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Participaram do Plano, as prefeituras municipais de Arapiraca, Coité do Nóia, Craíbas, Feira Grande, Junqueiro, Lagoa da Canoa, Limoeiro de Anadia, Porto Real do Colégio e Taquarana, em conjunto com empresas (Novartis Agro, Bayer S/A, Hokko S/A), Associação Profissional da Indústria do Fumo, UFRPE - Universidade federal Rural de Pernambuco, UFAL, COOPERAL, Sindicatos Patronal e dos Trabalhadores Rurais, EPEAL – Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado de Alagoas e EMATER/AL – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Alagoas.

situação caótica, todavia também existem, e são comuns, numerosas instalações sanitárias para uso humano na zona rural. Um elemento de controle da poluição.

Os sistemas de abastecimento de água são importantes pelo elevado teor social, no entanto, no planejamento, execução e uso destes sistemas, ainda não há qualquer procedimento com respeito à proteção ao meio ambiente – degradação da biodiversidade biótica e abiótica, alteração do fluxo dos corpos d’água, extinção de ecossistemas naturais, etc, são intervenções que foram feitas algumas há bastante tempo, como a Adutora do Morro do Gás na margem do Rio São Francisco, São Brás/Alagoas. Ainda hoje não há qualquer procedimento no sentido de mitigar esses danos ambientais, e continuam ocorrendo sem nenhum controle e fiscalizações dos órgãos responsáveis, em especial do IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis e IMA – Instituto do Meio Ambiente.

2.7...Região fumageira: SERVIÇOS AGROPECUÁRIOS

Nessa região, a área minifundiária e a policultora passaram a receber atenção do governo estadual nas décadas de 60/70 e, em Arapiraca (em fins de 1960), instala-se uma Estação Experimental20 de pesquisa agrícola e uma unidade

da ANCAR-PE21 – Associação Nordestina de Crédito Rural, empresa de assistência

técnica. Essa Estação Experimental atualmente se encontra ocupada pelo MST – Movimento dos Sem Terra e toda produção científica comprometida, pois a atividade de pesquisa nessa unidade está parada há pelos três anos.

Esse serviço feito pela SEAGRI aos agricultores e suas famílias é de forma precária na região fumageira e nas outras regiões do estado, por insuficiência de recursos financeiros para investimentos, custeio da máquina operacional, remuneração dos recursos humanos, programa de capacitação continuada de seus funcionários, especialmente os técnicos, por desvio de funções e quase nenhuma contratação de pessoal técnico nos últimos 15 anos. Atualmente, outras empresas

20Fundação FITPAL – Instituto de Tecnologia e Pesquisa de Alagoas (Estação Experimental), criado

nos anos de 1960 e, em 1975 é transformado em EPEAL. Hoje é a SEAGRI – Secretaria Executiva de Agricultura, Irrigação, Pesca e Abastecimento quem faz os serviços de pesquisa (VASCONCELOS FILHO,2004).

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Nos anos 60, a assistência técnica instala-se no município através da ANCAR-PE, no final dos anos 60, instala-se em Alagoas, ANCAR-AL , e em 1975, esta é transformada em empresa pública de direito privado, denominada EMATER/AL. Atualmente este serviço é feito pela SEAGRI, que tem assumido o papel de executor da política de Extensão Rural no Estado (OLIVEIRAg,2004).

de assistência técnica (elaboração de projetos e orientação técnica) se fazem presentes nessa região, entre elas: COOPTAL – Cooperativa dos Profissionais Técnicos em Agropecuária de Alagoas Ltda, Mandacaru, Plantes, PRORURAL – Planejamento e Projetos Rurais.

Em 1977, o Governo Federal, através do POLONORDESTE – Programa de Desenvolvimento de Áreas Integradas do Nordeste, objetivando eliminar as desigualdades sociais e regionais, elaborado pela SUDENE – Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste e OEA – Organização dos Estados Americanos, com recursos do Banco Mundial, interveio nessa região agrestina e fumageira de forte

dinâmica econômica e estrutura minifundiária, com uma cultura (fumo) de

penetração no mercado mundial. A partir de uma definição de um público-meta forjado nos pequenos agricultores e na distribuição espacial dos serviços, criar áreas de desenvolvimento estrategicamente localizadas pelo território nordestino, proporcionando redução do fluxo migratório e incremento da produtividade das culturas alimentares e outras de importância como fumo e algodão, por meio da promoção de atividades agropecuárias e organizacionais: pesquisa, crédito rural, assistência técnica e extensão rural, armazenagem, irrigação, capacitação e estradas vicinais apoiados pelos PDRIs – Projetos de Desenvolvimento Rural Integrados. O objetivo esperado era de melhorar as condições de baixa produtividade agrícola e a pobreza social.

