cisalhante limite; Ai req = Área de interface requerida; Ai adot = Área de interface adotada.

Fonte: O autor (2021)

O procedimento utilizado para execução do reforço para a viga V3 é o mesmo que foi utilizado para as vigas V5 e V6, sendo a única alteração a utilização de mais seções de cálculo. A tabela 35 mostra os resultados de dimensionamento, enquanto a tabela 36 apresenta a disposição das barras de aço em camadas, os diâmetros delas, além dos comprimentos de reforço. A tabela 37 mostra a verificação para área de interface requerida e adotada para a viga V3.

Tabela 35 - Resultados do dimensionamento da viga V3 para o reforço por encamisamento parcial. VIGA Mu (N.mm) - 106 Ms1 (N.mm) - 106 Asf (mm²) xp (mm) Seç T: V3 – P7 85,60 -201,65 893,00 135,44 280x260 mm V3 – P7-P8 42,38 125,09 665,96 78,29 280x260 mm V3 – P8 83,10 -237,71 1281,85 185,25 280x260 mm V3 – P8-P9 34,29 104,42 547,44 79,26 280x260 mm V3 – P9 86,41 -238,52 1336,37 203,61 280x260 mm V3 – P9-P10 42,38 125,09 665,96 78,29 280x260 mm V3 – P10 85,60 -201,65 893,00 135,44 280x260 mm Onde:

Mu= Momento Resistente da Seção;

Ms1= Momento Solicitante Final (após o carregamento); Asf= Área de aço obtida para o reforço;

Xp= Posição da linha neutra;

Sec T = Seção transversal adotada para o talão de concreto. Fonte: O autor (2021)

Tabela 36 - Disposição das barras de aço em camadas, diâmetros e comprimentos de reforço para a viga V3 por encamisamento parcial.

VIGA N (und) Disposição Comprimento

do reforço V3 – P7 5   1 camada com 3 barras + 1

camada com 2 barras 1.300 mm V3 – P7-P8 4   1 camada com 4 barras 5.620 mm

V3 – P8 7   1 camadas com 4 barras + 1

camada com 3 barras 1.500 mm V3 – P8-P9 3   1 camada com 3 barras 5.620 mm

V3 – P9 7   1 camadas com 4 barras + 1

camada com 3 barras 1.300 mm V3 – P9-P10 4   1 camada com 4 barras 1.500 mm

V3 – P10 5   1 camada com 3 barras + 1

camada com 2 barras 1.300 mm

Tabela 37 - Área requerida e adotada para interface da viga V3:

VIGA Asef

(mm²)

y

(MPa) R (MPa) lim (MPa) Ai req. (mm²) Ai adot. (mm²) V3 – P7 1.000 500 2,41 1,20 414.938 520.000 V3 – P7-P8 800 500 2,41 1,20 663.900 1.140.000 V3 – P8 1.400 500 2,41 1,20 580.913 600.000 V3 – P8-P9 600 500 2,41 1,20 479.925 1.110.000 V3 – P9 1.400 500 2,41 1,20 580.913 600.000 V3 – P9-P10 800 500 2,41 1,20 663.900 1.140.000 V3 – P10 1.000 500 2,41 1,20 414.938 520.000 Onde:

Asef = Área de aço efetiva;

y = Tensão de escoamento Nominal;

R = Tensão resistente a aderência entre dois concretos distintos;

lim = Tensão cisalhante limite; Ai req = Área de interface requerida; Ai adot = Área de interface adotada.

Fonte: O autor (2021)

Para a viga V2 seguiu-se o mesmo procedimento de cálculo, do qual foi possível obter os resultados mostrados na tabela 38. A tabela 39 apresenta a disposição das barras de aço em camadas, os diâmetros delas, além dos comprimentos de reforço. Já a tabela 40 que mostra a verificação para área de interface requerida e adotada para a viga V2

Tabela 38 - Resultados do dimensionamento da viga V2 para o reforço por encamisamento parcial. VIGA Mu (N.mm) - 106 Ms1 (N.mm) - 106 Asf (mm²) xp (mm) Seç T: V2 – P3 84,16 -194,88 873,64 132,27 280x260 mm V2 – P3-P4 45,55 121,79 596,18 92,82 280x260 mm V2 – P4 136,95 -333,50 1766,67 269,23 280x260 mm V2 – P4-P5 34,29 172,65 915,63 132,62 280x260 mm V2 – P5 53,17 -333,71 1766,67 269,23 280x260 mm V2 – P5-P6 45,55 120,06 596,18 92,82 280x260 mm V2 – P6 84,16 -194,70 873,64 132,27 280x260 mm Onde:

Mu= Momento Resistente da Seção;

Ms1= Momento Solicitante Final (após o carregamento); Asf= Área de aço obtida para o reforço;

Xp= Posição da linha neutra;

Sec T = Seção transversal adotada para o talão de concreto. Fonte: O autor (2021)

Tabela 39 - Disposição das barras de aço em camadas, diâmetros e comprimentos de reforço para a viga V2 por encamisamento parcial.

