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REORGANIZAÇÃO DAS CATEGORIAS DE ESPAÇO E DO TEMPO EM DECORRENCIA DO DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO

No documento Anais completos (páginas 64-68)

na sociedade moderna

5 REORGANIZAÇÃO DAS CATEGORIAS DE ESPAÇO E DO TEMPO EM DECORRENCIA DO DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO

Com o advento da telecomunicação trouxe aos indivíduos uma disjunção entre o espaço e o tempo, desta maneira, o distanciamento espacial não implicava mais no distanciamento temporal. Todas as informações e conteúdos simbólicos poderiam cruzar uma grande distância em menos tempo. Com o passar dos anos e o desenvolver das telecomunicações, isto se torna cada vez mais rápido fazendo com que a distância temporal seja – praticamente – eliminada.

A partir das transformações do espaço e do tempo, trazidas pelo desenvolvimento das no- vas tecnologias da comunicação, deu origem a problemas cada vez mais agudos de coordenação espaço-temporal. “Até meados do século XIX, cada cidade, vila ou aldeia tinha o seu padrão de tempo; havia uma pluralidade de horas locais que não coordenavam entre si.” (THOMPSON, 2009 p.37). Mas já no fim do século XVIIII houve uma pressão crescente para calcular o tempo em níveis supralocais, revolvendo a situação.

Com o desenvolvimento de novos meios de comunicação, afetou a maneira que os indiví- duos experimentam as características de espaço e de tempo na vida social. Nota-se a necessidade de que todas as experiências vivenciadas sejam colocadas nos meios de maneira simultânea para que

aquilo se confirme que aconteceu. Em outras palavras, existe a necessidade de estar “on-line” para que seja real.

De acordo com Thompson (2009 p.38) a mídia alterou a compreensão do passado e criou a mundanidade mediada, pois a compreensão do mundo fora do alcance das experiências pessoais foi modelada para mediações de formas simbólicas. Com a evolução dos processos de comunicação, torna-se possível a experiência de aumentar os horizontes espaciais sem precisar estar presente fisi- camente nos lugares.

Ao alterar a compreensão de passado e tempo, modificou-se o sentido de pertencimento do indivíduo, desta maneira os indivíduos perdem a compressão dos grupos e comunidades perten- cente. Isto provém do sentimento de partilha de uma história de um lugar comum, e à medida que a compreensão do passado fica dependente da mediação de formas simbólicas, a compreensão de mundo alimenta-se dos produtos gerados pela mídia.

6 CONSIDERAÇÕES

Em virtude dos fatos apresentados, conclui-se que os meios de comunicação exercem um grande poder na sociedade moderna produzindo informação e conhecimento simbólico provocan- do inúmeras transformações e desenvolvimentos no cotidiano. Para discutir toda a relação de ação, poder e comunicação deve-se compreender todos os aspectos dos meios de comunicação e como in- terfere no desenvolvimento da humanidade. Principalmente ao mencionar a comunicação de massa como um todo que é capas de organizar e reorganizar a vida social em várias esferas.

Na sociedade moderna, a mídia é um resultado da indústria cultural, que domina a so- ciedade altamente desenvolvida, manipulando e alienando fazendo com que os indivíduos não se tornem críticos aceitando qualquer conteúdo que apresentar. Wolf (2012, p.82) menciona que o meio televisivo finge dizer uma coisa e na verdade dizem outra; fingem ser frívolas e, no entanto ao se colocarem além do conhecimento do público, reforçam o estado de dependência.

Para reforçar o poder simbólico, Bourdieu (1998) o sistema exerce um poder estruturante na medida em que também são estruturados possuindo uma integração social para um determinado consenso. Desta maneira, “as relações de comunicação são, de modo inseparável, sempre, relações de poder que dependem na forma e no conteúdo, do poder material e simbólico acumulados pelos agentes”. (BOURDIEU, 1998)

É certo que ainda haverá muitas evoluções na sociedade influenciadas pelo poder da comu- nicação, modificando as maneiras de pensar e agir dos indivíduos alienados pela comunicação de massa. A indústria industrial vem faturando cada vez mais com a geração de conteúdo simbólico e informações, o qual se tornou moeda de troca para este viés comercial.

REFERÊNCIAS

BOCCHINI, Bruno. Pesquisa mostra que 58% da população brasileira usa internet. Disponível em: < http://agenciabrasil.ebc.com.br/pesquisa-e-inovacao/noticia/2016-09/pesquisa-mostra-que- -58-da-populacao-brasileira-usam-internet> Acesso em: 10 set.2016.

BRAGA, Juliana. Segundo meio de comunicação mais usado é internet, aponta pesquisa. Dispo- nível em: << http://g1.globo.com/economia/midia-e-marketing/noticia/2014/03/segundo-meio-de- -comunicacao-mais-usado-e-internet-aponta-pesquisa.html> Acesso em: 10 set.2016.