Esse projeto foi importante, mudou pois, alguns hábitos dos agricultores, incluindo a participação popular, via cooperativa CAPIAL. O POLONORDESTE investiu vigorosamente no cooperativismo, por meio da reestruturação da CAPIAL e o serviço de Extensão Rural (EMATER/AL) articulava as atividades agropecuárias, gerenciais e organizacionais com os agricultores e outras instituições. A CAPIAL registrava que 80% dos seus cooperados se situam até 10 hectares e chegou a possuir 3.879 sócios, em 1987. Ainda assim, a ação do POLONORDESTE limitou-se ao crédito rural, assistência técnica, extensão rural e cooperativismo.

Nos anos 80, com a transição para o regime democrático, vive-se um momento de reavaliação de todas as políticas de desenvolvimento regional. E a catástrofe natural (seca), ocorrida em 1983, mais uma vez, expõe a vulnerabilidade da região nordestina. Os diagnósticos feitos efetivavam as desigualdades sociais e econômicas, mostrando que não era a catástrofe natural o problema, mas a pobreza

Programas e projetos, neste país, mudam com o governo do dia. O POLONORDESTE cumpria o papel estabelecido, no entanto sem avaliações satisfatórias, esvaziou-se o POLONORDESTE. Surge o Projeto NORDESTE (1985) com seus programas setoriais22, que também tinha como referência melhorar a qualidade de vida de dois milhões de famílias de pequenos agricultores, em 15 anos. Carvalho (2002:40-41) relata sua visão sobre o Projeto NORDESTE:

a) a definição de um projeto geral centrado na erradicação da pobreza absoluta na região; b) uma inversão na ordem das linhas de intervenção modernizadora, isto é, a política agrária (reestruturação fundiária) antecedendo as políticas agrícolas; c) abrangência em todo o Nordeste rural dessas intervenções estatais e não só os pólos de desenvolvimento selecionados a partir de critérios econômicos (como foi o POLONORDESTE; d) que o público meta da ação modernizadora do programa seria essencialmente o pequeno produtor rural; e) estimular a participação, mobilização e organização dos beneficiários e as formas de propriedade alternativa: comunitária ou empresas multi-familiares.

O Projeto NORDESTE fez um atendimento precário e o insucesso estava caracterizado; a boa idéia de planejamento regional portanto, torna-se um fracasso na execução.

E, em 1995, sob pressão das representações dos agricultores (as) familiares, o governo federal cria o PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – como uma estratégia de promoção do desenvolvimento agropecuário e rural. No entanto, este programa, baseado só em metas quantitativas, não tem atendido às reivindicações dos agricultores (as), falta- lhe discussão pública. Entre tantas outras razões para o insucesso, sobressai o baixo limite da renda bruta prevista, imposto pelo normativo do Manual de Crédito Rural (BLUM, 2001:62):

A renda familiar brutra prevista não pode ultrapassar a R$ 27.500,00, com rebate de 50% para atividades de avicultura, piscicultura, suinocultura e sericicultura. Essa renda deverá ser de 80% proveniente da exploração agrícola.

“Ainda que não tenha atingido sua meta de ser um programa massivo para a maioria dos agricultores familiares, o PRONAF pode ser visto como um poderoso

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Programa de Apoio aos Negócios Rurais não-Agrícolas, Irrigação, Educação Básica Rural, Ações Básicas de Saúde no Meio Rural, Saneamento Básico Rural e o PAPP – Programa de Apoio ao Pequeno Produtor. O PAPP visava ao acesso à água, crédito rural, acesso à tecnologia adaptada, acesso aos mercados, via organização e desenvolvimento comunitário; e, inclusive, acesso à terra através do PDSFN – Programa de Desenvolvimento do Sistema Fundiário Nacional (CARVALHO, 2002).

instrumento de crédito, para a manutenção do principal elemento da dinâmica econômica da área fumageira: a pequena propriedade familiar, policultora, que serve de base para a diversificação das atividades produtivas, das quais depende a Região Fumageira como área deferenciada, numa região dominada pelo latifúndio, monocultura e trabalho servil” (CARVALHO, 2002:49).

O Banco do Nordeste do Brasil S/A e o Banco do Brasil S/A estão presentes na região fumageira em operações de custeio e investimento. Apresenta limitações de toda ordem, enfim, não atende a demanda dos agricultores e agricultoras, sendo insuficiente, especialmente para o segmento da agricultura familiar. A baixa disponibilidade de crédito, conforme gráfico 3, referenda que, em uma região de aproximadamente 27 mil agricultores familiares, só 8.516 operações com recursos do PRONAF foram contratadas por esses agentes. Na verdade, além do número de contratos ser baixo, muito desses agricultores renovaram esses contratos.

Gráfico 3: Região Fumageira: PRONAF Investimentos

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