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RELATÓRIOS DOS ENCONTROS PREPARATÓRIOS NOS ESTADOS

Relatoria da Etapa Estadual do II ENE no Ceará

Como parte da programação da Etapa Ceará do II Encontro Nacional de Educação (ENE), a tarde do dia 8 de junho foi destinada aos Grupos de Trabalho sobre os eixos do encontro. Inicialmente, estavam previstos os seguintes pontos: 1) Gestão; 2) Financiamento; 3) Avaliação; 4) Trabalho e formação dos trabalhadores da educação; 5) Acesso e permanência; 6) Gênero, sexualidade e orientação sexual; e 7) Questões étnico-raciais. No entanto, dada a quantidade de participantes presentes (em torno de vinte), optou-se pela realização de um único grupo. Como metodologia, foi proposta a leitura, da cartilha intitulada “Em defesa da educação pública, gratuita e dos 10% do PIB para a educação pública já!”, ponto a ponto, e foram apresentados os encaminhamentos contidos nos anais da primeira edição do encontro.

Antes de iniciar as discussões foram esclarecidos alguns pontos: 1. Os eixos discutidos no I ENE e que serão discutidos II ENE foram alterados, alguns foram aglutinados e outros diante das complexidades apresentadas e da conjuntura atual foram acrescentados; 2. Outro esclarecimento dizia a respeito da questão de acessibilidade que não era um eixo específico mas que encontra-se inserido no Eixo de Acesso e Permanência.

Após os esclarecimentos deu-se início a leitura dos documentos norteadores da discussão do Eixo 1 – Acesso e Permanência. As principais propostas sugeridas no debate foram:

• Criação de uma Política Nacional de Acesso e Permanência; • Lutar por uma educação pública, gratuita e de qualidade;

• Que sejam contempladas as necessidades educacionais específicas, considerando que esse termo é mais completo e que engloba não só pessoas com deficiência como também pessoas com transtornos de aprendizagem e altas habilidades/superdotação;

• Realização de concursos públicos que supra a carência de vagas apresentadas pelas instituições que ofereçam educação pública, gratuita e de qualidade, em qualquer um dos níveis e modalidades do ensino;

• Educação infantil na rede pública, gratuita e de qualidade de ensino para todas as crianças;

• Que as Instituições de Ensino Superior desenvolvam programas que objetivem a formação dos estudantes que extrapolaram o período regular; • Desenvolvimento de núcleos multiprofissionais de acompanhamento das

escolas e Instituições de Ensino Superior públicas e gratuitas.

• Garantia de restaurantes universitários/acadêmicos e residências universitárias nas cidades das IES públicas para estudantes dessas IES. • Garantia por parte do Governo Federal o aumento do valor por estudante,

com um percentual de 100% do atualmente pago pelo PNAE, que corresponde a melhoria nutricional da merenda escolar distribuída nas escolas de educação básica para a rede de ensino pública e gratuita;

• Garantia e Ampliação das Escolas do Campo e do PRONERA, nos âmbitos de ensino médio e superior, respectivamente, a fim de  atender as necessidades do povo do campo e ampliar os níveis de escolarização formal dos/as trabalhadores/as, jovens e mulheres camponeses/as assentados/as. Durante o debate foi apontada uma contradição originária do I ENE existente entre a defesa da educação pública e gratuita e a reivindicação de políticas de assistência e permanência para estudantes da rede privada.

Para o debate do Eixo 2 – Avaliação procedeu-se novamente a leitura dos documentos norteadores e ao se dá início ao debate foi realizado um questionamento sobre a metodologia e se não iria serem feitas novas propostas saindo da leitura dos anais do I ENE. Foi esclarecido que a leitura era pra embasar as discussões e também passar para conhecimento de todos os pontos discutidos. Esclarecida a dúvida foram feitas as propostas:

• Reformulação da Política Nacional de Avaliação, para fins de diagnóstico e reorientação das ações no âmbito do sistema de ensino;

• Construção, pela comunidade de cada Instituição, de uma matriz com indicadores com vistas à avaliação institucional e pedagógica;

• Fim do sistema nacional de avaliação padronizado com teor punitivo, competitivo e meritocrático;

• Que a avaliação das instituições fiquem a cargo da comunidade universitária; • Política institucional como diagnóstico para fortalecimento de indicadores

frágeis das instituições constando uma matriz com indicadores definidos pela comunidade da instituição;

• Que a avaliação possa ser pensada de modo a contribuir para a construção da emancipação dos sujeitos e das Instituições;

• Que a avaliação possa contemplar as necessidades educacionais específicas.

