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hidrográficas em que estiverem inseridos” (art. 19, §3º), isto é, deverão estar de acordo com os planos de recursos hídricos, adaptando-se a eles e não podendo contrariá-los ou deixar de cumpri-los.

3.2 Requisitos urbanísticos para o loteamento: suas implicações no saneamento básico

A Lei n. 6.766/1979 dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e em seu art. 2.º prevê

“O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou desmembramento, observadas as disposições desta Lei e as das legislações estaduais e municipais pertinentes”. Loteamento pode ser definido como qualquer prolongamento, modificação ou ampliação de vias existentes ou a abertura de novas vias e de novos logradouros públicos. Já desmembramento

seria o contrário, não há qualquer modificação ou interferência nas vias públicas ou logradouros. ”101

A Lei n. 9.785/99 que dá nova redação a Lei de Parcelamento do solo urbano trouxe a definição de lote e infraestrutura básica, respectivamente, no seu § 4.º do mesmo artigo citado traz “Considera-se lote o terreno servido de infraestrutura básica cujas dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que se situe”, já seu § 5.º:

“A infraestrutura básica dos parcelamentos é constituída pelos equipamentos urbanos de escoamento das águas pluviais, iluminação pública, esgotamento sanitário, abastecimento de água potável, energia elétrica pública e domiciliar e vias de circulação”.102

A mesma lei que altera a redação da Lei n. 6.766/1979 traz no § 6.º do mesmo artigo diferentes requisitos para parcelamentos situados nas zonas habitacionais declaradas por lei como de interesse social (ZHIS): “I - vias de circulação; II - escoamento das águas pluviais; III - rede para o abastecimento de água potável; e IV - soluções para o esgotamento sanitário e para a energia elétrica domiciliar. ”103 A diferença com relação a regra geral está na previsão de soluções para o “esgotamento sanitário” que não sejam através de uma rede, como, por exemplo, fossas sépticas.104 A importância da Lei de Parcelamento diz respeito a obrigação de que os novos loteamentos cumpram o papel de estruturar os serviços públicos, escoamento de águas, redes de água e esgoto, reservatórios de água, energia elétrica pública e novas vias de circulação. Portanto, a citada lei é a demonstração de que o Poder Público está cumprindo seu papel de estabelecer um crescimento ordenado da cidade garantindo que os serviços públicos cheguem aos seus usuários de com qualidade e eficiência.

101 BRASIL. Lei no 6.766, de 19 de dezembro de 1979. Dispõe sobre o parcelamento do

solo urbano e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 1979. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/leis/L6766.htm. Acesso: 09 fev. 2016.

102 Idem, p. 01. 103 Ibidem, p. 01.

104 ANA. Agência Nacional de Águas e CEBDS. Conselho Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável. Fatos e Tendências. Agência Nacional de Águas, Brasília,

ANA 2009. 36p. Disponível em:

<http://www.ana.gov.br/bibliotecavirtual/arquivos/20070302094757_%C3%81gua,%20fato s%20e%20tend%C3%AAncias.pdf >. Acesso em: 07 jan. 2016.

Os grandes condomínios de classe média e alta cada vez mais vão se expandindo em volta das grandes cidades e a possibilidade de morar em residenciais com segurança tem atraído o interesse de grande parte da população, esses condomínios são os maiores exemplos de empreendimentos que atendem as exigências da Lei de Parcelamento, a maioria deles são construídos em áreas que não possuíam nenhum serviço público disponível. Ao contrário desses loteamentos, temos um exemplo de omissão do Poder Estatal, as favelas são construções clandestinas que não atendem as disposições legais e em sua maioria possui serviços públicos precários, isso quando existem.

A lei traz interessante assunto, pois se conclui que tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos, inclusive aqueles provenientes de fossas, não dispensa licenciamento trazida nos moldes da Resolução CONAMA n. 237/97.

CAPÍTULO IV

A PROBLEMÁTICA GESTÃO DA ÁGUA

O Brasil é um país que possui abundância de recursos naturais, dentre elas especificamente a água, sendo privilegiado com cerca de 12% de água potável para consumo do homem e ainda assim enfrenta problema em sua distribuição, em algumas cidades, inclusive, sofre com a sua falta de água.

