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A competência para o julgamento dos embargos de divergência no Supremo Tribunal

Federal é do Plenário (art. 6.º, IV, do RISTF).

No âmbito da Corte Constitucional, os embargos de divergência são cabíveis em face de

acórdão que julgue o recurso extraordinário ou agravo em recurso extraordinário, proferido por

Turma, e que divergir de outra Turma ou Plenário na interpretação do “direito constitucional”

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(art. 330 do RISTF).

3 NERY JR., Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil Comentado. 17.ª ed. São Paulo:

Revista dos Tribunais, 2016, p. 2.451, item 11.

4 “REGIMENTO INTERNO STF: Capítulo VI DOS EMBARGOS. Seção I DOS EMBARGOS DE DIVER-

GÊNCIA E DOS EMBARGOS INFRINGENTES. Art. 330. Cabem embargos de divergência à decisão de Turma que, em recurso extraordinário ou em agravo de instrumento, divergir de julgado de outra Turma ou do Plenário na interpretação do direito federal. Art. 331. A divergência será comprovada mediante certidão, cópia autenticada ou pela citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que tiver sido publicada a decisão divergente, ou ainda pela reprodução de julgado disponível na internet, com indicação da respectiva fonte, mencionando, em qualquer caso, as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados. Parágrafo único. (Revogado.) (Atualizado com a introdução da Emenda Regimental 26/2008). Art. 332. Não cabem embargos, se a jurisprudência do Plenário ou de ambas as Turmas estiver firmada no sentido da decisão embargada, salvo o disposto no art. 103. RISTF: art. 103 (revisão de jurisprudência). Art. 333. Cabem embargos infringentes à decisão não unânime do Plenário ou da Turma. Art. 334. Os embargos de divergência e os embargos infringentes serão opostos no prazo de quinze dias, perante a Secretaria, e juntos aos autos, independentemente de despacho. Art. 335. Interpostos os embargos, o Relator abrirá vista ao recorrido, por quinze dias, para contrarrazões. § 1.º Transcorrido o prazo do caput, o Relator do acórdão embargado apreciará a admissibilidade do recurso. § 2.º Da decisão que não admitir os embargos, caberá agravo, em cinco dias, para o órgão competente para o julgamento do recurso. § 3.º Admitidos os embargos, proceder-se-á à distribuição nos termos do art. 76. (Atualizado com a introdução da Emenda Regimental 47/2012). Art. 336. Na sessão de julgamento, aplicar-se-ão, supletivamente, as normas do processo originário, observado o disposto no art. 146. RISTF. Parágrafo único. Recebidos os embargos de divergência, o Plenário julgará a matéria restante, salvo nos casos do art. 313, I e II, quando determinará a subida do recurso principal.”

5 Faz-se necessária a leitura já diante da competência atribuída ao STF e ao STJ pela CF/88, pois ainda consta na

3.2. Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal (RISTF) 73

A divergência jurisprudencial será comprovada “mediante certidão, cópia autenticada

ou pela citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia

eletrônica, em que tiver sido publicada a decisão divergente, ou ainda pela reprodução de julgado

disponível na internet, com indicação da respectiva fonte, mencionando, em qualquer caso, as

circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados” (art. 331 do RISTF). Os

termos da norma regimental são próximos aos estabelecidos no § 4.º do art. 1.043 do CPC/2015.

O art. 332 do RISTF também estabelece que “não cabem” embargos de divergência se a

orientação jurisprudencial do Plenário ou em ambas as Turmas da Corte Constitucional estiverem

firmadas no mesmo sentido do aresto embargado. A regra prevista no referido dispositivo

regimental remete a importância da atualidade do entendimento, no sentido de fazer prevalecer a

segurança jurídica e a estabilidade das teses firmadas.

O recurso uniformizador será interposto no prazo de quinze dias e juntado aos autos

independentemente de despacho (art. 334 do RISTF). O Relator determinará intimação da parte

recorrida, por igual prazo, para apresentação de contrarrazões (art. 335 do RISTF).

Após o transcurso do prazo, o Relator do aresto embargado analisará a admissibilidade

dos embargos de divergência (§ 1.º do art. 335 do RISTF). A decisão que não admitir o recurso

uniformizador poderá ser impugnada por agravo no prazo de cinco dias para o órgão competente

para o julgamento do recurso (§ 2.º do art. 335 do RISTF). Nesse contexto, o dispositivo

regimental deve ser considerado superado

6

diante do art. 1.070

7

do CPC/2015, cabendo agravo

interno (art. 1.021 do CPC/2015) no prazo de quinze dias.

Na hipótese de admissão do recurso, o recurso será distribuído nos termos do art. 76 do

RISTF, ou seja, se o aresto embargado for proferido por uma Turma, os seus componentes serão

excluídos da distribuição, e os embargos de divergência serão distribuídos entre os membros da

outra Turma do STF e, se proferido pelo Plenário, serão excluídos o Relator e eventual Revisor

8

.

6 Luis Guilherme Aidar Bondioli assevera: “O juízo de admissibilidade negativo pelo relator do acórdão embargado

expõe-se a agravo interno (art. 1.021 do CPC), que o § 2.º do art. 335 do RISTF chama simplesmente de agravo. Note-se que o prazo para a interposição do agravo no caso é de 15 dias, e não mais de cinco dias, conforme expresso no superado texto do § 2.º do art. 335 do RISTF (art. 1.070 do CPC). Esse agravo será julgado pelo Plenário, órgão competente para o julgamento do recurso (art. 335, § 2.º, do RISTF), isto é, órgão competente para o julgamento dos embargos de divergência. Por sua vez, sendo positivo o juízo de admissibilidade feito pelo relator do acórdão, embargado ou cassada a decisão de inadmissão no julgamento do agravo, ‘proceder-se-á à distribuição nos termos do art. 76” (art. 335, § 3.º).” (BONDIOLI, Luis Guilherme Aidar. Comentários ao

Código de Processo Civil: Dos Recursos – volume XX. In: GOUVÊA, José Roberto Ferreira; BONDIOLI, Luis

Guilherme Aidar; FONSECA, João Francisco Naves da (Coords.). São Paulo: Saraiva, 2016. p. 288-289.

7 “Art. 1.070. É de 15 (quinze) dias o prazo para a interposição de qualquer agravo, previsto em lei ou em

regimento interno de tribunal, contra decisão de relator ou outra decisão unipessoal proferida em tribunal.”

8 “Art. 76. Se a decisão embargada for de uma Turma, far-se-á a distribuição dos embargos dentre os Ministros

da outra; se do Plenário, serão excluídos da distribuição o Relator e o Revisor.” Vale anotar, contudo, que o julgamento do recurso extraordinário não conta com a figura do revisor.

74 Capítulo 3. Aspectos procedimentais e efeitos dos Embargos de Divergência