A discussão seguinte foi sobre o Eixo Democratização (assim nomeado no I ENE e que no II ENE será contemplada no Eixo 3 – Gestão. As propostas foram:

• Reivindicar a paridade em conselhos deliberativos e pleitos eleitorais; • Fim da lista tríplice;

• Autonomia das Instituições;

• Repúdio a qualquer forma de cerceamento à liberdade de expressão dentro das Instituições de Ensino, em especial a Escola Sem Partido, respeitando a diversidade;

• Garantia de gestões participativas nos órgãos colegiados; • Pela desmilitarização das escolas;

• Eleição direta para pró-reitores;

• Eleição direta para gestor na educação básica;

• Que a segurança das escolas seja debatida com a comunidade.

Diante das propostas apresentadas foram feitos alguns esclarecimentos: 1. De acordo com o Artigo 56 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, está prevista a proporção de 75% (docentes), 15% (técnico-administrativos) e 15% (discente) para composição dos órgãos colegiados das Instituições. Contudo, a Constituição Federal prevê autonomia às Instituições para definição dessa proporção. Hoje as instituições adotam em sua maioria a proporcionalidade e é sabido que uma instituição adota o voto universal; 2. Sobre a proposta da gestão

participativa deve-se priorizar uma gestão democrática que garanta a participação da comunidade em contraponto a gestão empresarial e gerencialista.

Eixo - Trabalho e formação dos (as) trabalhadores (as) da educação

A formação dos profissionais de educação merece mais atenção e investimentos massivos para que se tenha maior qualificação do ponto de vista da humanização e baseado na vida social do educando. Busca-se, então, associar o conteúdo apresentado na escola ao cotidiano do aluno para contribuir no aprendizado e na sua formação sócio-política.

• Reservar e/ou o número de vagas para cursos de licenciatura nas IES;

• Incentivar os estudantes com a ampliação do número de bolsas para que se mantenha na graduação e possa desenvolver atividades acadêmicas voltadas a prática do ensino não somente na própria IES, mas em instituições parceiras da educação básica;

• Repúdio à Base Nacional Curricular Comum - BNCC;

• Contrapor-se a perspectiva fundamentalista neopentecostal que reivindica a inclusão na BNCC de conteúdos que ensinam o criacionismo, bem como a obrigatoriedade da presença da bíblia nas escolas;

• Combater qualquer forma de manifestação de assédio moral nas relações de trabalho docente;

• Elaborar política de formação continuada de professores para educação básica, referendada em matriz de cunho humanista e que convirja para a formação humana omnilateral;

• Desenvolver uma política de combate ao produtivismo no trabalho docente e de uma plataforma lattes mais humanizada;

• Fazer levantamento e sistematizar dados sobre a saúde docente nos últimos dez anos.

Diante do tempo exíguo para a continuidade das discussões fez-se necessário a escolha de um último eixo e que portanto não seria possível contemplar todos os eixos. Após debate de propostas seguido de votação optou-se por discutir os Eixos:

que são eixos novos e que necessitam de uma atenção diante do contexto atual. Foram sugeridas as propostas citadas abaixo:

• Equidade de gênero nos espaços de gestão e conselhos; • Defesa do Estado Laico;

• Repúdio às novas diretrizes curriculares; • Unidade entre luta específica e luta geral;

• Garantia do debate desses temas na matriz curricular na perspectiva dos direitos humanos;

• Retomada da Bolsa Permanência, com prioridade para indígenas e quilombolas;

• Que seja destinado recurso específico para trabalhar as questões étnico- raciais;

• Que o projeto de educação seja referenciado nos territórios e nas culturas; • Rechaçar no âmbito da União, Estados e Municípios os PLs que querem

instituir "a escola sem partido", com a máscara da antidoutrinação, mas que nega essencialmente a liberdade de expressão, o cultivo à pluralidade de ideias e castra dos debates escolares temas referentes ao gênero, à orientação sexual e, principalmente, a liberdade de pensar.

