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3. MINHA CASA MINHA VIDA ENTIDADES

4.4 O MOVIMENTO PRÓ-MORADIA MÁRIO LAGO E O

4.4.2 Conjunto Residencial Ester Monteiro da Silva

4.4.2.9 As relações com as instâncias externas

Os sócios Silva e Carlos desempenham papeis fundamentais na comunicação com a Caixa e com a prefeitura. Quando se trata de assuntos que eles podem resolver, a Fábrica Urbana não é envolvida. Porém, de modo geral, as duas entidades formam uma intensa parceria no que diz respeito às relações com as instâncias públicas. Como já relatado, eles encaram os passos no projeto com uma atitude incremental. A sua experiência fez com que eles tenham autoconfiança em organizar o processo, e bastante contatos aos quais possam se direcionar e por meio dos quais as coisas acontecem. Por exemplo, já conheciam o defensor público que entrou em contato com eles, em razão de um projeto anterior. Um outro exemplo é o fato de Valdete da Silva ter contatos na prefeitura, o que fez com que ela conseguisse que a prefeitura se instalasse na sede para avançar no registro no CadÚnico. O contato com a construtora ocorre principalmente pela Fábrica Urbana.

4.4.2.10 A organização interna

No momento da conclusão dessa pesquisa, não havia muita participação dos beneficiários no desenvolvimento do projeto. Já foi comentado que, nessa mesma época, isso começou a mudar, pela possibilidade de que, com os avanços do projeto, o grupo comece se familiarizar e se envolver mais com ele. A entidade Mario Lago considera isso como algo importante, e a equipe social tem um papel fundamental nesse âmbito. Com a contratação pela Caixa, iniciarão também as suas exigências formais em relação a atividades de participação das famílias: a formação das duas comissões CAO e CRE e as reuniões coletivas e mensais.

4.5 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO

São Paulo é a cidade brasileira onde mais há projetos de habitação através da autogestão e onde mais há entidades organizadoras e escritórios de assessoria técnica atuando. A

cidade está na vanguarda de projetos dessa natureza, mesmo com um modesto número de empreendimentos de habitação autogestionada, realizado através de processos bastante difíceis. Esse é o contexto dos dois casos de projetos do programa MCMV-ENTIDADES pesquisados.

Os dois projetos ainda estão em desenvolvimento: o projeto Jabuticabeiras está em obra, o projeto Ester Monteiro da Silva está na pré-fase e na expectativa de ser contratado. Jabuticabeiras teve seu início em outubro de 2011, e existe chance de ele ser concluído em agosto de 2017. O processo de realização do projeto terá levado cerca de seis anos. Ester Monteiro teve seu inicio em abril de 2015. Ainda não foi contratado, dois anos depois, porém o projeto arquitetônico já está bastante avançado. Jabuticabeiras é desenvolvido pela entidade Fórum de Cortiços e Sem-Tetos, Ester Monteiro da Silva pela entidade Movimento Pró-Moradia Mário Lago. Os dois projetos são desenvolvidos pela assessoria técnica da Fábrica Urbana e os dois serão realizados em regime de construção por empreitada global.

A regime de construção

Empreitada global, em comparação com construção por mutirão ou administração direta, tem como vantagens liberar as famílias da responsabilidade pela execução dos serviços e, na medida em que isso permite um ritmo de obra mais acelerado, facilitar o processo de implantação do empreendimento. Vemos isso claramente no caso de Jabuticabeiras que já está em obra. Além disso, o programa MCMV-ENTIDADES dá preferência ao regime de empreitada global quando se trata de um projeto verticalizado. Ambas as entidades constatam que, pelo alto preço da terra na cidade, a verticalização é necessária, possibilitando uma maior densidade. O tamanho da superfície máxima de construção dos terrenos desses dois projetos é tão reduzido que um projeto de casas seria inviável. Juan González, principal arquiteto responsável da Fábrica Urbana, confirma preferir trabalhar com o regime de construção de empreitada global, ao invés de por mutirão ou administração direta. Ele explica que, com seu trabalho, ele visa realizar moradias, de boa qualidade e quantidade. Para ele, nas condições atuais, a maneira mais

objetiva de concretizar isso é contratando uma empresa de construção.

