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Desde a década de 1920, sob a influência do Movimento Modernista devido ao forte apelo nacionalista, o interesse pelas Religiões Afro-Brasileiras passou a ganhar corpo entre os cientistas sociais. O marco desse processo foi o I Congresso das Religiões Afro-Brasileiras, realizado em 1934, em Recife, promovido pelo sociólogo Gilberto Freyre, que participou ativamente da organização da primeira federação de Religiões Afro-Brasileiras, em Pernambuco (Brown, 1985).

A caracterização das Religiões Afro-brasileiras é apresentada por Rivas Neto (2012), que enumera os seguintes aspectos, a saber: 1) tradição oral; 2) transe mediúnico ou de possessão; 3) culto a orixás ou ancestrais ilustres; 3) canto, música e dança sacra; 4) utilização facultativa de sacrifício de animal; e 5) utilização facultativa de bebidas.

Durante o transe, o fiel doa temporariamente seu corpo, deixa-o em poder da divindade, que o utiliza plenamente para expressar-se aos presentes ou àquele que lhe dirige uma consulta. Assim, o espírito (divindade) fala, às vezes utilizando metáforas, e também gesticula ao dar conselhos e até ordens. Mas também purifica o consulente por meio dos passes. Para isso, reza, canta, dança, sopra sobre sua cabeça, manipula, com o corpo daquele que lhe empresta (o „cavalo‟), o corpo do outro que o solicita. Às vezes parece esmaecer-se devido ao grande esforço despendido. Toma um pouco de sua bebida, revigora-se e continua. A divindade constrói, com esse conjunto de gestos e expressões, a magia que leva ao solicitante a cura, a solução das suas aflições ou, ao menos, um direcionamento para lidar com elas (Amorim, 2014, p. 164).

As Religiões Afro-brasileiras seriam, para Prandi (2014), expressão da cultura popular, refletida, dentre outras expressões, na literatura, na música, no cinema, na culinária, na estética e na visão de mundo. Essas religiões surgem no cerne das massas e passam a ocupar a periferia geográfica e cultural urbana (Rivas Neto, 2012). Além disso, há que se considerar que a memória coletiva negra é partilhada de modo diferenciado nos diversos estados brasileiros, geralmente, tendo como referência as especificidades das nações africanas, cujas culturas são reunidas em três tipos principais: sudanesa, islâmica e bando (Ortiz, 1999).

Em diferentes estados do país, formaram-se núcleos de Religiões Afro- brasileiras que adotaram rituais diversificados e nomes diferenciados: Candomblé, na Bahia; Xangô, em Pernambuco e em Alagoas; Tambor de Mina, no Maranhão e no Pará; Batuque, no Rio Grande do Sul, e Macumba, posteriormente Umbanda, no Rio de Janeiro (Hellern, Notaker & Gaarder, 2002).

De todo modo, as Religiões Afro-brasileiras se estabelecem a partir de pequenos grupos vinculados a uma mãe ou pai de santo, principal, que é autoridade maior do templo (Prandi, 2007). A organização de cada terreiro é autônoma e funciona como uma comunidade familiar, com regras e valores privados e modulados a partir do grau hierárquico de seus membros (Ortiz, 1999).

A Umbanda é uma das Religiões Afro-brasileiras, mas também é indo-europeia e ameríndia (Saraceni, 2016). Com os orixás e os pretos velhos, o legado negro é a avivado em suas sessões. “O sentido de ancestralidade é muito forte entre os umbandistas, sentimento este muito positivo e que herdamos de nossas matrizes religiosas africanas” (Saraceni, 2016, p. 17).

APÊNDICE B

DIARIO DE CAMPO Nº: _________ Local:_________________________________________ Data: ____/______/______ Início: ______h_______ Término_______ h________

Acontecimento:

Participantes: Espaço social Espaço Físico

APÊNDICE C

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

(Em 2 vias, firmado por cada participante e pela pesquisadora responsável)

Eu, _______________________________, tendo sido convidado(a) a participar como voluntário(a) do estudo “A identidade social no terreiro de Umbanda: uma análise dos processos identitários”, recebi da pesquisadora Isabele Santos Eleotério, das Faculdades Integradas São Pedro, as seguintes informações que me fizeram entender sem dificuldades e sem dúvidas os seguintes aspectos:

 Que o objetivo geral deste estudo é investigar o fenômeno de pertença grupal vinculado aos processos identitários de umbandista numa comunidade religiosa do estado do Rio de Janeiro.

 Que o estudo ajudará a analisar a organização e a constituição histórica da comunidade pesquisada a fim de conhecer os vínculos identitários estabelecidos na vivência cotidiana dos membros da comunidade.

 Que terei como benefício pela minha participação conhecer mais sobre a influência dos preceitos religiosos e do sentimento de pertença na prática comunitária e na constituição identitária dos membros.

 Que a participação nesse estudo prevê riscos mínimos para mim, porém se for constatado algum risco ou dano a minha pessoa, minha participação será encerrada e a pesquisadora me dará apoio psicológico e o que mais for necessário para a recuperação do meu bem-estar.

 Que o estudo será feito com entrevistas baseadas em um roteiro semiestruturado, realizadas individualmente com cada participante e gravadas com minha autorização a partir do final da leitura deste termo.

 Que eu participarei da seguinte etapa: coleta de dados, por meio de entrevista, através de reposta verbal às perguntas feitas pela pesquisadora.

 Que serão fornecidos esclarecimentos sobre cada uma das etapas do estudo e que, a qualquer momento, eu poderei recusar a continuar participando dele e poderei retirar esse consentimento, sem que isso me traga qualquer penalidade ou prejuízo.

 Que as informações conseguidas através da minha participação não permitirão a identificação da minha pessoa e que a divulgação dessas informações só será feita entre os profissionais estudiosos do assunto.

 Que os resultados dessa pesquisa poderão ser publicados em revistas científicas, com o objetivo de gerar novos conhecimentos para a capacitação de profissionais e que, nesta divulgação, a minha identificação não será possível.

Endereço da responsável pela pesquisa

Isabele Santos Eleotério - Faculdades Integradas São Pedro de Curso de Psicologia (FAESA) Av. Vitória, 2.220, bloco 3 – Ilha de Monte Belo - Vitória/ES - CEP 29053-360 -

Telefones para contato: 2122-4290 (institucional) e 999797374 (Isabele Santos Eleotério) Divulgação dos resultados: e-mail isabele_se@yahoo.com.br

ATENÇÃO: Caso você tenha dificuldade em contatar a pesquisadora responsável, comunique

o fato à Comissão de Ética em Pesquisa da Associação Educacional de Vitória pelo e-mail

comite.etica@aev.edu.br

APÊNDICE D