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Região de influência de Teresina-2007

“Ganham destaque centros que atraem pacientes residentes em áreas distantes, como é o caso, por exemplo, de Goiânia, Teresina e Barretos” (REGIC, 2008, p.167).

Teresina, nesta última década, tem se tornado um centro de prestação de serviços, um referencial na região para o comércio varejista, um polo de prestação de diversificados serviços profissionais, principalmente na área de saúde (hospitais, laboratórios, clinicas, ambulatório, farmácias e drogarias, comércio de equipamentos e insumos e de assistência técnica). Tornou-se também um polo de educação, especialmente o ensino técnico profissional e ensino de nível universitário (TERESINA, 2010, p. 5).

Por causa da grande influência que exerce em municípios vizinhos do Piauí e em Timon no Maranhão, Teresina junto com mais quinze cidades configuram a “Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina” (RIDE), criada pela Lei Complementar n. 112, de 19/09/2001, com o objetivo de articular as ações do poder público. Teresina é o principal centro de referência desse aglomerado, formado pelos municípios de Altos, Beneditinos, Coivaras, Curralinhos, Demerval Lobão, José de Freitas, Lagoa Alegre, Lagoa do Piauí, Miguel Leão, Monsenhor Gil, Nazária, Pau D’Arco do Piauí, Teresina e União, acrescida do município de Timon, no Estado do Maranhão, com uma área territorial de 10.919,19 km2. Com essa configuração, a população residente dessa região, em 2010, de acordo com o IBGE, atingiu um total de 1.154.716 habitantes (BRASIL, 2013, p. 36).

Com relação aos aspectos econômicos, a cidade de Teresina possui 43% das atividades econômicas com maior valor agregado no Estado, como indústria e serviços, apresentam dinâmicas econômicas consolidadas e diversificadas, representando, assim, fonte de recursos humanos, serviços especializados e promoção de intermediação de produtos e serviços advindos de praticamente todas as regiões, polarizando os fluxos econômicos (PONTES, 2010).

O Produto Interno Bruto de Teresina, em 2011, atingiu R$ 11.403.516,00 (onze bilhões quatrocentos e três milhões quinhentos e dezesseis reais), representando 46,3% do PIB Estadual, ocupando a primeira no Estado do Piauí. No Nordeste ocupa a nona posição, e no Brasil a quinquagésima segunda (TERESINA, 2014). Desse total, a maior parte vem dos serviços, o que mostra a vocação econômica voltada para comércio e serviços; em segundo lugar vem a indústria; e, por último, as atividades primárias, conforme dados apresentados no Quadro 1, a seguir.

Quadro 1 - Distribuição dos setores na composição do PIB de Teresina SETOR % SERVIÇOS 66,5 INDÚSTRIA 18,1 SETOR PRIMÁRIO 0,6 DEMAIS 14,8 Fonte: Teresina (2014, p. 4).

Essa mesma tendência é reafirmada quando se analisam os dados de emprego e renda em Teresina, e se constata que a maior parte dos empregos na cidade é gerada nos setores da administração pública (34,0%), serviços (27,4%) e comércio (17,2%). Outra tendência observada é um aumento na taxa de ocupação com o crescimento de empregos formais, sobretudo, nos setores da construção civil e de serviços, o que, no entanto, não se refletiu na diminuição dos empregos informais, o que pode ser explicado pelo concomitante aumento na população (TERESINA, 2010).

Em Teresina, a prestação de serviços tem sido a mais importante atividade econômica. A cidade pode ser considerada como polo comercial varejista, de prestação de serviços de saúde, de educação universitária, e como polo ceramista de tijolos e telhas. Nesses primeiros anos do século, a economia da cidade vem recebendo importantes incrementos, como, por exemplo, a instalação de atividades varejistas e atacadistas no ramo de supermercados, filiais e franquias de marcas de renome e de grifes nacionalmente conhecidas, revendedoras de veículos, lojas de eletrodomésticos, vestuários, calçados, alimentação, perfumarias e medicamentos. O que por um lado trouxe novos empregos e oferta de serviços variados afetaram os pequenos negócios locais (TERESINA, 2013, p. 62).

