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2.2 LEGISLAÇÃO E RECOMENDAÇÕES RELATIVAS AO SERVIÇO DE

2.2.1 Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica RBHA n 91

A atividade aeronáutica, conforme vem sendo visto ao longo deste trabalho, é amplamente regulada por um amplo arcabouço de leis, normas e recomendações. No Brasil, além do Código Brasileiro de Aeronáutica, existe o RBHA, que subdivide-se em regulamentos específicos, de acordo com as diversas aplicações da atividade.

A ANAC (2008, p. 3) traz a seguinte definição para homologação:

Em relação a produto aeronáutico, significa a confirmação, pela autoridade competente, de que o produto está em conformidade com os requisitos estabelecidos pela autoridade aeronáutica; ou quando se tratar de empresas, significa o

reconhecimento, pela autoridade competente, de que a empresa tem capacidade para executar os serviços e operações a que se propõe.

Para que a empresa seja considerada apta pelos órgãos competentes para exercer suas atividades, esta deve então comprovar que seus equipamentos, aeronaves, funcionários espaço físico, entre outros estão em conformidade com aquilo que é exigido por lei.

Quanto a sua aplicabilidade o RBHA 91 no item 91.1 determina normas para a operação de qualquer aeronave civil, com exceção exceto de balões cativos, ultraleves e aeronaves não tripuladas em todo o território nacional. Aplica-se a qualquer pessoa a bordo de uma aeronave que se enquadra neste regulamento, bem como aos serviços aéreos especializados desenvolvidos por aviões ou helicópteros tais como: aerofotografia, aerofotogrametria, aerocinematografia, aerotopografia, prospecção, exploração, detecção, publicidade, fomento ou proteção à agricultura e agropecuária, ensino e adestramento de voo, experimentação técnica ou científica, inspeção em linhas de transmissão ou em dutos transportando fluídos e gases, policiais, de busca e salvamento, etc. Os serviços de transporte de cargas externas, realizados com helicópteros. (ANAC, 2018).

O item 91.1 parágrafo g - 2 traz a seguinte definição para a palavra "aeronave", quando mencionada no RBHA 91: “inclui aviões, helicópteros e outros veículos usados para voar na atmosfera. Assim sendo, os requisitos deste regulamento aplicáveis a „aeronaves‟ têm aplicação geral. Quando a aplicabilidade é específica para aviões ou para helicópteros, isto é explicitado no texto” (ANAC, 2018).

Para alguns dos serviços especializados citados, além das normas estabelecidas no RBHA 91, existem anexos que complementam especificamente os serviços, como é o caso da proteção à agricultura e agropecuária, por exemplo, que estão submetidas também aos RBHA 133 e 137, respectivamente.

O parágrafo a de item 91.3 trata da responsabilidade e autoridade do piloto em comando determinando que este é o principal responsável pela operação da aeronave e autoridade final para tanto, podendo inclusive desobedecer as regras do Regulamento em caso de emergência que demande ações imediatas, devendo neste caso encaminhar relato ao Departamento de Aviação Civil DAC (SERAC) justificando suas ações.

O Regulamento segue com determinações acerca de licenças obrigatórias para pessoas operarem aeronaves: proibição de operar sem que a aeronave esteja em plenas condições de voo e devidamente identificada, bem como que o piloto e a tripulação tenham condições de saúde necessárias para os requisitos da profissão, livres do uso de álcool e outras drogas, que tripulantes não podem ser abordados intimidados, ameaçados durante o exercício

de suas funções, nem transportar substâncias ilícitas, enfim, a primeira parte determina ações sempre visando a segurança em aeronavegação.

A Subparte B do Regulamento traz regras de voo, sobre exigências de certificação das aeronaves, de certificados de treinamentos e autorizações para tripulação, exigência de que motores estejam desligados durante embarque, desembarque, abastecimento. Segue determinando atribuições de pré-voo, posto de trabalho de tripulantes, instrução de voo, altitudes mínimas, restrições de voo, limitações e condições que apresentam periculosidade fora do normal em voo, regras para voo visual e por instrumentos, apresentação de plano de voo e autorização de controle de trafego aéreo, orientações de acordo com categorias e exigência de instrumentação adequada da aeronave para operar de acordo com a categoria registrada e determinação de que seus operadores apresentem certificados de treinamentos para atividades distintas e as empresas apresentem registros e certificações exigidos pelas autoridades e instituições competentes.

Enfim, não cabe aqui descrever o regulamento em sua totalidade, mas acredita-se que tal descrição mostra-se necessária para que seja visto o quão genérico é o RBHA 91, sendo esse o principal instrumento regulador da atividade de aerolevantamento/prospecção no Brasil, não constando em nenhum momento determinações específicas para a atividade, o que permite por vezes que operadores e proprietários de empresas de aerolevantamentos sigam regras nem sempre claras e bem definidas quanto a jornadas de trabalho que respeitem lites da atuação de pilotos e tripulação.

O Regulamento Brasileiro de Aviação Civil N. 117 trata dos Requisitos para gerenciamento de risco de fadiga humana. Quanto a Aplicabilidade no item 117.1 este Regulamento determina regras gerenciamento da fadiga para tripulantes e operadores aéreos: profissionais certificados pelo RBAC nº 121; 135; 125; e os operadores de serviços aéreos especializados, conforme art. 201 da Lei nº 7.565 – CBA e operadores privados que atuam de acordo com o RBHA 91, ou regulamento que venha a substituí-lo, quando efetuando operações sem fins lucrativos com pilotos contratados segundo o Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 (CLT), a serviço do operador da aeronave.

O que existe atualmente no Brasil são determinações relativas à burocracia especificamente exigidas para a atividade de aerolevantamento, quanto a autorizações e certificações para operacionalização de aeronaves com essa finalidade, mencionadas neste estudo sendo o gerenciamento de fadiga ditado pelo RBAC 117, o regulamento genérico para todas as atividades aéreas, mas, conforme já mencionado neste estudo, um regulamento específico que contemple as especificidades de aerolevantamento ainda não foi criado.

A necessidade de criação de um regulamento específico para o Serviço Aéreo Especializado de Aerolevantamento/prospecção no Brasil é legitimada, por exemplo, quando se verifica a ausência de normas que determinem não somente padrões burocráticos, de segurança ou de voo, embora tais normas sejam essenciais para qualquer atividade aeronáutica, o que se quer definir são principalmente melhores condições de trabalho, respeitando a capacidade dos operadores para executar suas atividades em conformidade com os melhores padrões técnicos, de segurança, entre outros. O próximo item trata desse assunto.

2.3 IMPORTÂNCIA DA CRIAÇÃO DE UM REGULAMENTO ESPECÍFICO PARA O

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