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Resultados das respostas dos questionários com Diretores e Gerentes dos bancos

CAPÍTULO 4: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 Resultados das respostas dos questionários com Diretores e Gerentes dos bancos

Caracterização dos respondentes

Com o propósito de estabelecer o perfil dos respondentes, conforme indicado no capítulo precedente deste estudo (Tabela 1), foram calculadas frequências estatísticas dos dados obtidos, analisadas na sequência.

Dos 8 bancos selecionados para este estudo, obteve-se o retorno de 14 questionários. Esses questionários são referentes aos gestores dos bancos Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Votorantim, Santander, Alfa, Industrial e Comercial e Cruzeiro do Sul. Desses, 7 são de Diretores e 7 são de Gerentes, conforme evidencia a Tabela 2.

Tabela 2: Bancos e cargo dos respondentes

Banco Diretor Gerente Total

Banco Bradesco 1 1 2 Banco do Brasil 0 2 2 Caixa Econômica Federal 1 1 2 Banco Votorantim 1 1 2 Banco Santander 1 1 2

Banco Alfa 1 1 2

Banco Industrial e Comercial 1 0 1 Banco Cruzeiro do Sul 1 0 1

As Tabelas 3, 4 e 5 demonstram, respectivamente, a área de atuação, o tempo na área de atuação e o tempo de atuação no banco dos respondentes.

Tabela 3: Perfil dos respondentes quanto à área de atuação

área de atuação Frequência

Diretores %

Frequência

Gerentes % Total %

Gestão de Riscos Corporativos 4 57.1% 4 57.1% 8 57.1%

Contabilidade/Controladoria 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%

Crédito 3 42.9% 3 42.9% 6 42.9%

Outros 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%

Total 7 100.0% 7 100.0% 14 100.0%

Tabela 4: Perfil dos respondentes quanto ao tempo de atuação em suas áreas

Tempo em que atua na área Frequência

Diretores % Frequência Gerentes % Total % 1 a 5 anos 3 42.9% 2 28.6% 5 35.7% 6 a 10 anos 1 14.3% 3 42.9% 4 28.6% 11 a 15 anos 2 28.6% 1 14.3% 3 21.4% 16 a 20 anos 0 0.0% 1 14.3% 1 7.1% mais de 20 anos 1 14.3% 0 0.0% 1 7.1% Total 7 100.0% 7 100.0% 14 100.0%

Tabela 5: Perfil dos respondentes quanto ao tempo de atuação no banco

Tempo em que atua na banco Frequência

Diretores % Frequência Gerentes % Total % 1 a 5 anos 1 14.3% 1 14.3% 2 14.3% 6 a 10 anos 2 28.6% 1 14.3% 3 21.4% 11 a 15 anos 1 14.3% 1 14.3% 2 14.3% 16 a 20 anos 1 14.3% 0 0.0% 1 7.1% mais de 20 anos 2 28.6% 4 57.1% 6 42.9% Total 7 100.0% 7 100.0% 14 100.0%

A Tabela 3 evidencia que se atingiu o público desejado, ou seja, 50% dos respondentes são diretores e 50% são gerentes. Todavia, conforme evidenciado na Tabela 2, no caso do Banco do Brasil apenas os gerentes responderam e no caso do Banco Industrial e Comercial e do Banco Cruzeiro do Sul, apenas os diretores, não obtendo-se, portanto, a correspondência em toda a amostra. Ainda em relação à área de atuação dos respondentes (Tabela 3), destaca- se que, tanto no caso dos Diretores como no dos Gerentes, dos 14 respondentes, 8 profissionais (4 Diretores e 4 Gerentes) pertencem a área de Gestão de Riscos Corporativos e 6 (3 Diretores e 3 Gerentes) pertencem a área de Crédito dos bancos. Esses resultados estão aderentes à estratégia de pesquisa que foi elaborada (Capítulo 3), pois são as áreas de Gestão

de Riscos Corporativos e de Crédito as principais áreas responsáveis e gestoras do processo de gerenciamento de risco de crédito em um banco.

Com relação ao tempo de atuação em suas áreas atuais (Tabela 4), tem-se que no caso dos Diretores, dos 7 respondentes, 3 atuam em suas áreas entre 1 a 5 anos e 2 atuam entre 11 a 15 anos. No caso dos Gerentes, evidencia-se que dos 7 respondentes, 3 atuam entre 6 a 10 anos e 2 entre 1 a 5 anos.

