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2.2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

2.2.4 Regulamentações Federais e Institucionais de Gestão Ambiental Aplicadas

2.2.4.1 Agenda Ambiental na Administração Pública - A3P

O Ministério do Meio Ambiente – MMA, por meio da Portaria nº 510/2002, criou em 1999 um programa intitulado de Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), a partir de considerações trazidas pela Agenda 21 e com o objetivo de estimular os órgãos públicos a adotarem práticas sustentáveis. Com essa iniciativa, o MMA demonstra a preocupação com as questões ambientais na atividade pública de forma harmônica com a promoção da preservação do meio ambiente. O intuito é fazer com que os gestores públicos se sensibilizem e sejam estimulados a implantar princípios e critérios de gestão ambiental em suas atividades. (MMA, 2017).

A A3P é o principal programa de inclusão do tema da sustentabilidade nas atividades administrativas dos órgãos públicos em seus diversos setores. Apesar de o programa ser voluntário, não existindo obrigatoriedade legal e tampouco sanção para quem não segue as suas diretrizes, já foi implantado em mais de 300 órgãos públicos, sendo a sua adesão cada vez maior (MMA, 2017).

Alguns objetivos específicos são definidos pela A3P como: promover a economia de recursos naturais e a redução de gastos do erário público; reduzir o impacto socioambiental negativo decorrente das atividades públicas; promover a produção e o consumo de produtos e bens sustentáveis; contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos servidores e professores com práticas esportivas, música, canto, dança, artesanato e outras atividades; e sensibilizar e capacitar os servidores públicos para as questões socioambientais. (MMA, 2009).

Não somente propõe objetivos como também define os eixos temáticos para alcançá-los, baseados nos 5R’s (Reduzir, Repensar, Reaproveitar, Reciclar, Recusar). Cinco são os eixos temáticos propostos para a execução da A3P:

a) uso racional dos recursos naturais e bens públicos; b) gestão adequada dos resíduos gerados;

c) qualidade de vida no ambiente de trabalho; d) sensibilização e capacitação dos servidores; e) licitações Sustentáveis. (MMA, 2011).

Enquanto órgão integrante da Administração Pública, as instituições de ensino precisam estimular conhecimentos capazes de melhorar o meio onde estão inseridas, inclusive com métodos apropriados e comprometidos com a sustentabilidade ambiental. O ambiente de geração do conhecimento promovida pelo cotidiano das instituições de ensino superior permite que a adoção pela A3P obtenha ainda mais sucesso quando da criação de soluções de sustentabilidade.

As instituições públicas de ensino superior têm papel fundamental na propagação de práticas socioambientais e ao aderir e implantar a A3P apresentam para a comunidade universitária e para a sociedade como um todo, que o exercício das ações socioambientais promove uma economia de recursos, reduzindo impactos sobre o meio ambiente além de possibilitar melhoria na qualidade de vida. (MMA, 2017).

Segundo registro do MMA, o Estado da Paraíba tem três parceiros formais, isso significa dizer aqueles que assinaram o Termo de Adesão, sendo eles: a Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba, o Município de Barra de São Miguel e o Município de Lagoa de Dentro. Esses órgãos recebem apoio técnico para implementação e operação da agenda, o MMA oferece cursos de capacitação, promove eventos e disponibiliza conteúdo didático gratuito, além de monitorar e supervisionar as instituições por meio de uma plataforma.

A A3P oferece aos parceiros (formais e informais) acesso à Rede A3P – uma plataforma para troca de informações e experiências da qual fazem parte instituições públicas e privadas, além de pessoas física e jurídica. Na lista cedida pelo MMA, no Estado da Paraíba, duas são as instituições de ensino superior que fazem parte dessa Rede: Universidade Estadual da Paraíba – UEPB e a Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. (MMA, 2017).

Um outro relevante instrumento normativo de cunho federal, aplicado e também direcionado a órgãos e entidades da administração pública é o Decreto nº. 5.940 de 2006, que estabelece a exigência de implantação da separação dos resíduos recicláveis descartados, na fonte geradora, e sua destinação para a coleta seletiva solidária junto às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis. (BRASIL, 2006).

