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Resultado empírico para a presença dos ciclos-políticos sobre a despesa total do Brasil

Gráico 5 – Variações das despesas públicas no período de 2006 a 2010

5.2 A presença dos ciclos-políticos sobre as despesas do Brasil no período de 1994 a

5.2.2 Resultado empírico para a presença dos ciclos-políticos sobre a despesa total do Brasil

O teste econométrico permite verificar se a relação entre as despesas do governo e o calendário são significativos na conjuntura brasileira no período de 1994 a 2014. Desta forma, partindo do modelo (4) obtêm-se os resultados que estão reunidos na tabela 2. Verifica-se que todas as variáveis analisadas são significativas a 95% de nível de significância. Pode-se observar também, que o modelo possui um coeficiente de determinação de 0,9868, o que se pode inferido que 98,68% das variações das despesas podem ser explicadas pelo PIB mais as variáveis politicas utilizadas no modelo.

Além disto, observa-se que o teste de significância geral da regressão (teste F) foi significativo a 95% de nível de significância, concluindo então, que as variáveis do modelo conjuntamente são significativas e exercem influencia sobre a despesa total do governo.

Observou-se também, que a variável PIB é significativa a 95% de nível de significância, e conclui-se que para cada milhão de aumento no Produto Interno Bruno, as despesas do governo sofreram um incremento de R$ 0,12 milhões.

Tabela 2 – Resultado da regressão da despesa total

Calendário Eleitoral Variáveis Coeficiente erro-padrão T p>t

dPIB 0,1259895 0,0420507 3,00 0,003 1994 ALEITA 33635,18 2980,515 11,29 0,000 1995 APOS1FHC1 34947,21 2729,862 12,80 0,000 1996 APOS2FHC1 37434,39 2721,746 13,75 0,000 1997 APREFHC1 39944,8 2720,424 14,68 0,000 1998 AELEFHC1 46742,6 2720,535 17,18 0,000 1999 APOS1FHC2 64571,16 2720,385 23,74 0,000 2000 APOS2FHC2 63062,1 2720,649 23,18 0,000 2001 APREFHC2 64189,6 2720,383 23,60 0,000 2002 AELEFHC2 68000,07 2720,469 25,00 0,000 2003 APOS1LULA1 59604,5 2720,502 21,91 0,000 2004 APOS2LULA1 61828,32 2720,522 22,73 0,000 2005 APRELULA1 69923,88 2721,732 25,69 0,000 2006 AELELULA1 80398,11 2722,198 29,53 0,000 2007 APOS1LULA2 84388,96 2720,645 31,02 0,000 2008 APOS2LULA2 80301,67 2720,379 29,52 0,000 2009 APRELULA2 91006,26 2725,532 33,39 0,000 2010 AELELULA2 99330,8 2721,819 36,49 0,000 2011 APOS1DILMA 106722,4 2720,398 39,23 0,000 2012 APOS2DILMA 110963,9 2720,388 40,79 0,000 2013 APREDILMA 114707,1 2721,435 42,15 0,000 2014 AELEDILMA 120499,1 2720,416 44,29 0,000 R² = 0.9868 F( 22, 228) = 776.72 Prob > F = 0.0000

Fonte: Elaborada pelo autora

Após, serem verificados os resultados obtidos a partir da regressão, que estão reunidas na tabela 2, identificam-se as oscilações incorridas nas despesas do governo, conforme os períodos em que Itamar, FHC, Lula e Dilma estiveram no poder. Para melhor visualização e análise dos resultados, dividem-se os resultados conforme o período em que estes governos estiveram na administração geral do Brasil.

Para verificação das oscilações ocorridas nas despesas do governo no período de 1994 a 1998, onde se compreende o período pré-eleitoral, eleitoral e pós-eleitoral dos governos de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, atribui-se valor 1 para o AELEITA,

APOS1FHC1, APOS2FHC1, APREFHC1 e AELEFHC1 e 0 para o restante das variáveis ,

obtendo-se assim o modelo (6)

(6)

Desta maneira, observando os resultados na tabela 2, pode-se inferir que as variações da despesa do governo em anos eleitorais, pré-eleitorais e pós-eleitorais nos governos de Itamar Franco e o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, do qual compreende o período de 1994 a 1998, são significativas a 95% de nível de significância, ou seja, pode-se afirmar que o calendário eleitoral neste período influenciou as despesas do governo.

