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VI. O CASO DO MUNICÍPIO DO PORTO

6.3. O PERFIL AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DO PORTO E AS SUAS OPÇÕES QUANTO

6.3.2. Resíduos

A recolha de resíduos diferenciados é feita através da rede de Ecopontos existentes na via pública, nas escolas, da recolha seletiva porta-a-porta "Baixa Limpa", da recolha seletiva de resíduos orgânicos, recolha seletiva nos bairros sociais e recolha seletiva de papel nos edifícios municipais. A Câmara do Porto assegura ainda a gestão de 3 ecocentros nos quais é possível depositar resíduos recicláveis (papel e cartão, vidro, plástico, metal, aparas de jardins, objetos domésticos fora de uso, entre outros) que pelas suas dimensões e quantidades estariam excluídos da recolha efetuada pelos ecopontos (www.cm-porto.pt). Além desta recolha, desde 2006 que, em parceria com a LIPOR, o município do Porto foi implementado o projeto “Operação restauração 5 estrelas” que tem como objetivo a recolha seletiva de resíduos orgânicos, posteriormente valorizados por operações de compostagem. Encontra-se igualmente em curso o projeto de recolha de óleos alimentares. Este projeto criado em parceria com a LIPOR beneficia já da colocação de 44 oleões em todo o município. Para promoção foram realizadas ainda ações de divulgação das vantagens de valorização deste resíduo, designadamente na produção do biodiesel (LIPOR, 2012)

O município do Porto ocupa o primeiro lugar na recolha de resíduos, no entanto, note-se que se registou uma variação negativa, do ano de 2010 para o ano de 2011 na recolha de resíduos diferenciados papel/cartão e vidro. Ainda assim é o município da área de intervenção da LIPOR com melhores valores.

As figuras 6 e 7 permitem comparar os valores de recolha seletiva de resíduos dos vários municípios servidos pela LIPOR (ver anexo I).

A figura 8 apresenta um levantamento exaustivo dos instrumentos económicos de política ambiental, no domínio dos RSU, de que se tem munido o município do Porto. Como se pode constatar, o Porto adotou essencialmente instrumentos de política ambiental sancionatórios. Relembre-se todavia que têm ainda sido levadas a cabo parcerias na área da divulgação e educação ambiental, sobretudo com a LIPOR, o que tem originado a implementação de projetos com projeção na imagem ambiental deste município. Sem podermos afirmar com rigor a causa direta dos bons índices de recolha de resíduos registados pelo município do Porto, afigura-se-nos possível, desde já, constatar que a conjugação de instrumentos dissuasores (contraordenações) e o reforço da promoção da educação ambiental têm surtido efeitos relevantes neste âmbito ou, recorrendo à terminologia de Vedung (1998) já referida no capítulo III, o Porto tem optado pela conjugação de “sticks” e “sermons”.

INSTRUMENTOS ECONÓMICOS DE POLÍTICA AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DO PORTO RESÍDUOS

SANCIONATÓRIOS

 Lançar, despejar, ou abandonar quaisquer resíduos ou produtos fora dos recipientes destinados à sua deposição;  Desrespeitar as indicações que constam das placas de informação de proibição de deposição de Resíduos sólidos

Urbanos (RSU) ou entulho;

 Retirar, remexer ou escolher resíduos contidos nos contentores e equipamentos próprios para a deposição de RSU;  Lançar detritos ou objetos nas sarjetas ou sumidouros;

 Poluir espaços públicos com dejetos;

 Projeção ou lançamento de panfletos ou de quaisquer outros produtos com fins publicitários;  Deixar de realizar a limpeza dos espaços de domínio público afeto ao uso privado;

 Derramar para a via e outros espaços públicos materiais líquidos ou sólidos com prejuízo para a limpeza pública, em resultado da realização de operações de carga e descarga, transporte e ou circulação de viaturas;

 Lavar veículos na via ou em espaços públicos;  Desrespeitar as normas de utilização dos ecocentros

 Depositar resíduos perigosos nos recipientes e equipamentos destinados à recolha de RSU;

 Depositar resíduos industriais nos recipientes e equipamentos destinados à recolha de resíduos sólidos urbanos;  Depositar resíduos hospitalares, incluindo os provenientes de unidades prestadoras de cuidados de saúde a animais,

nos recipientes e equipamentos destinados à recolha de resíduos sólidos urbanos;

 Depositar resíduos sólidos urbanos a granel, resíduos líquidos ou liquefeitos, cortantes, passíveis de contaminação ou de causar dano em quem executa a operação de recolha;

 Deixar os recipientes de deposição no espaço público para além das 08h00m;

 Alterar a localização dos contentores que se encontrem na via pública, conforme definido pelo Município;

 Depositar inadequadamente os resíduos passíveis de valorização nos recipientes e equipamentos previstos para a sua deposição diferenciada;

 Descarregar ou abandonar resíduos na via pública ou em áreas do domínio privado do Município, pondo em risco a saúde pública e ou causando prejuízos para o ambiente

 Deixar os contentores sem a tampa devidamente fechada;

 Impedir, por qualquer meio, aos utilizadores ou Serviços Municipais, o acesso aos recipientes colocados na via pública ou espaço público para deposição de RSU;

 Não proceder, no prazo estabelecido pelo Município, à realização das medidas necessárias para a manutenção do sistema de deposição em bom estado de salubridade, segurança, funcionalidade mecânica e manuseamento;

8h00m e as 22h00m;

 Depositar resíduos sólidos urbanos fora dos horários estabelecidos;  Depositar resíduos sólidos urbanos fora dos dias estabelecidos;

 Desrespeitar o limite de carga máxima de 25 quilogramas de resíduos sólidos urbanos contidos em embalagens individuais não recuperáveis de papel ou de plástico;

 Colocar objetos domésticos fora de uso ou resíduos verdes dentro dos equipamentos destinados à deposição de resíduos sólidos urbanos sem prévio consentimento do Município;

 Abandonar objetos domésticos fora de uso ou resíduos verdes junto aos equipamentos destinados à deposição de resíduos sólidos urbanos ou noutro espaço público, sem prévio consentimento do Município.

 Colocar resíduos de construção e demolição dentro dos equipamentos destinados à deposição de resíduos sólidos urbanos;

 Abandonar resíduos de construção e demolição junto aos equipamentos destinados à deposição de resíduos sólidos urbanos;

 Abandonar resíduos de construção e demolição na via ou outro espaço público

TRIBUTÁRIOS – PREÇOS

 Recolha, tratamento e depósito de resíduos sólidos urbanos;  Remoção de resíduos sólidos e outros serviços;

 Recuperação de bens pessoais em equipamentos de deposição coletiva de resíduos.

FIGURA 8. Instrumentos Económicos de Política Ambiental do Município do Porto/Resíduos. FONTE: Elaboração própria de acordo com Código Regulamentar do Município do Porto

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