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A análise demonstrou que entre as cenas que representam a maternidade, o

discurso “Cúmplice” é o mais comum na narrativa deThe Handmaid’s Tale.A partir dela,

Capítulo 5. Análise dos episódios 86

Figura 38 – Gráfico criado a partir da análise das cenas de The Handmaid’s Tale: Qual discurso sobre maternidade prevalece na série?

Fonte: The Handmaid’s Tale

No gráfico, é possível perceber que 63,9% dos discursos das cenas analisadas

se encaixam nessa categoria, entretanto, a frequência alta não significa que o produto

midiático corrobore com o pensamento patriarcal. Por se tratar de uma distopia, gênero narrativo que tem como objetivo realizar um “Aviso de incêndio” (HILÁRIO 2013) para a sociedade, é normal que o discurso mais violento seja o predominante, já que a ideia é utilizá-lo para criticar a realidae.

Os dados numéricos, portanto, devem ser compreendidos a partir da análise qualitativa das cenas, que demonstram como esse discurso cúmplice é colocado em oposição àquilo que seria ideal na série. Dessa forma, ao coloca uma mulher

oprimida como a personagem principal,The Handmaid’s Taleaborda os estereótipos

maternos cúmplices como negativos, mostrando sempre quais são as suas consequên-cias e, porque eles devem ser combatidos.

Em um segundo gráfico podemos ver com mais detalhes que o Dever Biológico é o discurso materno que mais aparece dentro da série, em 38,1% das cenas, em segundo lugar ficou o discurso que justifica a violência, que aparece em 13.4% das cenas:

Capítulo 5. Análise dos episódios 87

Figura 39 – Gráfico criado a partir da análise das cenas de The Handmaid’s Tale: Qual categoria discursiva de análise prevalece na série?

Fonte: The Handmaid’s Tale

Esses dois estereótipos são os mais presentes, pois são eles que formam a bases para a criação das classes sociais de Gilead. Mas, também são os mais criticados, pois a narrativa distópica deixa claro, através de cenas que retratam a violência de gênero, como eles podem prejudicar a vida das personagens mulheres.

Dessa forma, colocando a maternidade, e as experiências femininas que surgem

desse processo, como elemento central da narrativa,The Handmaid’s Tale consegue

mostrar a violência perigosa do discurso cúmplice, e ainda apresentar formas de resistência através das histórias das suas personagens.

Apesar de existir em menor quantidade, o discurso que questiona a dominação patriarcal também está presente na série, como mostra o segundo gráfico. Além disso, essa categoria pode ser menor, mas ela é a mais plural, pois abrange mais personagens e demonstra que há formas diferentes de resistir ao autoritarismo da República de Gilead, enquanto a repressão precisa existir sempre das mesmas formas.

Mais do que apontar os problemas da dominação patriarcal, a série consegue também mostrar formas de mudar essa realidade, mesmo que para as personagens

Capítulo 5. Análise dos episódios 88

essa mudança ainda seja pequena. E assim, a narrativa não demoniza o papel da ma-ternidade, mas demonstra que este é sempre interpretado socialmente portanto, pode ser ressignificado dependendo de quem está no poder para criar essa interpretação.

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6 Considerações finais

Nosso trabalho tentou demonstrar, através da análise de conteúdo, que a série

The Handmaid’s Tale consegue representar a opressão feminina através do papel

da maternidade, que por ser exclusivamente feminino abre espaço para diversas discussões à respeito da autonomia corporal e dos direitos das mulheres. O que nos parece evidente nesta análise é que o gênero narrativo distópico possibilita aos grupos de minorias sociais uma forma diferente de contar a sua história, mostrando através da ficção os riscos que eles correm de perder direitos, e voltarem a serem ainda mais oprimidos na sociedade.

A grande repercussão da série nos mostra que há uma procura do público por narrativas engajadas, que expressem os medos desses grupos dentro do contexto político atual. No caso das mulheres, há sempre o risco de que percamos os poucos direitos já conquistados, por isso a série se torna um objeto de comunicação relevante considerado como um símbolo de luta feminista.

Afirmar que The Handmaid’s Tale é um símbolo de luta por equidade de

gê-nero pode parecer um exagero, já que ainda se trata de um produto cultural inserido na lógica de consumo capitalista. Entretanto, a influência da cultura de séries na atualidade demonstra que há uma possibilidade de utilizar esse formato de contar histórias para pautar discursos progressistas na esfera pública, falando de assuntos que priorizam as demandas de grupos que geralmente não se vêm representados na mídia.

Assim, analisar as categorias do discurso materno nos permitiu compreender como a sociedade distópica de Atwood foi criada com o intuito de realizar uma crítica à opressão estrutural de gênero. E, portanto, demonstrou a importância das mulheres utilizarem a ficção científica para contarem as suas histórias, e dessa forma descons-truírem os estereótipos relacionados à maternidade que foram criados por homens para nos controlar, pois, como afirma KAPLAN (1992) no fim da sua obra: “Uma vez que “mãe” não seja mais uma qualidade fixa e essencializada, as mulheres poderão ser libertadas do tipo de constrangimentos e dificuldades discursivas estudadas neste livro.“

(p.192, tradução nossa)1

Um ponto não tratado neste trabalho por falta de tempo hábil, mas que seria in-teressante ser analisado, é a construção do Estado autoritário de Gilead que acontece aos poucos nos flashbacks da série. Este poderia ser usado para compreender e criticar o cenário político brasileiro e mundial onde há uma ascensão e naturalização do discurso fascista. As linguagens do audiovisual também poderiam ser analisadas em trabalhos que olhassem, por exemplo, apenas para o figurino ou para a trilha sonora

1 Once “mother” is no longer a fixed, essencialized quality, then women may bee freed freed from the kind of discursive constraints and burdens studied in this book. (p.192)

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da série, pois cada um desses elementos compõem a narrativa de uma forma especí-fica. E, as críticas de excesso de violência e de falta de discussões sobre a opressão racial também poderiam ser abordadas, para mostrar como a série ainda peca na representação de alguns grupos, ou como ela pode acabar banalizando os atos de violência se o discurso engajado for deixado de lado nas próximas temporadas.

Por fim, esperamos que o nosso trabalho possa servir de referência para outras pesquisas que abordem a representação da maternidade, ou de outros estereótipos em produtos audiovisuais, além disso, que tenha trazido reflexões sobre a possibilidade de utilizar esse tipo de mídia como resistência à discursos autoritários e repressivos.

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APÊNDICE A - TABELA COM TODOS OS EPISÓDIOS ANALISADOS

LEGENDA DA TABELA:

Dever biológico para salvar a humanidade Justificativa de violência

Papel sagrado Força feminina Esperança/resistência

União de mulheres

Tentativa de tomada de poder social Escolha Cena Descrição Importância da maternidade Detalhes específicos da cena (facultativo) TEMPORADA 1 - Episódio 1 Cena 1 = June e Luke tentando fugir com a filha

O casal tenta fugir com a filha, Luke é pego primeiro, depois June tenta se esconder com Hannah mas o policiais chegam nela

A cena serve para classificar a

personagem principal como mãe e colocar o relacionamento com a sua filha como a parte principal da história

Trilha sonora, iluminação, slow motion compõem o aspecto emocional, urgente e trágico da cena

Cena 2 = June vê crianças e se distrai lembrando da hannah

June e Emily estão andando quando avistam um grupo de crianças andando em fila atrás de homens com armas. June para e fica olhando na esperança de encontrar sua filha, nisso ela lembra de momentos com Hannah em flashbacks e Emily chama sua atenção para que ela continue andando.

A maternidade aqui serve de esperança para June continuar resistindo como Aia e ao mesmo tempo serve como uma ponte para esse lado mais humano da personagem, como uma forma de conhecer suas memórias intimas. Direção de arte, iluminação (cores quentes), local (praia e mar), tudo representando

felicidade

Cena 3 = Flashback da "escola" da tia Lidia onde ela fala sobre a taxa de natalidade e explica que a fertilidade das aias é um

presente de Deus

June entra na sala da tia Lídia onde ela explica como as Aias vão servir os

comandantes tendo os filhos deles nessa sociedade, e o porquê disso. Ela fala sobre a taxa de natalidade que estava baixa por causa da poluição e das guerras, e fala que a fertilidade é um O discurso coloca a maternidade como um privilégio, colocando as mulheres como as "salvadoras da humanidade" por poderem ter filhos, mas as práticas (atitudes violentas, confinamento e discurso moralista) demonstram que Iluminação, ambiente, discurso da tia Lídia em contraposição com o rosto de Offred e a sua

aparência. O discurso é de liberdade e privilégio mas as imagens mostram as mulheres como prisioneiras aterrorizadas, esse contraste é muito importante na cena, pois ele da um tom irônico para o que está

privilégio dado por Deus para essas mulheres. Janine ri nessa cena quando ouve isso, e tia Lídia a reprime dando um choque elétrico.

essa está sendo usada como pressuposto para aprizionar e escravizar mulheres. acontecendo. Cena 4 = Moira falando para June ter esperança que elas vão

encontrar a Hannah

As duas amigas estão nas suas camas no Red Center

conversando antes de dormir quando elas vem Janine entrar apos terem arrancado um olho dela por mau comportamento. Moira da apoio psicológico a June dizendo que elas tem que ficar juntas e resistir para encontrar Hannah. A maternidade aqui é usada como esperança para a personagem continuar vivendo mesmo em tempos ruins. Discurso de força e amizade da Moira que acaba dando esperança para June tanto no flashback quanto nas cenas atuais.

Cenna 5 = June e Emilly andam juntas ao mercado

June conta que é dia de ritual e Emily (como o papel social

demanda) deseja boa sorte para que June consiga engravidar, a expressão no seu rosto mostra que ela não apoia essa prática, mas que como todas as aias ela vê a gravidez como a única forma de continuar existindo

A possibilidade de maternidade através do ritual é vista como uma obrigação, pois se a Aia não

conseguir engravidar ela se torna inútil e pode ser depois mandada para as colônias.

A contraposição das falas da Emily, esperançosa desejando boa sorte, com o seu rosto triste e preocupado que

demonstra como ela está triste pela amiga ter que passar pelo ritual.

Cena 6 = June tomando banho para se arrumar para o ritual, flashback para um memória com Hannah e Luke

June entra na banheira e começa a narrar os preparos para o ritual, nisso ela começa a lembrar de Hannah de novo. No Flashback a família está em um aquário se divertindo vendo peixes e agua-vivas.

A maternidade de June conforta ela em momentos dificeis.

A simplicidade das duas cenas (do banho e do flashback), o momento íntimo de June que se passa dentro da sua cabeça, onde ela fica sozinha pensando na filha.

Cena 7 = Ritual

June participa da "Cerimônia" (nome que eles dão para o

estupro das Aias pelo comandante)

A maternidade é usada como pretexto

para justificar a violência sexual (junto com a religião)

O discurso religioso, o angulo de filmagem das cenas, o foco no rosto da protagonista e depois da Serena Joy chorando, a trilha sonora que cria um aspecto de "cerimônia" e ao mesmo tempo deixa a cena desconfortável, nos possibilitando imaginar o desconforto da June Cena 8 =

Flashback no Red

Janine está delirando no quarto do Red

A maternidade é usada como discurso

O discurso realista de Moira que empodera June

Center Center, Moira e June ajudam ela a voltar a dormir para que ela não sofra mais punições, Moira fala para June que ela tem que cuidar para não enlouquecer e assim conseguir encontrar a sua filha.

de força e resistência que ajuda June a continuar resistindo nos piores momentos. lembrando-a de continuar resistindo. Cena 9 = Aias são reunidas para mantar um homem que teria estuprado uma Aia grávida

Aias são reunidas pela tia Lídia em uma cerimônia de linchamento onde o objetivo é que elas matem um prisioneiro que supostamente teria estuprado uma Aia grávida e assim o bebê teria morrido. Todas se juntam em um circulo, o homem fica no meio e elas o atacam até que ele morra.

A maternidade é utilizada como um discurso emocional para manipular as Aias e fazer elas realizarem atos de violência. A maternidade esta presente no discurso punitivo pois nessa sociedade matar um bebê seria o pior crime do mundo, e isso justificaria matar um homem. Alem disso, a perosnagem Janine esta gravida e portanto é poupada desse ritual, tem o "privilegio" de apenas assistir.

A aurea angelical de Janine, a forma como o discurso manipulativo da tia lidia é facilmente aceito por mulheres que estão em um sistema opressão que não deixa elas extravasarem. As expressões das Aias, a atitude de June (que desconta a noticia da morte de Moira no homem), a expressão de terror de June quando tudo termina, a forma natural como o ritual é tratado. Iluminação e ângulos de filmagem.

Cena 10 = Flashback, June contando para Moira que estava grávida

June encontra Moira na frente de um bar e relata que acha que esta gravida de Luke. Ao inves de ficar feliz ela mostra estar nervosa e apreensiva pois muitas mulheres estão perdendo seus bebês, e Moira garante que irá ajudá-la e estar do seu lado

idependente do que acontecer.

A maternidade é vista como um risco, algo perigoso que está gerando muito sofrimento em mulheres que sofrem abortos espontâneos, mas tambem é uma escolha, é um momento feliz porem apreensivo

A força do discurso de Moira, da sua amizade e do seu companherismo na vida de June. Os detalhes (como a menção ao aplicativo Uber) que enquadram a cena em 2015 mostrando que não é um passado tão distante assim.

Cena 11 = June e Emily conversam pela primeira vez de verdade

Emily pergunta a June quem era Moira e elas começam a falar pela primeira vez sobre as suas vidas anteriores. June explica que conhecia Moira desde antes do Red Center, fala que tentou fugir com sua filha e marido mas que eles foram pegos, o marido foi morto e ela virou Aia. Emily conta uma

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