• Nenhum resultado encontrado

7.1 Plano de estágio

O estágio foi realizado no Zoológico de Curitiba e no Passeio Público, entre os dias 26 de agosto e 05 de dezembro de 2013. As atividades realizadas no decorrer do estágio, assim como a carga horária das mesmas, estão representadas na Tabela 5.

Tabela 5. Atividades desenvolvidas durante o período de estágio e respectivas cargas horárias

Atividades Carga horária

Acompanhamento da rotina na cozinha do Passeio Público 24

Acompanhamento da rotina na cozinha do Zoológico 24

Acompanhamento da rotina dos tratadores no Passeio Público 24 Acompanhamento da rotina dos tratadores no Zoológico 24 Acompanhamento de preparação e aplicação de enriquecimento

ambiental para outras espécies, além das estudadas

20

Acompanhamento da rotina dos técnicos 200

Observação das espécies em estudo na fase pré-intervenção (PRE) 69 Aplicação de enriquecimento ambiental e observação das espécies em

estudo (fase INT) 65

Total 450

7.2 Local do estágio

O Zoológico de Curitiba fica situado no Parque Municipal do Iguaçu, na região sul-sudeste de Curitiba, no estado do Paraná. Foi fundado em 28 de março de 1982, e ocupa uma área de 569.000 m², possuindo um acervo de aproximadamente 1.800 espécies de aves, répteis e mamíferos (PREFEITURA DE CURITIBA, 2012). O

Passeio Público, inaugurado em 1886, possui 69.285 m² e está localizado no centro de Curitiba, sendo o parque mais antigo e o primeiro zoológico da cidade. Funcionando como sede do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna, o Passeio Público abriga hoje os pequenos animais que permaneceram quando o Zoológico foi transferido para o Parque Iguaçu em 1982 (PORTAL DA PREFEITURA DE CURITIBA, 2013).

7.3 Descrição das atividades desenvolvidas

7.3.1 Acompanhamento da rotina na cozinha

As atividades realizadas durante o acompanhamento da rotina na cozinha, tanto do Passeio Público quanto do Zoológico, envolviam selecionar e cortar os alimentos de cada animal, e distribuí-los em bandejas para as espécies determinadas. A maioria das bandejas possui identificação dos animais, facilitando o manejo, tanto na hora do preparo da dieta quanto no momento de distribuir a mesma pelos recintos. É necessário saber o tamanho ideal dos alimentos para cada espécie, com os cortes e a retirada ou não da casca dos vegetais dependente dos animais aos quais os alimentos serão destinados. A quantidade de alimentos ofertada não é precisa, sendo medida pela observação do volume presente nas bandejas.

7.3.2 Acompanhamento da rotina dos tratadores

Cada tratador é responsável por alguns setores do Zoológico, sendo sua função colocar os alimentos para os animais e limpar os recintos e cochos. Os alimentos, dentro das bandejas identificadas, são colocados no caminhão que faz um percurso pré-determinado, parando nos lugares próximos aos recintos, onde os tratadores retiram as bandejas para levar o alimento aos animais pelos quais são responsáveis. Alguns animais, como o urso-de-óculos, o leão e o chimpanzé, ficam presos em um recinto fechado durante a noite, sendo necessário soltá-los pela manhã, havendo todo um manejo diferenciado visando à segurança dos tratadores. No final da tarde, esses animais devem ser presos.

Devido a alguns setores não possuírem um tratador fixo, variando de acordo com o dia, foi observada menor responsabilidade com relação aos animais desses

setores. Um exemplo é o cachorro-do-mato, que não recebeu alimento dos tratadores no período da tarde durante um dos dias de observação comportamental. O mesmo animal ficou alguns dias com água extremamente escassa, e em alguns momentos sem água, provavelmente devido a um problema em seu bebedouro, havendo necessidade de lembrar aos tratadores durante vários dias para colocarem água para o animal. É importante existirem tratadores fixos para todos os setores e haver maior organização para substituição dos tratadores, no caso de faltas ou férias, para que se saiba quem será o responsável por quais animais. Outro problema observado é que as bandejas de alimentação de alguns animais são deixadas sem proteção, resultando na ingestão do alimento destinado aos animais do Passeio Público e do Zoológico por aves invasoras, como pombos e urubus. Essas aves ingerem principalmente a carne, que é um alimento de elevado custo e essencial para os animais que a recebem.

7.3.3 Acompanhamento de preparação e aplicação de enriquecimento ambiental para outras espécies, além das estudadas

Durante o período de estágio, foram inseridos nos recintos de diversos animais enriquecimentos ambientais, dentre eles: espalhar essências de alimentos no recinto das jaguatiricas; espalhar temperos e essências no recinto do leão; preparar e esconder pinhas, contendo uvas passas, no recinto dos babuínos; colocar pneu amarrado por corda no recinto da irara e dos babuínos; preparar e colocar pinhas presas em arames, junto com frutas, no recinto das araras azuis; fornecer coelhos, previamente abatidos, para harpias e leões, sendo uma forma diferente de fornecimento da alimentação a esses animais.

7.3.4 Acompanhamento da rotina dos técnicos (biólogos, médicos veterinários e zootecnistas)

Todos os dias, pela manhã, pelo menos um dos técnicos realiza uma vistoria por todo o Zoológico ou Passeio Público, para verificar se não houve óbito de nenhum animal, se existe algum animal doente ou ferido e se os recintos não apresentam problemas. Foi possível observar procedimentos cirúrgicos de alguns casos clínicos que ocorreram durante o estágio, citando-se como exemplos a

cirurgia de uma coruja com asa quebrada, a qual foi amputada, e tentativa de cura de um bugio que havia sofrido trauma por queda ou atropelamento, vindo o animal a óbito, sendo ambos os animais de vida livre.

No Passeio Público, semanalmente, realiza-se o manejo para organização do biotério, que contém ratos e ratazanas criados para consumo dos animais do Passeio Público. Para isso, os roedores destinados à reprodução são separados em caixas que contêm duas matrizes e um macho. Quando as fêmeas têm crias, é feita a contagem dos filhotes e realiza-se o controle de óbitos, para verificar se as fêmeas da caixa apresentam boa habilidade materna. O desmame ocorre após três semanas, quando as crias são colocadas em outra caixa, onde é feita a engorda e, por fim, são destinadas ao consumo.

Alterações nos recintos de alguns dos animais também estão sendo realizadas, incluindo a reforma das pastagens e retirada de plantas tóxicas. Foi feita a semeadura de plantas forrageiras, como azevém e guandu, que serão destinadas à alimentação dos animais do Zoológico.

7.3.5 Observação das espécies em estudo e aplicação de enriquecimento ambiental

Foram realizadas observações das espécies Tremarctos ornatus, o urso-de- óculos, e Cerdocyon thous, o cachorro-do-mato, e elaborado um etograma com os comportamentos observados. Após terminarem as observações dos comportamentos sem o enriquecimento ambiental no recinto, foram inseridos enriquecimentos ambientais físicos, olfativos e alimentares para os animais em estudo, conforme descrito anteriormente neste trabalho com maiores detalhes.

(A) (B)

(C) (D)

Figura 17. Fotos dos locais de estágio. (A) Cozinha do Zoológico Municipal de Curitiba com alguns dos alimentos que são fornecidos aos animais; (B) Enriquecimento ambiental de arame inserido no recinto das araras azuis, no Zoológico Municipal de Curitiba; (C) Camundongos do biotério do Passeio Público; (D) Aplicação de enriquecimento ambiental para uma das espécies estudadas (Tremarctos ornatus) no Zoológico Municipal de Curitiba.

Documentos relacionados