Os eixos relativos a financiamento e Trabalho e Formação dos/as Trabalhadores da Educação não puderam ser debatidos porém uma proposta foi feita e ficou deliberado que através do grupo dos e-mails até segunda feira (13.06) os participantes poderiam apresentar sugestões após a socialização do relatório. E um responsável compilaria as sugestões para serem apresentadas como propostas do Ceará.

Relatoria da Etapa Estadual do II ENE no Piauí

Acesso e Permanência

Durante a discussão foram debatidas as diversas problemáticas que trabalhadores da educação de discentes enfrentam para se manterem nas instituições de ensino (IE’s): o baixo piso salarial da categoria, a falta de creches para as mães trabalhadoras e para as estudantes nas universidades, os gastos com a dívida pública, as bolsas insuficientes e problemas com o custeio dos Restaurantes Universitários.

Também se relembrou o caso do Programa de Reforma Universitária – REUNI, apontado como um dos projetos que causou grande precarização do trabalho e da estrutura das universidades e foi apontada a necessidade de se pensar e elaborar mais sobre a educação inclusiva, voltada para pessoas com deficiências.

Financiamento e Gestão

A discussão sobre Financiamento e Gestão na educação iniciou-se pautando o processo de privatização do ensino público, destacando que o problema de financiamento agrava todos os outros problemas abordados nos demais eixos, abordando-se então a participação de OS’s e de outras empresas nas IE’s, até a elaboração de PEC’s e PL’s visando efetivar um processo de privatização direto, como o de pagamento da pós-graduação lato sensu e de mensalidade nas graduações em instituições de ensino superior públicas. Apontou-se o período de vigência do PNE 2001/2011 como um momento de precarização das IE’s públicas e crescimento exacerbado das instituições privadas, tendo como resultado índices como o de 75% das graduações em IE’s privadas. Notou-se também a atual legitimação da transferência de dinheiro público para o meio privado através do FIES, ProUni, Pronatec, EaD, dentre outros, seguindo a linha mercadológica pautada pelo capital na educação, o fim do FUNDEB e FUNDEF permitindo as parcerias com OS’s, o financiamento do BNDES nas IES privadas e desoneração fiscal.

Dentre as soluções apresentadas para as questões de financiamento da educação, destacaram-se a luta para a efetivação da aplicação de 10% do PIB para

a educação pública, para que esta continue pública, gratuita e de qualidade, e o cancelamento da dívida pública ilegal, através da auditoria cidadã, garantindo assim os recursos necessários para a educação.

Quanto a gestão da educação, destacou-se a necessidade do debate “Democracia X Mercado”, em defesa de um projeto classista para a educação. Ataques à independência pedagógica se apresentam, como o projeto “escola sem partido”, e precisam ser combatidos. A democracia de gestão das IE’s deve ser pautada em diversas frentes, incluindo a necessidade de eleições diretas, fim dos organismos de fiscalização e controle para trazer maior autonomia. As gestões não possuem transparência, não se há conhecimento de como os recursos são geridos pelas IE’s.

Notou-se um atraso no Mov. De Educação em apresentar um programa concreto de ensino, e destacou-se a necessidade de elaborar uma plataforma nacional de lutas, organizando um terceiro campo, e também construir atos no dia 16/06 nos estados, em defesa dos trabalhadores/as da educação.

Gênero, Sexualidade e questões Étnico-Raciais

A discussão sobre as questões de gênero e sexualidade foram debatidas a partir de uma visão geral, onde ela se integra aos demais eixos programáticos. As primeiras elaborações em nível da união começaram por meio da antiga secretaria de mulheres, em 2006, com uma proposta de iniciar esse debate no nível superior de ensino. Conforme o passar do tempo, o governo acabou protelando essa pauta, em nome de mais “governabilidade”, ampliando o avanço de setores e pautas conservadoras na sociedade, refletida em Teresina por meio do projeto de lei municipal que visava proibir qualquer debate sobre gênero nas escolas da rede municipal – projeto esse que, com muita luta, foi arquivado – e outras aberrações como a obrigatoriedade da “reza do painosso” e o projeto “escola sem partido”, que caminham em outras instâncias, mas ainda representam risco a educação. Também foi lembrado que na primeira edição do ENE essas questões não foram colocadas como eixos do evento, o que hoje está sendo corrigido.

