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Capítulo 3 – História do processo de educação escolar indígena Apinajé

4. Relação dos jovens com o território

A relação dos jovens com o território é vista com pouquíssima interação e exploração do espaço do ambiente em especial na Aldeia São José. Embora todos considerem o território como espaço importante para o usufruto a si mesma, mas que poucos dos jovens exploram o seu espaço do ambiente e a grande maioria deles não tem a relação direta com o território. Normalmente o universo de circulação dos jovens no território é dado através de deslocamento por meio de transporte de aldeia para aldeia e que essa afirmação já foi abordada no capítulo dois deste trabalho. Às vezes os jovens participam de uma caçada e de pescaria que já não acontece com frequência, mas é muito raro que os jovens estejam envolvidos nas atividades práticas e nos conhecimento sobre o território.

Durante a minha pesquisa de campo tive oportunidade de dialogar com os alunos de Ensino Médio da Escola Mãtyk de São José, onde apliquei questionários que contem perguntas relacionadas à escola e o território Apinajé, e foram obtidos diferentes respostas entre os alunos. Entre os consultados sobre a escola, afirmaram alunos do sexo masculino ente 16 a 29 anos de idades, realmente frequentaram a escola por muito tempo, a mesma posição obtida pelos alunos do sexo feminino entre 16 a 37 anos.

Em relação à importância do território, aos alunos da mesma faixa etária responderam que sim, o território é importante, pois é o espaço de circulação dos índios para caçar, pescar e conhecer outros lugares e as mulheres, também da mesma faixa etária, afirmaram da importância do território para o usufruto dos índios.

Outra questão mencionada foi sobre os lugares que já frequentaram no território: dos nove jovens apontaram as aldeias como seu universo de circulação e dois não souberam responder. Das seis meninas apontaram também as aldeias como lugares que já frequentaram por elas no território. Sobre a pergunta dada aos meninos como e com que aprendeu sobre o território, dois deles disseram que é andando com os pais e os amigos; três disseram com os avós; um respondeu olhando o mapa do território, mas não disse com quem e um disse que é andando caçando e pescando, mas também não disse com quem. Com as meninas, quatro delas responderam que foi com os pais que tiveram em alguns lugares; uma disse que foi com avó e mãe e uma respondeu que foi apenas com a mãe.

Em relação à pergunta, se os jovens gostariam de andar pelo território, dos nove meninos todos responderam que sim, gostariam de andar pelo território e somente um afirmou que não gostaria de andar. Para as meninas, sobre a mesma pergunta, todas as seis disseram que sim gostariam e pretendem ter experiência de andar para conhecer diversos pontos do território.

Sobre a pergunta, se estes jovens costumam andar pelo território, dos meninos oito afirmaram que costumam andar inclusive já conhecem diversos pontos do território e um afirmou não costuma andar. Já as meninas cinco responderam não costumam andar e pretende andar, caso se houver uma oportunidade e uma respondeu que não costumam andar no território.

Sobre o período, os meninos seis deles apontaram que é no verão a preferência de andar pelo território, dois apontaram que no inverno é o período mais viável para andar e

conhecer o território e um aponta que os dois períodos ambos servem para andar pelo território Apinajé. Para as moças, três delas responderam o período preferido para andar no território é o verão, duas não souberam responder e uma respondeu que é o inverno.

Em relação aos recursos utilizados no território, dos nove jovens disseram a caça e pesca, a água, a madeira, o solo e as frutas silvestres, como recursos mais utilizados. Para as meninas todas as seis disseram que a água para banhar e lavar, a própria terra para o plantio, no caso da roça como recursos utilizados por elas.

A questão relacionada, se o tamanho do território é suficiente para o modo de vida dos Apinajé: sete dos meninos disseram que não, pois um dia o território vai ser pequeno devido a multiplicação das aldeias e população; dois disseram que sim, o tamanho do território é suficiente para os Apinajé. Das seis meninas: duas disseram que sim, mas não justificaram o porque: uma disse que sim, o território é suficiente para os Apinajé e três disseram que não o território é pequeno para o futuro das gerações Apinajé.

A respeito da pergunta sobre os recursos existentes atuais no território, se os mesmos serão suficientes para garantir o futuro das próximas gerações: sete dos rapazes responderam que sim para atual momento é suficiente, mas para o futuro vai faltar; dois responderam que não, os recursos são insuficientes, para os Apinajé em função do aumento populacional. Das seis moças: três responderam que sim, os recursos existentes hoje no território, são suficientes para garantir as próximas gerações e três responderam que não os recursos são poucos já no momento e para o futuro não vai suprir as necessidades dos Apinajé.

Sobre a pergunta referente a invasão territorial, se é um problema para os Apinajé: oito dos meninos responderam que sim, é um problema grave e um respondeu que não mas disse que não gostaria aconteça a invasão do seu território. Das meninas: cinco delas responderam que sim, as invasões do território são um problema, pois diminui os recursos

e uma respondeu que não, ela vê as invasões como forma natural, por isso não tem nenhum problema.

Sobre a escola, se ela contribui para o conhecimento do território Apinajé: dos rapazes, quatro disseram que a escola contribui sim para o ensino de conhecimento do território e cinco disseram que não, a escola não contribui e sim só ensina os conteúdos de fora. Para as moças: quatro disseram que sim, a escola ajuda no conhecimento do território Apinajé e duas disseram que não, nunca viram um professor ensinando tema que trata do conhecimento sobre o território.