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2 MEIO AMBIENTE, DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E EDUCAÇÃO

5.5 RELATOS DE EDUCADORES AMBIENTAIS DA SEMAS

Esta seção do capítulo pretende apresentar o relato de dois funcionários da SEMAS em relação ao seu trabalho, suas funções, suas expectativas e o que no cotidiano é refletido o trabalho da secretaria no estado.

A implementação da PEA/PE está sendo feita através de seminários nos municípios a partir dos representantes da prefeitura, do poder público e, também, da sociedade de forma ampliada.

A secretaria fez uma capacitação do estado todo para gestores municipais para que eles tivessem seu próprio sistema estadual de meio ambiente. Municipal seguido do estadual que é o “sisemas”.

A PEA/PE tem uma importância vital para os municípios porque é a partir dele que os municípios podem utilizando uma verba estadual para ações de educação ambiental.

A comissão estadual de educação ambiental é formada por 14 órgãos titulares e uma lei de educação ambiental, a partir dessa comissão é apontada as atividades a serem construídas pela SEMAS.

A proposta em primeiro momento é desenvolver e implantar uma plataforma digital além das oficinas e seminários de divulgação, depois é construída. A ação consiste em fazer oficinas construtivas em pelo menos 3% da população de Pernambuco para divulgar e instruir sobre a política de educação ambiental do estado e para que de alguma forma todos possam contribuir.

Depois dessas duas ações primeiras, consolidar o documento e mandar para o governador que encaminha para a câmara e depois vai voltar para a sociedade.

Segundo a gestora de Educação Ambiental da SEMAS, Genilse Maria Candido Gonçalves, “todas atividades exigem educação ambiental. Só que, às vezes, o que as pessoas pensam o que é educação ambiental é um ato de

cidadania. Por exemplo, pegar o papel e colocar na lixeira não precisa saber de educação ambiental”.

A função da Secretaria é incluir o município no plano de educação ambiental a partir das diretrizes do estado. O município que não tiver condições de seguir esta política, pode pedir um plano de ação para a secretaria construir junto com o mesmo. A responsabilidade da secretaria é de formar os gestores de educação ambiental no município, seja de que nível for.

Nesse sentido, o foco da pesquisa, a SEMAS, pode ser considerado como um órgão regulador, pois além de propor campanhas ambientais também pode regular e intervir, através de incentivos a busca de soluções para problemas ambientais e sustentáveis.

A SEMAS integra políticas, programas e práticas respeitosas com o meio ambiente em uma gestão contínua, implantando planos para redução, reuso, reciclagem e disposição adequada de resíduos, e educando a sociedade sobre a necessidade de reavaliar o consumo para que este seja realizado de modo consciente.

Essa motivação aos cidadãos para a causa dos valores ambientais e sustentáveis é feita através de meios comunicacionais acessíveis aos cidadãos e através de projetos e parcerias de acordo com o perfil de cada município de Pernambuco.

A secretaria possui várias gerências que vão tratar de desenvolver ações em diversos tipos de comunidades. Algumas das mais tradicionais como, por exemplo, de comunidades em municípios como Taíba e Águas Belas, com um público quilombola e indígena, respectivamente.

Nessas ações a SEMAS tenta adaptar o discurso a partir da questão cultural, empírica e cognitiva, utilizando materiais diferenciados. Na ação citada acima os educadores ambientais da SEMAS foram implementar o Programa de Educação Ambiental e Agricultura Familiar (PEAAF). Esse programa objetiva incentivar e esclarecer as particularidades das comunidades tradicionais na sua produção agrícola.

Outro foco da atuação da SEMAS é a viabilização da agroecologia e da redução do uso do agrotóxico. A busca é adaptar as particularidades para poder trabalhar e atender os anseios das pessoas.

Outro enfoque, e talvez o principal, seja esclarecer, através de palestras e treinamentos, que as informações para uma atualização constante estão acessíveis aos agricultores e pescadores. Nesse processo, o educador ambiental, utiliza da ferramenta dos relatos das experiências dos mais idosos para uma sensibilização e mobilização da comunidade para poderem constituírem uma associação cooperativa onde eles possam de forma independe e responsável pelos seus próprios atos buscar recursos ou projetos que melhorem a qualidade de vida dentro da comunidade deles.

A busca da SEMAS é construir uma política de diálogo com os trabalhadores por entender que assim as ações funcionam da melhor maneira, incluindo as experiências de vida daqueles que possuem uma prática cotidiana maior.

A SEMAS enfrenta estas questões que são colocadas à frente no campo das políticas públicas de Educação Ambiental, como nos casos que envolvem as diferentes culturas de cada município. Em entrevista com o Analista de Projetos Ambientais, Ivógenes Silva Alves, afirma que:

Eu tento construir minha palestra de forma construtiva, mas eles construindo a própria idealização deles, o pensamento crítico deles. Você tem que despertar que, se eles são agricultores, estão dentro de uma região onde tem uma potencialidade, porque sabemos que nenhum lugar é pobre, cada região tem suas potencialidades. Então porque não trazer essas atualizações para os cidadãos, para os contribuintes para que eles se desenvolvam e se tornem empreendedores? Hoje em dia as tecnologias sociais dentro do sertão estão muito fortes. Então quem tem acesso à informação está se desenvolvendo e crescendo como cidadão e como profissional.

Para o educador ambiental, Ivógenes, e para as pessoas que recebem os treinamentos o importante é a interferência com possibilidade de transformação social. Para ele, “a sustentabilidade hoje, a gente está trabalhando de forma com que a gente atualize os nossos conceitos, e a educação ambiental é muito ampla.

Não é só educar um cidadão a plantar uma árvore porque vai ter um ambiente harmônico que vai contribuir com o ciclo hidrológico. Tem outras questões que englobam a educação ambiental. Se eu moro dentro do semiárido e corto toda a minha caatinga e o solo fica nu, e já não tem água? Eu vou agravar uma situação que já existe que é a desertificação nos ambientes semiáridos. E de que forma eu vou poder buscar o poder público para atuar num problema ambiental que foi a gestão malfeita que não conseguiu resolver esse problema? Se esses agricultores não estiverem com as informações bem mastigadas, de que forma eles vão poder pegar essas informações buscar o poder público ou a iniciativa privada para poder melhorar ainda mais a sua produção ou então sair daquela dificuldade, ou de uma praga ou doença que está dando na sua linha produtiva?”.

A secretaria tem atualmente projetos em andamento como: o Carbono zero em Noronha; projeto de energias renováveis: a energia eólica e a energia solar que estão sendo instaladas no interior do estado e no Sertão.

Para implementar as ações a secretaria precisa viabilizar o gerenciamento dessas ações, tais como ação de mobilidade, premiação, concursos, etc. Na realidade tem dificuldades com as parcerias em instituições privadas, pois esses parceiros precisam ter responsabilidade socioambiental, mesmo na atualidade essa empresa esteja dentro dos padrões ambientais, mas com um passado fora desses padrões, que ainda não foi suprido, ou com um passado grave, a secretaria não pode aceitar a parceria.

Outros casos de impossibilidade são com empresas que tenham histórico com trabalho escravo adulto e infantil, passivo trabalhista e ambiental nos últimos 5 anos também não é permitida a associação com a secretaria.

E para concluir, para o Ivógenes, sustentabilidade seria “utilizar os recursos de forma consciente para que ele não acabe, mas para conseguirmos esse resultado precisamos que a educação ambiental seja feita de uma forma correta em todos os âmbitos, em todos os públicos, tanto com o idoso, o jovem e a criança”.

Fonte: Semas (2010).

Figura 17 - Material Produzido pela Semas.