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REMUNERAÇÃO E SALÁRIO Parcelas Integrantes do Salário Mínimo; Salário Profissional; Salário Normativo;

No documento APOSTILA DE DIREITO DO TRABALHO (páginas 45-48)

Princípios de Proteção do Salário; Gratificação de Natal; Descontos Legais; Política de Reajuste Salarial

12.1 Salário15

A distinção clássica entre os dois institutos - salário e remuneração - é aquela que aponta como elemento diferenciador a inclusão ou não das gorjetas. A CLT, em seu art. 457, adota essa linha, ao dispor que a remuneração compreende a salário mais as gorjetas.

O salário corresponde ao valor econômico pago diretamente pelo empregador ao empregado.

A remuneração inclui o salário indireto, pago por terceiros (gorjetas), e o salário direto pago pelo empregador (em dinheiro ou utilidades).

12.1.1 Parcelas integrantes do salário

• Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para

todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço,

as gorjetas que receber.

Remuneração = Salário + Gorjetas

Salário é a contraprestação paga pelo empregador pelos serviços prestados pelo empregado; a diferença é que a gorjeta é paga por terceiros, e não pelo empregador. Nem tudo que o empregador concede ao empregado terá natureza salarial. Algumas verbas concedidas pelo empregador não terão tal natureza, pois são indenizatórias, e não integrarão o salário.

12.1.1.1 Participação nos lucros - A Constituição Federal em seu artigo 7º, inciso XI, dispõe como direito do trabalhador a: “participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei”.

A Convenção Coletiva da Categoria Bancária prevê o pagamento da participação no lucro e resultados desde 1995. Em 1997 o assunto era regulado por meio de medida provisória. Hoje a participação do lucro ou resultados é disciplinada pela Lei n.10.101, de 19 de dezembro de 2000.

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Algumas mudanças ocorreram em relação ao tema. A medida provisória estipulava a forma de participação apenas se oriunda de acordo coletivo. A Lei n.º 10.101/2000 prevê, como válida também, a forma de participação por meio de negociação entre empresa e seus empregados, mediante comissão, escolhida pelas partes, integrada por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria ou por meio de convenção ou acordo coletivo.

Com o advento da Constituição Federal de 1988, não é mais a participação no lucro e resultados considerada salário, sendo o Enunciado 251 do Tribunal Superior do Trabalho, que dispunha em sentido contrário, cancelado.

“Enunciado 251- (Cancelado pela Res.33/94) - Participação nos lucros. Natureza salarial. A parcela de participação nos lucros da empresa, habitualmente paga, tem natureza salarial, para todos os efeitos legais.”

12.1.1.2 Ajuda de custo

É paga pelo empregador com a finalidade de cobrir as despesas do empregado, ou seja, é o valor que serve para reembolso das despesas gastas com a execução do trabalho. Consiste em uma indenização destinada a compensar as despesas de viagem, mudança e instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente.

O empregado deve prestar contas e, caso tenha havido adiantamento no pagamento da ajuda de custo e haja sobra de dinheiro, deverá o empregado devolver a quantia não utilizada. Como dissemos, tem natureza indenizatória e, em princípio, não integra o salário, mesmo que ela ultrapasse 50% do salário, diferentemente da diária, como veremos a seguir.

12.1.1.3 Diária

É o valor fixo pago ao empregado.

O empregado não precisa prestar contas do valor recebido a título de diária ao empregador, como ocorre com a ajuda de custo.

O legislador para evitar que a diária fosse utilizada como salário, estabeleceu um critério objetivo, a saber: quando a diária for superior a 50% do salário fixo terá natureza salarial (na sua integralidade). Porém, se a diária for inferior a 50% do salário fixo terá natureza indenizatória. Nesse sentido o Tribunal Superior do Trabalho se pronunciou:

“Enunciado n. 101: Diárias de viagem. Salário. Integram o salário, pelo seu valor total e para efeitos indenizatórios, as diárias de viagem que excedam a 50% (cinqüenta por cento) do salário do empregado.”

“Enunciado n. 318: Diárias . Base de cálculo para sua integração ao salário. Tratando-se de empregado mensalista, a integração das diárias ao salário deve ser feita tomando-se por base o salário mensal por ele percebido, e não o salário-dia, somente sendo devida a referida integração quando o valor das diárias, no mês, for superior à metade do salário mensal.”

Como sabemos, não integram o salário: as indenizações e a ajuda de custo. Também é o que ocorre com as diárias e, ainda, com os benefícios e complementações previdenciárias, os recolhimentos sociais e parafiscais, os pagamentos dos direitos intelectuais e outros pagamentos que não são considerados salário, porque a lei assim dispõe.

Indenizações diferem dos salários pela sua finalidade. A indenização visa à reparação de danos ou ao ressarcimento de gastos do empregado.

12.1.2 Salário mínimo

12.1.2.1 Definição - é a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a todo trabalhador, URBANO E RURAL, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, e capaz de satisfazer, em determinada época e região do País, as suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte.

• Características

• Só pode ser definido por Lei (Decreto, não por Portaria); • É Unificado;

• Não vinculação para qualquer fim;

• Contrato de trabalho será nulo de pleno direito caso a remuneração for inferior ao salário-mínimo estabelecido na região;

• Garantia do salário mínimo, para os que percebem remuneração variável;

• Corresponde a uma jornada de 8 horas/dia ou 44 horas/semana • Salário Mínimo diário = Salário Mínimo / 30

• Salário Mínimo horário = Salário Mínimo / 220

• Deve atender 9 necessidades descritas no art. 7º, IV, da CF M ORADIA A LIMENTAÇÃO P REVIDÊNCIA L AZER T RANSPORTES H IGIENE V ESTUÁRIO E EDUCAÇÃO S AÚDE

Quando o empregado recebe salário-mínimo, além do montante em dinheiro, parte do salário poderá ser pago em UTILIDADES. O restante deverá, obrigatoriamente, ser pago em dinheiro, em moeda nacional.

Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações in natura que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas.

§ 3º - A habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidade

12.1.2.2 Truck-system - é a coação sobre os empregados para que eles utilizem-se do armazém da empresa, fazendo pagamento através de vales, cupons e bônus. É proibido no Brasil o pagamento total em salário-utilidade. Os empregados podem receber, no máximo, 70 % como salário-utilidade.

Não terão natureza salarial as seguintes utilidades concedidas pelo empregador • T Transporte;

• P Previdência Privada;

• A Assistência Médica, hospitalar e odontológica; • S Seguro de Vida e de acidentes pessoais; • E Educação;

• I Instrumentos de trabalho (tudo o que for fornecido para o trabalho e não pelo trabalho)

12.1.2.3 Limites para pagamento do Salário-Utilidade – No Brasil não é possível fazer o pagamento do salário apenas em utilidades.

• Para empregados que recebem o Salário-Mínimo – O salário mínimo pago em dinheiro não será inferior a 30% (trinta por cento) do salário mínimo fixado para a região.

• Para empregados Urbanos e Rurais

No documento APOSTILA DE DIREITO DO TRABALHO (páginas 45-48)