O que se observa no gráfico 2, é um aumento no incremento dos gastos do governo no período de 1994 a 1998, porém este crescimento foi maior no ano pré-eleitoral (1997) e eleitoral (1998) do primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso. Logo, observa-se na tabela 3, que no ano de 1997 (ano pré-eleitoral) o governo FHC obteve um incremento em seus gastos anuais de R$ 39.944,8 milhões, enquanto que no ano eleitoral (1998), estes gastos incrementais foram de R$ 46.742,6 milhões ao ano, ou seja, o governo aumentou seus gastos em 17,01% entre o ano pré-eleitoral (1997) e o ano das eleições (1998).

Tabela 3 – Resultado da regressão para a despesa do governo no período de 1994 a 1998

Calendário

Eleitoral Variáveis Coeficiente erro-padrão T p>t

dPIB 0,1259895 0,0420507 3,00 0,003 1994 ALEITA 33.635,18 2980,515 11,29 0,000 1995 APOS1FHC1 34.947,21 2729,862 12,80 0,000 1996 APOS2FHC1 37.434,39 2721,746 13,75 0,000 1997 APREFHC1 39.944,8 2720,424 14,68 0,000 1998 AELEFHC1 46.742,6 2720,535 17,18 0,000

Gráfico 2 – Variações das despesas públicas no período de 1994 a 1998. Fonte: Elaborada pela autora.

Para a análise do período eleitoral e pós-eleitoral do segundo governo de Fernando Henrique Cardoso, compreendido entre o período de 1999 a 2002, atribui-se valor 1 para as variáveis APOS1FHC2, APOS2FHC2, APREFHC2 e AELEFHC2, e 0 para as demais, desta forma, se obtém assim o modelo (7)

(7)

Os resultados econométricos incorridos estão na tabela 4, e pode-se concluir que com 95% de nível de significância, existe significância na relação entre os gastos do governo e o calendário eleitoral em todas as variáveis analisadas.

33.635,18 34.947,21 37.434,39 39.944,80 46.742,60 0,00 5.000,00 10.000,00 15.000,00 20.000,00 25.000,00 30.000,00 35.000,00 40.000,00 45.000,00 50.000,00

ALEITA APOS1FHC1 APOS2FHC1 APREFHC1 AELEFHC1

1994 1995 1996 1997 1998 Δ des pes a do g o v er no ( m ilh õ es/R$ ) Calendário Eleitoral

Tabela 4 – Resultado da regressão para a despesa do governo no período de 1999 a 2002

Ano Variáveis Coeficiente erro-padrão T p>t

dPIB 0,1259895 0,0420507 3,00 0,003

1999 APOS1FHC2 64.571,16 2720,385 23,74 0,000

2000 APOS2FHC2 63.062,1 2720,649 23,18 0,000

2001 APREFHC2 64.189,6 2720,383 23,60 0,000

2002 AELEFHC2 68.000,07 2720,469 25,00 0,000

Fonte: Elaborada pela autora.

Constata-se, a partir do gráfico 3, que ocorreu um aumento nos gastos do governo depois de passado um período após eleições, ou seja, em 1998 o primeiro governo do FHC obteve uma variação de seus gastos anuais no valor R$ 46.742,6, mas em 1999 este valor foi de R$ 64.571,16 milhões anuais. Este aumento no incremento do gasto do governo poder ser justificado pelo fato do orçamento governamental de um período anterior ainda ser vigente no período seguinte, ou seja, no ano de 1999 o atual presidente Fernando Henrique Cardoso executou as tarefas planejadas em 1998 (Tabela 4).

Como é afirmado por Preussler (2001), existe uma tendência de aumento dos gastos do governo após as eleições pelo fato de o governo postergar o pagamento das suas obrigações para o próximo mandato.

Passado o primeiro período após as eleições, visualiza-se no gráfico 3 um declínio incremental nas despesas governamentais, que voltam a subir no ano que antecede as eleições (2001) e continuam a aumentar, porém de forma mais elevada, no ano das eleições (2002). Ou seja, no ano pré-eleitoral, o governo FHC obteve um incremento em seus gastos anuais no valor de R$ 64.189,6 milhões, mas no ano eleitoral (2002) ocorreu um aumento no incremento das despesas do governo de 5,94%, e no ano de 2002 o incremento que o governo FHC obteve foi de R$ 68.000,07 milhões ao ano.