Sobre a qualidade de vida na cidade, o que se observa é que há um aumento no Éndice de Desenvolvimento Humano que passou de 0,509 em 1991 para 0,751 no ano de 2010. Está situado portanto, na faixa de Desenvolvimento Humano Alto (IDHM entre 0,700 e 0,799). A dimensão que mais contribuiu para o aumento do PIB foi a educação. Como pode ser visualizado no Quadro 2, a seguir:

Quadro 2 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM de Teresina

Éndice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDHM

IDHM 2010 0,751

IDHM 2000 0,62

IDHM 1991 0,509

O aumento neste índice, no entanto, não foi suficiente para dar a totalidade dos moradores uma qualidade de vida desejável: “A qualidade de vida melhorou, mas ainda continua abaixo do patamar desejado pela população” (TERESINA, 2013, p. 60).

Diante deste quadro, é possível afirmar que, por um lado, a cidade de Teresina apresenta um visível crescimento nos setores econômicos, e na própria ocupação do solo urbano, atraindo cada vez mais moradores por sua expressiva oferta de serviços. Por outro lado, no entanto, as políticas e ações públicas não têm sido eficazes na resolução dos problemas de sua população.

1.2 O espaço intraurbano: construção, características e agentes produtores Ao produzir sua própria vida, o homem produz o espaço. O espaço geográfico é construído conforme o desenvolvimento da sociedade que transforma a natureza em um espaço humanizado para atender suas necessidades. Este espaço geográfico ao tempo em que é criado pela sociedade interage com esta em uma relação dialética. Logo, a existência deste espaço requer a ação humana, o que se estende à cidade.

A geografia enquanto ciência social estuda a sociedade sob o ponto de vista do espaço; ou seja, busca entender de que forma se dão as relações entre o homem e seu espaço habitado, e como este está construindo o espaço geográfico. No que tange às diferentes dinâmicas do espaço geográfico, ganha destaque a cidade como lócus da vida social, visto que há uma tendência no mundo para a urbanização. Estudar a cidade é entender um pouco mais sobre a sociedade que nela mora e se reproduz. A cidade é ainda um lugar um lugar privilegiado de investimento e um centro de tomada de decisão.

Fonte: Atlas Brasil (2013) - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

Regiões e países cada vez mais, continentes inteiros e mesmo o planeta inteiro, se apresentam mais e mais urbanizados abrigando um percentual majoritário da população vivendo em espaços tidos urbanos, ao mesmo tempo em que a população rural diminuiu em termos relativos- e, em não poucos países vem encolhendo até mesmo tem termos absolutos (SOUZA, 2005, p. 153-154).

Na cidade de Teresina, a tendência para a urbanização foi consolidada, sobretudo, após a década de 1950, quando a cidade ganhou maior infraestrutura de energia, educação e saúde, o que acabou por atrair muitas pessoas, principalmente de cidades de interior do Estado.

O fato de morar na cidade não reflete apenas uma simples localização geográfica, mas traz implicações culturais, entende-se aqui cultura no seu sentido mais amplo, como modo de vida; dessa forma, o deslocamento para as cidades faz surgir um modo de vida urbano, com novas relações profissionais e familiares. Tem- se então a diferença entre cidade, que é a materialização, ou seja, o espaço urbano propriamente dito e o urbano que é o conteúdo deste espaço, as relações que nele acontecem. Não se pode entender a cidade sem analisar o seu modo de vida urbano e vice-versa.

As relações sociais e de produção não produzem apenas a cidade enquanto forma diferenciada, mas um novo modo de vida o modo de vida urbano: Dessa forma, o urbano é mais do que um modo de produzir, é também um modo de consumir, pensar, sentir, enfim é um modo de vida (CARLOS, 2005, p. 27).

Na cidade existe um ritmo de vida próprio que está muito ligado a sua dinâmica produtiva; deste modo, quanto mais complexas forem suas relações econômicas e seu posicionamento na rede urbana mais complexo será o seu arranjo social. Este é o modo de vida urbano.

A produção da vida cotidiana das pessoas na cidade envolve vários aspectos: o trabalho, a educação, a família, o descanso, o lazer, a participação comunitária, seja em entidades políticas ou religiosas. As mudanças no modo de trabalho que ocorreram com a ascensão das cidades chegaram também para o campo do lazer: “modo de vida urbano produz ideias, comportamentos, valores, conhecimentos, formas de lazer, e também de cultura” (CARLOS, 2005, p. 26).

