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CAPÍTULO IV MAPA DE ANÁLISE

Mapa 17 Registro fotográfico

Fotos obtidas durante a confecção das embalagens

Fonte: Elaborado pela pesquisadora (2011)

Um estudante que havia sido convidado, mas por ter outra atividade no mesmo horário não tinha aceitado, compareceu pela primeira vez. Comentou que

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estava acompanhando os comentários dos colegas sobre o que faziam nas aulas e que tinha ficado interessado, e como agora tinha disponibilidade de horário, gostaria de participar. Nesse sentido, a professora-pesquisadora permitiu e ele participasse desde que se comprometesse a fazer as tarefas, com o que ele concordou e até montou um projeto de embalagem, mas não gostou e descartou, comentando que faria outro na aula seguinte. Quase todos conseguiram fazer o desenho da embalagem de forma planificada, anotando as medidas.

Décimo encontro: A professora-pesquisadora avisou aos estudantes que o

projeto de construção das embalagens estava chegando ao seu final e que esse encontro será destinado à conclusão das embalagens, e que deveriam deixar as embalagens com todos os detalhes que foram combinados, como marca de um produto, principais componentes, código de barras, identificação do autor, dentre outros. Ela lembrou, ainda, que se algum estudante não fez a planificação da embalagem com as medidas indicadas, deverá fazê-la.

Nesse sentido, os colegas que já haviam concluído ajudaram os outros para que a professora-pesquisadora também tivesse condições de fazer as orientações necessárias e finais. Assim, todos foram direto ao trabalho e todos conseguiram concluir. O estudante M10, depois de muito esforço, reclamações e também

dificuldades, conseguiu dobrar, recortar e colar. Mas na hora de fechar a sua caixa foi preciso ajudar, pois estava nervoso demais porque não tinha ajuda e ele pensava que não iria conseguir. Nesse dia, mais do que em outros, alguns dos estudantes pareciam muito carentes, todos queriam ajuda, ou que alguém fizesse por eles. No entanto, os estudantes F2, M8, M1, M9 e F1 sempre trabalharam de forma

independente e tranquila, como também os estudantes M3 e M4 que, depois de

terem decidido como seriam as suas embalagens, permaneceram trabalhando praticamente sozinhos. Já os estudantes M11 e M12, para conseguirem elaborar e

concluir as suas embalagens tiveram bastante ajuda dos colegas.

Como a embalagem do M6 tinha ficado com problemas e não fechava de

forma correta, para resolver o problema a professora-pesquisadora levou para a aula fitas adesivas coloridas. Isso motivou a todos, que queriam usar e redecorar suas embalagens, e até quem já considerava seu trabalho concluído resolveu usar as tais fitas.

Décimo primeiro encontro: o último, momento de dar os últimos retoques nas

embalagens e depois resolver alguns exercícios a fim de concluir o projeto, fato que os deixou um pouco apreensivos. Assim que foi entregue a atividade17, eles se acalmaram, identificando que as primeiras questões são as mesmas que já haviam resolvido no primeiro encontro. As outras questões são relacionadas com os assuntos que foram abordados durante o projeto, e do mesmo modo que foi no primeiro encontro, alguns resolvem com facilidade e outros não sabem como começar, então quando não conseguem resolver individualmente, solicitam ajuda dos colegas que estão próximos. O que se observa é que, mesmo sabendo que não vale nota, procuram mostrar o que foi ou não aprendido durante o período em que estiveram participando do projeto.

Essa foi a aula mais tumultuada de todas, os estudantes que queriam concluir não conseguiam porque os colegas que já haviam concluído, como o M4 e o M6,

juntamente com os que não queriam fazer, M2 e M13, não conseguiam parar quietos,

eles desenhavam no quadro, andavam pela sala e perturbavam os colegas com brincadeiras.

