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Nome da criança: “M”

Data de Nascimento: 03/09/2007 Encarregado de Educação: Mãe

Data da Observação: 9 de novembro de 2017 Local da Observação: Casa da Praia

Observadoras: Professora e Estagiária

Durante a gravidez não houve complicações, tendo a Mariana até aos 4 anos bronquiolites e otites. A gravidez de Mariana foi desejada e um momento de felicidade para os pais.

A amamentação durou apenas 2 meses, depois a mãe deixou de ter leite. A mãe refere que desde pequena a filha teve dificuldade em comer, no entanto em casa há regras em que ela tem de comer sopa. Sempre dormiu bem sem pesadelos e, adormece facilmente. Tem um quarto próprio desde os 2 anos que, atualmente partilha com a irmã.

A mãe refere que a filha teve um desenvolvimento típico, começando a gatinhar aos 7 meses e, a andar com 1 ano de idade. Nunca teve nenhum vício, mas à dois anos atrás começou a roer as unhas quando está distraída (a ver TV ou e sala de aula).

A menina gosta de brincar com bonecas e com as vizinhas, não tem vício de jogos visto só ter televisão em casa. Prefere brincar com companhia do que sozinha. A mãe refere que é perdida no espaço e no tempo, é muito distraída. Tem pouca noção de dinheiro e horas (pergunta “quantas horas são”) mas, já pede a mãe para ir comprar algo e, a mãe pergunta quanto foi e quanto sobrou, de forma a estimulá-la.

Por volta dos 2 anos deixou a fralda, havendo o controlo dos esfíncteres. Não teve dificuldade na linguagem, começando a falar com 1 ano (mamã, papá, papa). A partir dos 4 meses começou a ficar com uma ama até 1 ano e meio, em que houve pelo menos 3 amas diferentes nesse período. De seguida, foi para uma creche em Caxias até aos 3 anos, mudando-se depois para o Jardim de Infância, onde teve sempre a mesma educadora.

A educadora referia que a Mariana tinha dificuldade em obedecer, cumprir regras, mas tinha uma boa relação com os outros.

Os pais separaram-se quando a mariana tinha 3 anos, onde moravam em Massamá, ficando apenas a mãe e a filha a viver lá. A mãe teve algumas dificuldades em

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pagar dívidas, em que o pai pediu para voltar a viver juntos para ajudar a pagar, mas a mãe não aceitou, sendo obrigada a sair da casa. Teve ajuda de tios para ir para outra casa. A mãe veio do Brasil com 15 anos para estudar, tendo 3 irmãs, apenas 1 está em Portugal e, 1 irmão adotivo que está no Brasil. A decisão de vir para Portugal foi da Avó, que foi o seu apoio quando se mudou para cá. A mãe refere que gosta de viver em Portugal. Após a morte da sua avó, em Julho de 2007, teve a sua filha em setembro de 2007. O marido da avó, faleceu à dois anos atrás.

A filha esteve internada 1 dia no hospital com bronquiolite em pequena e, desde pequena tem problemas dentários (cáries). Ainda tem dentes de leite e, refere que antes a filha gostava de ir ao dentista mas, uma vez aleijou e deixou de gostar. O pai assume as despesas do dentista.

A mãe refere que a filha tem atitudes infantil mas em certas situações não. Quando foi à Costa da Caparica o pai deu 20 euros à filha para semana e, no segundo dia já tinha gasto grande parte em gomas sem pedir autorização. Quando alguém impõe regras e limites fica contrariada e não gosta, no entanto, ela não diz, guarda para ela.

O pai apenas começou a contribuir/ajudar à 6 meses atrás. A mariana começou a responder/fazer frente à mãe, sendo que a mãe pensa que seja o pai que manipula a filha para fazer isso. A mãe tentou começar com guarda partilhada (à uns 6 meses atrás), sem formalizar, mas passado 2 dias o pai não quis ficar com a filha. O pai dava 5 euros para ajudar a filha, pelo que a mãe foi a tribunal para ter guarda total, onde o juiz não aceitou.

O pai, recentemente, fez uma queixa ao tribunal contra a mãe, por violência física e psicológica, estando descrito que está com problemas psicológicos. A mãe refere que não sabia do que se tratava quando foi chamada a tribunal. A filha já foi ouvida a tribunal, em que a filha dizia ao pai que:

 A mãe bateu com um cinto por saltar um muro;  Bateu nela 3 vezes num dia;

 Chama de nomes à filha;

 Adormeceu enquanto estava com a filha

O pai refez a vida dele, após a separação ameaçou tirar a filha. A mãe refere que o pai não parece aceitar o facto de ela refazer a vida dela. Quando a mãe confrontou a filha com as acusações negou que disse ao pai, referindo que era avó paterna que o fazia.

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Caso fosse em frente em tribunal, o objetivo do pai não é tirar a filha mas, a mãe parar de fazer o que a filha referiu, tendo que andar 18 meses num psicólogo. A mariana sabe que o pai está contra a mãe e “usa” isso para obter o que quer. Quando confrontada pela mãe disse que não sabia e, depois disse que se o fizesse o pai levava-a ao cinema.

O André (pai da irmã Matilde) sempre foi presente/ativo na vida da filha, tem 45 anos, sendo que à 1 ano atrás teve problemas de saúde. O pai de Matilde contribui com metade no que a mãe gasta com ela.

A mãe tem o 7º ano mas está a tirar um curso no Fonseca Henriques para tirar o 9ºano, para ter mais possibilidades de emprego (e.g. auxiliar de educação).

Na escola, o professor é novo e o feedback é que a Mariana é uma criança inteligente e com potencial de aprendizagem quando quer, no entanto, só quer brincar e é muito distraída.

Em casa do pai passa muito tempo a ver séries, não tem muitas regras, e para o pai é normal ter redes sociais. A mãe e o pai não conseguem falar, pois ele não aceita a sua opinião. À 1 ano atrás o pai deu um telemóvel à filha sem permissão da mãe. A mãe já perguntou se a filha quer viver com o pai mas ela diz que não.