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Etapa 3 – Avaliação da Rede de Relacionamento

3 RESULTADOS DA PESQUISA

Como descrito na metodologia, a pesquisa foi realizada em três etapas distintas, com o intuito de avaliar a ARCO sob diferentes dimensões: a financeira, o relacionamento com a comunidade e a rede na qual ela está inserida.

Uma vez que o trabalho realizado tem diversas facetas, também dever ser avaliado sob múltiplas perspectivas. Dada a limitação de tempo e escopo, para este trabalho foram analisadas as três já mencionadas.

Etapa 1 – Análise do desempenho financeiro da ARCO

Nesta etapa, é realizada a análise financeira da ARCO, dos de anos 2003 a 2011, para verificar seu desempenho e sua relação com doadores privados e convênios com órgãos públicos, identificando os elementos que contribuem para sua atuação.

Os dados foram extraídos dos balanços e dos demonstrativos de déficit e superávit da ARCO, que é auditada semestralmente por uma empresa externa, conforme Lei No 12.1019, de 2009, que exige que instituições sem fins lucrativos sejam auditadas por órgãos externos.

9 Lei no 12.101 de 27/11/2009

– Art. 29 inciso VIII – VIII - apresente as demonstrações contábeis e financeiras devidamente auditadas por auditor independente legalmente habilitado nos Conselhos Regionais de Contabilidade quando a receita bruta anual auferida for superior ao limite fixado pela Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006.

Balanços e Demonstrativos de Déficit e Superávit

A análise vertical do balanço permite avaliar a importância das principais contas em relação ao total do ativo e do passivo. Além disso, propicia a verificação da evolução dessa importância ao longo do tempo.

A apreciação do exigível x patrimônio líquido permite visualizar o grau de dependência da ARCO em relação a recursos externos (fornecedores, taxas e impostos a pagar, salários a pagar e contribuições sociais a recolher). O exigível é portanto composto por todos os compromissos financeiros da instituição perante terceiros. O patrimônio líquido, por sua vez, corresponde aos recursos próprios da instituição, ou seja, as contribuições efetuadas por associados, doações recebidas em bens do ativo imobilizado, como por exemplo terrenos, construção de salas, equipamentos de informática, e os superávits anuais.

O exame do gráfico 1, que representa os anos de 2003 a 2011, permite observar que os recursos próprios (patrimônio líquido) representavam cerca de 90% do total do ativo/passivo até 2009. No entanto, nos anos de 2010 e 2011 essa tendência se inverte, ou seja, a contribuição do patrimônio líquido no total do ativo/passivo10 cai para 45,6% e 32,1% respectivamente. Isso se deu por duas razões principais:

 Aprimoramento da contabilização por competência de obrigações trabalhistas e sociais; e

 Recebimento de recursos de projetos sociais a serem aplicados no exercício subsequente (os projetos do FUMCAD antecipam as verbas trimestralmente).

10 Passivo é a soma do exigível mais patrimônio líquido, ou seja, a soma dos recursos próprios e de terceiros que compõem as obrigações financeiras da ARCO.

Gráfico 1

Análise Vertical do Balanço – Exigível x Patrimônio Líquido

Fonte: Balanços da ARCO de 2003 a 2011.

Pode-se afirmar que, a partir de 2010, o grau de endividamento da ARCO aumentou. Para averiguar se as operações da instituição foram colocadas em risco, torna-se necessário verificar se o aumento do exigível foi acompanhando do correspondente crescimento do ativo realizável.

Com efeito, verifica-se no Gráfico 2, um crescimento da participação do realizável nas contas do ativo com a correspondente redução da importância do ativo imobilizado. Isto se deu em função:

 Da elevação dos valores das subvenções a receber no próximo exercício (especialmente em 2011), explicado substancialmente pelo aumento de projetos FUMCAD, que antecipam verbas para o trimestre seguinte,

 Do aumento dos valores aplicados no mercado financeiro, como reserva para a execução de projetos nos exercícios futuros e, ainda,

87,1 87,9 98,1 86,5 90,6 91,9 89,6 45,6 32,1 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Exigível x Patrimônio Líquido

Exigível

 Do aprimoramento dos registros contábeis a partir de 2010, quando passam a ser registrados os adiantamentos a funcionários no ativo realizável.