2.2.4.2 Regulamentos Internos da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG

Os debates sobre gestão ambiental e responsabilidade socioambiental tem exigido da sociedade contemporânea a observância a um novo paradigma nos padrões de consumo em prol da sustentabilidade, que passou a figurar como essencial e indispensável para a harmonia e conservação do meio ambiente.

As políticas públicas estão assim desempenhando papel de destaque e de acordo com a PNEA, a Educação Ambiental precisa estar inserida em todos os níveis e modalidades do processo educativo, devendo ser desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente. É fundamental destacar que a Lei nº. 9.795/99 aponta que a dimensão ambiental deve constar nos currículos de formação de professores em todos os níveis e disciplinas (BRASIL, 1999).

Assim sendo, as universidades públicas têm papel fundamental na difusão de práticas socioambientais, por ser na universidade onde se ensina e onde se aprende, servindo suas práticas de exemplo a toda a comunidade.

Nesse ínterim, enquanto regulamento interno, a UFCG dispõe de um Estatuto que foi aprovado por meio da Resolução nº. 05/2002. Segundo o Estatuto, A UFCG tem que respeitar, na organização e desenvolvimento de suas atividades, o princípio da contribuição para o desenvolvimento socioeconômico, técnico-científico, político, cultural, artístico e ambiental do Estado, da região, do país e do mundo. Em conformidade com os princípios estabelecidos é que também se define as finalidades da Instituição, dentre elas pode-se apontar aquela com viés ambiental, de promover a preservação do meio ambiente. (UFCG, 2004).

No seu Regimento Geral, a Universidade Federal de Campina Grande, com regras estabelecidas a toda a abrangência da instituição, não destina ou firma compromisso coerente com as questões ambientais. A preocupação ambiental, no documento em questão, somente é observada quando expostas as regras condizentes a extensão universitária, processo educativo indissociável à pesquisa e ao ensino. Na oportunidade, fica determinado que a extensão deverá ser realizada sob a forma de projetos que estimulem a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. (UFCG, 2005).

Segundo o Regulamento Geral, a UFCG delega a extensão universitária a competência isolada em se desenvolver com base na problemática ambiental,

retirando dos seus demais segmentos e campos a responsabilidade com tal preocupação.

Em 2014, por meio da Resolução 05/2014 foi aprovado o Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI da UFCG. Esse Plano, de referência para o período de 2014 a 2019, traz no capítulo do Projeto Pedagógico Institucional as políticas de gestão e na oportunidade foram organizadas as estratégias de gestão por temas específicos. Um dos temas especificados no PDI é o “plano sustentabilidade: promover práticas sustentáveis na Gestão e nas aquisições de bens e contratações de serviços da UFCG”. (UFCG, 2014).

No campo da responsabilidade social a UFCG, por meio do PDI, constitui o “plano UFCG sustentável” com ações que dizem respeito a conscientização ambiental e infraestrutura para a sustentabilidade. O que se pretende é realizar periodicamente políticas de conscientização em todos os seus Campi, bem como, um manejo sustentável do ambiente, com particular ênfase no descarte de resíduos sólidos e no uso da água. (UFCG, 2014).

Em cumprimento a obrigação de prestação de contas anual, apresentado aos órgãos de controle interno e externo e à sociedade, que a UFCG elaborou o Relatório de Gestão do Exercício de 2016. Faz-se necessário mencionar alguns dos registros descritos pelo Relatório que têm relação com as questões ambientais.

No quesito gestão ambiental e sustentabilidade foi registrado pelo Relatório a constituição pela UFCG do Comitê de Sustentabilidade. Ainda segundo o documento, a instituição participa parcialmente da A3P e cumpre largamente o que dispõe o Decreto nº. 5.940/2006 com a separação dos resíduos recicláveis descartados, os quais são destinados a associações e cooperativas de catadores, o contribuindo significativamente para diminuir os impactos ambientais de suas atividades. (UFCG, 2017).

2.3 EXPERIÊNCIAS INTERNACIONAIS ENCONTRADAS EM INSTITUIÇÕES DE