A desvantagem da empreitada global é que uma percentagem dos recursos do projeto é destinada a um lucro pela construtora. Além disso, a terceirização da construção mostrou implicar uma autogestão menos explícita, a qual é a bandeira do programa MCMV-ENTIDADES, e com isso reduzindo os efeitos de inclusão e aprendizagem das famílias.

Os movimentos

Os dois projetos mostram um enorme empenho dos líderes das entidades, Valdete da Silva, Veronica Kroll e Eduardo Carlos. Eles dispensam muita energia no seu trabalho, a qual, especificamente no caso das duas mulheres Silva e Kroll, parece provocada por dois motivos. Primeiramente, elas estão sensibilizadas pelo bem das pessoas que estão numa difícil situação pela qual elas já passaram, a da busca pela moradia. Segundo, parece que elas gostam desse campo profissional, do contato com as famílias, com a Caixa, com o projeto, a obra e talvez, às vezes, até com a luta. Esse prazer provavelmente é alimentado pelo fato de que elas dominam seu trabalho. Com anos de experiência, ficaram muito dentro, sentem-se “em casa” naquilo que fazem. Percebe-se, também, que as entidades dependem muito dessas figuras chave, tornando a existência das entidades vulnerável se elas um dia se retirassem. Como Francisco Oliveira (2006) já colocava como quase que condição para um projeto autogestionado funcionar, há uma certa imposição dos líderes sobre o funcionamento da entidade e em relação ao grupo. É uma imposição intencionada e necessária, pois sem uma liderança forte e com poder de decisão, a realização do projeto seria praticamente inviável.

Há grande diferença na questão de profissionalização e ambição entre o Fórum de Cortiços e Sem-Tetos e o Movimento Pró-Moradia Mário Lago. O primeiro parece assumir um papel mais institucional, politico, enquanto o segundo tem uma atuação mais incremental e pragmática.

O Fórum é uma instituição de grande porte: tem uma sede grande e equipada, incluindo uma sala para as assembleias com as famílias e para o escritório da Fábrica Urbana. Há uma equipe razoavelmente grande e faz mais projetos. E por seu serviço, as

pessoas pagam, sustentando a entidade e se comprometendo. O Fórum é fortemente conectado com outros movimentos. Como Burguière et al. já mostraram, é provável que haja uma forte relação entre o grau de profissionalização de uma entidade e sua relação com outros movimentos, que pode ainda variar entre afiliação, colaboração ou atuação ativa. Mário Lago é de um porte bem menor, e (ainda) atua através de suas descobertas dos caminhos do programa MCMV-ENTIDADES. Essa maneira de atuar pode parecer mais desajeitada, porém não gera a impressão de ingenuidade. Os lideres estão cientes do que sabem e do que ainda estão descobrindo. Adotaram posição no que eles querem pedir aos moradores (em relação à contribuição financeira), e no que eles querem dar deles mesmos (em relação à contribuição financeira e ao seu tempo), e com isso fazem o que podem fazer. Eduardo Carlos e Valdete da Silva trabalham praticamente sem ganhar. Mário Lago não pede taxa de associação das famílias beneficiárias até que um projeto seja contratado. Os líderes recebem sua renda com um outro trabalho, o qual consome seu tempo, e eles não trabalham no fim de semana. Em comparação, a líder Kroll, do Fórum, trabalha quase sem parar, e para isso também recebe um salário.

