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Capítulo 5 Propostas Didáticas

5.3. Regência nº 20

28 de abril de 2017 Alunos Grupo I Objetivos: - Desenvolver a competência intercultural e comunicativa

- Conhecer melhor a História de Portugal

Alunos Grupo II (nacionalidade lituana)

Objetivos:

- Desenvolver a competência cultural e comunicativa

143 - Melhorar a capacidade de compreensão/produção do texto escrito e da produção oral.

- Alargar o léxico/vocabulário relativo ao tema “Animais”

Conteúdos:

- Competência cultural e comunicativa: diálogo em turma sobre o feriado e o seu significado, visualização de um vídeo sobre o mesmo.

- Competência intercultural e produção oral: apresentação do símbolo de “Liberdade” desenhado pelo colega - Competência de produção/compreensão escrita: resposta a perguntas de interpretação, realização de textos escritos.

- Melhorar a capacidade de compreensão do texto escrito.

Conteúdos:

- Competência cultural e comunicativa: diálogo em turma sobre o feriado e o seu significado, visualização de um vídeo sobre o mesmo, informação sobre a CPLP e os países membros.

- Funcionamento da Língua: Determinantes Artigos Definidos e contração com as preposições “de” e “em”, verbo ficar como sinónimo de ser, flexão das nacionalidades

Etapa 1

• A professora recebe trabalhos de casa e pergunta aos alunos sobre o que fizeram durante a última semana: aproveita para introduzir algum vocabulário e faz o registo do discurso dos alunos num documento word visível para todos. Tempo 20-25 min 10h30 Etapa 1

• A professora recebe trabalhos de casa e pergunta aos alunos sobre o que fizeram durante a última semana: aproveita para introduzir algum vocabulário e faz o registo do discurso dos alunos num documento word visível para todos.

Tempo 20-25 min

144 Etapa 2 – Diálogo sobre o 25

de Abril

• A professora pergunta aos alunos como foi o feriado de terça-feira (25 de Abril). • A professora apresenta um vídeo curto sobre o tema e esclarece alguns factos históricos sobre o feriado explicando o seu significado a nível nacional, com suporte numa apresentação PowerPoint.

15 min

10h45

Etapa 2 – Diálogo sobre o 25 de Abril

• A professora pergunta aos alunos como foi o feriado de terça-feira (25 de Abril). • A professora apresenta um

vídeo curto sobre o tema e esclarece alguns factos históricos sobre o feriado explicando o seu significado a nível nacional, com suporte

numa apresentação

PowerPoint.

15 min

10h45

Etapa 3 – Ficha sobre a Liberdade (primeiro exercício)

• Os alunos devem desenhar um símbolo que representa a Liberdade no seu país. • Após desenhar, os alunos

devem desmontar o seu desenho em peças de puzzle e trocá-las com o colega para que este possa montar novamente o puzzle e tentar adivinhar o que está desenhado.

25 min

Etapa 3 – Funcionamento da Língua

• A professora acompanha a leitura e explica a ficha sobre os Determinantes Artigos Definidos.

• A professora explica o significado do verbo ficar com o sentido de ser: ficar em + nome de lugar = situar-se, estar situado.

145 • De seguida, com o puzzle do

colega montado, os alunos devem fazer questões adequadas de modo a conseguir explicar o seu significado ao grupo.

Exemplo: Porque é

que utilizaste estas cores? O que significa este elemento/símbolo? O que representa na história do teu país?

• Por fim, cada aluno deve apesentar o símbolo do seu colega oralmente utilizando as informações que obteve.

11h10 11h10 Etapa 4 – Atividade de produção oral e compreensão de leitura. • Os alunos apresentam oralmente os símbolos desenhados. • A professora acompanha a leitura e explica a ficha com o tema “Liberdade”. Aproveita para explicar

20 min

Etapa 4 – Funcionamento da língua

• A professora corrige os exercícios anteriores com os alunos.

• Os alunos realizam uma ficha que servirá de introdução às Nacionalidades.

146 quem é o escritor José

Luandino Vieira,

estabelecendo contacto com a temática do 25 de Abril.