Para concluir, os estudantes foram todos fotografados juntamente com suas embalagens, dando por encerrado o projeto de construção de embalagens, quando também foi agendado o local e hora para que eles comparecessem e participassem da entrevista que a professora-pesquisadora iria realizar com eles .

Ao concluir essa terceira fase, vale ressaltar que como sempre alguns estavam realizando as tarefas com empenho, enquanto que outros, os mesmos de sempre, ficavam perambulando pela sala e atrapalhando os que queriam trabalhar. Esses demonstravam que não tinham vontade de fazer o trabalho, e como essas tarefas não iriam valer nota, eles também não demonstravam muito capricho. Destacam-se os estudantes M9, M8, M3, M1, F1 e F2 que sempre trabalharam, e o

estudante M8 que solicitava o tempo todo ajuda da professora-pesquisadora, mas

enquanto aguardava que fosse atendido, ia realizando as tarefas e, com isso, foi um dos que mais coisas fez e as fez praticamente sozinho. Já os estudantes M10, M2 e

M6 conversavam o tempo todo e não conseguiam realizar as atividades, sendo

necessário que a professora-pesquisadora os ajudasse de forma individual, como

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também solicitasse várias vezes para que ficassem sentados e não atrapalhassem os demais. Quando a aula terminava, eram os primeiros a sair.

Apresentam-se no mapa 18 fotos de algumas embalagens que foram construídas pelos estudantes durante o projeto, e encontram-se no apêndice H fotos das demais embalagens.

Mapa18 – Registro fotográfico das embalagens

Embalagens produzidas pelos estudantes

Conjunto de embalagens produzidas

As embalagens que os estudantes produziram mostram que a maioria, mesmo se apropriando de modelos já existente, soube utilizar alguns dos conceitos estudados e, efetuando interpretações geométricas conseguiram criar o seu próprio modelo, na medida em que cada um criou uma embalagem com características e tamanhos diferentes, como também para produtos diferentes. Eles tiveram também o cuidado de fazer constarem alguns dados que devem aparecer nas embalagens.

4 Descrição das entrevistas

Esta fase envolveu a coleta das informações oriundas das entrevistas com o grupo de estudantes colaboradores da pesquisa. Este levantamento identificou a opinião do grupo de estudantes sobre sua participação na realização da proposta de construção de embalagens. As entrevistas ocorreram em duas etapas: a primeira de forma coletiva e com questões abertas e a segunda de forma individual, na qual os estudantes responderam a dez questões fechadas.

Para realizar as entrevistas a autora desta pesquisa combinou, com antecedência, com o grupo de estudantes o local e a hora em que seria realizada, assim como também foi ela quem fez o registro dos dados.

O roteiro da entrevista coletiva previa dez questões, porém outras duas foram acrescidas em decorrência dos assuntos que surgiram durante as respostas dos estudantes, ficando então composta por doze questões. Já para a entrevista individual foram elaboradas dez questões fechadas.

4.1 Entrevista coletiva

A primeira parte da entrevista18 realizada com os estudantes colaboradores da pesquisa foi de forma coletiva e com questões abertas, como já foi mencionado. Inicialmente foi lembrado sobre o motivo da entrevista, isto é, de que eles estavam continuando com o trabalho que tinham iniciado de produzir embalagens, e que todos deveriam responder com sinceridade e respondendo o que realmente estavam pensando, que não deveriam ser respostas para agradar a professora-pesquisadora. Foi reforçado que mesmo eles sendo colaboradores da pesquisa, os seus nomes não seriam divulgados, fato que os deixou um pouco tristes, talvez decepcionados uma vez que gostariam de ver seus nomes publicados. Chegaram a questionar se nem dentro da escola os nomes poderiam aparecer. Foram informados que isso também não seria possível, mas que havia a possibilidade de fazer a mostra dos trabalhos no dia da entrega de boletins (fato que realmente aconteceu depois). Isso fez com que eles ficassem mais satisfeitos e descontraídos. Novamente, alguém perguntou se em algum momento eles iriam aparecer, ou seus nomes apareceriam. Foi então explicado a eles que se a dissertação for publicada, lá estará citado o

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nome da professora-pesquisadora e que foi com alunos do 6º ano de uma escola pública, e então eles saberiam que fizeram parte. Salienta-se que compareceram para a entrevista coletiva somente nove dos doze estudantes que participaram do projeto.

