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REMUNERAÇÕES: GANHO MÉDIO, REMUNERAÇÃO BASE E REMUNERAÇÃO BASE MAIS PRESTAÇÕES

II. ANÁLISE DO 1º SEMESTRE DE 2016

7. REMUNERAÇÕES

7.1. REMUNERAÇÕES: GANHO MÉDIO, REMUNERAÇÃO BASE E REMUNERAÇÃO BASE MAIS PRESTAÇÕES

Para análise das remunerações médias mensais base e do ganho recorreu-se à informação constante do “Inquérito aos ganhos e à duração do trabalho” do GEP14. Os últimos dados disponibilizados deste inquérito respeitam a outubro de 2015.

71. Evolução do ganho médio mensal dos TCO a tempo completo por sexo

Fonte: GEP, Inquérito aos ganhos e à duração do trabalho.

Em outubro de 2015, o ganho médio mensal, no continente, dos trabalhadores por conta de outrem que trabalhavam a tempo inteiro, era de 1.130,37 € o que significa um aumento de +0,5% relativamente a outubro de 2014 mas um decréscimo de -0,9% relativamente ao mês de abril.

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Este inquérito é realizado semestralmente, por amostragem, junto das unidades locais, tendo como período de referência os meses de abril e outubro. Neste inquérito são inquiridos todos os sectores de Atividade exceto a

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca; a Administração Pública e defesa e segurança social obrigatória; as Atividades das família empregadoras de pessoal doméstico e Atividades de produção das famílias para uso próprio; as Atividades de organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais, a Administração de condomínios e as Atividades de organizações religiosas e políticas. São também excluídas as

atividades económicas da Educação e das Atividades de Saúde Humana e apoio social que pertencem ao sector público.

Em outubro de 2015, o ganho médio mensal masculino era de 1.245,8 € e o feminino constituía 79,4% daquele valor (989,0 €). Esta diferença entre sexos atenuou-se, contudo, relativamente a outubro de 2014, uma vez que o ganho médio mensal masculino diminuiu levemente enquanto o ganho médio feminino crescia +1,16% face ao mês homólogo. Esta tendência vai ao encontro do que se verificou em anos anteriores em que o ganho médio feminino cresceu percentualmente mais do que o masculino.

O valor da remuneração base média mensal, em outubro de 2015, era de 952,67 €, tendo aumentado +0,6% relativamente ao mês homólogo e +0,2% relativamente a abril. A remuneração base média representava pois, 84,3% do ganho médio, ligeiramente mais do que em outubro de 2014 (84,2%).

A remuneração base média mensal masculina representava 83% do ganho médio masculino, enquanto a percentagem da remuneração base média feminina relativamente ao ganho médio feminino era de 86,2%.

72. Ganho médio mensal dos TCO a tempo completo por Atividade Económica

Outubro de 2015

Relativamente ao valor da remuneração base média mais prestações regulares, em outubro de 2015, esta era de 1.125,77 €, ou seja, constituía 99,6% do ganho médio. No mês homólogo, a remuneração base média mais prestações regulares representava 99,9% do ganho médio. Também no que respeita à remuneração base média mais prestações regulares, a percentagem da remuneração feminina relativamente ao ganho médio feminino era mais elevada do que a remuneração masculina face ao ganho médio masculino.

Analisando o ganho médio mensal por sectores de atividade em outubro de 2015, os sectores que registavam os valores mais elevados eram a Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio, (3.067,0 €), seguido pelas Atividades financeiras e de seguros (2.270,1 €) e pelas Atividades de informação e comunicação (1.834,9 €). Em contrapartida, os sectores do Alojamento, restauração e similares e das Atividades de saúde humana e apoio social (que não inclui o sector público) apresentavam os ganhos médios mensais mais baixos (773,7 € e 856,7 €, respetivamente).

Relativamente ao mês homólogo, o valor do ganho médio cresceu em todos os sectores mais significativos em termos de emprego exceto na Educação. O sector em que o ganho médio mais cresceu foi o do Alojamento, restauração e similares (+3%), seguido pelo Atividades administrativas e dos serviços de apoio (+2,5%). Os maiores decréscimos verificaram-se nos sectores da Captação, tratamento e distribuição de água, saneamento, gestão e resíduos e despoluição (-4,6%) e das Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas (- 3,4%). No que respeita à evolução relativamente a abril de 2015, foi este mesmo último sector que registou o maior acréscimo (+3,4%) surgindo em segundo lugar o sector do Alojamento, restauração e similares (+2,9%). Os sectores onde o ganho médio mais diminuiu relativamente a abril foram o da Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio (-6,8%) e o das Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares (-3,9%) sectores em que, no entanto, o ganho médio cresceu relativamente ao mês homólogo.

No que se refere às diferenças entre sexos nos diversos sectores de atividade, em outubro de 2015, o ganho médio feminino era ligeiramente superior ao masculino nos sectores das Indústrias extrativas, da Construção, dos Transportes e armazenagem e, sobretudo, no da Captação, tratamento e distribuição de água, saneamento, gestão de resíduos e despoluição. Em outubro de 2015, a diferença entre sexos era particularmente acentuada no sector das Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas, onde o ganho médio feminino

representava 56% do ganho médio masculino, no sector das Atividades Imobiliárias e no sector das Indústrias Transformadoras.