Gráfico 3 – Variações das despesas públicas no período de 1998 a 2002 Fonte: Elaborada pelo autora

Para verificação das oscilações incorridas nas despesas do governo no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (LULA) ocorrido entre 2003 e 2006, admite- se valor 1 para APOS1LULA1, APOS2LULA1, APRELULA1 e AELELULA1 e para as demais variáveis valor 0. Assim, têm-se o modelo (8)

(8)

Desta forma, chega-se aos seguintes resultados na tabela 5. Verifica-se que as variáveis analisadas são significativas a 95% de nível de significância, e assim, conclui-se que as oscilações das despesas do governo são explicadas pelo calendário eleitoral.

46.742,60 64.571,16 63.062,10 64.189,60 68.000,07 0,00 10.000,00 20.000,00 30.000,00 40.000,00 50.000,00 60.000,00 70.000,00 80.000,00

AELEFHC1 APOS1FHC2 APOS2FHC2 APREFHC2 AELEFHC2

1998 1999 2000 2001 2002 Δ des pes a do g o v er no ( m ilh õ es/R$ ) Calendário Eleitoral

Tabela 5 – Resultado da regressão para a despesa do governo no período de 2003 a 2006

Ano Variáveis Coeficiente erro-padrão t p>t

dPIB 0,1259895 0,0420507 3,00 0,003

2003 APOS1LULA1 59.604,5 2720,502 21,91 0,000

2004 APOS2LULA1 61.828,32 2720,522 22,73 0,000

2005 APRELULA1 69.923,88 2721,732 25,69 0,000

2006 AELELULA1 80.398,11 2722,198 29,53 0,000

Fonte: Elaborada pela autora.

Observa-se, a partir do gráfico 4, uma queda acentuada nos gastos do governo entre o ano eleitoral de 2002, em que o governo FHC estava no comando do Brasil, e o primeiro ano após as eleições de 2002, quando o governo Lula entra no poder. Contata-se que a redução dos gastos do governo foi de 12,35% neste período. Além disto, visualiza-se que no segundo ano após as eleições (2004), o incremento anual nos gastos do governo foi de R$ 61.828,32 milhões, porém no ano pré-eleitoral (2005) o governo obteve anualmente um incremento de R$ 69.923,88 milhões nas contas públicas, chegando a um crescimento de 13,09% neste período.

Assim, verifica-se que houve aumento nas despesas do governo Lula, entre o período compreendido do ano pré-eleitoral ao ano eleitoral, do qual significou um adição de 14,98% aos cofres públicos, ou seja, no ano pré-eleitoral o incremento no gasto do governo, como dito anteriormente foi de R$ 69.923,88 ao ano, enquanto que no ano das eleições de 2006 o governo obteve um incremento anual de R$ 80.398,11 milhões nas suas despesas (Gráfico 4).

Gráfico 4 – Variações das despesas públicas no período de 2002 a 2006 Fonte: Elaborada pela autora.

Para se verificar a influência do calendário eleitoral sobre as despesas do governo no segundo governo Lula, atribui-se valor 1 para as variáveis, APOS1LULA2, APOS2LULA2,

APRELULA2 e AELELULA2, e para o restante valor 0. Desta forma, o modelo a ser

analisado é:

(9)

Os resultados da análise econométrica são apresentados na tabela 6. Percebe-se que existe significância estatística nos anos pós-eleitorais, pré-eleitoral e eleitoral, ou seja, para 95% de nível de significância, as oscilações das despesas governamentais são influenciadas pelo calendário eleitoral, formando-se ciclos oportunistas.