FERRARI, Márcio. Pierre Bourdieu, o investigador da desigualdade. Disponível em: < http://acer- vo.novaescola.org.br/formacao/pierre-bourdieu-428147.shtml?page=2> Acesso em: 12 set. 2016 SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. 16ª edição. São Paulo, SP: Editora Brasiliense, 2006. THOMPSON, John B. A mídia e a modernidade: uma teoria social da mídia. 11ª edição. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2009.

WOLF, Mário. Teorias da comunicação de massa. 6ª edição. São Paulo, SP: Editora WMF Martins Fontes, 2012.

Ana Gabriela Jung* Djavan Junior De Bastiani** Ederson Heinemann*** Evamar Mores**** Jaqueline Maria Costa Chinato***** Márcio Giusti Trevisol******

RESUMO

O presente artigo é resultado do seminário apresentado no Componente Curricular de Sociologia Geral e da Comunicação com o objetivo de esclarecer como ocorre o processo de formação da iden- tidade. Traz à tona o entendimento do self e o comportamento das pessoas em uma sociedade alta- mente envolta por símbolos e pré-disposições impostas. O processo de formação de ídolos e a forma como as pessoas passaram a interagir. Pode-se reiterar que através dos símbolos a Mídia impõe identidades através do imaginário popular e padroniza o os valores simbólicos que formam o Self. O trabalho se construiu a partir de uma pesquisa teórica sobre os principais apontamentos levanta- dos por Thompson na “Obra Mídia e Modernidade” (1998). Dentro da temática do “Self” podemos afirmar que autonomia do eu é colocada em questionamento quando refletimos a formação da sua identidade a partir do fenômeno de atuação dos meios de comunicação de massa.

PALAVRAS-CHAVE: Símbolos. Self. Reciprocidade. Identidade.

1 INTRODUÇÃO

A sociedade moderna vive um momento de sérios problemas de identidade própria onde às pessoas não são mais donas de seu próprio conceito de meio. São dilemas causados pelo avanço da informação e da tecnologia altamente presentes no cenário atual, ainda mais numa sociedade to- mada pelo narcisismo, onde o que mais importa é estar sempre em destaque. Inicialmente as pessoas tinham apenas os veículos de massa para estarem em evidência para um grande público, porém, com o avanço da internet e o surgimento de redes sociais o acesso a qualquer hora e em qualquer lugar, levou a quase totalidade da população ao esquecimento da “vida real” e a vivência de uma “vida virtual”.

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* Acadêmica da 3ª fase do curso de Graduação Bacharelado em Publicidade e Propaganda. E-mail: ana.g.jung@gmail.com

** Acadêmico da 3ª fase do curso de Graduação Bacharelado em Publicidade e Propaganda. Líder do grupo. E-mail: dja_debastiani@ hotmail.com

*** Acadêmico da 3ª fase do curso de Graduação Bacharelado em Publicidade e Propaganda. E-mail: ederson_heineman@outlook.com **** Acadêmico da 3ª fase do curso de Graduação Bacharelado em Publicidade e Propaganda. E-mail: evamarmores@hotmail.com ***** Acadêmica da 3ª fase do curso de Graduação Bacharelado em Publicidade e Propaganda. E-mail: jaquelinechinato@gmail.com ****** Professor da Universidade do Oeste de Santa Catarina. Mestre em Ética e Filosofia Política pela Universidade Federal de Santa Cata- rina (UFSC). Especialista em Metodologia do Ensino de Filosofia pela Universidade de Passo Fundo (UPF). Graduação em Filosofia pelo

Ao falarmos desse eu utilizamos a expressão “self“, já que o eu é poder aparecer, registrar o momento. O mundo virtual e midiático chegou a um ponto de convergência, onde para o indivíduo pode ver o que está acontecendo em outro lado do mundo e começar a fazer parte de seu contexto se tornou algo relativamente rotineiro, isso levado pelos meios de comunicação e propriamente pelo avanço da tecnologia, fato é que estamos reféns das nossas próprias criações e cada vez mais depen- dentes de novas tecnologias.

Sociedade essa, que foi construída e designada por certos símbolos e signos que são ampla- mente expostos para as pessoas, com um caráter subjetivo de recriação de situações reais. Objetos representativos e de cunho capitalista e ideológico são expressos de forma a que os espectadores nem percebam, mas que no fundo por estarem em evidência por pessoas famosas “símbolos” da sociedade acabam por impulsionar o mercado.

O significado do eu self vai muito além de uma pessoa, mas sim, gira em torno de tudo que constrói seu caráter e seu modo de agir, quando se adota um ídolo, as pessoas fazem de tudo para se tornarem as mais parecidas possíveis com o mesmo, trazendo neste caso o poder que os meios de comunicação têm de persuadir os indivíduos.

No documento Anais completos (páginas 64-68)