É inegável a existência de uma ligação entre a produção do lugar e a cultura das pessoas em que nele vivem. Dessa forma, para se estudar qualquer um destes

aspectos da vida social, é preciso também estudar o espaço onde tudo acontece. Neste caso é imprescindível estudar a cidade.

A cidade é produzida pelas ações humanas, então falaremos não da produção urbana, mas da produção humana, que, em geral, tem como um de seus resultados a cidade, como afirma Lefebvre (1991), produzir é produzir espaço. Entender o espaço urbano não é apenas estudar a cidade, é, sobretudo, analisar o modo de vida urbano. Esse modo de vida não está ligado somente ao modo de produção econômica, embora sofra seu constrangimento, mas a todas as esferas da vida social: cultural, simbólica, psicológica, ambiental, educacional.

O ato de produção da vida é, consequentemente, um ato de produção do espaço, além de um modo de apropriação. Nesse raciocínio afirma-se o espaço como condição, meio e produto da reprodução social: produto resultante da história da humanidade, reproduzindo-se ao longo do tempo histórico e em cada momento da história, em função das estratégias e virtualidades contidas de cada sociedade (CAVALCANTI, 2011, p. 65).

A cidade é um espaço privilegiado, um objeto de desejo é a matriz de uma nova forma de existir: o modo de vida urbano. Dessa forma, ao geógrafo cabe não somente o estudo da cidade, mas analisar o urbano, como afirma Silva: “pensar a configuração urbana animada pela vida na cidade implica refletir a forma como ela se estabelece no território, como se insere numa trama de relações com intensidade e direções variadas” (1997, p. 89).

A cidade é a materialização de um processo chamado de urbanização. A saída de um espaço rural para aglomerados urbanos constituiu uma nova forma de organização dos grupos humanos que passaram a viver de outras atividades que não fossem agrícolas. Entender a sua origem, organização e características é importante para melhor compreender sua dinâmica e as relações sociais que nela se realizam.

O surgimento das cidades, é portanto, resultado de um conjunto de conhecimentos acumulados pelo homem que o possibilitou trabalhar não somente por sua subsistência, mas com outros anseios. As aglomerações humanas são resquícios da Pré-História, a convivência em grupos facilitava a mútua proteção e a sobrevivência da espécie.

A fixação destes grupos humanos foi um processo mais demorado, o primeiro lugar de abrigo foi a caverna. Além disso, o lugar de enterro dos mortos foi o

primeiro a ter algum significado para o homem, o culto aos mortos obrigava-o a voltar e ter um lugar como referência. A descoberta da agricultura e o fim do nomadismo fizeram surgir as aldeias; estas por sua vez, constituíam um aglomerado de agricultores, uma organização simples, pois não existia divisão do trabalho (SPOSITO, 2005).

O surgimento das primeiras cidades só foi possível quando a sociedade começou a se diferenciar, o que veio através da divisão do trabalho. A produção de excedentes agrícolas liberou alguns homens do trabalho com a terra, podendo estes se dedicar a outras atividades. Assim, também surgiram divisões sociais, as tarefas divididas, a hierarquia social, o poder decisório.

Concretamente, esta sociedade diferenciada constitui-se historicamente, quando artesões especializados e outros trabalhadores não agrícolas se concentram num mesmo território. Dentro de uma organização social emergente, eles se dedicaram ao trabalho em larga escala [...] comandados pela própria elite governante, a qual era a própria projeção do caçador, menos protetor físico da comunidade, e mais chefe, muito mais rei, líder politico e religioso ao mesmo tempo (SPOSITO, 2005, p. 16).

A cidade, portanto, concentrou não somente o comércio da produção excedente do campo, mas abrigou também uma nova classe de trabalhadores e ainda os lideres da comunidade. Desde essa época já se configurava como um lugar de poder.

Souza (2005) destaca este poder como um fato importante para o surgimento das primeiras cidades; a formação de um aparelho de poder e de dominação formalizado como a monarquia e aristocracia que foram se instituindo pela possibilidade de não trabalhar na agricultura. Essa classe dominante, formada por sacerdotes, monarcas e guerreiros foi fundamental para a organização das cidades.