68.000,07 59.604,50 61.828,32 69.923,88 80.398,11 0,00 10.000,00 20.000,00 30.000,00 40.000,00 50.000,00 60.000,00 70.000,00 80.000,00 90.000,00

AELEFHC2 APOS1LULA1 APOS2LULA1 APRELULA1 AELELULA1

2002 2003 2004 2005 2006 Δ des pes a do g o v er no ( m ilh õ es/R$ ) Calendário Eleitoral

Tabela 6 – Resultado da regressão para a despesa do governo no período de 2007 a 2010

Ano Variáveis Coeficiente erro-padrão t p>t

dPIB 0,1259895 0,0420507 3,00 0,003

2007 APOS1LULA2 84.388,96 2720,645 31,02 0,000

2008 APOS2LULA2 80.301,67 2720,379 29,52 0,000

2009 APRELULA2 91.006,26 2725,532 33,39 0,000

2010 AELELULA2 99.330,8 2721,819 36,49 0,000

Fonte: Elaborada pela autora.

Nota-se, a partir do gráfico 5, que após as eleições de 2006, o governo Lula reduziu seus incrementos de despesas somente no segundo ano após as eleições, ou seja, a despesa incremental anual do segundo governo Lula em 2007 (que representa um ano após as eleições) foi de R$ 84.388,96 milhões, superior ao incremento da despesa incorrida no ano eleitoral (2006) que representou para os cofres públicos um aumento de R$ 80.398,11 milhões. Este aumento pode ser consequência do planejamento orçamentário no ano eleitoral que é vigente até um ano após as eleições.

Passado dois anos após as eleições (2008), verifica-se um declínio incremental nos gastos do governo, em referência ao ano anterior, de 4,84%, ou seja, enquanto que em 2007 o governo Lula obteve um gasto incremental anual de R$ 84.388,96, em 2008 este gasto incremental foi reduzido para R$80.301,67 milhões ao ano. (Gráfico 5)

Porém, ao iniciar o ano pré-eleitoral (2009), observa-se um aumento nos incrementos das despesas do governo Lula de 13,33%, ou seja, em 2009 o governo Lula obteve um gasto incremental de R$ 91.006,26 milhões anuais, enquanto que no ano de 2008 este gasto incremental, como dito anteriormente, foi de R$ R$ 80.301,67 milhões ao ano (Gráfico 5).

Além disto, no ano de 2010, que corresponde ao ano das eleições, do qual o governo Lula não poderia mais concorrer à presidência da república, uma vez que este já tinha sido reeleito uma vez, o governo continuou a expandir seus gastos. Observou-se assim que entre o período pré-eleitoral e eleitoral o governo Lula aumentou seus gastos em 9,15%, ou seja, em 2009 o governo teve um gasto incremental, como visto anteriormente, de R$ 91.006,26 milhões, mas em 2010, a despesa incremental anual do governo foi de R$ 99.330,8 milhões (Gráfico 5).

Gráfico 5 – Variações das despesas públicas no período de 2006 a 2010 Fonte: Elaborada pelo autora

Para a análise das oscilações das despesas do governo no primeiro mandato em que a presidente Dilma esteve no poder, atribui-se valor 1 para as variáveis: APOS1DILMA,

APOS2DILMA, APREDILMA e AELEDILMA, do qual corresponde o período entre 2011

e 2014, e valor 0 para as demais variáveis. Desta forma, obteve-se o modelo (10)

(10)

Na tabela 7 são apresentados os resultados obtidos a partir da análise econométrica. Visualiza-se assim que todas as variáveis são significativas a 95% de nível de significância, ou seja, o calendário eleitoral exerceu influência sobre as despesas do governo no primeiro mandato do governo Dilma Rousseff.

80.398,11 84.388,96 80.301,67 91.006,26 99.330,80 0,00 20.000,00 40.000,00 60.000,00 80.000,00 100.000,00 120.000,00

AELELULA1 APOS1LULA2 APOS2LULA2 APRELULA2 AELELULA2

2006 2007 2008 2009 2010 Δ des pes a do g o v er no ( m ilh õ es/R$ ) Calendário Eleitoral

Tabela 7 – Resultado da regressão para a despesa do governo no período de 2011 a 2014

Ano Variáveis Coeficiente erro-padrão T p>t

dPIB 0,1259895 0,0420507 3,00 0,003

2011 APOS1DILMA 106.722,4 2720,398 39,23 0,000

2012 APOS2DILMA 110.963,9 2720,388 40,79 0,000

2013 APREDILMA 114.707,1 2721,435 42,15 0,000

2014 AELEDILMA 120.499,1 2720,416 44,29 0,000

Fonte: Elaborada pela autora.