Foi lembrado também os ataques que foram promovidos durante os últimos anos a comunidade LGBT pelo próprio governo federal como os vetos ao kit anti-

homofobia e o PL122 (que criminalizava a homofobia), a “Carta ao povo de Deus” durante a campanha de Dilma Rousseff-PT, encobertos pelo caráter de cooptação dos movimentos ligados a este e pela bancada conservadora do congresso nacional.

No debate étnico-racial se pautou muito o assenso negro das mobilizações e o caráter racial dentro das IE’s. Enquanto que no Piauí, como o quinto estado com maior concentração de pretas e pretos do Brasil, e no restante do país, a grande maioria dos alunos das escolas públicas de ensino fundamental são pretos, no ensino médio e, principalmente, no superior a relação se inverte. Isso ocorre devido a diversos pontos como, por exemplo, a falta de políticas para acesso e permanência e por uma política de cotas ainda ineficaz em todos os níveis. Isso explica as altas taxas de evasão escolar e, em casos extremos, quem são os que mais morrem nas escolas e universidades vítimas de violência ou por suicídio.

Encaminha-se pelos debates a reafirmação das cotas raciais, em separado das cotas sociais, a necessidade da discussão de gênero nas deliberações do II ENE e nas discussões em sala. A necessidade de enegrecer as IE’s, pensar políticas de inclusão como pré-vestibulares para pessoas transgênero e a necessidade de uma nova forma de educação.

Avaliação, Trabalho e Formação dos/as trabalhadores da educação

Os eixos de avaliação, trabalho e formação dos/as trabalhadores da educação trouxeram debates a respeito dos problemas enfrentados no que diz respeito às lutas protagonizadas pelos trabalhadores e trabalhadoras em busca de autonomia pedagógica e contra a precarização docente. Denunciou-se o pouco tempo e incentivo para a formação de docentes, a formação precarizada dentro das IE’s, a inexistência de política de formação e incentivo para os novos docentes, que são postos nas piores condições com a menor experiência, a gestão que dispersa os docentes com sobrecarga de atividades com base no mito da “meritocracia”, ou seja, uma carga horária exaustiva, além da baixa remuneração e péssimas condições de trabalho, dentre outros. Ponto bastante criticado foi a Base Curricular Comum, que busca homogeneizar as bases curriculares a nível nacional, precarizando o ensino e inviabilizando a construção de uma educação que se adeque a realidades específicas locais e que avance em suas discussões mais

pertinentes. Pontuou-se também o recorte de gênero quando se trata das posições dentro da docência: dentro das universidades há uma predominância de docentes homens, e na educação básica há uma predominância de docentes mulheres. Suscitouse a necessidade de repensar o projeto de educação desde os uniformes até o uso de banheiros, criticando o esvaziamento de conteúdos políticos e de diversidade na formação.

Abordou-se a questão das avaliações institucionais como forma de desmontar o ensino, considerando que as IE’s que mais precisam de apoio institucional são as que menos recebem, então pontua-se a problemática: como avaliar algo com base em critérios postos pelas mesmas pessoas responsáveis pelo desmonte e precarização da educação? As avaliações retiram até mesmo a garantia de progressão na vida docente, e contribuem para os casos de doenças entre os docentes e os casos de suicídio entre estudantes.

Destaca-se como pauta a luta contra a base curricular comum no PNE em vigência, a busca por uma avaliação docente em conjunto das avaliações institucionais, para que assim seja possível avaliar em que condições institucionais o professor realizou seu trabalho, e a mobilização necessária do conjunto de docentes para que estes se organizem para as lutas em defesa da educação pública de qualidade.

Relatoria da Etapa Estadual do II ENE na Paraíba

Na manhã do dia 21 de maio com 105 estudantes, docentes e servidores das redes públicas municipais, estadual e federal de educação do estado da Paraíba se reuniram no Campus de Campina Grande da UFPB para o Encontro Paraibano de Educação promovido e organizado pelo Comitê Estadual em Defesa da Educação Pública.