E com relação ao tempo em que os respondentes trabalham nos referidos bancos (Tabela 5) tem-se que com relação aos Diretores, dos 7 respondentes, 2 estão no banco na faixa entre 6 e 10 anos e 2 a mais de 20 anos. No caso dos Gerentes, dos 7 respondentes, 4 estão no banco a mais de 20 anos.

Em se tratando da idade dos respondentes (Tabela 6), pode-se observar que a maior parte dos Diretores está na faixa etária entre os 41 e 46 anos (5 Diretores), seguida da faixa etária dos 36 aos 40 anos (2 Diretores). No caso dos Gerentes, a maior parte deles encontra- se na faixa etária dos 36 aos 40 anos (4 Gerentes), seguido por aqueles que tem mais de 46 anos (2 Gerentes).

Tabela 6: Perfil dos respondentes quanto a idade

Idade Frequência Diretores % Frequência Gerentes % Total % 20 a 25 anos 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 26 a 30 anos 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 31 a 35 anos 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 36 a 40 anos 2 28.6% 4 57.1% 6 42.9% 41 a 46 anos 5 71.4% 1 14.3% 6 42.9% mais de 46 anos 0 0.0% 2 28.6% 2 14.3% Total 7 100.0% 7 100.0% 14 100.0%

A Tabela 7 evidencia a formação acadêmica dos respondentes. Pode-se verificar que a maior parte dos Diretores possui graduação (3 diretores), sendo que 2 Diretores possuem também mestrado. Quanto aos Gerentes, observa-se que a situação se inverte, visto que a grande maioria possui Mestrado ou Especialização (MBA/Pós-Graduação), além da graduação (2 Gerentes).

Tabela 7: Perfil dos respondentes quanto a Escolaridade Curso Frequência Diretores % Frequência Gerentes % Total % Graduação 3 42.9% 2 28.6% 5 35.7% Mestrado 2 28.6% 2 28.6% 4 28.6% Doutorado 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%

Especialização (MBA/Pós Grad.) 1 14.3% 3 42.9% 4 28.6%

Outro 1 14.3% 0 0.0% 1 7.1%

Total 7 100.0% 7 100.0% 14 100.0%

A Tabela 8 exibe a formação dos respondentes na Graduação.

Tabela 8: Perfil dos respondentes quanto a formação da Graduação

Curso Frequência Diretores % Frequência Gerentes % Total % Ciências Contábeis 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% Administração 2 28.6% 3 42.9% 5 35.7% Economia 1 14.3% 2 28.6% 3 21.4% Engenharia 4 57.1% 1 14.3% 5 35.7% Outros 0 0.0% 1 14.3% 1 7.1% Total 7 100.0% 7 100.0% 14 100.0%

Nota-se que a maioria dos Diretores (4 casos), se graduou em Engenharia, sendo o curso de Administração o 2º curso preferido pelos Diretores (2 casos). Para os Gerentes, verifica-se que a maioria se graduou em Administração (3 casos) e em 2º lugar em Economia (2 casos). Uma possível explicação para esse perfil de graduação, principalmente no caso dos Diretores, pode ser o fato de o processo de gestão de risco de crédito requerer habilidades de raciocínio lógico e matemático, visto que muitas inferências de cálculos matemáticos e estatísticos são aplicadas e o curso de Engenharia se destaca fortemente no desenvolvimento dessas habilidades atraindo profissionais com esse perfil.

A Tabela 9 demonstra a formação dos respondentes na Pós-Graduação. Destaca-se que, nesse aspecto, o curso de Finanças foi o mais escolhido, tanto pelos Diretores quanto pelos Gerentes (4 Diretores e 5 Gerentes, do total de 14 respondentes), o que está totalmente em linha com a função exercida na área em que atuam nos bancos.

Tabela 9: Perfil dos respondentes quanto a formação da Pós-Graduação Curso Frequência Diretores % Frequência Gerentes % Total % Contabilidade/Controladoria 1 14.3% 0 0.0% 1 7.1% Administração Geral 1 14.3% 0 0.0% 1 7.1% Finanças 4 57.1% 5 71.4% 9 64.3% Auditoria e Compliance 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% Outros 1 14.3% 2 28.6% 3 21.4% Total 7 100.0% 7 100.0% 14 100.0%

Em síntese, com relação à caracterização dos respondentes, pode-se resumir que se trata de um grupo formado por profissionais que atuam em 8 bancos brasileiros os quais representam, aproximadamente, 53% do total do sistema financeiro em termos de ativos, possuem formação acadêmica, idade e experiência condizentes com suas áreas de atuação. Assim sendo, pode-se afirmar que se teve acesso a profissionais respondentes cujo perfil está em consonância com os objetivos do estudo.