Gráfico 2

Análise Vertical do Balanço – Ativo Realizável x Ativo Imobilizado

Fonte: Elaborado a partir dos balanços da instituição

As mudanças na estrutura do balanço da ARCO, a partir de 2010, não afetaram suas operações, uma vez que o crescimento do endividamento foi neutralizado por um aumento correspondente do ativo realizável. Essas mudanças se devem mais ao aprimoramento contábil do balanço da instituição, com diversas contas passando a registrar valores realizáveis e exigíveis por competência. A única mudança significativa no comportamento operacional da instituição foi o aumento dos projetos subvencionados pelo FUMCAD. Os valores relativos a estes projetos são desembolsados trimestralmente, gerando saldos no final do exercício com a contrapartida do exigível de ―subvenções a realizar‖ para o exercício seguinte.

Com a análise horizontal (ou evolutiva) é feita a avaliação das contas da demonstração financeira com as respectivas de anos anteriores, permitindo que se verifiquem tendências e a evolução ao longo dos anos. Para realizar esta análise é

46,9 47,1 55,5 60,8 58,8 59,4 49,0 70,1 75,6 53,1 52,9 44,5 39,2 41,2 40,6 51,0 29,9 24,4 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Ativo Realizável x Ativo Imobilizado

Ativo Realizável Ativo Imobilizado

necessário atualizar todos os valores dos anos anteriores trazendo-os para valor presente. O IPCA foi o índice oficial de inflação utilizado neste trabalho, fornecido pelo IBGE, para realizar a correção das contas dos anos anteriores a 2011, conforme exibido na tabela 5.

Tabela 5

Índices de inflação IPCA do IBGE

Fonte: IBGE

A análise evolutiva das contas passivas (gráfico 3) mostra o crescimento do exigível, por conta do aprimoramento da contabilização por competência de obrigações trabalhistas e sociais e do recebimento dos recursos do FUMCAD antecipadamente. Revela também uma evolução negativa, em termos reais, do patrimônio líquido (-5,4%), em decorrência, principalmente, dos seguintes fatores:

 Baixos superávits verificados no período, em face da aplicação de todos os recursos disponíveis nas atividades da entidade, e

 O fato de não haver nenhuma reserva de segurança para eventuais atrasos nos repasses.

M o e d a C o n stan te (in flato r: IP C A d o IBG E )

2 0 0 3 2 0 0 4 2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7 2 0 0 8 2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 Ín d ic e IP C A - IBG E 1 ,5 2 6 6 2 3 1 ,41 8 7 9 5 1 ,3 4 2 4 1 1 1 ,3 0 1 5 4 3 1 ,2 4 5 9 7 3 1 ,1 7 6 5 5 6 1 ,1 2 7 9 4 2 1 ,0 6 5 0 0 0 1 ,0 0 0 0 0 0 V a riaç ão an u al IP C A - IB GE 7 ,6 5 ,6 9 3,1 4 4 ,4 6 5 ,9 4 ,3 1 5 ,9 1 6 ,5

Gráfico 3

Análise Horizontal do Balanço – Exigível x Patrimônio Líquido

Fonte: Elaborado a partir dos balanços da instituição

A análise evolutiva das contas ativas (gráfico 4) destaca o crescimento do ativo realizável nos dois últimos exercícios, bem como a estabilidade, em termos reais, do ativo imobilizado. Isso se explica principalmente por que:

 As áreas de terreno se mantiveram estáveis desde 2001, quando da compra da área onde hoje se encontram o CCA e CJ;