11h30 11h30

Etapa 5 – Atividade de produção escrita

• Os alunos realizam a ficha sobre a “Liberdade” 30 min 12h00 Etapa 5 – Atividade de alargamento do léxico e desenvolvimento da competência cultural

• A professora distribui uma ficha com várias nacionalidades flexionadas em género e número.

• Após a sua leitura, os alunos realizam a ficha “O Português no Mundo” e exercícios sobre o tema em questão e de conteúdos já abordados.

30 min

12h00

Tabela 5 – Planificação da Regência nº 20

Material A1.1 (anexo 11):

• Ficha “Determinantes Artigos Definidos” • Ficha informativa “Nacionalidades” • Ficha “Apresentação”

• Exercícios retirados de Dias, Ana Cristina (2010), Entre Nós 1 - Método de

Português Para Hispanofalantes Caderno de Exercícios, Lisboa, Lidel

• Ficha “O Português no Mundo” retirada do livro Dias, Ana Cristina (2010),

Entre Nós 1 - Método de Português Para Hispanofalantes Caderno de Exercícios, Lisboa, Lidel

• Vídeo “O 25 de Abril num minuto” • Apresentação PowerPoint

147 • Ficha sobre a Liberdade

• Material artístico • Puzzle

• Vídeo “O 25 de Abril num minuto”

Nesta unidade letiva, a estrutura de lecionação abordada foi idêntica às anteriores: um momento inicial de diálogo acerca do que os alunos fizeram na semana anterior, esclarecimento de dúvidas e entrega de trabalhos de casa. De seguida, e ainda comum a todo o grupo, os alunos puderam ver um pequeno vídeo acerca do feriado «25 de Abril» e posteriormente responder a algumas perguntas direcionadas aos alunos com nível de língua mais elevado, fazendo sempre que possível um esclarecimento de algum vocabulário utilizado para os restantes alunos. Assim, a professora perguntou aos alunos como foi o feriado de terça-feira (25 de Abril) e explicou aos aprendentes alguns factos históricos sobre o feriado esclarecendo o seu significado a nível nacional, com suporte numa apresentação PowerPoint.

Após esta etapa que se focava mais no desenvolvimento da competência comunicativa, nomeadamente da produção e compreensão oral, foi feita novamente a divisão da turma em dois grupos já regularizados. No primeiro grupo, de maior proficiência linguística, foi realizada uma atividade com a temática da Liberdade, integrada numa unidade didática intrínseca ao mesmo tema. Os alunos deviam desenhar um símbolo que representasse a Liberdade no seu país, tal como o Cravo representa em Portugal, e, após desenhar, o aluno devia desmontar o seu desenho em peças de puzzle e trocá-las com o colega para que este pudesse montar novamente o puzzle e tentar adivinhar o que estava desenhado. De seguida, com o puzzle do colega montado, o aluno devia fazer questões adequadas de modo a conseguir explicar o seu significado ao grupo, partindo de questões como: Porque é que utilizaste estas cores? O que significa este

elemento/símbolo? O que representa na história do teu país?… Finalmente, cada aluno

devia apesentar o símbolo do seu colega oralmente utilizando as informações que obteve. Com esta atividade pretendia-se sobretudo o desenvolvimento da competência intercultural e da produção oral, bem como a interação de pares e criar um ambiente motivador, à semelhança do que tinha sucedido na décima terceira regência. No entanto, a atividade não correu como esperado e os objetivos foram apenas parcialmente concretizados. De facto, no momento de instrução não houve uma indicação completa e correta pela parte da professora estagiária sobre o diálogo que era pretendido estabelecer

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entre pares para posteriormente o aluno poder fazer uma apresentação sobre o símbolo do colega. Por outro lado, apenas estavam presentes a aluna checa e a aluna russa, sendo que a segunda optou por fazer o desenho de um símbolo universal, desenhando uma pomba, o que não estava totalmente de acordo com o pretendido. Desta forma, em vez de cada aluno apresentar o símbolo do colega, cada aluno apresentou o seu próprio símbolo, o que não possibilitou o deslocamento cultural planificado com a função de obter informações sobre a outra cultura para depois, tendo o suporte do símbolo, realizar a apresentação. A atividade pretendia também desenvolver o espírito de entreajuda e de interação entre aprendentes através das explicações que os mesmos teriam de fazer segundo as questões do colega. A par disto, o tempo dedicado a esta atividade ultrapassou, mais uma vez o pretendido, o que por sua vez acabou por afetar o ritmo de ensino-aprendizagem da unidade letiva e não permitiu, outra vez, a realização da planificação que dava continuidade à abordagem do tema Liberdade.