Na sequência, apresentam-se os resultados tendo como referência os objetivos específicos propostos no Capítulo 1. Assim sendo, para cada bloco do questionário (APÊNDICE A) foi feita uma análise descritiva das respostas obtidas.

Vale ressaltar que visando garantir o cumprimento de todos os objetivos específicos estabelecidos para este estudo, foi desenvolvida uma matriz a qual se denomina por “Matriz de Amarração dos objetivos” (APÊNDICE C).

Do Objetivo Específico 1

Do Objetivo Específico 1: Conhecer como estão estruturados os modelos de gerenciamento de riscos de crédito das instituições financeiras bancárias da amostra em estudo, pela ótica do Novo Acordo de Capitais da Basileia II.

No Bloco A do questionário, conforme pode ser visto no APÊNDICE A, buscou-se identificar como estão estruturados os modelos atuais de gerenciamento de riscos de crédito dos bancos estudados, pela ótica do Novo Acordo de Capitais da Basileia II. Assim sendo, a Tabela 10 evidencia a resposta para a pergunta que visa saber se o banco já está adotando as regulamentações de Basileia II para o gerenciamento de risco de crédito.

Tabela 10: Adoção das regulamentações de Basileia II pelos bancos Respostas Frequência Diretores % Frequência Gerentes % Total % Sim 7 100.0% 7 100.0% 14 100.0% Não 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% Total 7 100.0% 7 100.0% 14 100.0%

Pergunta: O banco já está adotando as regulamentações de Basileia II para o Gerenciamento de Risco de Crédito?

Nota-se que, tanto os Diretores como os Gerentes (14 respondentes ou 100%) entendem que os bancos onde eles atuam já estão adotando as regulamentações de Basileia II para o gerenciamento de risco de crédito.

A Tabela 11 exibe qual é a metodologia escolhida/utilizada pelos bancos para o processo de gerenciamento de risco de crédito, tendo em vista as regulamentações de Basileia II. Percebe-se que, no caso dos Diretores, dos 7 respondentes 4 afirmam que seus bancos utilizam a metodologia IRB (Internal Rating Based) e 3 a metodologia Padronizada. Já no caso dos Gerentes, também dos 7 respondentes ao questionário, 5 afirmam que seus bancos utilizam a metodologia IRB, enquanto 2 afirmam ser a metodologia Padronizada a utilizada pelos bancos no processo. Tal descasamento de opiniões entre Diretores e Gerentes pode ser explicada pelo fato que na amostra estudada, existem bancos que foram representados apenas por Diretor ou Gerente, não existindo a opinião de uma dupla por banco (Diretor/Gerente), conforme comentado anteriormente (Tabela 2).

Tabela 11: Metodologia utilizada pelos bancos para o gerenciamento de risco de crédito

Respostas Frequência

Diretores %

Frequência

Gerentes % Total %

Padronizada 3 42.9% 2 28.6% 5 35.7%

IRB (Internal Rating Based ) 4 57.1% 5 71.4% 9 64.3%

Total 7 100.0% 7 100.0% 14 100.0%

Pergunta: Em caso positivo a pergunta anterior, qual é a metodologia escolhida/utilizada pelo banco para a Gestão de Riscos de Crédito?

A Tabela 12 exibe as respostas dos respondentes quando questionados sobre qual é o tipo de metodologia IRB que está sendo adotada nos bancos em seus processos de gerenciamento de risco de crédito. Pode-se verificar que tanto na visão dos Diretores, como na dos Gerentes, a metodologia Avançada é a utilizada por todos eles.

Tabela 12: Tipo de metodologia IRB utilizada pelos bancos Respostas Frequência Diretores % Frequência Gerentes % Total % Básica 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% Avançada 4 100.0% 5 100.0% 9 100.0% Total 4 100.0% 5 100.0% 9 100.0%

Pergunta: Se a resposta anterior for IRB, qual tipo?

A Tabela 13 informa se os bancos já possuíam modelos internos de avaliação e gerenciamento de risco de crédito antes das regulamentações de Basileia II. Segundo os Diretores e Gerentes ( 12 dos 14 respondentes), todos afirmaram que seus bancos já possuíam modelos internos de avaliação e gerenciamento de risco de crédito antes das regulamentações de Basileia II. Tal fato pode explicar a preocupação dos bancos pesquisados em possuir modelos aperfeiçoados de gerenciamento de risco de crédito para uma efetiva gestão.