Há milhares de anos coletividades humanas aprenderem a viver em espaços relativamente pequenos e em condições de grande densidade demográfica nos quais se foram concentrando as atividades econômicas não ligadas ao setor primário da economia, assim como foram se concentrando, também, a produção intelectual e o poder político: as cidades (SOUZA, 2005, p. 153).

Lefebvre (1999) considera a cidade política um dos estágios para o surgimento da sociedade urbana, para o autor, esta segue de perto o estabelecimento de uma vida social organizada, dessa forma:

A agricultura somente superou a coleta e se constituiu como tal sob o impulso (autoritário) de centros urbanos, geralmente ocupados por conquistadores hábeis que se tornaram protetores exploradores e opressores, isto é, administradores, fundadores de um Estado ou um esbouço de Estado (p. 18-19).

A ascensão do sistema capitalista foi um reforço para a urbanização. Desde sua fase mercantil, consolidou a cidade como lugar de trocas, mas foi na sua fase industrial que acelerou a urbanização. A partir das mudanças técnicas que ficaram conhecidas como Revolução Industrial, a produção de bens materiais foi acelerada, o que exigia mais trabalhadores.

Neste momento, houve uma migração em massa do campo em direção à cidade. Por outro lado, esses trabalhadores assalariados impulsionavam a mola do consumo exigindo mais produção. As grandes jornadas diárias de trabalho não permitiam grandes deslocamentos, o que fez surgir uma concentração de moradias perto da fábrica. Estava, portanto, inaugurada a cidade moderna.

É preciso lembrar que este processo não se deu de forma homogênea em todos os países do mundo, pois o fator econômico foi muito importante para o aparecimento das cidades. Enquanto os países europeus, pioneiros na Revolução Industrial, tiveram uma urbanização antiga, outros, como o Brasil, só conheceram este processo no século XX, e há ainda aqueles que permanecem rurais.

Conforme a humanidade foi desenvolvendo técnicas, seu conhecimento sobre a natureza, sua capacidade de modificá-la foi ampliada. Antes o homem era muito dependente da natureza com uma atitude passiva de coletor que estava sujeito às intempéries naturais. Quando passou a produzir na “revolução agrícola” as relações do homem com o meio se modificam, o homem se tornara ativo transformando a natureza conforme suas necessidades através do trabalho. Quanto mais avançado é o desenvolvimento da sociedade maior é a sua interferência no espaço. É preciso ainda lembrar que as cidades continuam a se transformar ao longo do tempo, daí surgem novas formas como as metrópoles e as cidades globais.

A partir desta breve retrospectiva histórico/geográfica, podemos definir cidade como um espaço construído pelo homem para atender suas necessidades econômicas, sociais e de poder. Não podemos esquecer que não se trata apenas de algo material, uma vez que esta nova forma de morar trouxe um novo modo de vida, o urbano. Em outras palavras, podemos dizer que a cidade é um produto da sociedade. Vejamos algumas características da cidade:

A grande concentração das atividades terciárias públicas e privadas do aglomerado e a forma contínua dos espaços edificados onde se dá a proximidade das habitações da população que vive dessas atividades são atributos que permitem caracterizar melhor o tema cidade (SCARLATO, 2005, p. 399).

Entender a cidade passa pela compreensão da sua origem, organização e características. Dessa forma, é fundamental também um esforço para compreender sua dinâmica e as relações sociais que nela se realizam.

Para Corrêa (2004), o espaço urbano compreende a organização espacial da cidade que integra um complexo conjunto de usos da terra justapostos entre si, que interagem constantemente, formando um espaço integrado. Essa divisão articulada, para Correa (2004), é um reflexo da própria sociedade que o cria. Se a cidade é engendrada por uma sociedade que se modifica constantemente, suas ações do passado e do presente criam e (re)criam o espaço conforme suas necessidades; desse modo, é coerente afirmar que a cidade é um reflexo social: “No caso da cidade é a subjugação do homem às necessidades de reprodução do capital, onde o homem se vê capturado pelas necessidades de consumo e lazer” (CARLOS, 2005, p. 12).

Para além de um simples conceito, Correa (2004) define o espaço urbano através de algumas características: o espaço urbano é fragmentado, articulado, é um reflexo da sociedade, é desigual, é um condicionante da sociedade e tem uma dimensão simbólica.