De seguida, após as apresentações, de forma a estabelecer novamente contacto com a História de Portugal, neste caso, com um momento específico, o 25 de Abril, a professora aproveitou para explicar quem é o escritor José Luandino Vieira, autor da fábula que iria ser abordada. Posteriormente, a professora estagiária acompanhou a leitura da fábula e explicou o resto da ficha relativa ao tema. Neste momento, apontam-se também algumas dificuldades que se prenderam com a complexidade de algum vocabulário da fábula que possuía vocábulos em quimbundo.

Apesar das várias interpretações e usos que podem ser feitos a partir deste tipo de texto literário, foi minha intenção ter especial atenção ao tipo de atividades que seriam possíveis realizar tendo em conta a competência a ser desenvolvida e o nível de proficiência apresentado. Apesar das mesmas retratarem um espaço lusófono, num nível inicial como o A1 seria muito complicado abordar a leitura original e integral da fábula não só devido à utilização de tempos verbais ainda desconhecidos, mas também à própria variante do Português Europeu, o Português Angolano, bastante vincado na escrita de José Luandino Vieira, bem como manter a sonoridade e musicalidade da sua escrita numa adaptação. Outro aspeto de difícil contorno foram os vocábulos presentes em quimbundo que foi apenas colmatado com presença de um glossário de modo a definir e elucidar sobre o significado de determinadas palavras.

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A presença do quimbundo contribui ainda mais para o desenvolvimento do português como língua pluricêntrica e para o plurilinguismo, o que tem as suas vantagens e perigos. Num contexto onde o plurilinguismo e o bilinguismo se dão, o principal objetivo, como professores de língua estrangeira, é lecionar português numa variante específica e elucidar os aprendentes para outros aspetos das variedades do português, quando possível. Assim sendo, a alternativa de vários vocábulos para um mesmo conceito desencadeou momentos de dúvida e confusão, tendo em conta que o aluno fez a transferência de um determinado conceito em português, para a sua língua materna, ou, nessa impossibilidade, para uma outra língua estrangeira, como o inglês. Porventura, fê- lo ainda para a língua de um colega (tendo em conta que este é um momento de partilha cultural e linguístico) e ainda, finalmente, para o quimbundo. Ora, todo este processo, sobretudo num nível inicial poderá ser complicado de gerir por parte dos aprendentes, apesar de ser indiscutível a riqueza linguística e conceptual que tal exercício contém.

Desta forma, a explicação da fábula abrandou o ritmo da unidade letiva, congestionando, de igual modo, a fluidez e articulação das atividades planificadas para o grupo de alunos lituanos que a dada altura, sobretudo no momento de explicação mais pormenorizado da fábula, sofreu instantes de inércia e inatividade que se revelaram pouco produtivos no final. Apesar disso, a planificação proposta para este grupo foi cumprida de forma fluída e encadeada até este momento, que acabou por abrandar o ritmo de aprendizagem de ambos os grupos.

Conclui-se, portanto, que a diferenciação pedagógica, apesar de não poder deixar de ser considerada, levanta outro tipo de problemas que se associam sobretudo à manutenção do tempo distribuído por ambos os grupos diferenciados e ao incumprimento da planificação estipulada para ambos os grupos. Para além disso, apontam-se também dificuldades na aplicação das atividades propostas, quer na realização pela parte dos aprendentes que denotou uma falha na altura da instrução por parte da professora estagiária; quer, por vezes, na falta de cooperação estrutural de alguns alunos. Para ultrapassar estas dificuldades, sugere-se, por isso, uma maior atenção na diferenciação pedagógica a ter em conta dentro do mesmo grupo feita através da elaboração de exercícios diferenciados com menos desenvolvimento de produção escrita para os aprendentes com nível de língua menor; uma melhor ponderação na abordagem de um texto literário com vocábulos demasiado complexos para o nível de língua a ser lecionado

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e com vocábulos de outra variante do português, optando por exercícios mais simples, práticos e de fácil instrução.

5.4. Regência nº 21

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