Tabela 13: Modelos internos antes de Basileia II

Respostas Frequência Diretores % Frequência Gerentes % Total % Sim 6 85.7% 6 85.7% 12 85.7% Não 1 14.3% 1 14.3% 2 14.3% Total 7 100.0% 7 100.0% 14 100.0%

Pergunta: Antes das regulamentações de Basileia II, o banco já possuía modelos internos de avaliação e gerenciamento de Risco de Credito?

A Tabela 14 demonstra qual tipo de informação das empresas os bancos estão utilizando em seus modelos de gerenciamento de risco de crédito, ou seja, se apenas informações financeiras ou se informações financeiras e não financeiras. A análise das respostas permite verificar que, tanto na visão dos Diretores, como dos Gerentes (100% ou 14 respondentes), todos afirmam que tanto as informações financeiras como as não financeiras são importantes e são utilizadas nos processos de gerenciamento de risco de crédito dos bancos.

Tabela 14: Tipo de Informação utilizadas pelos bancos Respostas Frequência Diretores % Frequência Gerentes % Total % Apenas Financeiras 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%

Financeiras e não financeiras 7 100.0% 7 100.0% 14 100.0%

Total 7 100.0% 7 100.0% 14 100.0%

Pergunta: Qual tipo de informação de empresas o banco utiliza em seus modelos de Gestão de Riscos de Crédito?

De forma a se complementar esse entendimento, foi-lhes questionado sobre quais são os motivos que levam os bancos a utilizarem informações não financeiras em seus modelos de gerenciamento de risco de crédito e, ainda, quais são as principais informações não financeiras utilizadas. Assim sendo, os quadros 12, 13 e 14 exibem as respostas obtidas dos Diretores e Gerentes, literalmente transcritas.

A primeira pergunta diz respeito aos motivos que os levam a utilizar informações não financeiras em seus modelos de gerenciamento de risco de crédito.

Quadro 12: Respostas dadas pelos Diretores e Gerentes dos bancos sobre os motivos que levam os bancos a utilizarem informações não financeiras em seus modelos de gerenciamento de risco de crédito.

Diretores Resposta dada

Banco 1 Para melhor qualificação dos clientes. Banco 2 Necessidade de conhecer o cliente.

Banco 3 Os modelos foram construídos utilizando-se variáveis quantitativas (informações econômico-financeiras) e qualitativas (cadastrais) das empresas. Banco 4

Os modelos do banco são baseados em dados financeiros e demográficos dos clientes e para os casos de clientes carteirizados são muito importantes os relatórios de visitas dos officers de conta e de crédito.

Banco 5 Utilizamos as informações financeiras, o histórico de relacionamentos com a instituição, informações de mercado e de outras fontes de nossa confiança.

Banco 6

Utilizamos dados do comportamento do cliente, do default em outras instituições, do spread com cada um dos clientes em cada uma das operações e compara-mo-la com o risco associado ao cliente. Realizamos cálculo do RAROC; apreçamos a carteira (MtM considerado o risco de crédito); calculamos o VaR da carteira de crédito. Todos esses dados não são financeiros. Além disso, temos o cálculo da curva de distribuição das perdas da carteira que é efetuado por simulação de Monte Carlo.

Banco 7

Acreditamos que o histórico de pagamentos da empresa, setor de atuação, análise dos seus administradores etc fornece subsídios importantes para a análise e a decisão de crédito.

Gerentes Resposta dada

Banco 1

Nos modelos de análise julgamental, as informações não financeiras respondem por boa parte dos critérios de avaliação, uma vez que apenas as informações de demonstrações financeiras e cadastro não são suficientes para proceder a uma boa avaliação do cliente.

Banco 2

Informações setoriais, relativas a preocupação com aspectos sócio- ambientais, modelo de gestão, processo sucessão são relevantes na avaliação de risco.

Banco 3

Os modelos do banco são estruturados com base em informações financeiras e, também, em questionários qualitativos. O peso de cada conjunto de informação (quantitativo x qualitativo) depende do tipo de cliente analisado.

Banco 4 Informações de cadastros, legais e ambientais.

Banco 5

Para pequenas empresas utilizamos muitas informações cadastrais e comportamentais por possuírem maior poder preditivo, também devido a pior qualidade das informações financeiras destas empresas. Para empresas de grande porte, levamos em consideração itens qualitativos, como programas de sucessão, qualidade e formação dos administradores, e perspectivas de mercado, não incluso nas informações financeiras.