 As edificações que vêm sendo realizadas ao longo do tempo com o apoio da comunidade e a custos relativamente baixos, e

 Muitos equipamentos são adquiridos por doações. - 50.000 100.000 150.000 200.000 250.000 300.000 350.000 400.000 450.000 500.000 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Exigível x Patrimônio Líquido

Exigível

Gráfico 4

Análise Horizontal do Balanço – Ativo Realizável x Ativo Imobilizado

Fonte: Elaborado a partir dos balanços da instituição

Ao se examinar o superávit do período (Gráfico 5) fica claro que o superávit é baixíssimo, pondo em risco a continuidade da operação, bem como a capacidade da ARCO de responder a eventuais dificuldades que possa sofrer caso haja atrasos nos repasses de convênios ou projetos.

- 100.000 200.000 300.000 400.000 500.000 600.000 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Ativo Realizável x Ativo Imobilizado

Ativo Realizável Ativo Imobilizado

Gráfico 5

Análise Horizontal do Balanço – Ativo Realizável x Ativo Imobilizado

Fonte: Elaborado a partir dos balanços da instituição

As análises, tanto a horizontal quanto a vertical chegaram à mesma conclusão: crescimento do exigível e realizável, seja em termos percentuais no valor total do ativo, seja em crescimento real ao longo do tempo. O superávit que vem sendo obtido é baixo em função da escala atual de operações da ARCO, o que traz risco de manter uma atuação regular (sem atrasos de salários, sem sobressaltos nos pagamentos de contas de fornecedores e sem atropelos para pagamentos de encargos, sem dificuldades para compra de insumos essenciais para as atividades educacionais e assistenciais).

A estrutura das contas das receitas e despesas será analisada no item a seguir. -80.000 -60.000 -40.000 -20.000 - 20.000 40.000 60.000 80.000 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Superávit do Exercício

Superávit do Exercício

Receitas e Despesas

É fundamental examinar a composição das receitas e sua evolução para compreender as origens dos recursos da ARCO, bem como sua dependência de determinados tipos de financiamento, como por exemplo governos, organizações estrangeiras, empresas, etc. Adicionalmente, é possível constatar se houve mudanças significativas e identificar tendências no comportamento dos investidores ao longo do tempo.

No gráfico 6, observa-se a crescente participação das verbas governamentais nas receitas da ARCO, que passaram de 47,8% em 2003 para 75,9% em 2011. As atividades próprias geradoras de receita apresentam uma participação marginal na composição das receitas (média de 1,5% no período). A não ser pelo ingresso de um prêmio em 2008 (FIES - Itaú11, no valor de R$ 166 mil, projeto da Creche, orientado à educação infantil), a participação das contribuições de particulares no Brasil tem sido declinante desde 2006.

As contribuições da Associação Suíça "Amigos da Arco" apresentam um comportamento mais volátil, em função das variações cambiais e da própria crise internacional (2008). Saliente-se ainda, que os recursos da Suíça são utilizados para suprir déficits das receitas advindas do Brasil, o que fica demonstrado ao se verificar que a linha ―Amigos da ARCO (Suíça)‖ é complementar à linha ―Particulares (Brasil)‖.

11 FIES Itaú

– Prêmio Itaú de Excelência Social – Criado em 2004, o Fundo Itaú Excelência Social (FIES) é um fundo que aplica seus recursos em ações de empresas socialmente responsáveis. Visando contribuir para a melhoria da qualidade da educação no Brasil, o fundo destina 50% da sua taxa de administração a organizações não governamentais que atuam em três eixos: Educação Infantil, Educação para o Trabalho e Educação Ambiental. Disponível em:

http://ww18.itau.com.br/fies/_base_interno.html?url=cont_sobre_fies.html?url=pic_sobre_fies.html. Acesso em: 03 fev. 2013.

