Fonte: Elaboração própria.
Como resultado a situação ambiental da cidade de Campina Grande em detrimento da análise do abastecimento público de água potável e do saneamento básico demonstrou que 90% da cidade, e por isso, quase sua totalidade, possui acesso ao abastecimento público de água potável e a rede de saneamento básico, ambos os serviços realizados pela CAGEPA. Espacialmente, observa-se que a maioria dos bairros estão concentrados nas regiões do centro da cidade, zonas leste e oeste. Tais dados apontam que tanto as áreas comerciais como as do centro da cidade, como as residenciais economicamente abastadas como, por exemplo, o bairro da Prata (0,99) e as menos favorecidas como o bairro do Pedregal (0,93), possuem oportunamente acesso aos serviços públicos básicos de acesso a água e ao esgotamento sanitário.
4.5.2 Diagnóstico do tema recursos hídricos
Este tema foi analisado partindo das questões ambientais relativas a situação da demanda, disponibilidade e potencialidade (DDP) dos recursos hídricos para Campina Grande, pela quantidade de chuvas que caem na região (pluviometria) e que possibilita a
disponibilidade da água, da capacidade de armazenamento do manancial – potencialidade, e, da demanda para o acesso e uso da água pela população.
Essa análise permite ter o conhecimento da origem da água que abastece o manancial açude Epitácio Pessoa, quando e quanto chove, e quais são os veículos que servem de suporte para o abastecimento de água de toda uma população urbana. Desse modo, identificam-se os bairros que se servem das mais variadas formas para manter os domicílios com água, quais os meses mais chuvosos, quais os meses menos chuvosos e assim planejar a vida da população das cidades a sua realidade hídrica. Ao se obter tais informações se pode planejar ações que visem diminuir o impacto de períodos de estiagens prolongadas e de captar água da chuva, aumentando assim, efetivamente, a capacidade de resiliência socioecológica urbana.
4.5.2.1 Grupo de Indicadores Acesso a abastecimento de água - Forma de abastecimento (IAAA)
Para o grupo de indicadores acesso a abastecimento de água (forma de abastecimento), foi considerado que a população pode se encontrar em estado de resiliência ou não, de acordo com a forma da qual tem acesso ao recurso hídrico dentro dos vieses da DDP.
Assim, considerou-se, as formas de abastecimento de água dos bairros de Campina Grande e as condições pluviais do regime hídrico mensal/anual para Campina Grande e Monteiro. O estudo da pluviometria de ambas localidades legitima os períodos maiores e menores de chuvas e as capacidades máximas e mínimas de se armazenar água.
Desse modo, investigou-se o regime de balanço hídrico de Campina Grande, por ser a cidade para aplicação do escopo geográfico de pesquisa e para conhecer suas possíveis probabilidades de se captar água de chuva no meio urbano. E se fez necessário conhecer o regime do balanço hídrico de Monteiro, pois as águas que abastecem o açude Epitácio Pessoa provêm do rio Paraíba - bacias do alto curso do rio Paraíba e da Sub-Bacia do rio Taperoá. As águas do rio Paraíba nascem na Serra do Jabitacá localizada geograficamente em Monteiro. Por tais motivos, se faz prioritário o estudo das duas localidades para se obter dados relevantes e informações fidedignas a respeito das águas disponíveis para a população de Campina Grande.
A fim de verificar essas informações, foram trabalhados 8 indicadores: 4 com relação positiva, referentes a rede geral, ao balanço hídrico normal mensal (CAD=100 mm), ao balanço hídrico normal mensal (ARM ≥ 100 mm), e do balanço hídrico normal mensal (EXC), contribuindo para o aumento da resiliência. E, 4 indicadores com relação negativa, poço ou nascente na propriedade, carro-pipa ou água da chuva, água da chuva armazenada em cisterna, e, extrato do balanço hídrico normal (DEF). Esses contribuem para a diminuição da resiliência. Esse grupo espelha a condição de menor ou maior capacidade de resiliência das capacidades de atender a população da cidade através da demanda, disponibilidade e potencialidade do manancial de abastecimento e da região hidrográfica.
4.5.2.1.1 Indicador Rede geral (Forma de abastecimento de água) – I1AAA
a) Características do indicador
Este indicador se refere quanto a forma de abastecimento de água do domicílio ou terreno, ou se na propriedade onde está localizado encontra-se ligado a uma rede geral de distribuição de água.
b) Critério e parâmetro de análise
Como critério foram utilizadas as áreas urbanas onde a maior parte das famílias possuem domicílios com rede geral de abastecimento de água; e, como parâmetro, foram utilizados os bairros onde há maior percentagem de domicílios que possuem rede geral como forma de abastecimento de água.
c) Justificativa de uso do indicador
O uso desse indicador se justifica pelo fato de quão necessário é que os domicílios possuam acesso a canalização de águas. Isso traduz-se na forma como esse abastecimento de água é conduzido até as residências, e no acesso e utilização das águas pelos domiciliares.
d) Relação/Função do indicador
Este indicador tem uma relação positiva com a resiliência, porque contribui para seu aumento. Desse modo, foi aplicada a técnica de interpolação de dados através das variáveis, considerando a fórmula da relação positiva e como critério de análise os níveis muito baixo, baixo e alto de resiliência em cada bairro.
e) Resultados obtidos
Este indicador apresentou um índice de muito baixo resiliência nos bairros Araxá (0,13), Novo Bodocongó (0,00) e Serrotão (0,10).
Este indicador apresentou um índice de muito alto resiliência nos bairros: Jardim Tavares (0,93), Jeremias (0,94), José Pinheiro (0,89), Lauritzen (1,00), Liberdade (0,95), Louzeiro (0,86), Malvinas (0,86), Mirante (1,00), Monte Castelo (0,98), Monte Santo (0,98), Palmeira (0,93), Pedregal (0,85), Prata (0,98), Presidente Médici (0,98), Quarenta (0,94), Ramadinha (0,85), Sandra Cavalcante (0,94), Santa Cruz (0,98), São José (0,99), Santa Rosa (0,93), Santo Antônio (0,95), Tambor (0,95), Três Irmãs (0,97), Universitário (0,87), Vila Cabral (0,95), Acácio Figueiredo (0,90), Velame (0,89) e Jardim Quarenta (0,98).