Banco 6 Informações não financeiras também podem ajudar na previsibilidade de default.

Banco 7 Informações providas de análises julgamentais de caráter qualitativo são empregadas no modelo.

Analisando-se as respostas dos Diretores e Gerentes, pode-se verificar que os motivos que levam os bancos a utilizarem informações não financeiras em seus modelos de gerenciamento de risco de crédito é a possibilidade de conhecer e avaliar melhor o cliente. Por meio do melhor conhecimento do cliente o banco poderá efetuar uma gestão mais eficaz sobre o mesmo e tentar prevenir-se melhor contra perdas financeiras futuras. Demonstra-se os motivos sintetizados na sequência em ordem de importância:

Visão dos Diretores

• Para melhor entendimento do comportamento dos clientes - 2 respostas.

• Entendimento do histórico de relacionamentos dos clientes com o banco – 1 resposta.

• Para melhorar as informações cadastrais dos clientes – 1 resposta. Visão dos Gerentes

• Para melhorar a capacidade de avaliação dos clientes – 2 respostas. • Melhor qualificação e conhecimento do cliente – 2 respostas. • Para melhorar as informações cadastrais dos clientes – 2 respostas. • Para melhor entendimento do comportamento dos clientes – 1 resposta.

A segunda pergunta diz respeito a quais são as principais informações não financeiras utilizadas pelos bancos em seus modelos de gerenciamento de risco de crédito, conforme evidencia o Quadro 13.

Quadro 13: Respostas dadas pelos Diretores e Gerentes dos bancos sobre quais são as principais informações não financeiras utilizadas pelos bancos em seus modelos de gerenciamento de risco de crédito.

Diretores Resposta dada

Banco 1 Fluxo de Caixa, Índice de liquidez , Capacidade financeira, Exposição a risco no mercado.

Banco 2

Governança e transparência das informações, Qualificação da Diretoria, comportamento no mercado, restrições cadastrais, ratings de agências de Classificação, setor de atividade.

Banco 3 Fundamentalmente informações cadastrais, tais como: tempo de constituição da empresa, qualidade do 'management' etc.

Banco 4

Informações não financeiras inclui dados demográficos para PF e pequenos negócios e para os clientes atacado são incluídos dados da posição da empresa no mercado, histórico das empresas e dos sócios, qualidade dos seus fornecedores e clientes, garantias e análises do setor e região em que está a empresa.

Banco 5 Vide item 10. Banco 6 vide 09.

Gerentes Resposta dada

Banco 1

Posição competitiva no mercado; concentração de compras e vendas em termos de mercados, fornecedores e clientes; dependência de governo (subsídios e incentivos, controle de preços) e legislação (licitações); tecnologia; profissionalização da administração; riscos existentes no processo sucessório; relacionamento com o mercado financeiro; relacionamento com o banco.

Banco 2

Informações setoriais, dados da cadeia de valor, dados fornecidos pela empresa como modelo de gestão, processo de sucessão, responsabilidade socioambiental.

Banco 3

Tipo de administração (familiar, profissional); Processo decisório; Qualidade dos ativos físicos; Plano de Investimentos; Participação de mercado da empresa e dos principais concorrentes; maiores clientes e fornecedores; avaliação SWOT.

Banco 4 Política de cadastros: avaliação de restrições de crédito, Informações legais: inadimplência com tributos e contribuições, princípios do Equador.

Banco 5 programas de sucessão, qualidade e formação dos administradores, perspectivas de mercado, histórico de pagamentos e negativações.

Banco 6 Risco operacional, risco sócio-ambiental, estrutura de gestão. Banco 7 Idem item 9.

Analisando-se as respostas dos Diretores e Gerentes, pode-se verificar que existem diversos tipos de informações não financeiras que se mostram importantes para o processo de gerenciamento de risco de crédito dos bancos. Em linhas gerais, destacam-se em ordem de importância:

Visão dos Diretores

• Qualificação da Administração da empresa – 2 respostas. • Setor de atividade da empresa – 2 respostas.

• Qualidade dos clientes e fornecedores da empresa – 2 respostas. • Informações cadastrais – 2 respostas.

• Posicionamento de mercado “Marhet Share – 1 resposta. • Nível de Governança e transparência – 1 resposta. • Informações de Agências de Ratings – 1 resposta. • Reputação – 1 resposta.