Gráfico 6

Análise Vertical das Receitas – Origem das receitas

Fonte: Elaborado a partir dos balanços da instituição

Mesmo que os repasses do FUMCAD fossem considerados como contribuições de particulares no Brasil (Gráfico 7), ainda assim a participação desse grupo no total das receitas da ARCO seria declinante, especialmente se fosse desconsiderada a contribuição extraordinária do FIES - Itaú em 2008, um projeto pontual.

Mesmo com a reclassificação das receitas do FUMCAD, as contribuições de entidades governamentais continuariam sendo as mais importantes, atingindo mais de 60% da receita em 2010 e 2011. 30,2 31,3 34,6 22,8 22,1 7,1 22,3 19,9 15,4 21,1 22,3 24,6 27,0 26,3 37,1 15,4 7,8 8,1 47,8 44,5 39,6 47,5 49,9 53,5 60,7 71,5 75,9 1,0 1,9 1,2 2,7 1,7 2,3 1,6 0,9 0,6 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Origem dos Recursos

Gráfico 7

Análise Vertical das Receitas – Origem dos recursos - reclassificação

Fonte: Elaborado a partir dos balanços da instituição

A evolução das receitas em moeda constante de dezembro de 2011 (gráfico 8) confirma que apenas as receitas oriundas de entidades governamentais cresceram significativamente em termos reais (252,3% de 2003 a 2011), enquanto as receitas decorrentes de contribuições do setor privado permaneceram relativamente constantes, em termos reais. Este número não pode ser analisado sem que seja comparado ao número de assistidos, uma vez que os convênios são celebrados por este número. Em 2009 aumentou em 10 o número de assistidos pelo CJ e, em 2010 o número de crianças e jovens assistidos pelo CCA e CJ juntos foi para 420, um aumento de 71%. Outro ponto importante foi o aumento, em 2010, no valor médio por assistido, que sofreu um aumento de 13% em termos reais.

As contribuições dos particulares brasileiros apresentaram uma redução de 15,1% em termos reais, compensada com ligeira folga por um aumento das captações na Suíça, de 12,9% também em termos reais, confirmando que a Suíça tem papel de suprir os recursos necessários que não são captados no Brasil.

30,2 31,3 34,6 22,8 22,1 7,1 22,3 19,9 15,4 21,1 22,3 24,6 27,0 29,2 41,9 21,4 18,2 21,2 47,8 44,5 39,6 47,5 47,0 48,6 54,8 61,1 62,8 1,0 1,9 1,2 2,7 1,7 2,3 1,6 0,9 0,6 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Origem dos recursos - reclassificação

"Amigos da Arco" (Suíça) Subtotal Particulares (Brasil)

Gráfico 8

Análise Horizontal das Receitas – Evolução dos recursos em moeda constante

Fonte: Elaborado a partir dos balanços da instituição

Novamente considerando os repasses do FUMCAD como advindos de particulares no Brasil (gráfico 9), observamos que este grupo passa a ser mais relevante e mais estável do que as contribuições vindas do exterior. De qualquer modo, os repasses governamentais continuam sendo de longe os mais importantes.

- 200.000 400.000 600.000 800.000 1.000.000 1.200.000 1.400.000 1.600.000 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Evolução dos recursos em moeda constante

"Amigos da Arco" (Suíça) Subtotal Particulares (Brasil)

Gráfico 9

Análise Horizontal das Receitas – Evolução dos recursos em moeda constante -

reclassificação

Fonte: Elaborado a partir dos balanços da instituição

Outra perspectiva importante de se analisar as receitas é comparar receitas e despesas por grandes linhas de atividade da ARCO, ou seja, onde os recursos são aplicados na operação da instituição. Foi feita análise dos últimos quatro anos (de 2008 a 2011).

A tabela 6, a seguir, foi montada a partir dos dados dos balanços e números de assistidos fornecidos pela ARCO.