Ao responderem a pergunta sobre a matéria de que mais gostam, foi consenso de que a Matemática é a preferida do grupo, por ser mais fácil, por gostarem de desafios matemáticos e porque não é preciso decorar. Somente um deles respondeu que gostava de Artes porque o professor era legal. Dessa forma, foi realizada a pergunta sobre a influência do professor na preferência das disciplinas. E a resposta do grupo foi unânime em dizer “sim, o professor é o grande responsável por preferirmos ou não de determinada disciplina”.

Na pergunta sobre o que os motivava para estudar, a primeira resposta que surgiu foi: “por causa das notas”, o que todos concordaram. Então, na sequência foi perguntado se era só isso mesmo e se não teria mais alguma coisa. Foi então que quatro estudantes responderam que resolver desafios era motivador, três responderam aprender coisas novas, e um deles ressaltou ser destacado por obter bons resultados. Em contrapartida, o que os desmotiva é tirar notas baixas, estudar muito e esquecer na hora da prova, a pressão que sofrem em casa e, para alguns, estudar novamente os assuntos que já conhecem. Aproveitando o que o estudante comentou sobre estudar o que já conhece, foi então, perguntado: mas se a aula for de um modo diferente, será que pode motivar? Um estudante respondeu que dependendo do modo poderia ser motivador, e assim, o restante do grupo concordou com ele.

Na sequência foi realizada a pergunta se gostavam de estudar coisas diferentes, quando todos responderam que sim. Já sobre como se sentiam antes de iniciar o projeto, responderam que sentiram medo por pensarem que seria uma atividade individual, que ficaram felizes por terem sido convidados, que seria uma atividade legal e também que não imaginavam como seria. No entanto, expuseram que: (1) durante a realização da atividade foi bom, mas que se sentiam cansados quando chegavam em casa; (2) que gostavam da aula, mas o ruim é que tinha que voltar para casa de ônibus; (3) que estavam gostando porque tinham coisas novas; e (4) que não podiam estudar quando chegavam em casa porque já estava tarde.

Ao responderem o que sentiram quando a atividade terminou, foram unânimes em responder que estavam tristes porque tinha terminado, mas que

tinham gostado bastante, mesmo tendo alguns pontos negativos (que já tinham relatado). Foi quando um dos estudantes respondeu que ficou triste por não ter conseguido fazer mais embalagens, e o outro respondeu que estava feliz por ter cumprido a sua missão.

Em relação ao momento mais difícil do projeto, todos ressaltaram que foram poucos entre os quais destacariam que foi o de responder os exercícios da primeira aula e o de decidir pelo tipo de embalagem que deveriam fazer. E que o melhor de tudo foi fazer as embalagens.

Como foi uma atividade em que não houve avaliação prevendo nota, para encerrar essa parte da entrevista foi solicitado que expusessem sua opinião sobre:

fazer atividades e não valer nota. Os comentários realizados pelos estudantes

presentes foram de que, se tivesse avaliação, eles teriam levado mais a sério e também teriam se comportado melhor. Concluíram, então, que para fazer as tarefas com mais motivação, é preciso que sejam realizadas avaliações que valham nota.

4.2 Entrevista individual

Dando continuidade ao levantamento de dados, visando identificar a opinião dos estudantes sobre sua colaboração na realização do projeto desta pesquisa, foi realizada uma entrevista individual19 com dez questões fechadas, na qual os estudantes responderam marcando com um X na opção que mais se aproximasse de sua opinião. As questões são apresentadas no mapa 19, a seguir, acompanhadas com os índices percentuais das opções dos estudantes.

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