Visão dos Gerentes

• Processo decisório da empresa – 5 respostas.

• Qualificação da Administração da empresa – 4 respostas. • Qualidade dos clientes e fornecedores da empresa – 4 respostas. • Posicionamento de mercado “Marhet Share” – 3 respostas. • Informações sobre Tecnologia da empresa – 1 resposta. • Setor de atividade da empresa – 1 resposta.

• Informações cadastrais – 1 resposta.

Percebe-se por meio das respostas dos respondentes que algumas das informações não financeiras evidenciadas como importantes para o processo de gerenciamento de risco de crédito dos bancos enquadram-se nas classificações de Capital Intelectual segundo Brooking, Edvinsson e Malone e Sveiby. O quadro 14 demonstra esse relacionamento.

Quadro 14: Informações não financeiras importantes e suas relações com as definições de capital intelectual segundo Brooking, Edvinsson e Malone e Sveiby

Tipo de Informação Brooking (1) Edvinson e Malone (1) Sveiby (1)

Qualificação da Administração Ativo humano Capital humano Competência individual

Qualidade de clientes e

fornecedores Ativo de mercado Capital estrutural Estrutura externa

Nível de governança e

transparência Ativo de infra-estrutura Capital estrutural Estrutura interna

Reputação Ativo de infra-

estrutura Capital humano Estrutura interna

Tecnologia Ativo de infra-

estrutura Capital estrutural Estrutura interna

Processo decisório Ativo humano Capital humano Competência individual

(1) Definições segundo: Brooking (1996, p.13-16); Edvinsson e Malone (1998, p.10); e Sveiby (1998, p.14)

Fonte: Elaborada pelo autor

A terceira pergunta diz respeito às fontes de obtenção dessas informações (financeiras e não financeiras) que são incluídas nos modelos de gerenciamento de risco de crédito dos bancos, conforme evidenciado no Quadro 15.

Quadro 15: Respostas dadas pelos Diretores e Gerentes dos bancos sobre onde são obtidas as principais informações (financeiras e não financeiras) das empresas para o banco incluir em seus modelos de gerenciamento de risco de crédito.

Diretores Resposta dada

Banco 1 Demonstrações Financeiras, Serasa, Associação Comercial, Agências de

rating, Internet (sites da própria empresa).

Banco 2 Demonstrações Contábeis, Serasa, SPC, SCR-BACEN, Agências de rating, CVM, Empresas de análise setorial.

Banco 3 Demonstrativos contábeis, bureaus de crédito, legados internos do banco etc.

Banco 4

As principais fontes são os balanços das empresas, informações de bureau de crédito como Serasa e Associação Comercial de SP, informações setoriais e regionais de órgão particulares e governamentais e principalmente os obtidos das visitas aos clientes com dados informados e por observação.

Banco 5

Demonstrações contábeis, Serasa, agências de rating, histórico com a instituição, avaliações de mercado para as empresas com negociação em bolsa e outras fontes de nossa confiança.

Banco 6 Serasa, modelo próprio de comportamento.

Banco 7 DFs, Serasa, periódicos, agências de ratings e visitas junto aos comerciais.

Gerentes Resposta dada

Banco 1

Demonstrações contábeis, agências de classificação externa (ratings nacionais e internacionais), Serasa, visitas à empresa, estudos setoriais realizados pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos, participações em painéis e seminários.

Banco 2

Demonstrações Financeiras (dependendo do porte da empresa), dados restritivos de fontes externas (Serasa, SCPC ou Agências de Rating), dados extraídos de balanços sociais, dados extraídos do relatório de visita realizada pela agência de relacionamento do cliente.

Banco 3

Demonstrações Contábeis, Serasa, Agências de Ratings, Informações da Central de Risco e relatórios de visitas elaborados pelos gerentes de contas. Banco 4

Fichas cadastrais coletadas dos tomadores de crédito, informações contábeis (BP, DRE), Cadastros externos (SERASA, SPC), Agências especializadas para rating em segmentos.

Banco 5 Demonstrações Contábeis, Serasa e questionário Know Your Customer (KYC).

Banco 7 Demonstrações contábeis, estudos e rotinas desenvolvidas internamente (modelagem) e aprovadas em Comitês internos, agências externas como a Serasa etc.

A análise das repostas evidencia que são várias as fontes utilizadas pelos respondentes para a obtenção das informações financeiras e não financeiras das empresas, destacando-se as seguintes em ordem de importância:

Visão dos Diretores