- 200.000 400.000 600.000 800.000 1.000.000 1.200.000 1.400.000 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Evolução das receitas em moeda constante -

reclassificação

"Amigos da Arco" (Suíça) Subtotal Particulares (Brasil)

Tabela 6

Análise Horizontal das Receitas – Evolução dos recursos em moeda corrente

Fonte: Elaborado a partir dos balanços da instituição

MOEDA CORRENTE

2011 2010 2009 2008

Atividade Social

Secr. Mun. Ass. Des. Social R$ 756.027 R$ 752.765 R$ 501.999 R$ 316.642 Despesas da atividade de

ass. Social R$ 809.022 R$ 802.288 R$ 469.117 R$ 275.144 Déficit -R$ 52.995 -R$ 49.523 R$ 32.882 R$ 41.498 número crianças/jovens 420 420 300 290

Receita por criança/jovem R$ 1.800 R$ 1.792 R$ 1.673 R$ 1.092

Despesa por criança/jovem R$ 1.926 R$ 1.910 R$ 1.564 R$ 949

Atividade Educacional R$ 2.011 R$ 2.010 R$ 2.009 R$ 2.008 Secr. Mun. Educação R$ 502.788 R$ 428.919 R$ 256.767 R$ 147.936 Despesas da Atividade

Educacional R$ 553.480 R$ 441.396 R$ 382.403 R$ 304.628 Déficit -R$ 50.692 -R$ 12.477 -R$ 125.636 -R$ 156.692

número crianças 118 118 116 116

Receita por criança R$ 4.261 R$ 3.635 R$ 2.214 R$ 1.275 Despesa por criança R$ 4.691 R$ 3.741 R$ 3.297 R$ 2.626

Total Convênios PMSP R$ 1.258.815 R$ 1.181.684 R$ 758.766 R$ 464.579 Déficit/Superávit Ass. Social

+ Ativ. Educ. -R$ 103.687 -R$ 62.000 -R$ 92.754 -R$ 115.193 Outras Atividades Assistenciais/Educacionais R$ 2.011 R$ 2.010 R$ 2.009 R$ 2.008 Outras Receitas Assistenciais/Educacionais R$ 1.053.817 R$ 748.739 R$ 665.156 R$ 618.205 Recursos aplicados R$ 861.494 R$ 621.077 R$ 571.131 R$ 428.711

Outras despesas ordinárias R$ 55.677 R$ 48.903 R$ 52.536 R$ 58.170 Déficit/ Superávit R$ 136.646 R$ 78.759 R$ 41.489 R$ 131.324

Outras Receitas (Despesas) R$ 4.272 -R$ 671 R$ 1.291 R$ 2.492

Déficit/ Superávit do Exercício R$ 37.231 R$ 16.088 -R$ 17.092 R$ 60.121 AVALIAÇÃO DE RECEITAS E DESPESAS POR ATIVIDADE

Utilizando o IPCA para corrigir os anos seguintes a 2008, os resultados constam da tabela 7, a seguir:

Tabela 7

Análise Horizontal das Receitas – Evolução dos recursos em moeda constante

Fonte: Elaborado a partir dos balanços da instituição

M O E DA CO N S TA N T E D E 1 2 /2 0 1 1

2 0 1 1 2 0 1 0 2 00 9 2 0 0 8

In flato r (IP C A - IBG E ) 1 1,0 6 5 1 ,1 2 7 9 41 5 1 ,17 6 5 5 5 7 7 9

V a riaç ão IP CA -IBG E 6 ,5 5 ,9 1 4 ,3 1 5 ,9

A t ivid ad e So c ia l

Se c r. M u n . A ss. D e s. So cial R$ 7 5 6 .0 2 7 R$ 8 0 1.6 9 5 R$ 5 6 6 .22 6 R$ 37 2 .5 4 7 D e sp e sas d a a tivid a d e d e a ss. R$ 8 0 9 .0 2 2 R$ 8 5 4.4 3 7 R$ 5 2 9 .13 7 R$ 32 3 .7 2 2