O que se procura entender então é como um país que possuí vasta disponibilidade hídrica enfrenta crises de água em várias cidades ficando à mercê da alta pluviosidade anual para encher seus reservatórios de água.

A notícia trazida pelo O Globo evidencia que há um alarde que não corresponde aos fatos demonstrados na maioria dos meios de comunicação, a maior parte da água não é destinada ao consumo humano, e sim, às atividades industriais e ao agronegócio, principalmente para a produção de mercadorias voltadas para exportação, como soja, carne, celulose, papel e minérios em geral, como ferro, ouro, bauxita, caulim, carvão, níquel, fosfato, etc.

112 trilhões de litros de água doce, segundo dados da Unesco — o equivalente a quase 45 milhões de piscinas olímpicas ou mais de 17 mil lagoas do tamanho da Rodrigo de Freitas. Tantos litros são o total dos recursos hídricos necessários para produzir essas commodities. E colocam o país como o quarto maior exportador de “água virtual”, atrás apenas de Estados Unidos (314 trilhões litros/ano), China (143 trilhões litros/ano) e Índia (125 trilhões litros/ano). – O Globo, 11/09/2012105

Nas principais metrópoles do país, já se instalou um cultura de terror da escassez da água que está sendo sentida no dia a dia. Hoje culpamos a nós mesmos pela falta d’água, pelo desperdício de cada dia em sua utilização cotidiana, pelo banho um pouco mais demorado, ao mesmo tempo em que julgamos o vizinho por lavar a calçada, o chão, como se isso

105O GLOBO, Brasil exporta cerca de 112 trilhões de litros de água doce por ano, de

11. Set. 2012. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/brasil- exportacerca- de-112-trilhoes-de-litros-de-agua-doce-por-ano-6045674#ixzz3jqSaUWMm>. Acesso em: 24. fev .2016.

realmente fosse resolver todo o problema da escassez de água. E ao final, ainda, somos multados pelo poder público se não cumprimos tais regras. Realmente não faz sentido culpar a população pela escassez hídrica.

Analisando o gráfico 2 concluímos que o consumo urbano aumentou de 479 m³/s para 522 m³/s no que diz respeito a vazão retirada total, mas ao mesmo tempo sua participação cai de 26% em 2006 para 22% em 2010. Aqui chegamos a mesma conclusão que a notícia trazida, a irrigação é responsável pelo consumo de mais da metade da água distribuída seguido da indústria e somente depois vem o uso doméstico.

Os dados demonstrados apontam para uma necessidade de mudança na forma de gerenciamento da água, e é oportuno trazer o caso da construção da Barragem de Guapiaçu, no município de Cachoeiras de Macacu, Rio de Janeiro.

A proposta de construção da barragem já havia sido cogitada anteriormente nos anos de 1980, mas não prosseguiu diante do clamor da população pela sua não construção. Recentemente, diante da crise hídrica no Brasil e principalmente em São Paulo, houve uma nova tentativa de

iniciar sua construção, apontada como única solução para o abastecimento da banda oriental da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

O fato é que uma obra de tamanho impacto é cogitada diante de uma crise sendo que, os problemas para solucionar a escassez de água estão mais do que claros, no entanto, os governantes preferem construir obras de tamanha magnitude que irão impactar o meio ambiente, ao invés de soluções mais baratas e menos agressivas ao meio ambiente.

Essa proposta acompanha a cultura da gestão ambiental no Brasil que tem seguido como padrão resposta para a crise hídrica: racionamento de água e energia, construção de barragens e transposição dos rios. Não há, portanto, um diálogo com a população, uma transparência, na maioria das vezes, dos reais motivos de realização das obras, não há um verdadeiro compromisso em solucionar um problema, o que acontece na realidade é ocultar os problemas e buscar soluções do ponto de vista que atendam melhor aos interesses de empresas e outros setores, deixando a população em último lugar.

