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4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.2 A QUESTÃO ENERGÉTICA

4.2.3 Regulamentações para o setor fotovoltaico no Brasil

O marco da transformação para eletrificação brasileira ocorreu através da lei de universalização dos serviços públicos de energia elétrica estabelecido pela Lei no 10.438 de 26 de abril de 2002, alterada pela Lei no 10.762 de 11 de novembro de 2003. Esta lei dispôs sobre

a expansão da oferta de energia elétrica emergencial, recomposição tarifária extraordinária e criou o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) e a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Ela também dispôs sobre a universalização do serviço público de energia elétrica, estabelecendo que todos os solicitantes têm o direito de receber serviço de atendimento de energia (LEI Nº 10.438, DE 26 DE ABRIL DE 2002).

De acordo com a lei 10.438, todo cidadão tem direito ao serviço público de energia elétrica de maneira com que cabe ao Estado o dever de garantir a todos a concretização desse direito (VIANA, 2008).

O Decreto no 4.873 de 11 de novembro de 2003, instituiu o Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica o “Programa Luz para Todos”, estabelecendo que a meta de universalização do acesso e uso deveria ser atingida sem custo direto para os beneficiários, as famílias mais pobres residentes no meio rural brasileiro.

Art. 1o: ficou instituído o Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica - "LUZ PARA TODOS", destinado a propiciar até o ano de 2010, o atendimento em energia elétrica à parcela da população do meio rural brasileiro que ainda não possui acesso a esse serviço público (Decreto no 4.873, de 11 de novembro de 2003).

Apesar da determinação do prazo inicial do PLT ter sido estabelecido para término no ano de 2008, este prazo foi prorrogado através de determinação da presidência da república para 2018.

Com relação às fontes renováveis para fornecimento de eletricidade em especial a fonte fotovoltaica, o Brasil está caminhando no sentido de melhorar as regulamentações para utilização desse tipo de fonte em maior escala.

Apesar das legislações existentes no Brasil para incentivo a aplicações da energia fotovoltaica ainda estarem caminhando a passos lentos, com regulamentações de abrangência ainda limitadas, alguns avanços tem sido alcançados no decorrer dos anos como é o caso da

Resolução da ANEEL no 83 de setembro de 2004, que estabeleceu procedimentos e condições de fornecimento por intermédio de Sistemas Individuais de Geração de Energia Elétrica com Fontes Intermitentes (SIGFI), à se considerar os sistemas fotovoltaicos, eólica, híbridos e outros.

Esta Resolução no 83, de setembro de 2004 foi revogada pela Resolução Normativa no 493, de 5 de junho de 2012, que estabeleceu os procedimentos e as condições de fornecimento de energia elétrica por meio de microssistema isolado de geração e distribuição de energia elétrica – MIGDI ou sistema individual de geração de energia elétrica com fonte intermitente – SIGFI.

A Aneel também aprovou a Resolução Normativa no 482, de 17 de abril de 2012, que estabelece condições para regulamentar a micro geração e minigeração distribuída, voltadas para utilização de fontes que recebem incentivos, a exemplo da energia solar.

A microgeração ou minigeração de energia consiste na geração de energia elétrica por meio de instalações de pequena escala, utilizando fontes renováveis ou processos de conversão de elevada eficiência, microaerogeradores eólicos, painéis solares fotovoltaicos, caldeiras de biomassa, microcentrais hidrelétricas e cogeração. A instalação de microgeração pode utilizar apenas uma destas tecnologias ou combinar várias, de acordo com as características do local, o nível de investimento ou a eficiência que se pretende alcançar (ANEEL, 2015).

Art. 1º Estabelecer as condições gerais para o acesso de microgeração e minigeração distribuídas aos sistemas de distribuição de energia elétrica e o sistema de compensação de energia elétrica.

Art. 2º: I - microgeração distribuída: central geradora de energia elétrica, com potência instalada menor ou igual a 100 kW e que utilize fontes com base em energia hidráulica, solar, eólica, biomassa ou cogeração qualificada, conforme regulamentação da ANEEL, conectada na rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras;

II - Minigeração distribuída: central geradora de energia elétrica, com potência instalada superior a 100 kW e menor ou igual a 1 MW para fontes com base em energia hidráulica, solar, eólica, biomassa ou cogeração qualificada, conforme regulamentação da ANEEL, conectada na rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras (Resolução Normativa No 482, de 17 de abril de 2012).

Mesmo ao gerar energia, o consumidor continua a receber o fornecimento pela distribuidora e os montantes de energia ativa injetada que não tenham sido consumidos na própria unidade consumidora podem ser utilizados para compensar o consumo de outras unidades previamente cadastradas para este fim, desde que atendidas pela mesma distribuidora

e cujo titular seja o mesmo da unidade com sistema de compensação de energia elétrica (ANEEL, 2015).

A Resolução Normativa no 482, de 17 de abril de 2012 foi atualizada pela Resolução Normativa no 517 de 11 de dezembro de 2012, pela Aneel e permite basicamente que os consumidores instalem pequenos geradores em suas unidades consumidoras e injetem a energia excedente na rede em troca de créditos, que poderão ser utilizados em um prazo de 36 meses (EPE, 2014).

Importante ressaltar que o consumidor responde pelos investimentos necessários até o ponto de conexão com a rede, incluindo o novo medidor que irá contabilizar sua geração e consumo, devendo pagar a diferença entre o medidor antigo e o novo. A distribuidora, por sua vez se responsabiliza pela estrutura da rede que ligar o consumidor a rede integrada.

Também de acordo com EPE (2014), em 2013, o Ministério de Minas e Energia, através das Portarias No 226/2013 e No 300/2013, incluiu a fonte solar (fotovoltaica e

heliotérmica) nos leilões de energia A-3/2013 e A-5/2013, respectivamente, abrindo a possibilidade de competir igualmente com outras fontes, como eólicas e térmicas, na modalidade “por disponibilidade”.