D é fic it -R$ 5 2 .9 9 5 -R$ 5 2.7 4 2 R$ 3 7 .08 9 R $ 4 8 .8 2 5

n ú m e ro c rian ç as/ jo ven s 4 2 0 4 2 0 30 0 2 9 0

R e ce ita p o r c rian ç a/jo v em R$ 1 .8 0 0 R$ 1.9 0 9 R$ 1 .88 7 R $ 1 .2 8 5

D e sp e sa p o r c rian ç a/ jo vem R$ 1 .9 2 6 R$ 2.0 3 4 R$ 1 .76 4 R $ 1 .1 1 6 A t ivid ad e Ed u ca cio n a l Se c r. M u n . Ed u ca çã o R$ 5 0 2 .7 8 8 R$ 4 5 6.7 9 9 R$ 2 8 9 .61 8 R$ 17 4 .0 5 5 D e sp e sas d a A tivid ad e Ed u c ac R$ 5 5 3 .4 8 0 R$ 4 7 0.0 8 7 R$ 4 3 1 .32 8 R$ 35 8 .4 1 2 D é fic it -R$ 5 0 .6 9 2 -R$ 1 3.2 8 8 -R$ 1 0 4 .62 1 -R$ 13 5 .5 3 1 n ú m e ro d e cr ia n ça s 1 1 8 1 1 8 11 6 1 1 6 R e ce ita p o r c rian ç a R$ 4 .2 6 1 R$ 3.8 7 1 R$ 2 .49 7 R $ 1 .5 0 0 D e sp e sa p o r c rian ç a R$ 4 .6 9 1 R$ 3.9 8 4 R$ 3 .71 8 R $ 3 .0 9 0 T o t al Co n vê n io s P M SP R $ 1 .2 5 8 .8 1 5 R$ 1 .2 5 8.4 9 3 R$ 8 5 5 .84 4 R$ 54 6 .6 0 3 D é fic it/ Su p e rá vit A ss. So c ia l

+ A tiv . E d u c. -R$ 1 0 3 .6 8 7 -R$ 6 6.0 3 0 -R$ 1 0 4 .62 1 -R$ 13 5 .5 3 1

O u tra s A tivid a d es

A ss iste n c ia is /Ed u c a cio n a is O u tra s Re ce itas

A ss iste n c ia is /Ed u c a cio n a is R $ 1 .0 5 3 .8 1 7 R$ 7 9 7.4 0 7 R$ 7 5 0 .25 7 R$ 72 7 .3 5 3

R e cu r so s ap lic ad o s R$ 8 6 1 .4 9 4 R$ 6 6 1.4 4 7 R$ 6 4 4 .20 2 R$ 50 4 .4 0 2

O u tra s d es p es as o rd in á rias R$ 5 5 .6 7 7 R$ 5 2.0 8 2 R$ 5 9 .25 8 R $ 6 8 .4 4 0

D é fic it/ Su p e r ávit R$ 1 3 6 .6 4 6 R$ 8 3.8 7 8 R$ 4 6 .79 7 R$ 15 4 .5 1 0

O u tra s Re ce itas (De sp e sa s) R$ 4 .2 7 2 -R $ 7 1 5 R$ 1 .45 6 R $ 2 .9 3 2

D é fic it/ Su p e r ávit d o Ex e rc íc io R$ 3 7 .2 3 1 R$ 1 7.1 3 4 -R$ 1 9 .27 9 R $ 7 0 .7 3 6 A V A L IA ÇÃ O DE RE CE IT A S E D ESP E SA S P O R A T IVID A D E

A composição das aplicações de recursos (gráfico 10) apresenta-se relativamente estável no quadriênio 2008-2011. As atividades educacionais conveniadas com a Prefeitura Municipal de São Paulo representam pouco mais de 25% das aplicações de recursos. As atividades de assistência social, também conveniadas com a Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP), ganharam importância durante o período, crescendo de 25% para 35% das aplicações. As atividades assistenciais e educacionais financiadas por outras entidades mantiveram-se em proporção relativamente estável (média de 37,3% no período).

