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5.2 Caracterização da CAGECE

5.2.1 Responsabilidade Social da CAGECE

Em 14 de março de 2007, por determinação do diretor presidente, foi criado o comitê de implantação do Plano Diretor de Responsabilidade Social. Muito embora a criação seja recente, a atuação da Companhia está associada a entidades que já trabalham na área de Responsabilidade Social.

A proposta do Plano Diretor de RS é alinhar a missão da Companhia às práticas de RS, com a definição de tais ações, “de modo a definir o foco de atuação bem como a política de responsabilidade a ser adotada pela CAGECE”. (CAGECE, 2007, p. 50).

Ainda no ano de 2007, a CAGECE (2007, p. 50) elaborou o Código de Ética, formalizando “as regras de conduta da diretoria, empregados e colaboradores, de forma a explicitar o sentido ético de sua missão, princípios e valores”.

A CAGECE atua como representante do Instituto Ethos no Estado do Ceará, e ainda conta com o apoio de associações que defendem causas sociais, como é o caso da Associação Klaus Nóbrega (AKN), na idealização de eventos esportivos e comemorativos, por meio da ação voluntária de seus colaboradores internos, em benefício deles próprios e das comunidades assistidas pela Companhia (CAGECE, 2007).

Verifica-se, portanto, que a Companhia, da mesma forma que as empresas que se dispõem a trabalhar a temática da RS, busca cumprir seu papel no âmbito da Responsabilidade Social, quer por livre iniciativa, quer por pressões múltiplas (órgãos regulamentadores, sociedade, por exemplo).

Estão no quadro a seguir algumas ações desenvolvidas pela CAGECE, em relação ao tema Responsabilidade Social

Atuação Programas

Comunidade Interna Coral das Águas, Qualidade de vida, Elevação da Escolaridade, Grupo Água Viva, Ginástica Laboral, Tai Chi Chuan, Grupo Teatral Klaus Nóbrega. Comunidade Externa

Campanha Sorriso Largo de Criança, Campanha de Doação de Medula Óssea, Programa de Capacitação Profissional, Projeto de Inclusão Digital, Projeto Treine.

Preservação do Meio Ambiente

Programa de Despoluição dos Recursos Hídricos, Programa de Coleta Seletiva de Lixo, Monitoramento Ambiental, Eficientização Energética. Projetos Sociais de

Saneamento

Programa Água em Casa (Mutirão), Projeto São José, Programa de Saneamento Básico Ceará – KW II, Projeto Alvorada, Programa de Educação Sanitária.

Quadro 15: Ações de Responsabilidade Social desenvolvidas pela CAGECE Fonte: CAGECE (2007)

De forma geral, baseando-se na pesquisa documental realizada, pode-se dizer que a Empresa possui ações voltadas para o desenvolvimento local, pelos projetos sociais que desenvolve, pela área responsável recém-remodelada, pelas propostas desenvolvidas em consonância com o planejamento estratégico, inclusive com a realização e publicação do balanço social.

Até mesmo, com o intuito de proporcionar melhores condições de vida e de trabalho para seu público interno e para a sociedade de modo geral, a Empresa pesquisada decidiu prospectar novos empreendimentos e promover incentivos para criação de tecnologias voltadas à realidade regional, analisando-se os impactos potenciais. Investiu, ainda, na capacitação funcional.

O investimento na qualidade dos relacionamentos ganha relevância ao se considerar que não há como permanecer atuando numa realidade tão tecnologicamente evoluída e, ao mesmo tempo tão limitada de capital financeiro e intelectual, sem haver envolvimento. A esse respeito, Toldo (2002, p. 79) já ressaltava:

A questão social versus a questão econômica é debatida segundo algumas perspectivas: o mercado não cumpriu a promessa de ser a solução para os problemas sociais. Ao contrário, vemos o crescimento da desigualdade da distribuição da renda, o alto número de desempregados e o trabalho informal em ascensão. Denúncias de corrupção aumentam a cada dia. E a busca por maximizar o lucro causa problemas ecológicos em virtude da exploração desenfreada dos recursos naturais.

Uma orientação desse porte e abrangência requer o amparo da alta administração, por serem os gestores os principais responsáveis pela viabilização de ações de tamanha amplitude.

Tem-se percebido que, no decorrer dos anos, houve uma preocupação concreta com o tema RS, ao ponto de incluí-la nas estratégias organizacionais, de se criar uma estrutura própria para acompanhar sua atuação, por exemplo.

Para implementar e atender aos requisitos exigidos pelo mercado em relação ao tema RS, como já discutido no capítulo que trata da abordagem institucional, a organização precisa vivenciar a primeira fase, de um total de três, do processo de institucionalização, chamada “Habitualização”, quando as forças de mercado, os aspectos legais e as novas tecnologias formam novos arranjos estruturais.

Torna-se fundamental a atuação dos defensores das propostas de RSE que transformarão a ideia inicial, em proposta válida e necessária de ser implementada pela Instituição, uma vez que ideias semelhantes são difundidas por outras instituições que atuam na mesma área.

A etapa seguinte à “habitualização” é a Objetificação, na qual os defensores aprofundam a prática a ser adotada, alinhado-a aos aspectos internos e aos propósitos organizacionais, mapeando riscos, definindo champions que também fundamentarão a legitimidade das propostas, inclusive analisando outros modelos adotados na mesma prática, como fora demonstrado no capítulo que trata da abordagem institucional.

A proposta de RS, seguindo o modelo defendido pelas autoras Tolbert e Zucker (1998), se sedimenta (última fase) pela propagação de suas ideias por toda Instituição, por um longo período, identificando-se quais fatores são relevantes para a continuação do processo, igualmente esclarecido no capítulo anterior, sobre a abordagem institucional.

Os resultados apresentados no capítulo seguinte, e posteriormente analisados, possibilitaram uma análise sobre o processo de institucionalização das práticas de RS e acerca da percepção dos colaboradores diretos em relação a tais práticas, segundo os temas defendidos pelo Instituto Ethos.

6 ANÁLISE DOS DADOS

Inicialmente, neste capítulo de análise dos dados, serão apresentadas as informações obtidas pela coleta de dados em relação ao perfil dos sujeitos da pesquisa, correspondendo à primeira parte do questionário.

Em seguida, será apresentado o primeiro bloco de perguntas, apuradas segundo a escala Likert. Para cada pergunta, têm-se um gráfico representativo que favorece a análise das respostas oferecidas.

Posteriormente, serão feitas as correlações das perguntas aplicadas no questionário, em relação às fases do processo de institucionalização, segundo o modelo de Tolbert e Zucker (1998) e em relação aos Indicadores Ethos de Responsabilidade Social, conforme informações dispostas anteriormente nos Quadros 8 e 9, respectivamente.

As demais perguntas do questionário, correspondentes às questões de 2 a 8, servem para direcionamento da atuação da área de RS, trazendo sugestões de propostas para atuação da área, indicando razões pelas quais a CAGECE adota atividades de RS, quais destas ações são mais importantes, o que motivou a Companhia a adotá-las, segundo a óptica dos sujeitos pesquisados.

A análise estatística das perguntas caracterizou o aspecto de pesquisa quantitativa do estudo, uma vez que as respostas foram quantificadas em valores percentuais, considerando, principalmente, a fase do processo de institucionalização segundo o modelo de Tolbert e Zucker (1998) e os temas definidos pelo Instituto Ethos que versam sobre RS.