Nos dois casos, os lideres das associações e os arquitetos da Fábrica Urbana estão muito dedicados e precisam se contentar com o ganho social, porque o ganho financeiro é extremamente reduzido. Além disso, o processo inclui bastante obstáculos (burocráticos), desilusões e brigas, e ainda é financeiramente apertado, limitando as possibilidades no projeto. Neste sentido, o poder público poderia considerar-se afortunado com um empenho grande de pessoas que lutam pela qualidade das vidas de outras pessoas e pela qualidade do espaço urbano, um reforçando o outro. Rod Burgess reclamou da autogestão por ser, na sua visão, uma forma de adesão aos princípios neoliberais do “estado-mínimo” (1982). De certo modo, um programa habitacional que se vale da autogestão realmente permite ao governo se retirar de uma certa maneira e determinado grau, se comparado com um programa no qual ele, governo, se preocuparia com a realização de habitação de um padrão adequado. Porém, uma execução fluente do programa pede mais do governo que tão somente a contrapartida financeira, como a pesquisa já abordou quando se referiu aos estudos do arquiteto Ronconi (1995). Os projetos exigem um

acompanhamento mais sob medida do que é necessário no caso do MCMV convencional, como por exemplo, representação da Caixa numa assembleia específica num sábado.

A relação com a Caixa

No caso de Jabuticabeiras, e isso é uma reclamação geral, a Caixa se mostrou rígida em relação ao projeto, exigente sobre detalhes técnicos e sem muita abertura para ideias diferentes. Ocorreram muitas negociações sobre o projeto, consumindo muito tempo e trabalho da assessoria técnica. Chocante é que a proposta incluiu alguns detalhes para dar uma maior qualidade ao projeto, e que justamente isso gerou problemas. Ou seja, não é convidativo certo capricho no projeto, mesmo sem ultrapassar o orçamento. Esse fato é inaceitável, porque é somente esse capricho que pode promover um processo de inclusão, além de qualidade espacial da cidade. O fato de que o arquiteto González tenha contatos, estratégicos para o caso, fez com que ele conseguisse manter alguns aspectos na proposta do projeto. Provavelmente, ajuda bastante já estar atuando nesse meio há muito tempo. Obviamente, isso acompanha outros fatores, como a qualidade técnica do trabalho, honestidade, franqueza, bom senso, ou seja, qualidade profissional.

A autogestão: autonomia da entidade e socialização do poder Nos dois casos, a autogestão se aplica quando considerada no seu sentido amplo. Os moradores pouco gerem os projetos, porém a entidade de fato sim, no papel de representante dos moradores. E nisso, a entidade envolve os moradores ao longo de todo o processo.

Nesta pesquisa, referiu-se a um certo desmembramento do fenômeno da autogestão dentro do programa MCMV- ENTIDADES entre “autonomia da entidade devido ao seu poder de decisão em relação às instâncias externas” e a “socializa o desse poder internamente com os beneficiários” (NEPAC, 2015). Mesmo com a consciência de que a definição dos dois componentes é bastante aberta a diferentes interpretações, a distinção entre elas colabora para que se entenda melhor a concretização da autogestão.

A autonomia das entidades para tomar decisões é grande em ambos os casos pesquisados. Em boa medida, as entidades

decidiram sobre a compra de um certo terreno, a seleção do grupo, a arquitetura e a construtora. Elas optaram por fazer os projetos e realizaram o seu desenvolvimento até o final. Porém, deve se considerar que todas essas decisões já foram limitadas à sua liberdade de escolha, pelo próprio desenho do programa e o seu contexto, como por exemplo, os altos preços da terra em relação às situações financeiras das entidades. Além disso, os projetos pesquisados foram desenvolvidos com assessoria técnica que se dedica intensamente aos projetos, e isso ocorrendo em parceria com as entidades. Verificou-se muitas ocasiões nas quais a Fábrica Urbana precisou intervir em relação às instâncias externas. A assessoria técnica, que realmente representa os interesses da entidade, contribuiu muito com o grau de autonomia dela em relação ao “mundo externo”.

