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RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL

A responsabilidade internacional é a resposta que o Direito Internacional apresenta aos Estados que infringem as suas regras. Todo fato internacionalmente ilícito cometido por um Estado gera a

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sua responsabilidade internacional, sendo necessária a reparação do dano e a imposição de ônus jurídico ao Estado infringente.

Estende-se às Organizações Internacionais intergovernamentais o conceito de responsabilidade internacional, portanto, elas também podem ser demandadas quando for verificada a violação de normas internacionais e prejuízos a terceiros.

Uma vez que o Estado é internacionalmente responsável por toda ação ou omissão que lhe seja imputável segundo as regras de Direito Internacional Público, deve reparar o prejuízo causado ao outro Estado ou, na eventualidade de não ser possível a reparação pecuniária, apresentar indenização ou compensação.

Uma característica da responsabilidade internacional é a sua imputação aos Estados, mesmo que o ato ilícito tenha sido praticado por um indivíduo ou que a vítima seja um particular.

PROTEÇÃO DIPLOMÁTICA

É a atividade voltada à proteção dos direitos de um Estado que foram violados por outro sujeito, mesmo que a reclamação tenha sido motivada por particular para defender interesse próprio. O procedimento para buscar a reparação na esfera internacional se opera mediante pedido de indenização pelos prejuízos sofridos, devendo o Estado da vítima ​endossar a reclamação. Por meio deste instrumento (​endosso​), será outorgada a ​proteção diplomática de um Estado a um particular.

Para que o endosso seja concedido pelo Estado, há necessidade de serem preenchidas as seguintes condições:

a) A vítima (pessoa física ou jurídica) precisa ser nacional do Estado reclamante ou estar sob sua proteção diplomática (como o estrangeiro residente no Estado protetor);

b) Esgotamento dos recursos internos (administrativos ou judiciais);

c) A vítima não pode ter agido com culpa (não pode ter contribuído para a criação do dano).

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No caso dos ​apátridas​, não refugiados, será concedida a proteção diplomática pelo Estado no qual haja estabelecido o seu domicílio ou, na falta deste, sua residência habitual.

A proteção diplomática não se confunde com a ​proteção funcional conferida aos funcionários das organizações internacionais que se encontram a seu serviço. Entende-se que os agentes de determinada organização não necessitam de outra proteção além daquela disponibilizada pela organização internacional à qual se vinculam.

ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL

Para haver responsabilidade internacional são necessários os seguintes elementos:

a) Ato ilícito internacional: deve haver a violação de uma norma de Direito Internacional; b) Imputabilidade: é o nexo causal entre a ação (ou omissão) violadora do Direito

Internacional e o causador do dano, ou seja, o vínculo jurídico estabelecido entre o Estado (ou organização internacional) transgressor e o Estado que sofreu a lesão;

c) Prejuízo ou dano: resultado antijurídico do fato cometido pelo Estado (ou particular em nome do Estado) ou organização internacional transgressor da norma internacional.

Lembrando que os Estados serão sempre responsáveis pelos atos praticados em seu nome pelos seus funcionários.

OBSERVAÇÃO​: Eventos lícitos, mas que causem riscos iminentes e excepcionais, podem também acarretar em responsabilidade internacional de um Estado (ex: testes nucleares, poluição marítima, etc.).

8. MERCOSUL

O Mercosul é um bloco formado por Argentina, Uruguai, Brasil, Paraguai e Venezuela (último país a entrar no bloco, em 2006), tendo sido estabelecido no Protocolo de Ouro Preto (1994) e promulgado pelo Decreto nº 1.901/1996. Assim como na União Europeia, o Mercosul funciona

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como uma cooperação intergovernamental, tendo personalidade jurídica de Direito Internacional (art. 34 do Protocolo de Ouro Preto).

O objetivo desse bloco era a integralização regional e a construção de um Mercado Comum. De acordo com o Protocolo de Ouro Preto, a estrutura institucional do Mercosul conta com:

Conselho do Mercado Comum: órgão superior do Mercosul ao qual incumbe a condução política do processo de integração e a tomada de decisões (art. 3º);

Grupo Mercado Comum: é o órgão executivo do Mercosul (art. 10), sendo integrado por 4 membros titulares e 4 membros alternos por país e coordenado pelos Ministérios de Relações Exteriores de cada país. Manifesta-se mediante Resoluções que são obrigatórias aos Estados-Partes;

Comissão de Comércio do Mercosul: é o órgão encarregado de assistir o Grupo Mercado Comum, velando pela aplicação dos instrumentos de política comercial comum acordados pelos Estados-Partes (art. 16). Manifesta-se mediante Diretrizes ou Propostas que são obrigatórias aos Estados-Partes;

Parlamento do Mercosul: constituído em 2006, em substituição à Comissão Parlamentar Conjunta, é o órgão representativo dos cidadãos dos Estados-Partes, manifestando-se mediante Pareceres, Projetos de normas, Anteprojetos de normas, Declarações, Recomendações, Relatórios e Disposições;

Foro Consultivo Econômico-Social: é o órgão de representação dos setores econômicos e sociais, integrado por igual número de representantes de cada Estado-Parte (art. 28);

Secretaria Administrativa do Mercosul: é o órgão de apoio operacional, responsável pela prestação de serviço aos demais órgãos do Mercosul, com sede em Montevidéu.

Cabe salientar que o Conselho do Mercado Comum, o Grupo Mercado Comum e a Comissão de Comércio do Mercosul são os órgãos de capacidade decisória no Mercosul (art. 2º do Protocolo de Ouro Preto).

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SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS DO MERCOSUL

O Protocolo de Olivos, promulgado pelo Decreto nº 4.982 de 2004, estabeleceu o sistema de Solução de Controvérsias no Mercosul e a criação de um Tribunal Permanente de Revisão (TPR), sendo este o principal órgão do sistema, juntamente com os Tribunais Arbitrais ​Ad Hoc​.

De acordo com o Protocolo de Olivos, o sistema de Solução de Controvérsias observará o seguinte procedimento:

Negociações Diretas: os Estados-Partes numa controvérsia procurarão resolvê-la, antes de tudo, mediante negociações diretas (art. 4º), as quais não excederão o prazo de 15 dias a partir da comunicação do início da controvérsia.

Procedimento Opcional ante o Grupo de Mercado Comum (GMC): se as negociações fracassarem, as partes podem buscar o GMC, o qual analisará a controvérsia e formulará recomendações.

Tribunal Arbitral ​Ad Hoc​: quando não for possível solucionar a controvérsia mediante a aplicação das negociações diretas ou ante o Grupo de Mercado Comum, podem as partes recorrer ao procedimento do Tribunal Arbitral ​Ad Hoc​, o qual é formado a partir das Listas de Árbitros depositadas pelos Estados-Partes na Secretaria do Mercosul. Compor-se-á por 3 árbitros, sendo que cada país designará um titular (e um suplente). Destes 3 árbitros, um será escolhido, em comum acordo, como presidente, não podendo ser nacional dos países envolvidos na controvérsia. O objeto da controvérsia é delimitado pelas partes, que também informarão sobre instâncias cumpridas anteriormente, para, então, o Tribunal emitir o laudo arbitral.

Tribunal Permanente de Revisão: serve como instância recursal do laudo do Tribunal ​Ad Hoc​, mas as partes também podem optar submeter-se diretamente ao TPR, adotando-o como instância única (art. 23 e 24). Os laudos do TPR serão obrigatórios para os Estados-Partes na controvérsia, tendo força de coisa julgada.

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