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Relacionamento com a comunidade

3. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

3.7. Relacionamento com a comunidade

Uma boa relação com todos os intervenientes no meio escolar é, sem dúvida alguma, um aspeto preponderante na integração do EE na escola. O estabelecimento de uma ligação afável e cordial com a maior parte dos professores e funcionários, foi um objetivo do qual tentei concretizar o mais rápido possível. Considero que, a facilidade de integração e da suplantação das dificuldades emergentes nesta minha vivência se deveu especialmente à aceitação e colaboração de todos estes agentes. A sua disponibilidade e preocupação, em todos momentos difíceis, foi particularmente importante para o meu sucesso enquanto EE.

O grupo de EF foi, obviamente, a equipa pedagógica com quem estabeleci mais rapidamente uma relação próxima e, simultaneamente, profissional. Tal como os restantes agentes da comunidade escolar, estes mostraram-se sempre prestáveis e disponíveis para me ajudar a suprir algumas dificuldades. Embora, por vezes, tenham ocorrido alguns constrangimentos ao nível do programa de atividades do grupo de EF. Principalmente, pelo facto, do núcleo de estágio ter vontade em inovar e promover uma maior dinâmica nas atividades, na tentativa de aproximar e elevar a ligação da comunidade escolar à prática desportiva. No entanto, estas contingências não afetaram a afinidade relacional estabelecida entre todos, pelo contrário permitiram elevar o respeito pelo outro e a pelas diferentes visões e caminhos pedagógicos.

A integração no grupo de EF foi plena e rica em termos pessoais, pois pude confrontar e discutir ideias, crescer enquanto docente e confirmar que todos se empenharam num participação conjunta no meio escolar.

3.8. A turma do 10º A

“Considero premente que o ensino seja exposto e adequado ao nível dos alunos, no entanto, deve sempre conter um caráter de complexidade gradual, de forma a promover uma prática desafiadora capaz de potenciar e elevar as competências dos educandos (…) O meu desafio é este, estruturar um processo de aprendizagem, adequado e promotor de um elevar de competências motoras (…)” (RA 53 e 54)

Conhecer os alunos que frequentam e abrangem a comunidade discente, particularmente, a minha turma, significa conceber, fundamentar e adequar a ação educativa de uma forma mais próxima das necessidades evidenciadas pelos nossos alunos. Este saber permite regular, orientar e ajustar o processo de ensino-aprendizagem à turma em geral e a cada aluno em particular, com o intuito de promover um incremento da literacia desportiva e apelar a aquisições significativas, capazes de elevar as competências motoras.

Relativamente aos dados recolhidos na caraterização da turma, consegui constatar alguns factos que considero revelantes. Designadamente que na turma não existiam problemas de saúde graves ou impeditivos da prática; a EF parece ser uma das disciplinas mais preferidas dos alunos, sendo o basquetebol e o futebol as modalidades mais apreciadas e a ginástica a modalidade em que apresentam maiores dificuldades. Ao nível das habilidades motoras foi possível apurar alguma heterogeneidade em torno de um nível intermédio, dentro da fase elementar, em quase todas as modalidades desportivas, à exceção de algumas, como a ginástica, em que um número reduzido de alunos apresentou um nível próximo da iniciação. Estes dados alusivos às habilidades motoras foram recolhidos logo no início do ano letivo. Pois, foi acordado com o PC a realização de uma avaliação inicial das modalidades a ensinar ao longo do ano letivo, centrando este processo de avaliação diagnóstica num só momento.

De um modo geral, a turma apresentou ao longo do ano letivo uma grande predisposição para a prática desportiva e um comprometimento elevado com a disciplina: “(…) esta sessão correu muito bem, sendo patente, que neste

momento consigo imprimir uma boa organização e gestão de tarefas. Aliando a este parâmetro, o empenho e o compromisso que os alunos tem com as aulas de EF, permitem a estes, atingir uma densidade motora elevada nas aulas” (RA 39 e 40). Hoje reconheço, que este elevado empenho dos alunos contribuiu

significativamente para a melhoria das capacidades motoras de cada um em particular: “Hoje posso dizer que me sinto muito satisfeito com os meus alunos,

são empenhados e comprometidos com a disciplina de EF e, tem evidenciado uma aquisição de conteúdos, que me permitem afirmar que são competentes ao nível das modalidades ensinadas” (RA 75 e 76). Este aspeto permitiu um

constante ajuste dos conteúdos em algumas unidades didáticas, elevando a aprendizagem para um nível superior, comparativamente ao que era pretendido no início. Tal como aconteceu na modalidade de ginástica de aparelhos, em que foram incluídos novos conteúdos ao longo das sessões: “(…) promovi à

maioria dos alunos uma consolidação das habilidades motoras do minitrampolim, o que me irá permitir avançar com alguns educandos, para um conteúdo que não estava inicialmente programado, o mortal à frente” (RA 85 e 86).

Pela dedicação e entrega dos alunos, ao longo de todo o ano, considero ter sido um privilegiado puder orientar estes educandos. Todos sem exceção marcaram-me, não só pela capacidade resiliente que demonstraram perante as lacunas e dificuldades sentidas, na tentativa de serem melhores e se superarem a si próprios, como também, pela excelente relação afetiva e cordial que se instalou entre nós.

Procurei em todos os momentos, superar-me como professor, potenciando ao máximo aquisições significativas nos meus educandos: “Somos

professores, somos responsáveis por uma instrução do que é saber ser e saber estar, em consonância com uma transmissão de conhecimentos, promotores de uma literacia desportiva rica, quer em termos motores, quer em termos culturais. O meu desafio e objetivo é ser um exemplo, é ser um professor capaz

de diligenciar um ensino que dê resposta às necessidades evidenciadas pelos alunos, regulando e orientando um processo de ensino-aprendizagem adequado e promotor de um elevar de competências, quer sejam humanas, quer sejam motoras” (RA 75 e 76).

Tentei proporcionar novos desafios e novas aprendizagens, facultadas pelo incremento de exercícios diversificados e motivantes, procurando ter algo de valioso a partilhar com este grupo de alunos. A construção de um saber, de um saber-fazer e um saber ser, foi o que tentei promover nos meus alunos, a par de um clima agradável com uma cumplicidade distinta: “Ser Professor

significa muito, é não só capacitar o aluno de competências motoras, mas também, e muito importante, de transformá-los e conduzi-los a um leque alargado de conceitos e valores, que visem a aquisição de competências humanas” (RA 105 e 106).

Atualmente, carrego boas recordações deste ano repleto de trabalho e dedicação para esta turma. Mas, acima de tudo, a certeza que no interior de cada um destes alunos ficou uma parte de mim. Este foi um trabalho que consubstanciou uma construção ampla ao nível do repertório motor, cognitivo e sócio afetivo. Como afirma Bento (2013, p. 52), “Bem sei que há quem diga mal

de mim, me desconsidere e queira tirar-me crenças e ilusões. Mas não conseguem destruir-me os princípios e ideais. Porque também há quem me chame mestre e sábio e me guarde na sua memória. E diga o meu nome em palavras de veneração e exaltação e num tom de ternura e afeto que me comove e incita a seguir em frente.”

Levo comigo a convicção que em todos despertei ou aumentei o gosto especial pela prática desportiva e que todos fortaleceram em mim a vontade e a persistência de continuar a ser Professor.

4. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA