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4 Desenvolvimento e Resultados

4.3 Resultados – Conforto Acústico

4.3.3 Resultado das Medições e da verificação dos requisitos normativos

4.3.3.1 Resultado das Medições Acústicas

As medições dos pontos internos e externos seguiram as recomendações da NBR 10.151 (ABNT, 2000). Coletaram-se dados de três pontos, distantes a 1,00m de superfícies refletoras, posicionados na porção intermediária das salas. O resultado do valor interno de cada sala avaliada, correspondeu à média dos valores medidos nos três pontos internos. Nas medições externas, obtiveram-se dados de dois pontos, um próximo da fachada com maior número de vãos e outro próximo da fachada onde está localizada da porta de acesso, espaço esse de circulação dos usuários. Nos locais externos das edificações, o decibelímetro estava localizado a mais de 2,00m de distância em relação às paredes, e a 1,20m de altura do piso. Na tabela 48 são apresentados os resultados das medições acústicas no interior e no exterior das salas 11 e 14, do Prédio 63, e das salas 01 e 02, do Prédio 102, nos turnos da manhã e da tarde, respectivamente.

Tabela 50 - Resultados das medições acústicas das salas 11 e 14, do Prédio 63, e das salas 01 e 02, do Prédio 102, nos turnos da manhã e da tarde.

Prédio/ Salas

Turno - Manhã Turno - Tarde Média 03 pontos Internos (dB) Média 04 pontos Externos (dB) Média 03 pontos Internos (dB) Média 04 pontos Externos (dB) Prédio 63 Sala 11 51 53 53 57 Prédio 63 Sala 14 52 55 Prédio 102 Sala 01 47 52 47 52 Prédio 102 Sala 02 45 41

Sobre as salas do Prédio 63, os resultados revelaram que há uma pequena diferença em relação aos níveis de ruídos internos apresentados em ambos turnos, tanto na sala 11 quanto na sala 14, em torno de 3 dB. Em relação ao meio externo, também houve pouca variação, sendo o maior nível identificado na sala 11, no turno da tarde, com diferença de 5 dB. No Prédio 102, na sala 01, observou-se que os

valores foram idênticos nos turnos da manhã e da tarde. Na sala 02 se verificou a diferença de 4 dB, em relação aos dois turnos. Sobre a comparação entre os valores internos e externos, verificou-se maior discrepância na sala 02, no turno da tarde, resultando em diferenças de 11 dB de nível sonoro.

Comparando-se as salas localizadas nas extremidades das edificações, verificou-se que a sala 11, do Prédio 63, apresentou níveis de ruídos internos superiores aos da sala 01, do Prédio 102, com variações em torno de 6 dB no turno da tarde. Já em relação aos níveis de ruído aéreos externos, foi o Prédio 102 que apresentou maior nível de ruído. Sobre as edificações localizadas na região intermediária das edificações, também a sala 14 do Prédio 63, apresentou pior situação, com níveis de ruídos superiores aos da sala 02, em ambos turnos, sendo que a diferença maior foi verificada no turno da tarde, diferenças de nível acústico em torno de 14 dB.

Também foi importante considerar a posição dos ventos dominantes, que segundo a Estação Agroclimatológica de Pelotas (ver Anexo C), para o período experimental, indicava a probabilidade de ventos oriundos da orientação sul. Se esta condição ocorreu, provavelmente contribuiu para a propagação dos sons da rua de acesso principal, que possui tráfego de veículos, em direção ao Prédio 63. Em relação ao Prédio 102, na direção sul existem edificações que provavelmente bloqueiam os sons provenientes de ruídos aéreos externos. Observa-se que a movimentação de usuários e a presença de ruídos aéreos externos é superior no entorno do Prédio 63. Também se acredita que as árvores que existem ao redor do prédio mais antigo, também estejam contribuindo para amenizar os ruídos externos, devido à absorção acústica promovida pela vegetação. Os níveis de ruídos aéreos externos medidos em ambas edificações obtiveram valores semelhantes, embora havendo diferenças na intensidade de geração de ruídos no entorno de cada edificação estudada.

As pequenas as diferenças observadas entre os níveis de ruído internos e externos, principalmente do Prédio 63, se deram, provavelmente pelo fato de que as janelas do tipo basculante em ferro já não proporcionam a vedação adequada das salas 11 e 14. Também identificou-se que nas salas 01 e 02 do Prédio 102, as janelas apresentavam frestas que diminuíram substancialmente, a condição de isolamento acústico dos ambientes.

4.3.3.2 Avaliações de Conforto Acústico – Segundo a NBR 10.152

A fim de se verificar a adequação das salas 11 e 14 do Prédio 63 e das salas de aula 01 e 02 do Prédio 102 quanto aos níveis de ruído para salas de aula, requeridos pela NBR 10.152, comparam-se os requisitos normativos com os níveis de ruído verificados nas medições acústicas, apresentados na tabela 49.

Tabela 51 – Comparação entre os requisitos da NBR 10.152 e os valores de níveis de ruído verificados no interior das salas 11 e 14, do Prédio 63, e das salas 01 e 02, do Prédio 102.

Requisitos

Prédio 63 Prédio 102

Sala 11 Sala 14 Sala 01 Sala 02

Manhã Tarde Manhã Tarde Manhã Tarde Manhã Tarde

40 – 50 dB

51 dB 53 dB 52 dB 55 dB 47 dB 47 dB 45 dB 41 dB

Atendido Não atendido

Verificou-se que apenas as salas do Prédio 102, atenderam aos requisitos da NBR 10.152, quanto ao nível de ruído para ambientes de salas de aula. Salienta-se entretanto, que os valores dos níveis de ruído verificados nas salas 11 e 14 do Prédio 63, ficaram muito próximos do valor máximo aceitável de acordo com a normativa em questão.

Em função das análises realizadas, acredita-se que o principal responsável pelo não atendimento aos requisitos normativos, ou o nível sonoro superior aos recomendados, nas salas 11 e 14, do Prédio 63, foram as frestas existentes nas janelas basculantes. Tal condição de baixa manutenção acabou por possibilitar a transmissão dos ruídos aéreos externos para o interior dos ambientes.