VIGA N (und) Disposição Comprimento

do reforço V2 – P3 5   1 camada com 3 barras + 1

camada com 2 barras 1.300 mm V2 – P3-P4 3  1 camada com 3 barras 5.700 mm V2 – P4 9   3 camadas com 3 barras 2.000 mm V2 – P4-P5 5   1 camada com 3 barras + 1

camada com 2 barras 5.550 mm V2 – P5 9   3 camadas com 3 barras 2.000 mm V2 – P5-P6 3   1 camada com 3 barras 5.700 mm

V2 – P6 5   1 camada com 3 barras + 1

camada com 2 barras 1.300 mm

Fonte: O autor (2021)

Tabela 40 - Área requerida e adotada para interface da viga V2:

VIGA Asef

(mm²)

y

(MPa) R (MPa) lim (MPa) Ai req. (mm²) Ai adot. (mm²) V2 – P3 1.000 500 2,41 1,20 414.938 520.000 V2 – P3-P4 800 500 2,41 1,20 497.925 2.280.000 V2 – P4 1.800 500 2,41 1,20 746.888 800.000 V2 – P4-P5 1.000 500 2,41 1,20 829.876 2.220.000 V2 – P5 1.800 500 2,41 1,20 746.888 800.000 V2 – P5-P6 800 500 2,41 1,20 497.925 2.280.000 V2 – P6 1.000 500 2,41 1,20 414.938 520.000 Onde:

Asef = Área de aço efetiva;

y = Tensão de escoamento Nominal;

R = Tensão resistente a aderência entre dois concretos distintos;

lim = Tensão cisalhante limite; Ai req = Área de interface requerida; Ai adot = Área de interface adotada.

Fonte: O autor (2021)

De posse de todos os dados do dimensionamento para os reforços nas vigas analisadas (V1, V2, V3, V4, V5, V6 e V7) foi iniciada a estimativa de custos para a execução da técnica. Esses custos contemplaram o valor para as barras de aço, formas de madeira, estribos com aço CA-60 e diâmetro de 5.0 mm, posicionados a cada 150 mm ao longo do talão de reforço. Já o custo da mão de obra, que foi

calculado a partir de dados fornecidos pela plataforma ORSE/SINAPI. Esses custos estimados estão expressos na tabela 41.

Tabela 41 - Custos estimados para aplicação do reforço por encamisamento parcial da estrutura.

VIGA Custo do

Material

Custo da Mão

de Obra Custo total V1 R$ 1.225,86 R$ 207,76 R$ 1.433,62 V2 R$4.526,39 R$881,58 R$5.407,97 V3 R$ 4.428,02 R$ 844,15 R$5.272,17 V4 R$ 1.225,86 R$ 207,76 R$ 1.433,62 V5 R$ 3.763,55 R$ 600,82 R$ 4.364,37 V6 R$ 3.763,55 R$ 600,82 R$ 4.364,37 V7 R$ 1.225,86 R$ 207,76 R$ 1.433,62 Fonte: O autor (2021)

Dessa forma, ao analisar os custos da técnica percebe-se que o custo de material nas vigas menores (V1, V4 e V7) é um custo estimado bem próximo do que foi analisado para o reforço com lâminas, sendo, inclusive, o reforço por lâmina ainda mais barato, para esses casos, visto que se utilizou uma pequena quantidade do material. Entretanto, ao se analisar a mão de obra do reforço por encamisamento fica claro o motivo principal pelo baixo custo total esperado para o emprego dessa técnica. O comparativo geral de preços estimados pode ser apresentado pela tabela 42.

Tabela 42 - Comparativo entre custos estimados para execução dos três tipos de reforço.

VIGA Lâmina de PRFC Chapas de aço Encamisamento V1 R$ 3.589,23 R$ 1.768,80 R$ 1.433,62 V2 R$ 13.131,04 R$12.933,45 R$ 5.407,97 V3 R$ 13.541,39 R$12.906,76 R$ 5.272,17 V4 R$ 3.589,23 R$ 1.768,80 R$ 1.433,62 V5 R$ 9.027,59 R$ 10.815,76 R$ 4.364,37 V6 R$ 9.027,59 R$ 10.815,76 R$ 4.364,37 V7 R$ 3.589,23 R$ 1.768,80 R$ 1.433,62 Fonte: O autor (2021)

Ao analisar a tabela fica evidente que a técnica do encamisamento parcial possui um custo menor para sua execução, pode-se perceber ainda que apesar do reforço por chapas de aço ter um preço bem semelhante para aplicação em vigas menores; ao se aplicá-la em vigas maiores, que exigem uma quantidade maior de reforço, seu preço aumenta drasticamente, principalmente em função do material ser mais caro do que o material utilizado pelo encamisamento e lâmina; e, além disso, também por sua mão de obra ser relativamente cara. No caso das lâminas de PRFC, percebe-se que é uma técnica mais cara para aplicação já em pequenas vigas, fato observado principalmente pelo alto custo de sua mão de obra, que deve ser a mais especializada dentre as três técnicas. Entretanto, com o aumento do porte do elemento estrutural, seu custo estimado aumentou de forma parecida com o que ocorreu para o reforço com chapas de aço, isso ocorre principalmente em virtude da alta deformabilidade máxima do material, que torna possível utilizar uma quantidade menor de lâminas, o que tornaria a técnica não tão cara. Entretanto, o custo da mão de obra, mais uma vez, é observado como o aspecto negativo mesmo para vigas que requeiram menor quantidade de material de reforço.