Gráfico 10

Aplicação dos recursos em moeda constante

Fonte: Elaborado a partir dos balanços da instituição

Quando se analisa o resultado gerado pelas atividades conveniadas com a PMSP e as atividades financiadas por outros investidores socais (gráfico 11), verifica-se que as atividades assistenciais e educacionais conveniadas com a prefeitura apresentam déficit em todos os anos do quadriênio, que foi compensado pelo superávit das outras atividades assistenciais e educacionais. Exceção feita em 2009, quando os dois conjuntos de atividade apresentaram déficit de cerca de R$ 50 mil, somados. 25,80 31,80 41,92 35,49 28,56 25,92 23,07 24,28 40,19 38,72 32,45 37,79 5,45 3,56 2,56 2,44 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 2008 2009 2010 2011

Aplicação dos recursos

Desp. ativ. Assistência Social Desp. Ativ. Educação Outras ativ. Ass. Educ. - aplicações Outras despesas ordinárias

Gráfico 11

Déficit/Superávit das atividades

Fonte: Elaborado a partir dos balanços da instituição

Constata-se a forte evolução das atividades assistenciais conveniadas com a PMSP (gráfico 12), em função da inclusão de novos assistidos nos convênios (crianças e jovens que já eram assistidos pela ARCO, mas não contavam com repasse de recursos pela PMSP). As atividades educacionais evoluíram 54% no período. Este crescimento foi devido ao aumento das verbas repassadas pela PMSP, pois o número de alunos permaneceu praticamente constante no período (aumentou de 116 para 118 alunos em 2010). As atividades assistenciais e educacionais financiadas por outras fontes aumentaram 71% no quadriênio, refletindo a crescente importância dos projetos financiados pelo FUMCAD, que evoluíram de R$ 27 mil em 2007 para 263 mil em 2011.

-150.000 -100.000 -50.000 0 50.000 100.000 150.000 2008 2009 2010 2011

Déficit/Superávit

Déficit/Superávit Ass. Social + Ativ. Educ. Déficit/ Superávit outras atividades

Gráfico 12

Comparação da Evolução das atividades em moeda constante

Fonte: Elaborado a partir dos balanços da instituição

Convênios

Analisar os convênios com entidades governamentais pode dar uma medida da operação da ARCO, dada a importância que os convênios adquiriram nas receitas da ARCO nos últimos anos (mais de 60% nos dois últimos anos). Para tanto, foram realizadas duas análises:

 Receita e custo médios por criança para os anos de 2008 a 2011; e

 Avaliação dos atrasos nos repasses e o impacto nas operações da ARCO. Os índices de evolução das receitas e despesas foram criados para demonstrar a evolução real a partir do ano de 2008 (Índice = 1,00). A partir deles é possível avaliar se houve aumento real no valor médio repassado pela Prefeitura, bem como

100,0 163,5 263,9 249,9 100,0 120,3 131,2 154,4 100,0 127,7 131,1 170,8 100,0 86,6 76,1 81,4 0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0 2008 2009 2010 2011

Evolução das atividades

Desp. ativ. Assistência Social Desp. Ativ. Educação Outras ativ. Ass. Educ. - aplicações Outras despesas ordinárias

o uso do valor recebido na atividade correspondente pela ARCO. Todos os valores foram calculados considerando o valor em moeda constante de dezembro/2011.

Tabela 8

Receita x Custo médio por assistido – Educação e Assistência

Fonte: Elaborado a partir dos balanços da instituição e dados fornecidos pela ARCO.