O momento de escassez hídrica que passou a cidade de São Paulo é a prova clara de como ocorre à gestão problemática hídrica. A centralização do poder executivo na tomada de decisões sem passar pelos comitês de Bacia hidrográfica e os órgãos de regulamentação do meio ambiente é a comprovação de que há uma decisão claramente política, o Relatório do Sistema da Cantareira e a Crise da Água em São Paulo106 dizia: “Outro apontamento diz respeito à competência exclusiva do Governo

do Estado de São Paulo em determinar as medidas para o controle da crise. Todo o processo decisório fica centrado no executivo, não há abertura, e se desconhece o teor da discussão sobre o que está sendo decidido. Assim, quanto mais centralizada for à tomada de decisão, menos transparente tende a ser o processo”.

Como se nota embora existam práticas integradas, descentralizadas e participativas adotadas pelos Comitês da Bacia Hidrográfica, há uma

106 BRASIL. Sistema Cantareira e a Crise da Água em São Paulo – a falta de transparência no acesso à informação. Artigo 19, 2014. Disponível em: <http://artigo19.org/wp-content/uploads/2014/12/Relat%C3%B3rio-Sistema-Cantareira-e-a Crise-da-%C3%81gua-em-S%C3%A3o-Paulo-%E2%80%93-a-falta-de

transpar%C3%AAncia-no-acesso-%C3%A0-informa%C3%A7%C3%A3o.pdf> Acesso em: 16. jun. 2015.

grande dificuldade em mobilizar a população a participar, sobretudo aquela constituída por grupos menos organizados e não setoriais.

Dessa forma, diante de situações mais extremas a atuação dos comitês precisa ser reforçada no se sentido de impor suas opinião e ideias não deixando que a decisão passe somente pelo chefe do poder. Importante lembrar que estes organismos colegiados fazem parte do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e existem no Brasil desde 1988.

Oportuno lembrar que dentre as competências principais incluem-se aprovar o Plano de Recursos Hídricos da Bacia; arbitrar conflitos de uso da água em primeira instância administrativa; estabelecer mecanismos e sugerir os valores da cobrança pelo uso da água, entre outros. A principal decisão a ser tomada pelo comitê é a aprovação do Plano de Recursos Hídricos da Bacia. Esse instrumento constitui-se no plano diretor para os usos da água. No plano devem ser definidas metas de racionalização de uso para aumento de quantidade e melhoria da qualidade dos recursos hídricos disponíveis, bem como os programas e os projetos destinados ao atendimento dessas metas. No Plano são definidas também as prioridades para outorga de direito de uso da água, estabelecidas as condições de operação dos reservatórios, além de orientações e regras a serem implementadas pelo órgão gestor de recursos hídricos na concessão das outorgas.

A falta de água em determinadas região não é algo imprevisível, os órgãos de controle há mais de 10 anos já possuíam informações de que se não fossem realizados investimentos nas infraestruturas de rede de coleta de esgoto e abastecimento de água poderia ocorrer um colapso na distribuição e coleta de água.

Recuperar as Matas Ciliares que protegem os rios do assoreamento, reflorestar grandes áreas para manter a perenidade das nascentes, cessar o desmatamento da Mata Atlântica e da Amazônia, substituir uma prática agrícola predatória e, principalmente, adotar um novo modelo de desenvolvimento, não são medidas fáceis de serem adotadas e muito menos elas se encontram presentes na agenda dos atuais governantes. A alta pluviosidade sempre será um fator que trará aumento dos reservatórios da água, mas os fatores que os levarão a secar continuarão.

O atual modelo de tutela da água privilegia as grandes indústrias e o agronegócio, colocando a culpa e penalizando os consumidores da água por algo que não deveriam. Os dados de consumo da água são claros, o consumo da população possui as menores percentagens utilização, já as indústrias e agricultura juntos respondem por mais da metade da utilização do recurso.