A ambição de socializar o poder de decisão com os beneficiários existe nos dois projetos, porém ela é moderada: acaba sendo mais uma socialização de informação de que de poder de decisão. Mostrou-se que viabilizar a realização das moradias dentro das exigências do programa já é bastante desafiador. Organizar a participação dos moradores se torna um desafio extra, além do que, os beneficiários parecem se satisfazer e até mesmo preferir a postura de um acompanhamento mais passivo. No caso Ester Monteiro da Silva até mesmo esse acompanhamento está bem limitado, havendo apenas, por enquanto, a esperança e a ambição da entidade de gerar uma atitude mais ativa no grupo.

Mostra-se no caso já mais avançado, Jabuticabeiras, que as exigências da Caixa em relação à participação podem ganhar uma forma mais protocolar. Essas exigências se referem às duas comissões CRE e CAO e à organização de reuniões mensais. Porém, não deixa de existir um envolvimento das famílias relativamente grande, e por anos. Trata-se de um processo gradual, mais suave, o qual permite que os moradores se familiarizem cada vez mais. É uma população que, em geral, está no modus de lutar por necessidades básicas quando entrar em um projeto. Jabuticabeiras mostra uma certa equidade entre o desenvolvimento das famílias através da transparência e participação por um lado, e a objetividade em concluir um projeto de moradia por profissionais pelo outro. As famílias estarem cientes de muito do que acontece e poderem se envolver bastante, além de manifestarem sua vontade para isso são

grandes ganhos de inclusão. O forte posicionamento da líder Kroll contribui para isso, porque ela educa as famílias beneficiárias, sem “passar a mão na cabe a” deles. Isso também conta pela atuação das assistentes sociais, dando a impressão de que sabem lidar bem com a população alvo. Parece que a líder Valdete da Silva se posiciona de uma maneira comparável, porém, devido à fase precoce do projeto Ester Monteiro da Silva, é difícil tirar conclusões sobre isso. Entretanto, não se mostrou muito comum as pessoas realmente quererem participar muito mais ativamente, parcialmente devido às suas vidas cheias de dificuldades e exigentes de seu tempo.

Desistência e desconfiança das famílias são bastante comuns, e as duas entidades demonstram o quanto isso é desanimador. Pessoas desistindo nem surpreende tanto, quando levado em conta o longo período de desenvolvimento de um projeto. Jabuticabeiras é avaliado como um projeto de baixa desistência, mesmo ela sendo de trinta por cento. Além de decepcionante, uma troca de famílias gera muito trabalho burocrático extra.

A desconfiança das famílias, e, junto com isso, a falta de colaboração, influencia fortemente e negativamente o início do processo do projeto Ester Monteiro da Silva. As pessoas não acreditam que terão que sair do assentamento atual, nem que vá ser realizado um novo projeto. O projeto ainda está no seu começo, e, por esta razão, o contrário ainda não pode ser demonstrado, porém está se percebendo uma leve elevação do engajamento das famílias durante o andamento do processo. É evidente que o fato de que a demanda do projeto não tenha partido das próprias famílias prejudique muito o seu andamento. Ironicamente, é possível que justamente a iniciativa de um novo projeto tenha feito com que as famílias não se dessem conta da seriedade do pedido de reintegração da posse. E por não estar conscientes desse pedido, elas por enquanto pouco agradeçam pelo desenvolvimento do novo projeto. Isso não se manifesta somente na postura das pessoas em relação à entidade, mas também em dificuldades práticas, como por exemplo, que elas não entreguem certos documentos necessários.

Menos mal que os lideres da entidade têm um entendimento mais profundo da situação socioeconômica das pessoas, bem como a perspectiva de que o comportamento

mudará durante o processo. Além disso, eles estão conscientes de que trabalham não apenas pelo agradecimento e envolvimento destas pessoas, no aqui e agora, mas entendem que os resultados possam ser mais indiretos, intangíveis e de longo prazo. Mesmo assim, por enquanto, o projeto não se mostra muito gratificante. Não é por nada que a líder Silva enfatiza que ela não quer mais trabalhar com ocupação. Porém, não é por nada também que ela já diz isso há muito tempo, e até agora está atuando nessa área profissional. Percebe-se uma mesma dedicação também na líder Kroll, que depõe que o movimento é a vida dela.

