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RELATO DAS OBSERVAÇÕES DIRETAS

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CAPÍTULO III APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

3.2 RELATO DAS OBSERVAÇÕES DIRETAS

As observações diretas foram utilizadas como mais uma fonte de evidência para compor a análise aprofundada do objeto estudado.

O Sistema Digital de Segurança da GCM, sob responsabilidade da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo, teve seu início de atividades em fevereiro de 2006 com funcionamento de 35 (trinta e cinco) câmeras instaladas em pontos estratégicos nas regiões do Centro histórico e Centro Novo, no Vale do Anhangabaú, na Rua 25 de Março e na Nova Luz, atendendo 99 (noventa e nove) ruas.

O projeto básico para a concepção do Sistema Digital de Segurança da GCM foi elaborado pela própria GCM, visando a um sistema de gerenciamento e monitoramento das ruas do centro da cidade de São Paulo, com gravação de imagem, por meio de câmeras remotas, todas interligadas a central de monitoramento que, à época das observações diretas, está instalada na Avenida Couto de Magalhães nº 444, Bairro da Luz, São Paulo.

O referido Sistema Digital de Segurança da GCM tem a finalidade de detectar intrusões, incidentes, roubos, entre outros, proporcionando a emissão de alarmes, a

apresentação dos locais e áreas violadas em diagrama gráfico e a visualização das imagens desses eventos.

A partir dos índices divulgados pela Polícia Militar de São Paulo e da manifestação de autoridades como Coordenador da Central de Monitoramento de Londres, em visita à Guarda Civil Metropolitana, o Sistema Digital de Segurança da GCM é comparado aos melhores sistemas de monitoramento do mundo, similares aos utilizados por cidades norte- americanas e européias. O Sistema Digital de Segurança da GCM reduziu no primeiro ano de funcionamento em 15% as ocorrências de ordem social, administrativa e policial, como acidentes de trânsito, atropelamentos, assaltos, consumo de entorpecentes e depredações nas áreas onde as câmeras estão instaladas, conforme propaganda da própria Prefeitura.

No período das observações diretas, em outubro e novembro de 2008, o Sistema Digital de Segurança da GCM em funcionamento, contava com seis monitores gerais de 42 (quarenta e duas) polegadas com plasma e 14 (catorze) monitores de 17 (dezessete) polegadas (com disponibilidade para sete consoles) com capacidade para abrir até 16 (dezesseis) quadros de tela, de acordo com a necessidade. No total são 44 (quarenta e quatro) câmeras funcionando. O monitoramento das áreas, confirmado durante as observações diretas, abrange vários pontos da cidade, são vistos os eventos que ocorrem tanto nas vias de maior fluxo como nas praças e locais ermos, são detectados diariamente diversos tipos de ações delituosas, violência ou crime propriamente dito, contra a segurança das pessoas e o patrimônio.

As seis telas de plasma estão ligadas em frente a uma bancada com três laptops no centro de monitoramento da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Um grupo de seis homens da guarda acompanha as imagens simultâneas captadas pelas câmeras.

Basicamente o Sistema Digital de Segurança da GCM funciona com um supervisor que acessa todas as imagens e seleciona o que achar conveniente para uma apuração. A ampliação das imagens chega a detalhes como o número da placa de um carro, por exemplo. Somente imagens selecionadas que geraram ocorrências de ordem social, policial e administrativa ficarão arquivadas em CDs por um período de cinco anos. Somente serão reutilizadas no caso de uma requisição judicial em futuras investigações.

Durante o processo, as imagens de ocorrências, que estão sendo monitoradas em tempo real, são verificadas, selecionadas e encaminhadas para o controle da Central de Telecomunicações, em uma sala próxima, onde funcionários operam seis monitores de 17 (dezessete) polegadas e três consoles que recebem as imagens enviadas.

A equipe tem a missão de acionar via rádio o Comando Operacional no Centro da Cidade e a Superintendência de Fiscalização (que atua no comércio irregular), membros da

Guarda Metropolitana e a Polícia Militar (por meio do COPOM - Comunicação da Polícia Militar), detalhando as informações. As viaturas que estão estrategicamente dispostas nos pontos-chave são acionadas e vão ao atendimento da ocorrência sempre recebendo novas informações sobre o evento. Quando a ocorrência envolver ação social, será acionada a Secretaria Municipal da área. Há uma grande demanda envolvendo ação social. Na média 04 (quatro) vezes ao dia surgem imagens que demandam o trabalho de assistentes sociais, ambulâncias da saúde ou de serviços de Prefeitura.