Em matéria publicada na internet datada de 31/01/2015 “Crise Hídrica? Que crise? Não existe nenhuma crise hídrica!”, Giovanini107 (2015) resume de forma clara e direta como funciona a prática da gestão ambiental na tomada de decisões a longo e médio prazo:

[...] “A falta de água não é uma “crise” porque ela não será passageira. Os fatores que levaram ao esvaziamento das represas não cessarão subitamente. Recuperar as Matas Ciliares que protegem os rios do assoreamento, reflorestar grandes áreas para manter a perenidade das nascentes, cessar o desmatamento da Mata Atlântica e da Amazônia, substituir uma prática agrícola predatória e, principalmente, adotar um novo modelo de desenvolvimento, não são medidas fáceis de serem adotadas e muito menos elas se encontram presentes na agenda dos atuais governantes” [...] “Os reservatórios até poderão encher, mas as razões que os levaram a secar continuarão e eles novamente voltarão a ser o que são hoje: terra seca” [...] “O “Colapso Hídrico” se instalou porque esgotamos o atual modelo de desenvolvimento, que privilegia a distribuição de lucros em detrimento dos investimentos em pesquisa e conservação ambiental.”.

A cultura dos governantes é resolver os problemas com obras ao invés de investir recuperação ambiental causada pelo mau uso do solo, diminuir o desmatamento das áreas de preservação permanente. As alterações promovidas pela Lei n° 12.651, de 2012, reduziram a proteção de Áreas de Preservação Permanente (APP), o que, a médio e longo prazo, pode potencializar crises de abastecimento. Apesar do Novo Código trazer a mesma metragem para as APPs estabelecidas no Código de 1965, verifica- se houve alteração significativa para impactar negativamente o meio ambiente, a nova Lei estabeleceu que as APPs de cursos d’água sejam contabilizadas da borda da calha do leito regular e não do seu nível mais alto. Portanto, foi reduzida a proteção dos cursos d’água, pois as áreas de várzea, local onde as águas extravasam no período de cheias, passam a ser

107 BRASIL. Crise Hídrica? Que crise? Não existe nenhuma crise hídrica! Disponível em: <http://sustentabilidade.estadao.com.br/blogs/dener-giovanini/crise-hidrica-que-crise-

contabilizadas na metragem das APPs, resumindo, isso na prática representa redução de extensão dessas APPs.

Pelo exposto até o momento fica claro que o abastecimento humano não é a prioridade do modelo de gestão das águas no Brasil, apesar de isso constar na Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei Federal Nº 9.433/97) em situação de escassez hídrica.

Precisamos superar essa cultura de gestão que busca priorizar certas empresas e indústrias. Observa-se que a legislação ambiental busca tratar com muito cuidado as decisões sobre o ambiente, procurando estabelecer procedimentos rigoroso para licenciamento ambiental, no entanto, do mesmo modo que é tratado o desenvolvimento sustentável não há ainda força suficiente para se implementar uma tradição de cumprimento das normas de proteção ao meio na prática.

É necessário recuperar as bacias hidrográficas, com reflorestamento de encostas, matas ciliares e nascentes que envolvam as populações que habitam essas áreas em projetos comunitários e descentralizados de manejo do solo e das águas. Ao mesmo tempo, combater as perdas injustificáveis nos sistemas de distribuição de água, inclusive as perdas relacionadas à limpeza dos filtros e tanques de decantação das Estações de Tratamento de Água que recebem cada vez mais águas poluídas, tornado o processo de reuso da água mais difícil.

É fundamental uma mudança radical no modelo econômico e no perfil do administrador, de forma a planejar a expansão urbana e conciliar o desenvolvimento econômico com a utilização de espaços ambientais. E priorizar o abastecimento e distribuição de água com quantidade e qualidade para as populações mais carentes e após isso, pensar nos demais setores que consomem muito mais água que a destinada à população brasileira.

CONCLUSÃO

A legislação ambiental em todo o mundo se revelou como uma construção jurídica, técnica, política e econômica em constante evolução, resultada de esforços de toda a comunidade global para introduzir instrumentos de frear a poluição e degradação ambiental. Esses instrumentos foram sendo introduzidos nas leis dos países aos poucos e demonstraram surtir efeitos positivos quando o Estado é efetivo na sua participação em implantar suas políticas públicas.