Grandes ganhos dos dois projetos autogestionados estão na evidência de que as famílias, da faixa de renda mais baixa, terão um apartamento regular, em conjuntos habitacionais de boa qualidade em localizações adequadas. O processo todo e o projeto são efetuados a baixo custo. Trata-se de uma prática muito rara e importante. Além do resultado em si, mostrar que é possível “fazer algo diferente” pode ser, na prática, a única maneira de mudar os paradigmas sobre a oferta de habitação para a população de baixa renda. As famílias acompanham o processo com um grau de envolvimento relativamente alto. O processo como um todo e a ocupação das novas moradias têm muito potencial para incentivar e contribuir com o desenvolvimento pessoal dos beneficiários. Nesse ponto, uma interpretação ampla do que Martin Heidegger (1971) defendia, ao considerar o valor adicional das indissociáveis relações entre construir, habitar e pensar, mostra-se muito pertinente.

É perceptível o prazer dos profissionais das entidades e da assessoria técnica pelo seu trabalho, o qual contém muito potencial. Porém, percebe-se também muita luta e obstáculos, e parece que esses estão abrigados um pouco em cada aspecto do processo, sem poder acusar um em específico: as burocracias na prefeitura, no ministério e na Caixa, as interações com as famílias, a compra da terra, a obra, a organização interna na entidade, etc.

Porém, destaca-se uma dificuldade bem clara, a qual é a limitação financeira, dificultando extremamente a compra da terra, o projeto e os salários das pessoas. Mesmo com compra antecipada, as entidades e a assessoria técnica trabalham por um tempo significativo sem receber recursos do programa e sem uma garantia de que receberão. Nos dois projetos analisados,

isso gera um equívoco no processo e na possibilidade de garantir o direito universal à moradia: são necessárias contribuições financeiras dos beneficiários, compromissos que, para uma parte do grupo alvo, serão inviáveis. No caso Ester Monteiro, do Movimento Mário Lago, ambas as lideranças da entidade e a assessoria técnica trabalharam dois anos praticamente sem receber. Até então, o movimento banca o projeto com recursos próprios. Quando contratado o projeto, haverá uma compensação, parcialmente oriunda da Caixa, parcialmente das famílias. Se esse valor realmente compensa, é ainda uma incógnita. No caso do Fórum, há um peso maior nas contribuições das famílias para viabilizar o trabalho dos profissionais envolvidos. Para resolver isso, será necessário um redesenho do programa em relação à liberação de recursos, e uma definição de prazos para o governo local e a Caixa analisarem as propostas. O preço máximo da terra é calculado no programa, o que mostrou uma outra inviabilidade financeira. Os dois casos tratam de empreendimentos com alta densidade na periferia da cidade. Mesmo assim, Jabuticabeiras precisou de uma complementação dos beneficiários aos recursos liberados pelo programa.

A pesquisa mostra uma falta de sistematização no programa. Cada entidade funciona de uma maneira própria, e todos os casos têm um andamento bem diferente. Ainda há mudanças políticas, e uma dependência da atuação individualizada dos profissionais nos órgãos públicos, que fazem com que o atendimento desses órgãos mude muito a cada caso. É evidente que é “o que se tem” agora e que isso é melhor que nada. Porém, essas dificuldades impedem bastante uma desejável fluidez, internamente nas entidades, e em relação ao programa como um todo.

Nos dois casos, tem-se a impressão de que a organização popular se movimenta tentando superar obstáculos burocráticos, esperando que as instituições públicas facilitem sua passagem. Para maiores resultados, é necessária a visão de uma ambição e responsabilidade partilhadas, o projeto sendo levado em frente coletivamente por todos os atores.