Para comparar as técnicas, não somente o custo estimado deve ser levado em conta, por isso a tabela 43 mostra uma síntese entre os principais aspectos comparativos do uso das técnicas, com suas principais vantagens e desvantagens.

Tabela 43 - Síntese comparativa entre as técnicas de reforço a flexão abordadas. TIPO DE REFORÇO A SER UTILIZADO AREA REQUERIDA/ (mm²) CUSTO TOTAL (R$) PRINCIPAIS VANTAGENS PRINCIPAIS DESVANTAGENS Lâmina de PRFC 5867,10 55495,30 -Baixo peso adicional; -Baixo acréscimo de espessura da viga. -Dificuldade de mão de obra especializada. Chapa de aço SAE 1020 46281,59 52778,13 -Baixo acréscimo de espessura da viga; -Rapidez para execução. - Dificuldade de mão de obra especializada; - Manutenção mais frequente; - Alto acréscimo de peso à estrutura. Encamisamento com concreto armado 27641,94 23709,74 -Facilidade de Execução; -Disponibilidade de mão de obra; -Baixo Custo da técnica.

-Maior tempo para execução; -Maior geração de resíduos na aplicação da técnica; -Necessidade de alteração da geometria dos ambientes a serem reforçados. Fonte: O autor (2021)

6 CONCLUSÕES

Neste trabalho foram analisadas as três principais técnicas de reforço à flexão utilizadas em estruturas de concreto armado: Reforço com polímeros reforçados com fibra de carbono (Lâmina e Tecido), reforço com colagem de chapas de aço (SAE 1020) e encamisamento parcial.

No aspecto referente ao dimensionamento desses reforços ficou comprovado, por meio dos cálculos definidos neste trabalho, que o reforço com os PRFC requer uma menor área, visto que esse material possui elevada resistência mecânica em comparação com os materiais utilizados nos outros métodos abordados, para os quais seriam necessárias maiores áreas de reforço.

Com relação ao custo, ficou comprovado que o encamisamento parcial da estrutura é o método mais viável economicamente, visto que para sua execução há disponibilidade de mão de obra com relativa abundância, e essa técnica utiliza materiais com maior aplicação em canteiros de obra.

A utilização de reforços a base de Polímeros reforçados com fibra de carbono, embora apresente ótimos resultados, é uma técnica que a princípio é considerada economicamente inviável para estruturas de pequeno porte, principalmente para o nordeste brasileiro, onde a mão de obra especializada ainda é escassa, e o custo do material é mais alto do que o utilizado em técnicas alternativas a essa. Vale citar ainda, que ao se utilizar em estruturas maiores, por mais caro que seja o método acima, ele apresenta maiores vantagens no que diz respeito ao menor peso acrescido à estrutura, e ao pouco tempo para execução do reforço, em comparação com os outros métodos estudados no presente trabalho.

A utilização do encamisamento surge então como o melhor método para pequenas estruturas. Entretanto, o seu emprego em estruturas de maior porte tende a acarretar o aumento das dimensões da seção transversal e do peso próprio em relação à estrutura original, o que torna mais factível o emprego de outras técnicas de reforço incluindo-se aí as que utilizam os PRFC. Outro ponto negativo para a aplicação da técnica de encamisamento parcial é que em algumas situações se torna necessária alterar as dimensões dos elementos de apoios da viga, e existem situações em que

isso apesar de possível, é, até certo ponto, inviável. Pois, por exemplo, a solução dada no caso da figura 24 deste trabalho é inconveniente no caso de pilares de divisa.

Em contrapartida, a utilização da chapa de aço segue como outra alternativa aos dois métodos. O custo estimado para essa técnica é, em geral, superior ao do encamisamento, para vigas menores, e comparável com as técnicas que envolvem o uso de PRFC para elementos maiores. Entretanto, o alto peso acrescido a estrutura e a necessidade de manutenções mais frequentes contam como pontos negativos, além ainda do fato de ser considerada por vários especialistas como uma técnica ultrapassada.

Assim, pode-se concluir que para utilização em estruturas menores a melhor opção é o encamisamento parcial da estrutura, enquanto para regiões mais desenvolvidas do país, como o sudeste brasileiro, em obras de maior porte. a utilização dos PRFC tem sido bem indicada.

Como sugestão para estudo em próximos trabalhos, tem-se:

• O estudo comparativo das técnicas de reforço abordadas neste trabalho como reforço ao cisalhamento de vigas;

• O estudo dos efeitos decorrentes do aumento de carregamento, mediante o emprego das técnicas de reforço aqui abordadas, sobre as fundações das estruturas.

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