Nota-se que em todo o período em que Dilma esteve no poder as despesas governamentais foram crescentes, ou seja, em nenhum período, mesmo no ano após as eleições de 2010, os gastos foram decrescentes (Gráfico 6).

O que se percebe é que o maior incremento nos gastos ocorreu entre os anos de 2013 e 2014, que correspondem ao período pré-eleitoral e eleitoral. O acréscimo nos gastos do governo neste período corresponde a 5,05%, enquanto que nos anos anteriores o aumento dos incrementos das despesas do governo não passou de 4% anuais (Gráfico 6).

Assim, vê-se que no primeiro ano após as eleições de 2010, o governo Dilma obteve um incremento nas despesas anuais de R$ 106.722,4 milhões, um ano após o incremento da despesa do governo foi de R$ 110.963,9 milhões, obtendo assim um aumento de 3,97% para os cofres públicos. Porém, no ano que antecedeu as eleições de 2014, o governo Dilma obteve um incremento nas despesas de R$ 114.707,1 milhões anuais e já no ano eleitoral este incremento foi de R$ 120.499,1 milhões ao ano (Gráfico 6).

A partir desta análise se observa que Dilma não obteve declínios nos gastos após as eleições, este resultado também é encontrado por Britto (2014), onde este demonstra que no governo Dilma não ocorreu o ajuste fiscal e monetário que se faz necessário após as eleições. Além disto, segundo o autor, os gastos com programas sociais foram crescentes no período em que Dilma esteve no poder, principalmente no ano de 2014.

Gráfico 6 – Variações das despesas públicas no período de 2010 a 2014 Fonte: Elaborada pela autora.

Após a análise de todos os governos que estiveram no poder central do Brasil no período de 1994 a 2014, pode-se perceber que em todos os governos o aumento da despesa do governo foi maior entre os períodos pré-eleitorais e eleitorais.

Além disto, os anos que tiveram os maiores aumentos incrementais nas despesas foram os anos de 1998 e 1999, que compreende o período eleitoral e pós-eleitoral do qual ocorreu à reeleição do governo FHC.

Também ocorreram significativos aumentos no incremento das despesas governamentais no ano de 2006, do qual o presidente Lula estava no poder e concorrendo a reeleição, e no ano de 2009 que compreende o ano pré-eleitoral do segundo mandato do governo Lula e do qual a presidenta Dilma estava concorrendo na eleição.

De uma maneira geral, pode-se observar que até o ano de 2002, os gastos foram crescentes mesmo em períodos pós-eleitorais, que segundo a literatura deveriam declinar. Em conformidade com o que foi exposto, o trabalho de Preussler (2001) dispôs dos mesmos resultados encontrados na presente pesquisa. Preussler (2001) em uma análise das despesas do governo federal, no período de 1980 a 2000, verificou que os gastos do governo federal aumentaram em períodos anteriores às eleições, mas os mesmos continuaram crescentes em períodos posteriores as eleições (geralmente um ano).

99.330,80 106.722,40 110.963,90 114.707,10 120.499,10 0,00 20.000,00 40.000,00 60.000,00 80.000,00 100.000,00 120.000,00 140.000,00

AELELULA2 APOS1DILMA APOS2DILMA APREDILMA AELEDILMA

2010 2011 2012 2013 2014 Δ des pes a do g o v er no ( m ilh õ es/R$ ) Calendário Eleitoral

Porém, a partir de 2003 até 2010, o que se visualizou foi um declínio nos gastos do governo no período pós-eleitoral e um aumento dos mesmo nos períodos eleitorais. Tais resultados também são encontrados nas análises de Salvato et al. (2007), Nakaguma e Bender (2010) , Araújo e Filho (2010) e Bittencout (2002), onde evidenciaram tendências de aumentos dos gastos do governo nos anos pós-eleitorais, onde ocorreu um declínio na taxa de crescimento do gasto governamental, e um aumento do gasto em períodos anteriores as eleições.

Já nos anos de 2011 a 2014, observou-se um aumento progressivo dos gastos do governo em todo o período analisado, e foram encontrados os mesmos resultados nas analises de Britto (2014) como mencionado anteriormente.

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