Os graves problemas ambientais como desmatamento, poluição do ar, do solo e principalmente da água constituíram motivo determinante para a construção de normas ambientais. A água sempre foi o elemento mais precioso para a sobrevivência do homem desde o surgimento das primeiras cidades, os anos foram se passando e a população aumentou, as cidades se expandiram e consequentemente a demanda por água cresceu.

Com o passar do tempo, as consequências da degradação ambiental começam a surtir efeitos danosos ao homem, influenciando diretamente no seu modo de vida. O clima mudou se tornando mais seco e com menos chuvas no ano, o ar ganhou uma aparência de neblina, mas que esconde, na verdade, a poluição causada pelas queimadas; as florestas foram dando lugares à criação de gado e plantações de alimentos; o solo começou a sofrer com a poluição de produtos agrícola e não demorou para os rios tornarem local de despejo de lixo dos mais diversos tipos. A Política Nacional de Recursos Hídricos vem em especial com o intuito de conservar e manter a qualidade dos corpos hídricos visando à sua utilização adequada de acordo com seu fim.

Analisando o dispositivo legal observamos os vários instrumentos legais que buscam concretizar o objetivo da lei, dentre esses instrumentos demos atenção à outorga do uso e sua cobrança. Esses mecanismos garantem que o usuário irá coletar a água no local adequado do rio bem como a utilizará de acordo com o seu destino de uso e ao final despejará no

seu local de origem observando as normas legais de qualidade e tratamento da água, todo esse processo terá um custo que será pago pelo usuário.

Dentro desse processo de utilização da água encontramos uma importante instalação de controle da qualidade da água – estações de tratamento -, por meio dela se garante tanto a água para consumo final humano como barreira de proteção da poluição dos corpos hídricos.

A Lei de Saneamento Básico trouxe importantes instrumentos e diretrizes para regulamentar os serviços públicos, em especial o esgotamento sanitário, garantindo que o esgoto passe pelas estações de tratamento antes de voltar aos rios urbanos. A referida lei trouxe a obrigatoriedade de que a edificação permanente urbana seja conectada às redes públicas de abastecimento e de esgotamento sanitário, incorporando regramento de diversas normas sanitárias.

A preservação do meio ambiente deve ser garantida em todos os sentidos, seja na proteção dos corpos hídricos, seja na adequada instalação de estações de tratamento e esgoto ou na ordenação urbano, tudo está interligado, por isso o Plano Diretor e Estatuto da Cidade devem garantir a localização das instalações de tratamento que melhor for benéfica ao meio ambiente e a sua população.

Discutir os problemas do ambiente é sempre algo complexo e quase sempre não depende de apenas um único fator, o fato é que a água constitui um bem limitado essencial ao ser humano e a poluição dos corpos hídricos representa um alerta para a comunidade. No entanto, vemos que a legislação garante de fato uma barreira para impedir a sua poluição, no entanto, trata-se mais um problema de gestão do que leis mais rígidas. Os exemplos de países que recuperam seus corpos hídricos começaram com uma dedicação desde os mais altos escalões do governo até o comprometimento da população global. Atualmente, a crise hídrica na cidade de São Paulo nos serve de exemplo de má gestão no controle da água.

A água é um bem que está se esgotando pela falta de gestão compartilhada, a solução para o problema da água não está em construção de mais obras extraordinárias para captação de água e sim na conscientização por meio de divulgação de informações sobre reuso da água, desperdício, estudos das bacias hidrográficas, investimentos no

esgotamento sanitário, fiscalização de empresas que despejam esgoto nos rios. Trata-se de uma atuação conjunta, assim como prevê a lei, infelizmente a gestão é algo que não depende só da lei e sim de cada um.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABC. Academia Brasileira de Ciências. Carta para São Paulo. Disponível em: <http://www.abc.org.br/article.php3?id_article=3758>. Acesso em: 12 fev. 2016.

ALMEIDA, L.Q. de; CARVALHO, P.F. de. A negação dos rios urbanos

numa metrópole brasileira. Grupo de Pesquisa Análise e Planejamento

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