Na Plenária de Abertura, à mesa  Gisella Colares  – Auditoria Cidadã da Dívida/DF (ACD/DF),Nélson Aleixo Jr - ADUEPB, Amilton Leitão - Coletivo Oposição SINTEP e  Daniele Silva  - Corrente Proletária Estudantil, sob coordenação de Antônio Gomes – ADUFCG e secretariada por Cristine Hirsch – CORDEL/UFPB, após aprovação do Regimento do Encontro, aconteceu a palestra “O Sistema da

Dívida e a precarização da Educação”, ministrada pela Economista da ACD-DF,

Gisella Colares.

Em seguida, falaram os demais membros da mesa e doze inscritos a partir da plenária representando todos os segmentos ali presentes. A preocupação com a crise política e econômica, com seus reflexos na educação, foi o tom de todas as falas, além da necessidade de estarmos bem informados e unidos para defendermos a educação pública de qualidade.

Na parte da tarde, 85 pessoas participaram dos GT (GT1/2

Gestão  e  Financiamento  – 19 participantes;  GT3/4 Formação e Trabalho Docente  e  Avaliação  – 23 participantes;  GT5 Acesso e Permanência  – 18

participantes; e GT6 Sexualidade, Gênero e Questões Etnicorraciais). O trabalho nos grupos foi bastante produtivo tendo sido aprovadas e encaminhadas para a Plenária de Encerramento um total de 70 propostas de resolução, além de outras não apreciadas, e cinco moções.

A Plenária de Encerramento teve  Nélson Aleixo Jr  – ADUEPB,  Graça Baptista  – UFPB e Cristine Hirsch  – CORDEL/UFPB coordenando os trabalhos. Após apresentação cultural da nação Potiguara, contribuíram com a Plenária de Encerramento cerca de 35 participantes do EPE 2016 e foram apreciadas e aprovadas 65 propostas de resolução (Relatório em anexo) e cinco moções (Relatório em anexo) apresentadas.

Agora é hora de nos organizarmos para participar do  II Encontro Nacional

de Educação  e levar nossa contribuição. O II ENE acontecerá em junho, em

Brasília e as inscrições se encerram no próximo dia 30/05, próxima segunda! Contra a Dívida Pública! Contra o Ajuste Fiscal!

Juntos por um projeto classista e democrático de educação. Juntos, em defesa da Educação Pública!

Secretaria do EPE 2016

Relatoria da Etapa Estadual do II ENE em Goiás

Aos 4 dias do mês de junho de 2016 realizou-se no miniauditório da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG) das 9h00min às 18h00min a etapa estadual de preparação para o II Encontro Nacional de Educação (ENE).

Parte da Manhã

Na parte da manhã, a mesa e a plenária dialogaram e expuseram suas avaliações e análises sobre a conjuntura política nacional e internacional. Os membros presentes abordaram os aspectos políticos e históricos da organização e luta dos trabalhadores e estudantes. Buscaram estabelecer uma análise crítica das políticas de conciliação de classe implementadas pelos governos Lula-Dilma (PT). Discutiram os aspectos inerentes e os desdobramentos do processo de impedimento de Dilma Rousseff (PT) e os efeitos nocivos da continuação e aceleramento das políticas neoliberais agora pelo governo interino de Michel Temer (PMDB). E por fim, debateram qual o papel das esquerdas em suas variadas formas de organização e atuação frente à intensificação dos retrocessos que pesam aos direitos humanos, dos trabalhadores, saúde, meio ambiente, cultura, ciência e tecnologia e educação pública.

Síntese dos debates e histórico da conjuntura política apresentada:

A intensificação da crise do capitalismo leva as nações imperialistas lideradas pelos Estados Unidos da América a radicalizar a intervenção na América Latina criando mecanismos de desestabilização de governos que potencialmente representam obstáculos na implementação das políticas neoliberais.

No Brasil, o governo de Dilma Rousseff (PT) adentrou o segundo mandato em 2015 após uma vitória apertada contra Aécio Neves (PSDB) que representa claramente os interesses de um projeto imperialista e conservador.

Dilma Rousseff (PT), por sua vez, dá seguimento na agenda neoliberal ignorando a plataforma vencedora das urnas, mantendo os programas sociais como bandeira de sustentação popular do governo. As políticas advindas ampliavam os cortes na educação pública, sinalizavam para a criminalização dos movimentos