A análise das contribuições da PMSP para as atividades educacionais e assistenciais separadamente revela que a verba concedida por aluno é muito maior para a atividade educacional (mais do que o dobro em 2010 e 2011), além de serem reajustadas anualmente. Esse fato não surpreende, uma vez que a creche mantém as crianças em tempo integral, enquanto que o CCA e CJ as mantêm por meio período apenas. Porém, as verbas para as atividades de assistência social não contam com um sistema regular de reajustes.

No caso da Educação (gráfico 13), verifica-se um grande aumento real no valor do repasse por assistido. Segundo a ARCO, esse aumento foi conseguido principalmente por conta esforço do Fórum Central de Assistência Social da Cidade de São Paulo (composto por representantes da sociedade civil, trabalhadores sociais e usuários), que teve atuação muito forte a partir de 2007, gerando um aumento no valor médio real de 2008 em diante.

Ativ. Educacional conveniada PMSP 2008 2009 2010 2011

Receita por criança/jovem R$ 1.500 R$ 2.497 R$ 3.871 R$ 4.261

Despesa por criança/jovem R$ 3.090 R$ 3.718 R$ 3.984 R$ 4.691

Índice de evolução da receita (2008=1,00) 1,00 1,66 2,58 2,84

Índice de evolução da despesa (2008=1,00) 1,00 1,20 1,29 1,52

Atividade de Educação conveniada PMSP

A t iv. A ssist ê n cia Soc ia l co n ve n ia d a P M S P 2 0 0 8 2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1

R e ce ita p or c rian ç a/jov em R$ 1 .2 8 5 R$ 1.8 8 7 R $ 1 .9 0 9 R$ 1 .8 0 0

D e sp e sa p or c rian ç a/ jo vem R$ 1 .1 1 6 R$ 1.7 6 4 R $ 2 .0 3 4 R$ 1 .9 2 6

Ín d ic e d e e vo lu ç ão d a r ec e it a (2 0 0 8 = 1 ,0 0 ) 1 ,0 0 1 ,4 7 1 ,4 9 1 ,4 0 Ín d ic e d e e vo lu ç ão d a d e sp e sa (2 0 0 8 = 1 ,0 0 ) 1 ,0 0 1 ,5 8 1 ,8 2 1 ,7 3

Gráfico 13

Índice Receita x Índice do custo médio por assistido para convênios com a PMSP – Educação

Fonte: Elaborado a partir dos balanços da instituição e dados fornecidos pela ARCO.

Para o convênio com a secretaria de Assistência social, é possível verificar um grande aumento nos índices de evolução da receita e despesa no ano de 2009 (gráfico 14). Segundo a ARCO foram dois fatores responsáveis: o aumento do número de assistidos e um reajuste realizado pela prefeitura. A partir daí, a receita apresenta-se ligeiramente declinante, em termos reais, pela ausência de reajustes regulares. Em contrapartida, a despesas continuam a crescer. A queda das despesas com a atividade de assistência em 2011 foi explicada pela ARCO como consequência da necessidade de adaptar o orçamento da área aos recursos disponíveis. 1,00 1,66 2,58 2,84 1,00 1,20 1,29 1,52 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 2008 2009 2010 2011

Atividade de Educação conveniada

com a PMSP

Índice de evolução da receita (2008=1,00) Índice de evolução da despesa (2008=1,00)

Gráfico 14

Índice Receita x Índice do custo médio por assistido para convênios com a PMSP

Assistência

Fonte: Elaborado a partir dos balanços da instituição e dados fornecidos pela ARCO.

A seguir é avaliada a regularidade nos repasses dos convênios e projetos do FUMCAD no período de 2008 a 2011. Esta análise permite verificar o risco que a instituição pode incorrer pelo fato de não ter fundo de reservas para emergências, podendo ocasionar atrasos em salários, juros e multas nos adiamentos de pagamentos a fornecedores e tributos em geral.

A mecânica dos repasses tanto dos convênios com a Prefeitura quanto dos

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