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RENAME-Relação Nacional de Medicamentos Essenciais

CAPÍTULO III. MEDICAMENTOS ESSENCIAIS

III. 2. M EDICAMENTOS E SSENCIAIS NO B RASIL

III.2.1. RENAME-Relação Nacional de Medicamentos Essenciais

A CEME foi criada através do Decreto nº 68.806 de 25 de junho de 1971, instituída como órgão da Presidência da República, cujas funções seriam regular a produção e distribuição de medicamentos dos laboratórios farmacêuticos subordinados ou vinculados a ministérios.

Em abril de 1972 a CEME distribuiu o primeiro Memento Terapêutico, e em novembro do mesmo ano divulgou a segunda edição revisada e ampliada. Em 30 de julho de 1973, o Decreto nº 72.552 oficializou o Plano Diretor de Medicamentos, determinando também o estabelecimento da "Relação Nacional de Medicamentos Essenciais”, com 315 medicamentos, no total de 472 apresentações farmacêuticas. Em 1974, com a reestruturação organizacional do governo federal, a CEME foi vinculada ao MPAS.

A padronização atualizada e sob a denominação Relação Nacional de Medicamentos Essenciais-RENAME foi originalmente instituída através da Portaria MPAS nº 233, de 08/07/75, atendendo a princípios estabelecidos pela OMS.

Apesar da literatura disponível não citar, na realidade foi através da Portaria MPAS/GM nº 514, de 18 de outubro de 1976, que se deu a primeira homologação da Relação Nacional de Medicamentos Básicos (RMB), aprovada pelo Conselho Diretor

da CEME conforme Resolução nº 92 de 29/09/1976, medicamentos estes a serem utilizados, na rede própria de assistência à saúde, com recursos financeiros do governo federal. Esta RMB é constituída de 300 substâncias, em 535 apresentações.

A Portaria MPAS/GM nº 817/77 homologou a revisão da RMB anterior, ficando esta mais conhecida devido a um folheto de divulgação utilizado nos serviços de saúde.

Por meio da Portaria MS/MPAS nº 6 foi homologada a RENAME, em 18/03/80. A RENAME foi regulamentada pela Portaria Interministerial MPAS/MS/MEC nº 03, de 15 de dezembro de 1982. Esta Portaria é o marco na aquisição de medicamentos excepcionais e está mais explicitada no capítulo sobre Medicamentos Excepcionais.

Em 30 de dezembro do mesmo ano, uma nova Portaria Interministerial, a de nº04, referindo-se à Lei no 6.229/ 75 que instituiu o Sistema Nacional de Saúde e ao Decreto nº 72.552/73 (Plano Diretor de Medicamentos), aprovou formalmente a RENAME, com base na proposta elaborada pelo Conselho Diretor da CEME. Nessa RENAME, já constavam alguns medicamentos que atualmente são considerados excepcionais. Após cinco edições do Memento Terapêutico, em 1983 foi publicada a primeira edição de novo memento, apresentando os medicamentos por sistemas ou aparelhos e, dentro deles, classificação em grupos de ação terapêutica. Em 1989 foi divulgada uma segunda edição, atualizada, pelo Conselho Consultivo da CEME, a partir da análise de propostas de inclusão e exclusão de medicamentos na RENAME.

Através do Decreto nº 91.439 de 16/07/1985 a CEME é transferida do MPAS para o MS. Neste ano foram promovidos três seminários de atualização da RENAME, cujas conclusões seriam compatibilizadas em 1986 (CEME, 1986).

Em 1987 a CEME lançou o programa Farmácia Básica. Este programa constava de uma seleção de aproximadamente 40 itens de medicamentos, integrantes da RENAME, destinados ao uso ambulatorial (nível primário), a serem distribuídos aos municípios em quantidade padrão estimada para o atendimento das necessidades de cerca de 3.000 habitantes, durante 6 meses (CEME, 1987). Em

1997, um programa com características semelhantes, também denominado Farmácia Básica, foi novamente implantado e desativado, em 1999, após diversas críticas aos critérios adotados pelo governo federal (Bermudez et al., 2000: 44; Cosendey, 2000: 32).

Durante 1993 a CEME fez uma revisão da RENAME, incorporou novos medicamentos, chegando a cerca de 420 produtos. Por problemas financeiros do MS, neste mesmo ano, foi feita atualização da relação de medicamentos utilizados em programas de saúde sob responsabilidade desse Ministério, cuja aquisição seria feita pela CEME. A RENAME seria, então, um instrumento de racionalização de recursos financeiros das secretarias de saúde, representando uma responsabilidade compartilhada das três esferas de governo na assistência farmacêutica (Bermudez, 1995).

Ao longo desses anos se deram grandes avanços no conhecimento e desenvolvimento científico e tecnológico, introdução de novos fármacos seguros e eficazes no mercado, além das modificações do perfil de morbimortalidade da população. Conseqüentemente, a RENAME ficou desatualizada, necessitando de revisão para o atendimento adequado ao novo quadro nosológico que se apresentava.

Através da Portaria CEME nº 45, publicada no DOU de 14/11/1996, foi estabelecida a Comissão Multidisciplinar de Revisão da RENAME. Como etapa subseqüente às atividades destinadas à revisão da RENAME, foi assinado um Ajuste de Cooperação Técnico-Científica e celebrado um convênio entre a CEME e a FIOCRUZ, tendo sido delegado ao Grupo de Trabalho (GT) estabelecido pela FIOCRUZ – em razão desta cooperação – o papel de Câmara Técnica da Comissão de Revisão da RENAME. Foi prevista, também, a elaboração de um formulário terapêutico nacional voltado para o uso por profissionais de saúde quanto ao manuseio de produtos farmacêuticos, disponíveis no mercado. Esse formulário integra o conjunto de medidas definidas pelo MS para a promoção e uso racional de medicamentos, que é uma das diretrizes da Política Nacional de Medicamentos.

Cabe destacar que, em 1997, o governo federal procedeu à desativação da CEME, determinando o realinhamento das competências, planos, programas e

projetos no âmbito da estrutura do MS, através da Medida Provisória nº 1.576, do Decreto nº 2.283 e da Portaria/GM nº 1.085.

A revisão da atual RENAME teve por base a relação revisada pela CEME em 1993, normas de revisão e as 9ª e 10ª revisões da Lista-Modelo estabelecidas pela OMS, disponibilidade dos produtos no mercado nacional, além de outros critérios (MS, 1998).

A RENAME/1999 (Brasil, 1999) apresenta os medicamentos com nomenclatura genérica, de acordo com as Denominações Comuns Brasileiras (DCB), com as respectivas concentrações e formas farmacêuticas, estando dividida em três seções: A, B e C.

A seção A classifica os medicamentos por grupos farmacológicos relacionados à sua aplicação terapêutica.

A seção B descreve, resumidamente, as justificativas que determinaram a escolha dos medicamentos constantes de cada grupo farmacológico.

Na seção C os produtos estão relacionados em ordem alfabética, para facilitar sua localização, assim como os diferentes grupos farmacológicos que compõem a RENAME/1999 (Brasil,1999).

Esta descrição mostra como a RENAME evoluiu a partir de sua primeira oficialização.

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