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O REINO UNIDO: ECONOMIA

No documento FICHA DE MERCADO REINO UNIDO (páginas 6-10)

3.1. ENQUADRAMENTO ECONÓMICO

O Reino Unido possui uma economia sólida, sendo considerado a 5ª economia mundial, o 4º maior importador de bens (6º de serviços) e o 2º maior exportador mundial de serviços (10º de bens), sendo o Produto Interno Bruto (PIB) do país 30 825 mil milhões de libras.

Relativamente ao investimento direto estrangeiro, o Reino Unido posicionou-se no 2º lugar como o maior recetor de investimento direto estrangeiro (IDE), tendo contabilizado cerca de 254 mil milhões de dólares.

Relativamente ao turismo, o Reino Unido aparece entre os dez principais mercados globais, caracterizando-se por ser o 4º mercado emissor de turistas, o 6º recetor e o 7º nas receitas provenientes da atividade turística.

80% da população ativa no Reino Unido trabalha no setor dos serviços, traduzindo-se numa forte dependência da economia britânica neste setor que representa cerca de 79% do PIB.

O Reino Unido é considerado o principal centro financeiro da Europa, sendo líder na economia digital, possuindo as maiores empresas mundiais na área da engenharia e arquitetura e um setor de indústrias criativas que apresenta um dos maiores crescimentos a nível europeu.

Já a Indústria contabiliza cerca de 20% do PIB, nomeadamente nos setores farmacêutico, aeronáutica, automóvel e tecnologias verdes. A agricultura, por sua vez, embora seja um setor muito desenvolvido no Reino Unido, representa apenas 1% do PIB e emprega menos de 2% da população.

A votação que aconteceu no ano de 2016, relativamente à saída do Reino Unido da União Europeia- o Brexit- gerou alguma instabilidade no país e, apesar de 52% da população ter votado a favor da saída da UE, foram conduzidos estudos que demonstraram o impacte negativo que essa separação poderia acarretar para o comércio externo e o investimento direto estrangeiro no país.

O abrandamento do crescimento da economia britânica já se começou a sentir, logo no ano de 2017, fazendo com que se verificasse uma perda nos investimentos e no poder de compra das famílias, bem como, um aumento do custo das importações.

Apesar de se preverem tempos difíceis para o Reino Unido, Theresa May manteve a sua decisão de abandonar a UE, que acontecerá formalmente em março de 2019, no entanto, têm vindo a ser realizadas negociações para que se celebre um acordo comercial entre a UE e o Reino Unido.

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3.2. RELAÇÕES, COMÉRCIO E INVESTIMENTO INTERNACIONAIS

Tal como já foi mencionado, o Reino Unido ocupa o 10º lugar como exportador e o 4º como importador, a nível mundial.

Em 2017, as exportações de bens do Reino Unido aumentaram cerca de 9% face ao ano anterior, o que não se verificou nas importações que sofreram uma queda de 2% no mesmo período. No entanto, as previsões apontam para um crescimento nestas duas rúbricas.

Relativamente aos clientes do Reino Unido, destacam-se os Estados Unidos, a Alemanha, a França, os Países Baixos e a Irlanda, com Portugal a ocupar a posição número 31 da lista.

No que diz respeito aos principais fornecedores, salientam-se a Alemanha, a China, os Estados Unidos, os Países Baixos e a França, com Portugal a aparecer no 30º lugar no ranking.

No âmbito das exportações os principais produtos vendidos são: máquinas, aparelhos mecânicos e partes; veículos automóveis, tratores e outros; produtos farmacêuticos; pérolas, pedras e metais preciosos, moedas; máquinas, aparelhos elétricos e partes.

Já no campo das importações, é possível destacar os seguintes produtos:

máquinas, aparelhos mecânicos e partes; veículos automóveis, tratores e outros; pérolas, metais preciosos, moedas; máquinas, aparelhos elétricos e partes; combustíveis, óleos minerais e derivados. No entanto, importa salientar que as importações de vestuário, mobiliário, iluminação, papel, cartão e bebidas também sofreram um aumento relevante, apesar de possuírem um peso menor na estrutura das importações do país.

A nível mundial, o Reino Unido tem-se vindo a destacar, não só no papel de investidor, mas também no papel de recetor de investimento direto estrangeiro (IDE), ocupando o 1º lugar na lista de recetores europeus de investimento estrangeiro. Os principais países que investiram no Reino Unido foram os Estados Unidos, a China, a Índia, a Austrália e Nova Zelândia, a França, o Japão, a Alemanha, a Itália e o Canadá.

Relativamente aos setores que mais beneficiaram de investimento estrangeiro, salientam-se os seguintes: software e serviços de informática; serviços financeiros, serviços às empresas/consumidores; ambiente, infraestruturas e transportes, setor alimentar e de bebidas, indústria criativa e média, engenharia e logística, ciências da vida, eletrónica e telecomunicações;

distribuição.

Concluindo, e apesar da instabilidade que se sente no país, gerada pela saída da União Europeia, o Reino Unido continua a ser um dos mercados europeus mais importantes e Londres mantém a sua posição como capital financeira da Europa.

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3.3. RELAÇÕES ECONÓMICAS COM PORTUGAL

A balança comercial de bens e serviços, entre o Reino Unido e Portugal tem sido favorável ao nosso país, verificando-se um aumento de 7,8% nas vendas de bens e serviços, assim como um acréscimo de 3,2% nas compras.

No que diz respeito ao comércio de bens, em 2017, o Reino Unido ocupou a 4ª posição como cliente de Portugal e a 8ª posição como fornecedor.