O Sistema Digital de Segurança da GCM apresenta-se como um provedor de meios de comunicação que atende as necessidades operativas, corporativas e funcionais da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo. Os resultados e estatísticas apresentados demonstram a eficiência do sistema.

O Sistema Digital de Segurança da GCM não provê somente a parte de radiocomunicação, mas toda a infra-estrutura de apoio e interligação do sistema para prover a comunicação em situações emergenciais diuturnas ou críticas. Existem equipamentos do tipo repetidores, torres, containeres, acessórios, mecanismos de segurança (encriptação), privacidade e interoperabilidade, consoles de despacho, equipamentos de telefonia, sistema de gerenciamento e supervisão, todos os equipamentos necessários para o pleno funcionamento do sistema em questão.

É importante explanar que o Sistema Digital de Segurança da GCM promove a agilidade nos serviços prestados pela Guarda Civil Metropolitana. O Sistema Digital de Segurança da GCM, por meio da radiocomunicação, do atendimento à chamada pelo número 153 e do despacho de viaturas municipais viabilizadas, estrategicamente, pela modernização e permite a integração da infra-estrutura de comunicação e troca de informações por telefone, rádio e imagem entre a Guarda Civil Metropolitana, o Centro de Operações da Polícia Militar (COPOM) e demais Secretaria da Prefeitura do Município de São Paulo (Desenvolvimento Social; Verde e Meio Ambiente Transporte; Saúde; Habitação etc.).

Durante a realização das observações, as câmeras de segurança monitoraram acidentes de trânsito, assaltos, consumo e venda de entorpecentes, alagamentos. Observou-se também cenários de injustiça social, falta de infra-estrutura urbana, motivos de enchentes, causas de acidentes de trânsito.

Identifica-se que as atividades envolvem ações de planejamento e gestão estratégica das pessoas e das TICs, baseadas no estabelecimento de uma metodologia de concepção operacional e técnica.

As informações colhidas durante as observações diretas e anotadas no diário de campo permitiram verificar a preocupação da organização na seleção dos GCMs que fazem parte da equipe de operacionalização do Sistema Digital de Segurança da GCM.

Segundo a Assistente Social, Sandra Elvira Fumo Martins3, que faz parte da Equipe do Serviço Social da Divisão Técnica de Saúde, a equipe de GCMs que trabalha na Central do Sistema Digital de Segurança da GCM fo i selecionada a partir das recomendações do Departamento de Saúde do Servidor - DSS, órgão da Secretaria Municipal de Gestão responsável por todo atendimento médico-pericial e pela implementação das ações de promoção à saúde para os servidores da Prefeitura do Município de São Paulo. Os GCMs selecionados e indicados pelo DSS são servidores readaptados, ou seja, servidores que apresentam alguma incapacidade para as atribuições que lhes são conferidas por lei e que são designados para atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental. Os laudos de Restrição Física dos GCMs foram verificados em inspeção médica oficial, realizada pelo DSS, para verificar a compatibilidade das atribuições na Central do Sistema Digital de Segurança da GCM, respeitando a habilitação exigida com a capacidade do GCM selecionado.

A Assistente Social acrescentou que a Divisão Técnica de Saúde - DTS, órgão da Coordenadoria de Segurança Urbana, tem entre outras atribuições, acompanhar a situação funcional dos servidores readaptados, recomendando às suas chefias a atribuição de encargos compatíveis com a respectiva capacidade física e psíquica. A Divisão Técnica de Saúde, promoveu, ainda, encontros com os GCMs selecionados para a operacionalização do Sistema Digital de Segurança da GCM a fim de esclarecer o papel da DTS no processo e colocar os serviços à disposição para eventuais acompanhamentos. Foram realizados escutas e levantamentos de expectativas de onde redundaram propostas de melhorias para o desempenho das atividades desempenhadas na Central do Sistema Digital de Segurança da GCM, tais como: adequação de horários, equipamentos e qualidade de vida no trabalho. As propostas foram encaminhadas ao Comando Geral da GCM para análise e providências.

Para a Assistente Social entrevistada não é somente a máquina que importa, mas também o uso, inteligente e adequado, por pessoal devidamente capacitado, alcançando resultados, reduzindo gastos, capacitando pessoas. Seria a administração estratégica das pessoas, do conhecimento, das TICs e a ação produtiva e menos burocrática.

3

A Assistente Social Sandra Elvira Fumo Martins autorizou a divulgação do seu nome e das informações concedidas.

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