O espaço urbano – fragmentado, articulado, reflexo e condicionante social, um conjunto de símbolos e campo de lutas – é um produto social, resultado de ações acumulados através do tempo, e engendradas por agentes que produzem e consomem espaço. São agentes sociais concretos, e não um mercado invisível ou processos aleatórios atuando sobre um espaço abstrato (CORREA, 2004, p. 11).

O espaço urbano é constituído por diferentes usos da terra, como atividades comerciais, residenciais, de gestão, áreas de lazer, entre outros. Trata-se, portanto, de um espaço fragmentado, cada parte da cidade executa uma função, compondo assim a organização espacial da cidade. Por outro lado, as partes deste espaço não estão isoladas, mas interagem constantemente, formando um espaço articulado. A articulação é visível através do fluxo de pessoas e veículos, e ainda pela circulação de capitais, decisões e investimentos.

Outra característica marcante da cidade é a heterogeneidade, ou seja, as diferentes paisagens e modos de vida que são possíveis de se observar. Para Carlos (2005), este é o elemento que mais salta aos olhos quando se observa a cidade. As diferenças estão nas moradias que podem ser favelas, conjuntos habitacionais, mansões, condomínios fechados de casa, apartamentos de luxo. A diferença está nas cores que vão do cinza nas áreas totalmente construídos ao verde dos espaços arborizados.

A paisagem urbana de Teresina exemplifica bem a existência de dinâmicas urbanas diversas na cidade, se por um lado há a verticalização da cidade com a construção de prédios cada vez mais altos, principalmente nas zonas de residência de alto status, uma área entrecortada pela zona Centro e o início da zona Leste, por outro, ao espraiamente do tecido urbano da cidade, através de conjuntos residenciais populares, e ainda pela favelização, acrescenta-se também atualmente o surgimento dos condomínios de casas afastados do centro. O verde da vegetação vai dando lugar às cores da construção e ao preto do asfalto.

O espaço urbano de Teresina é fragmentado, com algumas áreas próximas ao centro da cidade apresentando ocupação diferenciada e contrastante com o restante do território. Essas áreas são formadas pelos bairros Frei Serafim e Ilhotas,à margem esquerda do rio Poti, e ao sul da avenida Frei Serafim, que cruza o centro da cidade na direção Leste-Oeste, e pelos bairros situados logo ao norte da área anterior e à margem direita do rio Poti, cuja paisagem salta aos olhos do observadorpor seu perfil arquitetônico moderno e diversificado, onde se desenvolve intensa atividade de produção de espaço para fins residenciais e corporativos, e onde são registrados altos índices de valorização imobiliária (CASTELO BRANCO, 2012, p. 33-34).

O espaço urbano é desigual porque é construído por uma sociedade desigual, dividida em classes, conforme o sistema de produção capitalista. Algumas pessoas de maior poder aquisitivo se apropriam mais do espaço urbano com maior poder de usá-lo e as classes menos favorecidas têm menor poder de decisão e uso sobre este espaço, daí surgem os movimentos sociais na cidade.

A sociedade capitalista é dinâmica, ou seja, muda conforme os processos históricos, econômicos, culturais. É também desigual, composta por classes sociais distintas, resultado do seu próprio modo de produção que favorece uma classe em detrimento de outras. Dessa forma o espaço urbano também é mutante e desigual.

Definir a cidade é uma tarefa difícil; Souza (2005) a caracteriza como um objeto complexo, daí deriva esta dificuldade em encontrar um conceito que defina bem todas as cidades, desde as maiores metrópoles e megacidades até as pequenas. O autor busca conceituar a cidade conforme algumas características como a centralidade econômica, de poder, cultural e religiosa, diversidade, predominância das atividades do setor secundário e terciário.

O espaço urbano diferentemente do espaço rural é um lugar de atração, pois polariza o comércio e os serviços; além disso, é o lugar do poder da gestão. Outra característica deste espaço é a variedade das atividades. Seu grau de diversificação independe do tamanho físico ou do número de habitantes. Já a renda das pessoas tem relação direta com as diferenciações dos espaços.

O tamanho demográfico, assim, muito pouco explica sozinho: o que explica as características econômico-espaciais, em matéria de diversificação, sofisticação e centralidade é o que ela representa enquanto mercado - o tamanho do mercado potencial é claro, mas

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