Analisando a remuneração de base média mensal por sector em outubro de 2015, registe-se que, embora de um modo geral esta tenha crescido e diminuído, em termos homólogos, nos sectores onde mais cresceu e diminuiu o ganho médio, o sector onde a remuneração base média mais cresceu foi o sector da Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio (+3%) quando, no que se refere ao ganho médio, esse aumento foi apenas de +1,4%.

73. Remuneração base média mensal e remuneração base mais prestações regulares em percentagem do ganho médio mensal por atividade económica

Outubro de 2015

Fonte: GEP, Inquérito aos ganhos e á duração do trabalho.

Ainda no que se refere à remuneração base média mensal, os sectores onde aquela remuneração está mais próxima do ganho médio mensal no sector são a Educação e o Alojamento, Restauração e similares. Por outro lado, nos sectores dos Transportes e Armazenagem, Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio e Atividades financeiras e

de seguros, a remuneração base média mensal constituía, respetivamente, 74,97%, 70,99% e 69,27% do ganho médio mensal no sector.

Já se tivermos em conta a percentagem da remuneração base média mais prestações regulares relativamente ao ganho médio mensal, por sector de atividade, em outubro de 2015, esta era de 98,8% nas Indústrias Extrativas, de 98,6% da Captação, tratamento e distribuição de água, saneamento, gestão de resíduos e despoluição e de 98,1% nas Atividades administrativas e dos serviços de apoio. Os Transportes e Armazenagem, eram o sector onde a diferença entre a remuneração base média mais prestações regulares e o ganho mensal era maior, constituindo 96,9% do ganho médio.

No que se refere à percentagem de TCO abrangidos pela Retribuição Mínima Mensal Garantida (RMMG) relativamente ao total dos TCO esta era de 21.1%, em Outubro de 2015, mais 1,5 p.p. dos TCO do que no mês homólogo. Por outro lado, relativamente a Abril de 2015, o peso dos TCO abrangidos pela RMMG registou um leve decréscimo (-0, 3 p.p.) A percentagem dos TCO mulheres abrangidas pela RMMG era bastante mais elevada do que a dos homens (26,2% para as mulheres, em Outubro de 2015, face a 17% para os homens) embora, relativamente ao mês homólogo, a percentagem de homens nesta categoria tenha crescido mais (1,9 p.p.)

Em Outubro de 2015, os sectores de atividade onde a percentagem de TCO abrangidos pela RMGG era mais significativa eram: o Alojamento, restauração e similares (34,7%); as Outras Atividades dos serviços (27,4%); as Industrias Transformadoras (26,2%) e as Atividades Administrativas e dos serviços de apoio (26,2%). Em todos estes sectores a percentagem de mulheres nesta categoria remuneratória ultrapassava os 30%, sendo de 38% no Alojamento, restauração e similares e de 39,6% nas Industrias Transformadoras.

74. Percentagem de TCO que ganhavam a Retribuição Mínima Mensal relativamente ao Total dos TCO por sector de atividade

Outubro de 2015

Fonte: GEP, Inquérito aos ganhos e à duração do trabalho

75. Variação do peso dos TCO abrangidos pelo RMMG relativamente ao mês homólogo e a Abril de 2015

(sectores de atividade onde essa variação é mais acentuada)

O peso dos TCO abrangidos pela RMMG aumentou entre Outubro de 2014 e Outubro de 2015 na maior parte dos sectores de atividade, tendo aumentado sobretudo nos sectores do Alojamento, restauração e similares (+9,1 p.p.), dos Transportes e Armazenagem (+4,5 p.p.) e das Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas (+4,5 p.p.). Os sectores onde esta percentagem mais diminuiu foram nas Outras Atividades de serviços (-2 p.p.) e nas Industrias Extrativas (1-p.p.). No que respeita às variações relativamente a Abril de 2015, destaca-se o decréscimo do peso destes TCO registado no sector da Construção (-2,2 p.p.)

76. Evolução do Ganho médio mensal dos TCO a tempo completo por região

Fonte: GEP, Inquérito aos ganhos e à duração do trabalho.

Considerando os ganhos médios dos TCO que trabalhavam a tempo completo nas diversas regiões do continente. em outubro de 2015, Lisboa era a região onde o ganho médio era mais elevado (1.412,1 €), acima aliás, da média do continente. Seguia-se a região do Alentejo, onde o ganho médio mensal era de 1.044,5 € (ligeiramente abaixo da média do continente), a região Norte e a região Centro. A região onde o ganho médio mensal era mais baixo era a região do Algarve (972,1 €) mas foi também esta a região onde o ganho médio subiu mais relativamente a outubro de 2014. Pelo contrário, em Lisboa o ganho médio manteve-se igual ao registado no mês homólogo.

Relativamente a abril de 2015, o ganho médio manteve-se nas regiões do Centro e do Algarve, diminuiu ligeiramente no Norte, mais no Centro e, sobretudo, em Lisboa (-1,8%). Em outubro de 2015, a remuneração base média em percentagem do ganho médio variava entre 81,9% no Alentejo e 85,9% na região Norte.