Ao nível das exportações portuguesas, os principais produtos adquiridos pelo reino Unido são: máquinas e aparelhos; veículos e outros materiais de transporte; metais comuns; vestuário; produtos químicos. Por sua vez, os principais serviços exportados por Portugal, para o reino Unido foram: viagens e turismo; transportes; outros serviços fornecidos por empresas; serviços de telecomunicações, informática e informação.

Já no que toca às importações de Portugal, com origem no Reino Unido, destacam-se: veículos e outros materiais de transporte; produtos químicos;

máquinas e aparelhos; metais comuns; produtos agrícolas. Relativamente às importações de serviços para o nosso país, com origem no Reino unido, salientam-se: as viagens e turismo; outros serviços fornecidos por empresas;

transportes; serviços de telecomunicações, informática e informação.

No que diz respeito ao investimento direto estrangeiro, no ano de 2017, o Reino Unido posicionou-se como o 4º país de origem do investimento em Portugal e o 6º país de destino do investimento português.

3.4. ACESSO AO MERCADO

Enquanto país da União Europeia, o Reino Unido está inserido na União Aduaneira que consiste, essencialmente, na livre circulação de mercadorias com origem na UE, sem controlos alfandegários.

A União Aduaneira implica a existência de um território aduaneiro único e a adoção de legislação específica, neste caso, o Código Aduaneiro Comunitário (CAC) que se refere às trocas comerciais entre países terceiros e membros da UE.

Adicionalmente, á necessário o pagamento do IVA que pode, consoante os produtos e serviços , traduzir-se na aplicação de diferentes taxas. Acerca do IVA no Reino Unido, as empresas podem consultar os valores praticados e calcular os seus custos no VAT Calculator in UK for 2017 e nos sites Avalara VATLive 2017 – European Union VAT Compliance and Rates / British VAT Rates; EY 2017 – Worldwide VAT, GST and Sales Tax Guide – United Kingdom.

Relativamente a produtos como bebidas alcoólicas, tabaco e produtos petrolíferos, podem ser aplicados outros Impostos Especiais de Consumo, podendo essa informação ser consultada no Portal Europa.

Apesar do Reino Unido ainda fazer parte da UE, foi acordada a existência de um período transitório de 2 anos, em que o país tem até 30 de março de 2019 para abandonar as instituições da UE, deixando de poder tomar decisões dos

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órgãos da UE. No entanto, o Reino Unido declarou a sua vontade em abandonar a União Aduaneira e o Mercado Único no final deste prazo de transição, situação que se encontra em debate, uma vez que a UE pretende manter um equilíbrio e evitar eventuais conflitos e perturbações no Mercado Único.

O Reino Unido já se encontra fora do Euro, isto é, possui independência monetária, do Espaço Schengen e da União bancária, mas, enquanto não se concretizar o Acordo acerca das condições de saída do país da UE, o Reino Unido permanece membro da UE, cumprindo todas as obrigações e gozando de todos os direitos que possui.

Relativamente a esta situação, Portugal criou uma estrutura chamada Portugal In, com o objetivo de realizar acordos e atrair investimentos que demonstrem vontade de permanecer na UE, mesmo após a saída do Reino Unido.

No que diz respeito ao regime de investimento estrangeiro, apesar de não se aplicarem formalidades especiais, existem certos setores (por exemplo, financeiro e de exploração petrolífera) que necessitam de preencher determinados requisitos, como licenças ou autorizações.

Adicionalmente, também a prática de atividades comerciais e industriais precisa de cumprir regulamentação específica, sendo obrigatório que os empresários obtenham licenciamento junto das entidades responsáveis sendo, para esse efeito, útil visitar a Base de Dados das Atividades Económicas Reguladas na UE, de modo a consultar a informação necessária.

O ambiente e a proteção ambiental encontram-se salvaguardados por um quadro legislativo alargado, que está dependente de vários fatores, que podem ser consultados nas páginas Environmental Law / UK Environmental Law Association-UKELA / Environmental Agency e Environmental Guidance for your Business inNorthern Ireland and Scotland.

Relativamente ao investimento estrangeiro, é garantida igualdade no tratamento das empresas estrangeiras que investem no país, comparativamente com empresas nacionais que detenham o mesmo capital e, com vista numa simplificação do ambiente de negócios no Reino Unido, foi aplicado um novo panorama jurídico relativo às sociedades comerciais, ajustado às necessidades e exigências do mercado atual, para que haja uma melhor adaptação dos empresários.

No Reino Unido (exceto Escócia, país de Gales e Irlanda do Norte), é o Department for International Trade (DTI) a entidade responsável pela promoção da oferta do país nos mercados externos e por atrair investimento estrangeiro, auxiliando na identificação de oportunidades e parceiros locais e fornecendo, não só auxílio financeiro, mas também aconselhamento fiscal.

Quem trabalha no reino Unido, depara-se com um mercado de trabalho flexível e com leis que protegem os direitos e garantias dos trabalhadores.

Quanto ao sistema tributário, o país possui um sistema complexo de impostos (taxas e IVA), do qual se destaca o Imposto sobre as Sociedades que é calculado com base nos rendimentos obtidos por essas empresas. No entanto, o Governo

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britânico oferece incentivos às empresas, tais como benefícios fiscais e financiamentos, apoio às indústrias inovadoras criativas e isenção de impostos sobre as Sociedades que se estabeleçam nas chamadas Zonas Empresariais.

É ainda importante referir que, para evitar uma dupla tributação sobre rendimentos, Portugal e o reino Unido assinaram uma convenção, que pode ser consultada no website da Autoridade Tributária e Aduaneira, para reforçar a relação entre ambos os países e evitar mal entendidos.

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